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domingo, 30 de setembro de 2012

Percebendo pelo poder de Deus: a natureza da verdadeira força e a Glória de Deus


II Co. 4. 4-7...nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.  Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.  Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.  Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.

Introdução:

Nesta epístola é apresentado um habito da humanidade, o de “julgar o livro pela capa”. A igreja de Corinto parece ter cedido à impressão imediata: que seria por aspecto, por aparência, por normas mundanas de sucesso. Hoje este perigo assola os cristãos modernos, pois muitos começam acreditar em sua própria notoriedade, em sua própria glória, ou ainda, crer que o sucesso é eterno.

Corinto era estimulada humanamente a ser desta forma. Esta cidade situava-se na principal rota marítima de Roma para o oriente, isto a transformara em uma importante cidade da Grécia. Fazendo-a valorizar o poder do dinheiro e glória em si mesma.

Esta Igreja foi fundada por Paulo como é relatado no livro de Atos dos Apóstolos, contudo após um tempo o apóstolo segue a fundar outras Igrejas. Num determinado tempo Paulo recebe notícia perturbadora concernente a esta Igreja. Destarte a isto, escreve a primeira epistola a esta igreja. O apóstolo retorna a segunda vez a Corinto, esta visita é chamada de “visita dolorosa”, este nome expressa os resultados desanimadores como nos é relatado (II Co. 2:1 Portanto, para não entristecê-los de novo, eu resolvi não ir ver vocês.). Julgando pela aparência o apostolo Paulo fracassou, mediante a este fracasso, deixa a cidade desencorajado e, escreve a “carta severa” que é mencionada em (II Co 2:4; 7:8-9), esta carta foi perdia. Contudo, quando é lido 2 Coríntios  notamos que a “Carta Severa” produziu bons frutos, e que renovou o apóstolo a retornar a Corinto para compartilhar sua alegria.

Entretanto, Corinto ainda tinha pessoas que estavam seguindo pregadores mais excelentes do que Paulo (no aspecto humano), que são denominados de “mais excelentes apóstolos” (II Co. 11:5; 12:11). Esses mestres, impressionantes no exterior, contrapõem ao exterior canhestro de Paulo. Sendo assim Paulo escreve segunda coríntios, que relata primeiro as coisas óbvias, e depois o que só poderá ser percebido pelo poder de Deus.


I) A aparência enganadora


a) A aparente força

A igreja de Corinto era engodada por “mestres que se transfiguraram em apóstolos” (II Co 11:13).  Estes eram pregadores profissionais abarcados de jargões de efeito, postura arrogante, verdadeiros profissionais que nada se parecia com o velho Paulo, que era obcecado em anunciar o evangelho; gastando a sua vida de um lado ao outro, apregoando a salvação em Cristo. Os “Excelentes Apóstolos”, denominados jocosamente por Paulo, produziam magníficas cartas de recomendação colocando-os acima de qualquer suspeita (II Co 3:1). Tais produziam elogios sobre si mesmos (II Co 10:12), homens que se vangloriavam em sua própria força.

Esta epístola foi escrita no primeiro século e, relata a vaidade humana de gloriar-se em si mesma, da mesma forma que é comum hoje no século 21. O apóstolo Paulo pode se referir a se “gloriar segundo a carne” (II Co 11:18), porque se gloriar é intemporal, ou seja, só Deus pode se Gloriar.


b) A aparente fraqueza

O mundo real é cheio de fraquezas humanas, e de dificuldades inevitáveis, motivo por que Paulo fala de forma enfática de seus gemidos nesse corpo debilitante (II Co. 5: 2-4 Por isso gememos enquanto vivemos nesta casa de agora, pois gostaríamos de nos mudarmos já para a nossa nova casa no céu. Aquela casa será o nosso corpo celestial, e, quando nos vestirmos com ele, não ficaremos sem corpo.  Gememos aflitos enquanto vivemos nesta barraca, que é o nosso corpo. Isso não é porque queiramos ficar livres do nosso corpo terreno; o que desejamos é receber o corpo celestial para que a vida faça com que o que é mortal desapareça). Neste mundo sempre a igreja irá precisar de um Deus que lhe console (II Co 1:4 É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus).


