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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Vencedo a baixa autoestima

          

  Texto:

Jeremias 20:14-18. Maldito o dia em que nasci! Não seja bendito o dia em que me deu à luz minha mãe! Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu-te um filho! Alegrando-o com isso grandemente. Seja esse homem como as cidades que o SENHOR, sem ter compaixão, destruiu; ouça ele clamor pela manhã e ao meio-dia, alarido. Por que não me matou Deus no ventre materno? Por que minha mãe não foi minha sepultura? Ou não permaneceu grávida perpetuamente? Por que saí do ventre materno tão-somente para ver trabalho e tristeza e para que se consumam de vergonha os meus dias?

Introdução:

            Nos últimos tempos temos visto pessoas mergulhadas em baixo-estima. Numa época a onde a auto-estima é extremamente exigida para conseguirmos melhoria de vida, mas a baixa auto-estima tem vencido a muitos que precisam vencer no seu dia-a-dia.
            A baixa auto-estima é um estado a onde o vitimado sofre de uma falta de amor por si mesmo, e com isto alcança a tristeza e a derrota interior, o segredo para vencer é primeiro vencer a si mesmo, inclusive as suas emoções, ou ausência delas.
            No texto escolhido para a nossa reflexão, lemos palavras do profeta anoso testamentário Jeremias. Estas palavras são de alguém que esta num quadro de baixa auto-estima há tempos, devido a grandes percas e a esperança demorada. Leia o texto e observe que a baixa auto-estima é tanta que ele deseja nem ter nascido, e amaldiçoa a todos envolvidos em seu nascimento, inclusive até aquele que levou as novas para o seu pai, mas por que ele chegou a este ponto? O que aconteceu em sua história para declamar tais palavras? Vamos ver de maneira breve que houve Jeremias.
            Profeta nascido em família de sacerdotes, da cidade de Anatote. Foi chamado ao ministério profético através de uma visão (#Jr 1.4-10). Profetizou durante 40 anos, nos reinados dos cinco últimos reis de Judá (627 a 587 a.C.). As autoridades não recebiam bem as suas mensagens. Jeremias foi rejeitado, perseguido e preso. Alguns episódios de sua vida estão narrados no seu livro (Jr 26; 28; 32; 35-43). Nabucodonosor cuidou dele depois da destruição de Jerusalém, tal destruição provocou nele um sentimento de inutilidade (#Jr 39.11-12). Foi forçado a ir para o Egito (#Jr 43.6-7) e lá, em adiantada velhice, morreu, rejeitado pelo seu povo, e mal desejado por profetizar a verdade.
            Através dos sofrimentos da vida de Jeremias pode ver que qualquer pessoa pode chegar a um quadro de baixa auto-estima por vários motivos e razões, na vida deste homem, vimos ele sendo rejeitado, quando também nos sentimos sois, abandonado, nos deixa cabisbaixo sem alegria de viver; um outro fator é ser perseguido, a perseguição pode ser estimulada por diferentes motivos, mas sempre causa no perseguido um sentimento de injustiça, isto também provoca baixo-estima; e vimos ainda na vida do profeta que ele acaba sendo preso sem cometer erro algum, mas existem vário tipos de prisões aonde podem ser piores que presídios construídos de concreto; Jeremias também foi forçado a fazer algo que não queria, a ir para um lugar que não o agradava, quantas vezes acontece isto conosco ficamos em estado de tristeza profunda por estarmos em um lugar que não o que queríamos. Estes fatos contribuíram grandemente com a baixa auto-estima de Jeremias, e alguns destes, poderiam estar também contribuindo com a sua baixa auto-estima também.
            Vimos que todo ser humano é um amante da sua vida, por várias situações ele começa a acreditar que ele perdeu o amor pela sua vida, mas isto é impossível, pois todos nós somos vitoriosos, não podemos esquecer nunca jamais quem somos, e de nossa história de conquistas indubitáveis, conquistas que se apagarão de nossa mente e que iremos trazer átona nesta reflexão.

1)                              A Rejeição:

