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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Percebendo pelo poder de Deus: a natureza da verdadeira força e a Glória de Deus

II Co. 4. 4-7...nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.  Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.  Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.  Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.

Introdução:

Nesta epístola é apresentado um habito da humanidade, o de “julgar o livro pela capa”. A igreja de Corinto parece ter cedido à impressão imediata: que seria por aspecto, por aparência, por normas mundanas de sucesso. Hoje este perigo assola os cristãos modernos, pois muitos começam acreditar em sua própria notoriedade, em sua própria glória, ou ainda, crer que o sucesso é eterno.

Corinto era estimulada humanamente a ser desta forma. Esta cidade situava-se na principal rota marítima de Roma para o oriente, isto a transformara em uma importante cidade da Grécia. Fazendo-a valorizar o poder do dinheiro e glória em si mesma.

Esta Igreja foi fundada por Paulo como é relatado no livro de Atos dos Apóstolos, contudo após um tempo o apóstolo segue a fundar outras Igrejas. Num determinado tempo Paulo recebe notícia perturbadora concernente a esta Igreja. Destarte a isto, escreve a primeira epistola a esta igreja. O apóstolo retorna a segunda vez a Corinto, esta visita é chamada de “visita dolorosa”, este nome expressa os resultados desanimadores como nos é relatado (II Co. 2:1 Portanto, para não entristecê-los de novo, eu resolvi não ir ver vocês.). Julgando pela aparência o apostolo Paulo fracassou, mediante a este fracasso, deixa a cidade desencorajado e, escreve a “carta severa” que é mencionada em (II Co 2:4; 7:8-9), esta carta foi perdia. Contudo, quando é lido 2 Coríntios  notamos que a “Carta Severa” produziu bons frutos, e que renovou o apóstolo a retornar a Corinto para compartilhar sua alegria.

Entretanto, Corinto ainda tinha pessoas que estavam seguindo pregadores mais excelentes do que Paulo (no aspecto humano), que são denominados de “mais excelentes apóstolos” (II Co. 11:5; 12:11). Esses mestres, impressionantes no exterior, contrapõem ao exterior canhestro de Paulo. Sendo assim Paulo escreve segunda coríntios, que relata primeiro as coisas óbvias, e depois o que só poderá ser percebido pelo poder de Deus.

I) A aparência enganadora

a) A aparente força

A igreja de Corinto era engodada por “mestres que se transfiguraram em apóstolos” (II Co 11:13).  Estes eram pregadores profissionais abarcados de jargões de efeito, postura arrogante, verdadeiros profissionais que nada se parecia com o velho Paulo, que era obcecado em anunciar o evangelho; gastando a sua vida de um lado ao outro, apregoando a salvação em Cristo. Os “Excelentes Apóstolos”, denominados jocosamente por Paulo, produziam magníficas cartas de recomendação colocando-os acima de qualquer suspeita (II Co 3:1). Tais produziam elogios sobre si mesmos (II Co 10:12), homens que se vangloriavam em sua própria força.

Esta epístola foi escrita no primeiro século e, relata a vaidade humana de gloriar-se em si mesma, da mesma forma que é comum hoje no século 21. O apóstolo Paulo pode se referir a se “gloriar segundo a carne” (II Co 11:18), porque se gloriar é intemporal, ou seja, só Deus pode se Gloriar.

b) A aparente fraqueza

O mundo real é cheio de fraquezas humanas, e de dificuldades inevitáveis, motivo por que Paulo fala de forma enfática de seus gemidos nesse corpo debilitante (II Co. 5: 2-4 Por isso gememos enquanto vivemos nesta casa de agora, pois gostaríamos de nos mudarmos já para a nossa nova casa no céu. Aquela casa será o nosso corpo celestial, e, quando nos vestirmos com ele, não ficaremos sem corpo.  Gememos aflitos enquanto vivemos nesta barraca, que é o nosso corpo. Isso não é porque queiramos ficar livres do nosso corpo terreno; o que desejamos é receber o corpo celestial para que a vida faça com que o que é mortal desapareça). Neste mundo sempre a igreja irá precisar de um Deus que lhe console (II Co 1:4 É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus).

b.1) O Pobre, e sua aparente fraqueza

O mundo sempre teve pobres, pessoas que literalmente necessitam do amor do próximo para sobreviver, tais são considerados aparentemente fracos. Nos capítulos 8 e 9 de sua segunda epístola aos coríntios, Paulo expressa sua preocupações com os pobres de Jerusalém, e conclama os irmãos da Turquia e Grécia a participarem de coletas para ajudar os menos afortunados de Jerusalém e, faz referencia à pobreza dos irmãos da Macedônia que ajudaram na coleta.
1. Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; 2.  porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. 3.  Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, 4.  pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. (II Co. 8: 1-4)

As aparentes fraquezas da pobreza dos macedônios não o impediram de darem uma ajuda abundante aos necessitados.

b.2) Paulo, e sua aparente fraqueza

O apostolo Paulo ao contrário dos que se vangloriavam e se colocavam em estado de perfeição absoluta, reconhecia o seu estado de aparente fraqueza. Logo no primeiro capítulo ele declara (II Co. 1:8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida). Mais adiante no quarto capítulo da mesma epístola, Paulo lança mão de palavras desesperada em relação a si (II Co. 4:8-10 Em tudo somos atribulados... perplexos...abatidos... e trazendo sempre por    toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso Corpo...), mais à frente no versículo (17) Paulo refere a esta lista como sua “tribulação”. A declaração de Paulo nada  aprecia com as dos Hiper Apóstolos, no capítulo 7:5 diz: “Porque, mesmo quando  chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combate, temores por dentro” , não há segredo da fraqueza humana em Paulo.