b.1) O Pobre, e sua aparente fraqueza

O mundo sempre teve pobres, pessoas que literalmente necessitam do amor do próximo para sobreviver, tais são considerados aparentemente fracos. Nos capítulos 8 e 9 de sua segunda epístola aos coríntios, Paulo expressa sua preocupações com os pobres de Jerusalém, e conclama os irmãos da Turquia e Grécia a participarem de coletas para ajudar os menos afortunados de Jerusalém e, faz referencia à pobreza dos irmãos da Macedônia que ajudaram na coleta.
1. Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; 2.  porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. 3.  Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, 4.  pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. (II Co. 8: 1-4)

As aparentes fraquezas da pobreza dos macedônios não o impediram de darem uma ajuda abundante aos necessitados.


b.2) Paulo, e sua aparente fraqueza

O apostolo Paulo ao contrário dos que se vangloriavam e se colocavam em estado de perfeição absoluta, reconhecia o seu estado de aparente fraqueza. Logo no primeiro capítulo ele declara (II Co. 1:8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida). Mais adiante no quarto capítulo da mesma epístola, Paulo lança mão de palavras desesperada em relação a si (II Co. 4:8-10 Em tudo somos atribulados... perplexos...abatidos... e trazendo sempre por    toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso Corpo...), mais à frente no versículo (17) Paulo refere a esta lista como sua “tribulação”. A declaração de Paulo nada  aprecia com as dos Hiper Apóstolos, no capítulo 7:5 diz: “Porque, mesmo quando  chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combate, temores por dentro” , não há segredo da fraqueza humana em Paulo.

Paulo, era fraco corporalmente pois foi surrado (II Co 11:24) e a sua reputação estava em frangalho pois sofreu prisões, perseguições e difamações (II Co. 6:4-8); e ainda  tinha um sofrimento que lhe atribuía o perpétuo estado de fraqueza, descrito como um “espinho na carne” (II Co 12:7-8). Entretanto, Paulo era o que representava melhor a Cristo e não os “Hiper Apóstolos”. O aparente fraco Paulo declara em (II Co 5:20a De sorte que somos embaixadores da parte de  Cristo, como se Deus por nós rogasse...), Deus escolheu o fraco Paulo em vez dos fortes aos seus próprios olhos. Mas será que Deus escolheria um vaso fraco, em vez de um forte?


b.3) Deus, e sua aparente fraqueza

Parece absurdo a conjectura de uma aparente fraqueza de Deus, todavia Paulo chocou os leitores com algumas declarações quando compartilha as suas provações. Logo no primeiro capítulo é expresso “Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte (II Co. 1:9a)”,  uma frase tão obscura, mas que é reescrita com algumas modificações no quarto capítulo (II Co 4:10a levando sempre no corpo o morrer de Jesus...), que emana a compreensão, de que Paulo carrega em seu corpo a exposição da morte de Jesus para que todos vejam. É imprescindível responder a pergunta: Por quem e, para quê, Paulo foi enviado? Paulo foi enviado por Cristo, para ser seu representante e anunciar as Boas Novas de salvação. Representar a Cristo é representar a “mansidão e benignidade de Cristo (II Co 10:1)”, isto quer dizer que deve seguir a aparente fraqueza de Deus (II Co 8:9 pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos) .

Cristo se fez pobre (II Co 8:9). Ele sofreu por todos (II Co 1:5). Ele morreu por todos (II Co 5:14). Ele foi crucificado em fraqueza (II Co 13:4 Porque, de fato, foi crucificado em fraqueza; contudo, vive pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos, com ele, para vós outros pelo poder de Deus.). Paulo afirma que ele expõe isto em seu próprio corpo.