            A rejeição faz parte da vida, mas é difícil lidar com ela, pessoas morrem por serem rejeitadas em sua trajetória. Quando uma pessoa é rejeitada ela sofre porque não tem com que desabafar, este sentimento é bem expressado em uns dos versos dos Salmos 69:20 O opróbrio partiu-me o coração, e desfaleci; esperei por piedade, mas debalde; por consoladores, e não os achei. É incrível como uma pessoa pode se abater diante da rejeição, o salmista usa a palavra opróbrio, que nos passa a idéia de um estado de profundo rebaixamento, desonra e vergonha, que é o sentimento que teve outro personagem Bíblico de nome Jó (Jó 19:5 Vocês pensam que são melhores do que eu e acham que a minha desgraça prova que sou culpado). O opróbrio vem através do insulto à alma do que recebe, e isto o faz ficar num quadro baixo-estima, e se acha incapaz de ser um vencedor.
            Mas quando nos recordamos de quem somos podemos ver que sempre fomos vencedores é porque em muitas lembranças esquecemos das essenciais, a Santa Escritura nos ensina algo muito importante para nossa vida (Lamentações 3:21 Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.) no livro que relata as diversas tristezas de Jeremias ele expressa um desejo maravilhoso para os que estão numa situação de abatimento, que é o de trazer a memória os que pode trazer esperança, numa situação a onde você está sendo rejeitado, você não pode rejeitar a si mesmo jamais. Você é um ser incrível que venceu para estar vivo.
            Você não se lembra, mas foi participante do concurso, mas concorrido da história a onde teve de correr como milhões de participantes, e sabe qual era o seu prêmio, era a sua vida. Nunca o fracasso bateu tão próximo de você, porque todos os participantes eram extremamente preparados, e você, é você, foi o grande vencedor. Mas que corrida foi esta, foi à corrida dos espermatozóides para chegar até o óvulo para o fecundar, você venceu esta corrida se não, você não estaria aqui hoje.
            Você venceu porque o único que não podia te rejeitar estava ao seu lado te elegendo, te escolhendo (Efésios 1:4 assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor), Ele te amou antes de todos e sempre esteve consigo, mesmo nos momentos de grande angústia quando todos te rejeitaram, Deus ouviu a tua voz e te amparou em colo (Salmos 91:15 Ele me invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei.), você nunca esteve só na sua angústia, pode ter faltado na sua vida à lembrança de um pai, a lembrança de uma mãe, mas nunca faltará a lembrança de Deus em seu viver (Isaías 49:15 Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.), a atenção de Deus na sua vida supera toda rejeição sofrida nela inteira. Por este motivo foi que você venceu o maior concurso de sua vida, tu és um escolhido e amado de Deus, não há razão para se sentir rejeitado. Mesmo que pareça que está sendo perseguido pelo inimigo que se apresenta mais poderoso que vós, mas, contudo nunca estarás só, pois o Criador estará sempre consigo.

2)                              A Perseguição: (Salmos 56:1 Tem misericórdia de mim, ó Deus, porque o homem procura ferir-me; e me oprime pelejando todo o dia.)