Paulo, era fraco corporalmente pois foi surrado (II Co 11:24) e a sua reputação estava em frangalho pois sofreu prisões, perseguições e difamações (II Co. 6:4-8); e ainda  tinha um sofrimento que lhe atribuía o perpétuo estado de fraqueza, descrito como um “espinho na carne” (II Co 12:7-8). Entretanto, Paulo era o que representava melhor a Cristo e não os “Hiper Apóstolos”. O aparente fraco Paulo declara em (II Co 5:20a De sorte que somos embaixadores da parte de  Cristo, como se Deus por nós rogasse...), Deus escolheu o fraco Paulo em vez dos fortes aos seus próprios olhos. Mas será que Deus escolheria um vaso fraco, em vez de um forte?

b.3) Deus, e sua aparente fraqueza

Parece absurdo a conjectura de uma aparente fraqueza de Deus, todavia Paulo chocou os leitores com algumas declarações quando compartilha as suas provações. Logo no primeiro capítulo é expresso “Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte (II Co. 1:9a)”,  uma frase tão obscura, mas que é reescrita com algumas modificações no quarto capítulo (II Co 4:10a levando sempre no corpo o morrer de Jesus...), que emana a compreensão, de que Paulo carrega em seu corpo a exposição da morte de Jesus para que todos vejam. É imprescindível responder a pergunta: Por quem e, para quê, Paulo foi enviado? Paulo foi enviado por Cristo, para ser seu representante e anunciar as Boas Novas de salvação. Representar a Cristo é representar a “mansidão e benignidade de Cristo (II Co 10:1)”, isto quer dizer que deve seguir a aparente fraqueza de Deus (II Co 8:9 pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos) .

Cristo se fez pobre (II Co 8:9). Ele sofreu por todos (II Co 1:5). Ele morreu por todos (II Co 5:14). Ele foi crucificado em fraqueza (II Co 13:4 Porque, de fato, foi crucificado em fraqueza; contudo, vive pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos, com ele, para vós outros pelo poder de Deus.). Paulo afirma que ele expõe isto em seu próprio corpo.

Este Deus aparentemente fraco, fortalece toda a humanidade que crer, por esta ser, co-participante em seus sofrimentos.

II) O poder de Deus nos tornando perceptivo

O mundo é compreendido mediante o poder de Deus que cura a cegueira que o diabo coloca nos olhos da humanidade para que não resplandeça a luz da glória de Deus (II Co 4: 4), é impossível compreender a verdadeira força e a glória de Deus se não for por fé (II Co 5:7 visto que andamos por fé e não pelo que vemos.). Este poder faz com que os que estão em Cristo enxergue que nas aparentes fraquezas se revelam o poder e a Glória, como naquele Cristo, que morre em fraqueza ressuscitou em glória (II Co 5:16 Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo). Quando o poder de Deus é derramado, é demonstrado que a guerra espiritual não é vencida segundo a fortaleza da carne, mas sim, segundo o poder de Deus (II Co 10:3-4  Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne.  Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas...), isto ocorre, pois o poder de Deus nos torna perceptivo a natureza da verdadeira força e da Glória de Deus.

a)       Percebendo a natureza da verdadeira força

A verdadeira força não procederá da ausência de tribulação, mas sim no compreender que usará tais tribulações para a glória do nome dEle (II Co 1:4 É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus), a verdadeira força esta na compreensão do Deus que ressuscita os mortos (II Co 1:9-10), e permanecer em pé em meio às dores pela fé em Deus (II Co 1:24), o  cristão não é suficiente em si mesmo, mas no Deus que lhe salvou.

O cristianismo é o ato do fraco confiar em Cristo, então todo cristão é fraco, pois ele depende exclusivamente de Deus para vencer a sua batalha.  Quando alguém reconhece ser fraco, Deus o fortalece (II Co. 12:10  Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte). Esta certeza  de Paulo deve-se a compreensão de que se ele  vence os percalços desta vida, vence mediante a glória de Deus em sua vida (II Co 10:17 Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor). A verdadeira  força vem do Senhor!!!

b)       Percebendo a Glória de Deus

A glória de Deus  é a realidade intrínseca e, a manifestação exterior do poder e do caráter de Deus. Esta glória, e poder é manifesta através de todos que vivem de acordo com o evangelho de Deus (II Co 3: 18  E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito).

Deus quer que os que se aproximam dEle, se lancem em seus braços, e se tornem dependentes do seu poder mesmo que estes sejam frágeis como vaso de barro (II Co 4:7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós), isto para sabermos que  a glória de Deus se manifesta nos simples de coração. Esse  é o ponto desta epístola.

Conclusão

A aparente fraqueza torna fortaleza quando o cristão compreende que Jesus morreu por ele (II Co 5:14-15  Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.), ao viver para Deus, somo inseridos em sua força e em sua Glória. E será ouvida de Deus a minha graça te basta (II Co 12: 9  Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo),  pois é esta graça a virtude do poder e da Glória de Deus em   Cristo.

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