Este Deus aparentemente fraco, fortalece toda a humanidade que crer, por esta ser, co-participante em seus sofrimentos.


II) O poder de Deus nos tornando perceptivo

O mundo é compreendido mediante o poder de Deus que cura a cegueira que o diabo coloca nos olhos da humanidade para que não resplandeça a luz da glória de Deus (II Co 4: 4), é impossível compreender a verdadeira força e a glória de Deus se não for por fé (II Co 5:7 visto que andamos por fé e não pelo que vemos.). Este poder faz com que os que estão em Cristo enxergue que nas aparentes fraquezas se revelam o poder e a Glória, como naquele Cristo, que morre em fraqueza ressuscitou em glória (II Co 5:16 Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo). Quando o poder de Deus é derramado, é demonstrado que a guerra espiritual não é vencida segundo a fortaleza da carne, mas sim, segundo o poder de Deus (II Co 10:3-4  Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne.  Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas...), isto ocorre, pois o poder de Deus nos torna perceptivo a natureza da verdadeira força e da Glória de Deus.

a)      Percebendo a natureza da verdadeira força

A verdadeira força não procederá da ausência de tribulação, mas sim no compreender que usará tais tribulações para a glória do nome dEle (II Co 1:4 É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus), a verdadeira força esta na compreensão do Deus que ressuscita os mortos (II Co 1:9-10), e permanecer em pé em meio às dores pela fé em Deus (II Co 1:24), o  cristão não é suficiente em si mesmo, mas no Deus que lhe salvou.

O cristianismo é o ato do fraco confiar em Cristo, então todo cristão é fraco, pois ele depende exclusivamente de Deus para vencer a sua batalha.  Quando alguém reconhece ser fraco, Deus o fortalece (II Co. 12:10  Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte). Esta certeza  de Paulo deve-se a compreensão de que se ele  vence os percalços desta vida, vence mediante a glória de Deus em sua vida (II Co 10:17 Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor). A verdadeira  força vem do Senhor!!!

b)      Percebendo a Glória de Deus

A glória de Deus  é a realidade intrínseca e, a manifestação exterior do poder e do caráter de Deus. Esta glória, e poder é manifesta através de todos que vivem de acordo com o evangelho de Deus (II Co 3: 18  E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito).

Deus quer que os que se aproximam dEle, se lancem em seus braços, e se tornem dependentes do seu poder mesmo que estes sejam frágeis como vaso de barro (II Co 4:7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós), isto para sabermos que  a glória de Deus se manifesta nos simples de coração. Esse  é o ponto desta epístola.

Conclusão

A aparente fraqueza torna fortaleza quando o cristão compreende que Jesus morreu por ele (II Co 5:14-15  Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.), ao viver para Deus, somo inseridos em sua força e em sua Glória. E será ouvida de Deus a minha graça te basta (II Co 12: 9  Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo),  pois é esta graça a virtude do poder e da Glória de Deus em   Cristo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A MENTIRA CONTRA A VERDADE


SALMO 12


Embora este Salmo pertença ao vasto grupo dos lamentos perante o sucesso dos que praticam o mal (por exemplo Sl 7; 10; 17; 25; 37), o tema respectivo é mais especializado do que o de alguns. A atividade dos ímpios é primariamente sentida pelos inocentes e pelos piedosos como se desenvolvendo no domínio da fala, isto é, uma falsificação e perversão do dom divino da linguagem. Pelo que a intervenção de Deus deve ser não só por meio de atos, mas também por palavras. O poema expressa a pureza real da palavra de Deus em oposição às plausíveis reivindicações de lábios vãos.

>Sl-12.8

a) A tendência social (1,8)

O primeiro e os últimos versos oferecem um esboço da corrupção contemporânea da sociedade em que homens indignos e baixos ocupam posições de influência e de poder, de tal modo que a impiedade é abertamente aprovada enquanto os homens retos, de fé piedosa, são forçados a sair da vida pública.