            É difícil fazer algo, sonhar e até mesmo viver se estamos sendo perseguidos por alguém, ou por alguma coisa; a perseguição estabelece na vida de quem a recebe um estado de pressão muito forte, a pessoa fica atormentada e em muitas ocasiões o desespero é nítido. A perseguição pode acontecer de várias maneiras e formas, mas o resultado dela é sempre o de provocar a baixo-estima. Nas Escrituras Santas, vêem varias perseguições a várias pessoas e podemos hoje ver como estas pessoas venceram tais perseguições, vamos juntos meditar em alguns exemplos.
            Uma das mais terríveis perseguições da Bíblia é a perseguição sofrida por David pelo rei Saul, estas nas Escrituras com certeza expressa bem o que é uma perseguição, como ela geralmente começa, o que ela faz na vida do perseguido e como geralmente termina uma perseguição quando o perseguido age com sabedoria e prudência.
            Davi era um jovem homem, quando Saul o conheceu, e David demonstrou ser um ser magnífico cheio de graça, e de uma coragem que era movida pela sua fé em Deus magnífica, este encontro ocorreu quando Israel estava sendo ameaçado pelos filisteus, que tinha um guerreiro fortíssimo, grande (1 Samuel 17:4 Então, saiu do arraial dos filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, da altura de seis côvados e um palmo.), que desafiava o exército de Israel para que um soldado fosse a lutar contra ele (1 Samuel 17:10 Disse mais o filisteu: Hoje, afronto as tropas de Israel. Dai-me um homem, para que ambos pelejemos.), mas em Israel não havia homem tão forte quanto ele, parecia ser o fim daquele povo, haja vista que o guerreiro derrotado era representante da derrota de um povo inteiro, o povo e seu rei temeram muito e travaram diante deste grande desafio (1 Samuel 17:11 Ouvindo Saul e todo o Israel estas palavras do filisteu, espantaram-se e temeram muito.).
            Então vem David levando mantimentos para seus irmãos, ele ficou em casa, pois era o mais jovem de sua casa, e ouviu o gigante gritar e afrontar a todo o exército de Israel (1 Samuel 17:23 Estando Davi ainda a falar com eles, eis que vinha subindo do exército dos filisteus o duelista, cujo nome era Golias, o filisteu de Gate; e falou as mesmas coisas que antes falara, e Davi o ouviu.), David é tomado por um espírito aguerrido e se oferece a lutar, e o resultado é que ele foi vitorioso (1 Samuel 17:49 Davi meteu a mão no alforje, e tomou dali uma pedra, e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa; a pedra encravou-se-lhe na testa, e ele caiu com o rosto em terra.) e gozou da gratidão de Saul (1 Samuel 18: 5 Saía Davi aonde quer que Saul o enviava e se conduzia com prudência; de modo que Saul o pôs sobre tropas do seu exército, e era ele benquisto de todo o povo e até dos próprios servos de Saul.).
            Na nossa vida também temos momentos em que a nossa vitória é mais a vitória de todos do que para nós mesmos, quando David ganhou o Golias, não foi ele apenas que venceu, mas sim todo o povo de Israel, e em especial o seu rei, Saul, mas David continuou a fazer proezas e o seu nome crescia cada vez mais, o reconhecimento do povo era incrível, fora o respeito do exército do reino (1 Samuel 18:5-7 Saía Davi aonde quer que Saul o enviava e se conduzia com prudência; de modo que Saul o pôs sobre tropas do seu exército, e era ele benquisto de todo o povo e até dos próprios servos de Saul. Sucedeu, porém, que, vindo Saul e seu exército, e voltando também Davi de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores, com júbilo e com instrumentos de música. As mulheres se alegravam e, cantando alternadamente, diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares.), era o motivo pelo qual começou a perseguição.
            Quando vemos pessoas a passarem por perseguições, esta perseguição em suma é despertada pela inveja, a inveja é o sentimento dos incompetentes e daqueles que sentem medo de perder o que eles pensam que tem, isto foi o que ocorreu com o rei Saul, um sentimento voraz de inveja contra David (1 Samuel 18:8-9 Então, Saul se indignou muito, pois estas palavras lhe desagradaram em extremo; e disse: Dez milhares as deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão o reino?), é incrível que uma pessoa que só vez coisas boas sofra tamanha raiva, Saul então desse dia em diante perseguiria David (1 Samuel 18:9 Daquele dia em diante, Saul não via a Davi com bons olhos.).
            É, ao ser perseguido, David fugiu e sofreu com isto, teve baixa auto-estima e declarou isto em vários poemas seus, expressando a dor de sua alma (Salmos 17:9 dos perversos que me oprimem, inimigos que me assediam de morte; Salmos 17:11 andam agora cercando os nossos passos e fixam em nós os olhos para nos deitar por terra.), toda pessoa que sofre grande perseguição tem em si que a sua situação é de desespero, pois ela está cercada como um peixe; cercado pela rede do pescador. A sensação de uma pessoa que sofre baixa auto-estima por perseguição e de que os seus perseguidores são muitos, mais fortes do ele (Salmos 22:16 Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés.).
            Esta situação é muito difícil, é como estar escravo em si mesmo (Lamentações 3:7 Cercou-me de um muro, e já não posso sair; agravou-me com grilhões de bronze), uma escravidão que é comparada com a que os Africanos sofreram em nosso país na época da escravatura, a onde muitos mergulhava nas praias Brasileiras na esperança de atravessar o Oceano Atlântico e chegar ao continente a aonde eles eram livres, mas nenhum desses conseguiam. A baixa auto-estima provocada pela perseguição é um oceano, que ao contrário dos escravos Africanos que não conseguiam passar para o outro lado, você conseguirá nadar e chegar ao outro lado porque Deus está do seu lado (Isaías 43:2 Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti).
            E você já venceu um grande mar na sua vida, sim, este mar foi o útero de sua mãe você nadou mais de 8 milhões de quilómetro para alcançar o óvulo, sem ajuda de nada, apenas você, um vencedor, uma pessoa que sem dúvida estava ali para vencer, e que não deixou se cansar, este é você. Hoje você se encontra cansado de baixa auto-estima devido a perseguições e com muito medo de ir até ao fim nesta caminhada, siga enfrente não desiste de você devido aos que te perseguem, você vai conseguir, mesmo que pareça que muitas águas te cercam (Salmos 124:4-5 as águas nos teriam submergido, e sobre a nossa alma teria passado a torrente; águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma.), mas Deus estendera as suas mãos sobre a tua vida (Salmos 18:16 Do alto me estendeu ele a mão e me tomou; tirou-me das muitas águas.). Na história Bíblica que meditamos David conseguiu, Saul desistiu de perseguí-lo e se matou mais à frente. Mais uma vez te digo não desista, deixe que os que te perseguem se cansem e desistam de você.

3)      Situações contrárias:

            Todos nós já passamos por situações contrárias a que não queríamos, e isto é triste e delicado para a nossa alma. Às vezes não nos damos conta que estamos numa destas situações, é só quando vem a baixa auto-estima é que despertamos para isto, e nos deparamos com uma montanha a transpor. Jeremias, o profeta que citamos a início, também vivia em uma situação contrária, ele sofria pela situação de seu povo (Jeremias 4:19 Ah! Meu coração! Meu coração! Eu me contorço em dores. Oh! As paredes do meu coração! Meu coração se agita! Não posso calar-me, porque ouves, ó minha alma, o som da trombeta, o alarido de guerra.), talvez viver uma situação contrária seja realmente muito difícil, e seus resultados podem ver na vida de Jeremias.
            Jeremias sofreu por de mais, ele profetizava, ou seja, falava para que o povo não alcançasse o sofrer devido ao seu erro, mas o povo não lhe deu ouvido e aconteceu o que Jeremias predizia, e todos sofrerão. Nesta triste história podemos ver o efeito devastador que a baixa auto-estima provocada nestes casos pode resultar.
            O primeiro instante da baixa auto-estima é a tristeza incontrolável, a pessoa além de estar sem estima, não tem prazer na vida que esta vivendo, Jeremias declara (Jeremias 9:1 Prouvera a Deus a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em fonte de lágrimas! Então, choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo.), um choro constante é um sintoma muito comum nas pessoas que estão passando por momentos de baixo-estima, Jeremias triste pela situação de seu povo chorava de maneira incontrolável e de forma inconsolável. Uma outra característica é a perca de vontade de viver, a pessoa que deseja a morte ela não é covarde, ou odeia a vida, ela apenas cansou de viver a vida que está vivendo, e quer dar um fim em seu problema (Jeremias 20:14 Maldito o dia em que nasci! Não seja bendito o dia em que me deu à luz minha mãe!), a dor da baixa auto-estima é uma doença da alma (Lamentações 2:11 Com lágrimas se consumiram os meus olhos, turbada está a minha alma, e o meu coração se derramou de angústia por causa da calamidade da filha do meu povo; pois desfalecem os meninos e as crianças de peito pelas ruas da cidade.), é alma que grita, é alma que chora o sentimento de dor é interno.
            Numa situação adversa é natural que o ser humano fale de seus problemas, e tente até mesmo convencer as pessoas que estão o colocando naquela situação incomoda, mas em várias ocasiões as pessoas não dão atenção, o que está sofrendo devido a baixa auto-estima desiste de falar e apenas chora escondido (Jeremias 13:17 Mas, se isto não ouvirdes, a minha alma chorará em segredo por causa da vossa soberba; chorarão os meus olhos amargamente e se desfarão em lágrimas, porquanto o rebanho do SENHOR foi levado cativo.), se esconder é o outro problema da pessoa que sofre a baixo-estima, é difícil acreditar que algo vai mudar quando não se tem mais força para sonhar, a montanha se torna maior a cada dia e a cada momento as forças são menores.
            Mas, contudo Deus esta contigo a cada momento, a cada instante e você sem sombra nenhuma de dúvida é o maior alpinista da história, e conseguirá transpor este monte da baixo-estima, você já transpôs um monte na sua vida, melhor dizer, a maior montanha que existe, nesta época você era mui pequeno, e frágil, mas você não desistiu e escalou todas as montanhas para chegar no útero de sua mãe, não havia Everest que podia deter-te, hoje és grande, mas se sente pequeno devido a vários problemas, decepções, tragédias, mas eu sei que você ainda é o mesmo, levante a tua estima e seja você mesmo, um vencedor, transponha este monte, e seja um ser feliz.

Conclusão:

            É certo que passamos por vários problemas na nossa vida, mas, contudo não devemos perde a auto-estima, temos que saber que na vida existe vários momentos e que devemos passar por todos eles (Eclesiastes 3:1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu), ninguém foi criado apenas para sofrer ou para ser feliz, fomos criados para passar em toda e em qualquer situação, pois Deus nos fortalece (Filipenses 4:13 tudo posso naquele que me fortalece.), tanto na alegria como na tristeza ele é Deus. Você é capaz! Porque Deus te capacitou. Então vença a baixo-estima, e seja um vitorioso.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Os seis componentes do arrependimento



O arrependimento é uma graça do Espírito de Deus por meio da qual um pecador é humilhado em seu íntimo e transformado em seu exterior. A fim de proporcionar melhor entendimento, saiba que o arrependimento é um remédio espiritual formado de seis componentes especiais… Se um for deixado fora, o arrependimento perde o seu poder.

Componente 1: Percepção do pecado. A primeira parte do remédio de Cristo são olhos abertos (At 26.18). Este é um dos fatos importantes a observarmos no arrependimento do filho pródigo: ele caiu em si (Lc 15.17). Ele se viu como pecador e nada mais do que um pecador. Antes que um homem venha a Cristo, ele tem primeiramente de vir a si mesmo. Em sua descrição de arrependimento, Salomão considerou isto como o primeiro componente: “Caírem em si” (1 Rs 8.47). Uma pessoa deve, antes de tudo, reconhecer e considerar o que é o seu pecado e conhecer a praga de seu coração, antes que seja devidamente humilhado por ela. A primeira coisa que Deus criou foi a luz. Portanto, a primeira coisa que deve haver em uma pessoa arrependida é a iluminação. “Agora, sois luz no Senhor” (Ef 5.8). Os olhos são feitos tanto para ver como para chorar. Antes de lamentarmos pelo pecado, temos de vê-lo. Disso, podemos inferir que, onde não percepção do pecado, não pode haver arrependimento. Muitos que acham falhas nos outros não vêem nenhum erro em si mesmos… Pessoas são vendadas por ignorância e amor próprio. Por isso, não vêem o que deforma a sua alma. O Diabo faz com elas como o falcoeiro faz à sua ave: ele as cega e as leva encapuzadas ao inferno.