>Sl-12.2

b) A língua lisonjeira e enganosa (2-4)

A comunicação entre os homens está crivada de falsidade, lisonja, duplicidade, e vaidade de discursos (cfr. Tg 3.5-10 Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede à bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim). O Senhor cortará (3). Melhor, "Que o Senhor corte...". O auge do orgulho humano é atingido quando os homens forjam a linguagem numa arma de tal forma poderosa que a publicidade enganosa parece invencível (4).

>Sl-12.5

c) A verdade sublime (5-6)

Embora os homens vãos e vis desdenhem do homem pobre que clama a Deus, o seu desprezo é tão destituído de fundamento como o seu orgulho. A verdade é que Deus está absolutamente consciente da opressão dos fiéis e intervirá no devido momento para nos trazer a segurança. Aquele para quem eles assopram (5). Como prata refinada em forno (6). Esta imagem de um cadinho do qual a prata plenamente refinada é vazada em modelos postos em terra, é uma ilustração adequada da pureza, valor e aplicabilidade, às necessidades terrenas, da palavra divina rapidamente revelada e preservada para sempre. Noutros lugares, no Velho Testamento, o processo de refinação é quase sempre aplicado aos filhos de Deus que são purificados na fornalha da aflição.( Cfr. Ez 22.17-22 E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, a casa de Israel se tornou para mim em escórias; todos eles são bronze, e estanho, e ferro, e chumbo no meio do forno; em escórias de prata se tornaram. Portanto assim diz o Senhor DEUS: Pois que todos vós vos tornastes em escórias, por isso eis que eu vos ajuntarei no meio de Jerusalém. Como se ajuntam a prata, e o bronze, e o ferro, e o chumbo, e o estanho, no meio do forno, para assoprar o fogo sobre eles, a fim de se fundirem, assim vos ajuntarei na minha ira e no meu furor, e ali vos deixarei e fundirei. E congregar-vos-ei, e assoprarei sobre vós o fogo do meu furor; e sereis fundidos no meio dela. Como se funde a prata no meio do forno, assim sereis fundidos no meio dela; e sabereis que eu, o SENHOR, derramei o meu furor sobre vós;   Malaquias 3:3E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao SENHOR trarão oferta em justiça).

>Sl-12.7

d) Confiança plena (7)

A palavra de Deus que foi aclamada tão fervorosamente (6) é agora apropriada pelo coração movido de confiança. Porque Deus é bom (5) e a Sua palavra verdadeira, pode-se confiar inteiramente no fato de que Ele guardará em segurança os piedosos mesmo no meio de uma geração perversa e torcida. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Não se esqueças quem tu és, mesmo que nada te lembre



Texto Bíblico: Ele me levou de um lado para outro, e pude ver que era enorme o número de ossos no vale, e que os ossos estavam muito secos. Ele me perguntou: "Filho do homem, esses ossos poderão tornar a viver?" Eu respondi: "Ó Soberano Senhor, só tu o sabes". Ezequiel 37:2-3 (NVI) Tradução do autor (E Ele disse-me: o homem pode reviver esses ossos, e disse ao Senhor Deus tu sabes. V.3 Allepo Codex)
Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do fel. Minha alma certamente disto se lembra, e se abate dentro de mim. Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade. (Lamentações 3:19-23 RCF)
Então disse YHVH a Josué: Eis que entreguei na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos ilustres em valor. Vós todos os homens de guerra rodeareis a cidade, contornando-a uma vez. Assim fareis por seis dias. (Josué 6:2-3 SBB)

Introdução:

Não se esqueças quem tu és, mesmo que nada te lembre. É um título que exprime um ensinamento para todo o ser  humano; o de não se prostrar  mediante as adversidades  do momento.

Este entendimento será passado mediante a três trechos da Bíblia que remetem aos períodos históricos de Israel, donde dois permeiam o mesmo sofrer e um antagônico, num período de glórias e vitórias.

O primeiro trecho é o de Ezequiel. Que foi chamado ao ministério profético provavelmente em julho de 593 a. C., e continuou seu ministério por 22 anos até receber o seu último oráculo em abril de 571 a. C. (Ezequiel 29:17). Seu ministério coincide com o período mais tenebroso de Jerusalém e, antecede em 7 anos a destruição desta cidade em 586 a. C., continuado 15 anos depois desta data. O “Vale de ossos secos” é a sexagésima segunda profecia deste livro que demonstra em símbolos proféticos o estado de opróbrio de Israel. O segundo trecho é o de Lamentações donde o nome em hebraico é uma interrogação ‘eykah (Como...!). Este livro é anônimo, entretanto é atribuído pela tradição rabínica a Jeremias. Jeremias foi testemunha ocular do juízo divino contra Jerusalém e, o Livro de Lamentações relata de modo pungente o censo avassalador daquela perca, com ávida tristeza. O terceiro trecho é do livro denominado Josué. Este livro leva o nome de seu protagonista, Josué, um líder glorioso num período glorioso; segundo achados arqueológicos coloca esta narrativa em torno de 1.250 a. C., data de invasão da cidade de Canaã, que é um período de vitórias e de expansão da nação de Israel.

A  observância da história de Israel sempre proporcionará ensinamentos concernentes ao poder e da soberania de Deus, e mostra para todos que crêem em Deus o seu amor, sua fidelidade e a sua salvação.

1)      Momentos deploráveis do viver

A história do povo Judeu é marcada pela grande presença de Deus, mas também é marcada pela dor de percas terríveis. Em Ezequiel no capítulo 37:2 fala do estado lastimável em que toda nação ficou depois da ultima invasão da Babilônia em 586 a. C., no dia 14 de agosto de 586 a. C., a cidade e o Templo foram queimados. O glorioso povo de Deus, foi reduzido a ossos ressecados, que nada lembrava a gloria do passado, apenas dor e lamento.

No livro de Lamentações é demonstrado pela dor do escritor o sentimento de uma nação (Lamentações 2:19. Levanta-te, clama de noite no princípio das vigias; derrama o teu coração como águas diante da presença do Senhor; levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas), não havia esperança pois em todas as esferas, esta nação estava sendo oprimida.

Como ocorreu com nesta nação, em momentos diversos na vida acontece com seres humanos, por razões diversas são colocados em momentos de grandes dores. Estas dores e lamentos tiram a vida, mesmo que estejam estes ainda vivos (Lamentações 3:6. Fez-me morar nas trevas como os mortos do tempo antigo).

Ossos ressecados expressam em símbolo profético que estes não teriam mais chances de serem ressuscitados, por não terem mais os seus corpos, nenhum outro profeta na  Bíblia teve uma experiência assim (Tradução do autor Ezequiel 37:3. E Ele disse-me: o homem pode reviver esses ossos, e disse ao Senhor Deus tu sabes. Allepo Codex), todavia a resposta de Ezequiel é contundente “Senhor Deus tu sabes”, só a plena confiança em Deus poderia resultar num grande milagre (Deuteronômio 32:39. Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum deus há além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro, e ninguém há que escape da minha mão.),  a resposta final viria de Deus para acabar com uma situação tão calamitosa.

2)      Em momentos deploráveis não se esquecer de Deus

Esta nação esqueceu de quem eles eram, a quem eles serviam (Jeremias 3:21 Nos lugares altos se ouviu uma voz, pranto e súplicas dos filhos de Israel; porquanto perverteram o seu caminho, e se esqueceram do SENHOR seu Deus), desta feita esqueceram quem eram, e pensavam ser apenas uma nação sem vida (Lamentações 5:3. Órfãos somos sem pai, nossas mães são como viúvas.). Estes miseráveis na verdade era a mesma nação poderosa do livro de Josué.