Componente 2: Tristeza pelo pecado. “Suporto tristeza por causa do meu pecado” (Sl 38.18). Ambrósio chamava essa tristeza de amargura da alma. A palavra hebraica que se traduz por ficar triste significa “ter a alma, por assim dizer, crucificada”. Isso precisa estar presente no verdadeiro arrependimento. “Olharão para aquele a quem traspassaram… e chorarão” (Zc 12.10), como se sentissem os cravos da cruz penetrando o seu lado. Uma mulher pode esperar ter um filho sem dores, assim como alguém pode esperar arrepender-se sem tristeza. Aquele que crê sem duvidar, põe sob suspeita a sua fé; aquele que se arrepende sem entristecer-se nos deixa incertos de seu arrependimento… Esta tristeza pelo pecado não é superficial; é uma agonia santa. Nas Escrituras, ela é chamada de quebrantamento de coração: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17); um rasgamento do coração: “Rasgai o vosso coração” (Jl 2.13). As expressões bater no peito (Jr 31.19; Lc 18.13), cingir o cilício (Is 22.12), arrancar os cabelos (Ed 9.3) – todas essas expressões são apenas sinais exteriores de tristeza.
Essa tristeza implica (1) tornar a Cristo precioso. Oh! quão precioso é o Salvador para uma alma atribulada! Agora, Cristo é, de fato, Cristo; e a misericórdia é realmente misericórdia. Enquanto o coração não estiver repleto de compunção, ele não estará pronto para o arrependimento. Quão bem-vindo é um cirurgião para um homem que sangra por suas feridas! (2) Implica repelir o pecado. O pecado gera tristeza, e a tristeza mata o pecado… A água salgada das lágrimas mata o verme da consciência. (3) Implica preparar-se para receber firme consolo. “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão” (Sl 126.5). O penitente tem uma semeadura de lágrimas, mas uma colheita deliciosa. O arrependimento rompe os abscessos do pecado, e, em seguida, a alma fica tranqüila… O ato de Deus em afligir a alma por causa do pecado é como o agitar da água que trazia cura, no tanque (Jo 5.4)

Contudo, nem toda tristeza evidencia o verdadeiro arrependimento… o que é esse entristecer piedoso? Há seis descrições:

1. A verdadeira tristeza espiritual é interior. É interior em duas maneiras: (1) é uma tristeza de coração. A tristeza dos hipócritas evidencia-se somente em sua face. “Desfiguram o rosto” (Mt 6.16). Mostram um rosto melancólico, mas a tristeza deles não vai além disso, como o orvalho que umedece a folha, mas não penetra a raiz. O arrependimento de Acabe foi uma exibição exterior. Seus vestidos foram rasgados, mas não o seu espírito (1 Rs 21.27). A tristeza segundo Deus avança mais além; é como uma veia que sangra internamente. O coração sangra por causa do pecado – “Compungiu-se-lhes o coração” (At 2.37). Assim como o coração tem a parte principal no ato de pecar, o mesmo deve acontecer no caso do entristecer-se. Paulo lamentava por causa da lei em seus membros (Rm 7.23). Aquele que lamenta verdadeiramente o pecado se entristece por conta das incitações do orgulho e da concupiscência. Ele se entristece por causa da “raiz de amargura”, embora ela nunca prospere até ao ponto de levá-lo a agir. Um homem ímpio pode sentir-se atribulado por pecados escandalosos; um verdadeiro convertido lamenta os pecados do coração.

2. A tristeza espiritual é sincera. É a tristeza pela ofensa, e não pela punição. A lei de Deus foi infringida, e seu amor, abusado. Isso leva a alma às lágrimas. Uma pessoa pode ficar triste e não se arrepender. Um ladrão fica triste quando é apanhado, mas não por causa do roubo, e sim porque tem de sofrer a pena… A tristeza piedosa se expressa principalmente por causa da transgressão contra Deus. Portanto, se não houvesse uma consciência a ferir, uma diabo a acusar, um inferno para servir de castigo, a alma ainda se sentiria triste por causa da ofensa praticada contra Deus… Oh! que eu não ofenda o meu bom Deus, nem entristeça o meu Consolador! Isso parte o meu coração!…

3. A tristeza espiritual Deus é repleta de confiança. É mesclada com fé… A tristeza bíblica afundará o coração, se a roldana da fé não o erguer. Assim como o nosso pecado está sempre diante de Deus, assim também a promessa de Deus tem de estar sempre diante de nós…

4. A tristeza espiritual é uma grande tristeza. “Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom” (Zc 12.11). Dois sóis se puserem no dia em que Josias morreu, e houve um enorme lamento fúnebre. A tristeza pelo pecado deve chegar a esse nível.
5. A tristeza espiritual é, em alguns casos, acompanhada de restituição. Aquele que, por injustiça, errou contra outrem, em seus bens, lidando com fraude, deve em sã consciência realizar a compensação. Há um mandamento claro quanto a isso: “Confessará o pecado que cometer; e, pela culpa, fará plena restituição, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e dará tudo àquele contra quem se fez culpado” (Nm 5.7). Por isso, Zaqueu fez restituição: “Se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais” (Lc 19.8).