Em Lamentações 3:21 está escrito “Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança”, em momentos deploráveis deverá remeter os pensamentos naquilo que fará resgatar a sua verdadeira identidade, mesmo que este pensamento seja contrário a tudo que é de real no momento de seu viver (Lamentações 3:19-20. Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo, e a minha alma desfalece dentro de mim.). Mesmo que estejas como em uma cova e, se seus inimigos lhe apedrejem, nunca deverás esquecer de Deus (Lamentações 3:52-58. Aqueles que, sem motivo, eram meus inimigos caçaram-me como a um passarinho. Procuraram fazer minha vida acabar na cova e me jogaram pedras; as águas me encobriram a cabeça, e cheguei a pensar que o fim de tudo tinha chegado. Clamei pelo teu nome, Senhor, das profundezas da cova. Tu ouviste o meu clamor: "Não feches os teus ouvidos aos meus gritos de socorro". Tu te aproximaste quando a ti clamei, e disseste: "Não tenha medo". Senhor, tu assumiste a minha causa; e redimiste a minha vida.), ao não esquecer de Deus, poderás clamar a Ele e este lhe responderá, e restaurará a sua identidade.

Ao restaurar a sua identidade Deus lhe mostrará quem tu és na presença dEle, e te ensinará que embora estejas em tristezas, Ele tem por ti amorosa fidelidade (Lamentações 3:32. Embora ele traga tristeza, mostrará compaixão, tão grande é o seu amor infalível.) e, que o seu amor e a sua misericórdia renovam-se sempre (Lamentações 3:22-23. Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade!). E assim saberás que a sua porção vem do Senhor, e a sua espera está nEle (Lamentações 3:24-26. Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança. O Senhor é bom para com aqueles cuja esperança está nele, para com aqueles que o buscam; é bom esperar tranqüilo pela salvação do Senhor).

3)      Cerques a cidade pois o Senhor lhe restaurou com seu espírito

Aquele povo destruído seria restaurado pelo o Espírito de Deus como está escrito em Ezequiel 37: 1-14, e de osso secos reergueria como um exército forte, Deus os tirou da sepultura (Ezequiel 37:12. Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu abrirei os vossos sepulcros, e vos farei subir das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.), estes mortos, sem esperança eram o povo de Deus, a nação da  que tinha a promessa de Deus (Deuteronômio 7:6. Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a terra.). Assim também é em sua vida, você é escolhido de Deus, erga-te e tome posse da promessa que Deus lhe prometeu; não tema, Deus é contigo! (Josué 1:9. Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares)

Deus tornou a suscitar a coragem daquele povo, para  fazer as mesmas maravilhas do passado. E mostraria a eles que não haveria muralhas que pudessem detê-los era só ouvir e obedecer à voz do Senhor, e seguir doravante em busca de sua vitória, que as muralhas ruiriam ao  chão (Josué 6:2-3 SBB. Então disse YHVH a Josué: Eis que entreguei na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos ilustres em valor. Vós todos os homens de guerra rodeareis a cidade, contornando-a uma vez. Assim fareis por seis dias). Deus fará ruir as muralhas que te impede de entrar na terra da promessa, e todos verão que Deus é contigo creia.

Conclusão

Como na história de Israel, que o Senhor Deus, lembrou-os de quem eram, assim será também na vida de indivíduos que compõe a historiografia da humanidade, com suas histórias anônimas. Não a para Deus diferenças em seu agir; o seu poder foi manifesto para salvar a nação escolhida e, hoje o seu poder será usado para salvar todos os seus escolhidos no Mundo inteiro.

As angustias do tempo moderno tiram a vida de pessoas, sonhos e a alegria de viver. Entretanto, Deus não quer que se esqueças de quem tu és, mesmo que nada te lembre que és mais do que um vencedor (Romanos 8:37. Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.).