6. A tristeza espiritual é permanente. Não são algumas lágrimas derramadas ocasionalmente que servirão. Alguns derramarão lágrimas ao ouvirem um sermão, mas isso é como uma chuva de abril – logo acaba – ou como uma veia aberta e fechada novamente. A verdadeira tristeza tem de ser habitual. Ó cristão, a doença de sua alma é crônica, e a recaída, freqüente. Portanto, você tem de tratar-se com remédio continuamente, por meio do arrependimento. Essa é a tristeza “segundo Deus”.

Componente 3: Confissão de pecado. A tristeza é um sentimento tão forte, que terá expressões. Suas expressões são lágrimas nos olhos e confissão nos lábios. “Os da linhagem de Israel… puseram-se em pé e fizeram confissão dos seus pecados” (Ne 9.2). Gregório de Nazianzo chamou a confissão de “um bálsamo para a alma ferida”.
A confissão é auto-acusadora. “Eu é que pequei” (2 Sm 24.17)… E a verdade é que por meio desta auto-acusação impedimos Satanás de acusar-nos. Em nossas confissões, nos identificamos com orgulho, infidelidade e paixão. Assim, quando Satanás, chamado de acusador dos irmãos, lançar essas coisas contra nós, Deus lhe replicará: “Eles já acusaram a si mesmos. Então, Satanás, você está destituído de motivos legítimos; suas acusações surgiram muito tarde…” Agora, ouça o que diz o apóstolo Paulo: “Se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1 Co 11.31).
Entretanto, homens ímpios, como Judas e Saul, não confessaram seus pecados? Sim, mas as suas confissões não eram verdadeiras. Para que a confissão de pecado seja correta e genuína, estas… qualificações precisam estar presentes:

1. A confissão tem de ser espontânea. Tem de surgir como a água que brota do manancial, livremente. A confissão do ímpios é obtida à força, como a confissão de um homem sob tortura. Quando uma faísca da ira de Deus atinge a consciência dos ímpios ou estão sob o temor da morte, eles se prostrarão em confissão… Mas a verdadeira confissão flui dos lábios tal como a mirra jorra da árvore ou o mel da colméia, espontaneamente…

2. A confissão tem ocorrer com contrição. O coração precisa ressentir profundamente o pecado. As confissões de um homem natural procede de seu íntimo assim como uma água que passa por um cano. Elas não o afetam de maneira alguma. Mas a confissão verdadeira deixa impressões que pungem o coração. Ao confessar seus pecados, a alma de Davi sentiu-se sobrecarregada: “Já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniqüidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças” (Sl 38.4). Uma coisa é confessar o pecado, outra coisa é sentir o pecado.

3. A confissão tem de ser sincera. Nosso coração precisa estar em harmonia com a confissão. O hipócrita confessa o pecado, mas o ama, assim como um ladrão que confessa os bens roubados e continua a amar o roubo. Quantos confessam o orgulho e a cobiça, com seus lábios, mas se deleitam neles ocultamente… Um verdadeiro cristão é mais honesto. Seu coração anda em harmonia com usa língua. Ele é convencido dos pecados que confessa e detesta os pecados dos quais é convencido.

4. Na confissão verdadeira, o crente especifica o pecado. O ímpio reconhece que é um pecador como todos os outros. Ele confessa o pecado de maneira geral… Um verdadeiro convertido reconhece seus pecados específicos. Ele se comporta à semelhança de uma pessoa enferma que vai ao médico e lhe mostra as feridas, dizendo: “Levei um corte na cabeça, recebi um tiro no braço”. O pecador entristecido confessa as diversas imperfeições de sua alma… Por meio de uma inspeção diligente de nosso coração, podemos achar alguns pecados específicos que tratamos com indulgência. Confessemos com lágrimas esses pecados, indicando-os pelo nome.

5. Um pessoa verdadeiramente arrependida confessa o pecado em sua fonte. Ela reconhece a contaminação de sua natureza. O pecado de nossa natureza não é somente uma falta do bem, mas também uma infusão do mal… Nossa natureza é um abismo e uma fonte de todo mal, dos quais procedem os escândalos que infestam o mundo. É essa depravação de natureza que envenena nossas coisas santas. Isso traz os juízos de Deus e paralisa em sua origem as nossas misericórdias. Oh! Confesse o pecado em sua fonte!…
Componente 4: Vergonha pelo pecado. O quarto componente no arrependimento é a vergonha. “Para que… se envergonhe das suas iniqüidades” (Ez 43.10). O envergonhar-se é a força da virtude. Quando o coração se enegrece por causa do pecado, a graça faz o rosto envergonhar-se com rubor – “Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face” (Ed 9.6). O filho pródigo, arrependido, ficou tão envergonhado de seus excessos que se julgava indigno de ser, outra vez, chamado filho (Lc 15.21). O arrependimento causa um acanhamento santo. Se Cristo não estivesse no coração do pecador, não haveria tanta vergonha se expressando no rosto. Há… algumas considerações sobre o pecado que nos causa vergonha:

1. Todo pecado nos torna culpados, e a culpa nos deixa envergonhados.
2. Em todo pecado, há muita ingratidão. E essa é a razão da vergonha. Abusar da bondade de Deus, como isso nos envergonha!… Ingratidão é um pecado tão grave, que Deus mesmo se admira dele (Is 1.2).
3. O pecado mostra o que somos, e isso nos causa vergonha. O pecado nos rouba as vestes de santidade. E nos deixa destituídos de pureza, deformados aos olhos de Deus; e isso nos envergonha…
4. Nossos pecados expuseram Cristo à vergonha. E não nos envergonharemos deles? Vestimos a púrpura; não vestiremos o carmesim?
5. Aquilo que nos deixa envergonhados é o fato de que os pecados que cometemos são piores do que os pecados dos incrédulos. Agimos contra a luz que possuímos.
6. Nossos pecados são piores do que os pecados dos demônios. Os anjos caídos nunca pecaram contra o sangue de Cristo. Cristo não morreu por eles… Com certeza, se sobrepujamos o pecado dos demônios, isso deve nos causar muita vergonha.

Componente 5: Ódio pelo pecado. O quinto componente do arrependimento é o ódio pelo pecado. Os eruditos distinguem dois tipos de ódio: o ódio das iniquidades e o ódio da inimizade.
Primeiramente, há um ódio ou abominação das iniquidades  “Tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniqüidades e das vossas abominações” (Ez 36.31). Um cristão verdadeiramente arrependido é alguém que detesta o pecado. Se uma pessoa detesta aquilo que faz seu estômago adoecer, ela deve, com muito mais intensidade, detestar aquilo que deixa enferma a sua consciência. É mais fácil abominar o pecado do que deixá-lo… Não amamos a Cristo enquanto não odiamos o pecado. Nuca anelamos o céu enquanto não detestamos o pecado.

Em segundo, há um ódio da inimizade. Não há melhor maneira de descobrir vida do que por meio do movimento. Os olhos se movem, o pulso bate. Portanto, para constatar o arrependimento, não há sinal melhor do que uma antipatia santa para com o pecado… O arrependimento correto começa no amor a Deus e termina no ódio ao pecado.

Como podemos discernir o verdadeiro ódio para com o pecado?
1. Quando a pessoa se mantém resoluta contra o pecado. A língua lamenta amargamente o pecado, e o coração o odeia, de modo que, embora o pecado se apresente de forma atraente, nós o achamos detestável e o abominados com ódio mortal, sem levarmos em conta a sua aparência agradável… O diabo pode vestir e disfarçar o pecado com prazer e proveito, mas um verdadeiro penitente, que tem ódio secreto pelo pecado, sente repulsa e não se envolverá nele.
2. O verdadeiro ódio pelo pecado é abrangente. Isso se aplica a dois aspectos: no que diz respeito às faculdades e ao objeto. (a) O ódio pelo pecado é abrangente no que concerne às faculdades da alma, ou seja, há um desgosto para com o pecado não somente no juízo, mas também na vontade e nas afeições. Há alguns que são convencidos de que o pecado é maligno e, em seu juízo, têm uma aversão para com ele. Mas acham-no agradável e têm satisfação íntima nele. Nesse caso, há um desprazer do pecado no juízo e um aceitação dele nas afeições. No verdadeiro arrependimento, o ódio pelo pecado está presente em todas as faculdades da alma; não somente no intelecto, mas, principalmente, na vontade. “Não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (Rm 7.15). Paulo não era livre do pecado, mas a sua vontade se posicionava contra o pecado. (b) O ódio pelo pecado é abrangente no que concerne ao objeto. Aquele que odeia um pecado odeia todos… Os hipócritas odeiam alguns pecados que mancham sua reputação, mas o verdadeiro convertido odeia todos os pecados: os pecados que produzem vantagem, os pecados resultantes de nossas inclinações naturais, as próprias instigações da corrupção. Paulo odiava as obras do pecado (Rm 7.23).
3. O verdadeiro ódio pelo pecado se manifesta contra o pecado em todas as suas formas. Um coração santo detesta o pecado por causa de sua contaminação natural. O pecado deixa uma mancha na alma. Uma pessoa regenerada aborrece o pecado não somente por causa da maldição, mas também por causa do contágio. Ele odeia essa serpente não somente por causa de sua picada, mas também por causa de seu veneno. Abomina o pecado não somente por causa do inferno, mas como o próprio inferno.
4. O verdadeiro ódio pelo pecado é implacável. O cristão genuíno nunca mais se conciliará com o pecado. A ira pode experimentar conciliação, porém o ódio não pode experimentá-la…
5. Onde há verdadeiro ódio pelo pecado, nos opomos ao pecado em nós mesmos e nos outros. A igreja de Éfeso não podia suportar aqueles que eram maus (Ap 2.2). Paulo repreendeu arduamente Pedro por causa de sua dissimulação, embora este fosse um apóstolo. Com insatisfação santa, Cristo expulsou os cambistas do templo (Jo 2.15). Ele não tolerou que o templo sofresse uma mudança. Neemias repreendeu os nobres por sua usura (Ne 5.7) e pela profanação do sábado (Ne 13.17). Aquele que odeia o pecado não suportará a iniqüidade em sua família – “Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude” (Sl 101.7). Que vergonha se manifesta quando os magistrados mostram força de espírito em suas paixões e nenhum heroísmo em suprimir o erro! Aqueles que não tem qualquer antipatia para com o pecado não conhecem o arrependimento. O pecado está neles como o veneno está em uma serpente e, por ser natural, lhe proporciona deleite.

Quão distantes estão do arrependimento aqueles que, ao invés de odiarem o pecado, amam-no! Para os santos, o pecado é um espinho nos olhos; para os ímpios, é uma coroa na cabeça – “Que direito tem na minha casa a minha amada, ela que cometeu vilezas? Acaso, ó amada, votos e carnes sacrificadas poderão afastar de ti o mal? Então, saltarias de prazer” (Jr 11.15). Amar o pecado é pior do que praticá-lo. Um homem bom pode precipitar-se cair em uma atitude pecaminosa, mas amar o pecado é desesperador. O que faz um porco amar o revolver-se na lama? O que faz um demônio amar aquilo que se opõe a Deus? Amar o pecado mostra que a vontade está no pecado; e, quanto mais a vontade estiver no pecado, tanto maior ele será. A obstinação faz com que não haja mais purificação para o pecado (Hb 10.26). Oh! quantos existem que amam o fruto proibido! Amam as imprecações e os adultérios. Amam o pecado e odeiam a repreensão… Portanto, quando os homens amam o pecado, apegam-se àquilo que será a sua morte e brincam com a condenação, isso indica que “o coração dos homens está cheio de maldade” (Ec 9.3). Isso nos persuade a mostrar nosso arrependimento por meio de um ódio amargo para com o pecado…
Componente 6: Converter-se do pecado. O sexto componente no arrependimento é converter-se do pecado… Esse converter-se é chamado de abandonar o pecado (Is 55.7), tal como um homem que abandona a companhia de um ladrão ou de um feiticeiro. É chamado de lançar para longe o pecado (Jó 11.14), como Paulo lançou de si aquela víbora, atirando-a ao fogo (At 28.5). Morrer para o pecado é a vida do arrependimento. No mesmo dia em que o crente se converte do pecado, deve se regozijar com um gozo eterno. Os olhos devem fugir de vislumbres impuros. O ouvido tem de fugir dos escárnios. A língua, do praguejamento. As mãos, dos subornos. Os pés, dos caminho das meretrizes. E alma, do amor à impiedade.
Esse converter-se do pecado implica uma mudança notável. Converter-se do pecado é tão visível, que os outros podem percebê-lo. Por isso, é chamado de uma mudança das trevas para a luz (Ef 5.8). Paulo, depois de ter recebido a visão celestial, ficou tão diferente, que todos se admiraram da mudança (At 9.12). O arrependimento transformou o carcereiro em um enfermeiro e médico (At 16.33). Ele cuidou dos apóstolos, lavou-lhes as feridas e serviu-lhes comida. Um navio se dirige ao leste; e o vento muda seu rumo para o oeste. De modo semelhante, um homem se encaminhava para o inferno, mas o vento contrário do Espírito soprou, mudou o seu rumo e o fez andar em direção ao céu… Essa mudança visível que o arrependimento produz em uma pessoa é como se outra alma se abrigasse no mesmo corpo.

Para identifica corretamente o converter-se do pecado, essas poucas coisas são necessárias:
1. Tem de haver um volver-se sinceramente do pecado. O coração é o primum vivens, a primeira coisa que vive. E tem de ser o primum vertens, a primeira coisa que se volve. O coração é aquilo por que o Diabo se empenha arduamente… No cristianismo, o coração é tudo. Se o coração não é convertido do pecado, ele não passa de uma mentira… Deus quer todo o coração convertido do pecado. O verdadeiro arrependimento não pode ter reservas nem outros ocupantes.
2. Tem de haver um volver-se de todo pecado. “Deixe o perverso o seu caminho” (Is 55.7). Uma pessoa verdadeiramente arrependida abandona o caminho do pecado. Ela deixa todo pecado… Aquele que esconde um subversivo em sua casa é um traidor da nação. E aquele que satisfaz um pecado é um hipócrita traiçoeiro.
3. Tem de haver um volver-se do pecado por motivos espirituais. Um homem pode restringir seus atos de pecados e não converter-se do pecado da maneira correta. Atos de pecados podem ser restringidos por temor ou desígnio, mas uma pessoa verdadeiramente arrependida deixa o pecado com base em um princípio espiritual, ou seja, o amor de Deus… Três homens perguntaram um ao outro o que os fizera abandonar o pecado. Um disse: “Acho que são as alegrias do céu”. Outro respondeu: “Acho que são os tormentos do inferno”. Mas o terceiro disse: “Acho que é o amor de Deus; e isso ainda me faz abandonar o pecado. Como eu ofenderia o amor de Deus?”

Extraído de The Doctrine of Repentance, reimpresso por The Banner of Truth Trust.
Fonte: Sítio da Editora Fiel