Não esqueças jamais que Deus te amou primeiro (1 João 4:19. Nós amamos, porque ele nos amou primeiro), e pelo seu amor lhe concedeu a vitória em Cristo Jesus, o nome sobre todo o nome (Filipenses 2:9. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.), então siga! E vença, no nome de Jesus!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

UM CÂNTICO DE CONSTÂNCIA

SALMO 11


O tema da confiança serena em Deus, mesmo em presença do perigo, é o mesmo que caracterizou o Sl 7 e é um tópico freqüente no Saltério (ver, por exemplo, 23; 27; 34). Este poema reflete a atitude de Davi na ocasião em que alguns amigos o aconselharam a fugir da inveja chocante de Saul mesmo antes da terceira e mais séria tentativa contra a sua vida (ver Sm 18.11; 19.10). O corpo do Salmo, isto é, os versos 1b-6, expressa dois pontos de vista diferentes; a conclusão do Salmista é dada no verso 7 e a sua afirmação pessoal de fé é feita no início (1a).

a) O aviso da prudência (1-3)

O conselho Fugi como pássaro... que pode fazer o justo? Pode ter sido dado a Davi por amigos seus ou pode representar a voz do expediente no próprio coração de Davi. O aviso foi atendido eventualmente e Davi, com uns poucos amigos, procurou refúgio em lugares remotos das colinas. O verso 2 baseia-se numa tentativa real para matar Davi com um dardo de arremesso, mas a frase armam o arco é muitas vezes usada com referência a um ataque hostil por meio da ação ou da palavra (cfr. Sl 7.12; Sl 37.14; Jr 9.3). Ocultas (2); ler antes "nas trevas". No verso 3, o argumento é fortalecido por meio de um apelo a considerações gerais: "Onde quer que os fundamentos da sociedade se encontrem minados e destruídos pela ação de reis e conselheiros que ignoram a honra e a justiça, o que têm feito os homens bons e justos a fim de evitar tal colapso?" Será que Davi presume fazer o que outros grandes homens não têm realizado?

>Sl-11.4

b) A vigilância que Deus exerce (4-7)

Acima e contra o perigo dos acontecimentos correntes e a aparente ineficácia da inocência (2c) e da justiça (3b) encontra-se a suprema e vigilante santidade de Deus. Aquele cuja habitação é o Céu, e cuja autoridade está entronizada sobre todos, está não obstante e sem cessar a escrutinar o comportamento de todos os homens (cfr. Sl 33.13-18; Sl 94.9; plenamente desenvolvido no Sl 139) e a submeter os piedosos a várias provas experimentais (cfr. Tg 1.12). Ele não reage de modo incerto ao que vê: sobre os piedosos Ele estende a Sua presença protetora; sobre os ímpios, cujos atos Lhe são repugnantes, Ele envia os desastres de calamidades naturais (cfr. Gn 19.24; Sl 18.7-14).

Perante estes dois aspectos diferentes da vida (ver a e b acima) o salmista não hesita em adotar o último e em se entregar Àquele Senhor que está sempre vigilante e que ama os que buscam a justiça. Num contraste absoluto com os dias alvoroçados de luta e de incerteza de vida no meio de uma corte enganosa, o coração que firme e perseverantemente confia no Senhor, depois de ser provado (5) terá paz na Sua presença. Cfr. Ap 22.4. 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A URGÊNCIA DA PETIÇÃO


Salmo 10


Alguns manuscritos hebraicos, bem como a versão dos Setenta, mostram este Salmo simplesmente como uma continuação do nono. Como prova disto, verifica-se que do verso 12, em diante, há um recomeço da estrutura alfabética. Além disso, os primeiros onze versículos constituem um desenvolvimento da oração com que termina o Sl 9, de modo que se verifica uma certa semelhança de tema, nomeadamente, um descanso extremo em Deus a fim de alcançar o livramento da pressão dos homens maus. Contudo, as diferenças entre os dois Salmos são suficientes para justificar a idéia tradicional de que é uma composição separada e posterior, embora escrita de modo a condizer com a outra. (Notem-se frases em correspondência como Sl 9.9a e Sl 10.18; Sl 9.9b e Sl 10.1b; Sl 9.12b e Sl 10.12b; Sl 9.19a e Sl 10.12a). Este poema compreende duas partes principais.

a) Por que fica Deus em silêncio quando abunda a impiedade? (1-11)

Os homens perversos e as suas ações nunca prosperariam se a justiça divina imediatamente fizesse cair o juízo sobre a sua impiedade. Mas, por outro lado, a impiedade nunca forjaria a sua própria condenação a menos que a prática do mal se concretizasse e achasse alguma expressão. A perplexidade do Salmista (1-2) manifestou-se porque Deus continua a parecer indiferente durante muito tempo mesmo depois que a injustiça entre o Seu povo se tornou flagrante, freqüente e objetiva (cfr. Salmos como 22; 35; 37; 38; 73). Sejam apanhados (2). Segundo a tradução inglesa, à margem, é melhor considerar esta frase como um caso de paralelismo de pensamento invertido. Não são os ímpios que são "apanhados", mas "o pobre".

>Sl-10.3

Os vers. 3-11 apresentam uma descrição pormenorizada dos caminhos dos ímpios. São caracterizados, antes de mais nada, pela suficiência própria baseada no sucesso mundano. O ímpio gloria-se (3); isto é, canta louvores a si mesmo, fazendo dos seus próprios desejos o seu deus (cfr. Hc 1.15-16). As palavras que se seguem são difíceis. Em relação ao verso 4, note-se o Sl 14.1 e Jó 21.14-15. Não é propriamente o fato de que o homem perverso nega a existência de Deus (o ateísmo era virtualmente desconhecido entre os judeus neste tempo), mas que ele põe a ridículo o princípio de que Deus esteja preocupado com o comportamento do homem (5-6). A ausência de uma punição imediata sobre aqueles que praticam o mal é sempre um forte argumento para um pecador cujos valores, que reconhece, estão inteiramente situados neste mundo, de modo que mesmo a morte constitui pequena ameaça para ele (veja-se a veemência de Jó a este respeito em Jó 21.17). Há também uma falsidade interior que brota dos seus maus desejos. O sentimento de culpa adiciona-se à cegueira e isto se expressa primeiramente através da fala (7) e depois por meio de ações ocultas contra os inocentes e aqueles que se encontram sem auxílio (8). Estas práticas cruéis são descritas outra vez no verso 9, o espírito enganador é declarado de novo no verso 10 e a falsidade primária do seu discurso é expressa mais uma vez no verso 11.

>Sl-10.12

b) Um apelo a Deus para intervir (12-18)

Excetuando o verso 1, o tema da primeira parte do Salmo tem sido os "ímpios", a quem foram feitas dezenas de referências. Na segunda parte o tema é O Senhor é Rei (16) e Ele é mencionado uma dúzia de vezes. A direção do pensamento muda dos pormenores das práticas ímpias para as características do governo de Deus. Estas estão inteiramente em desacordo com as noções dos homens perversos cujas convicções interiores a respeito da indiferença de Deus são completamente falsas. As aflições do Seu povo não são apenas observadas, mas tornam-se em oportunidades para a ação divina (14). O Salmo torna-se assim um apelo a Deus para que Ele intervenha e elimine a impiedade (15). Além disso, porque Deus é o Rei eterno, o estabelecimento da verdade e a restauração dos corações sobrecarregados e oprimidos são tão certos como se já estivessem virtualmente concretizados (17-18). A incidência do julgamento divino nos assuntos humanos era considerada inteiramente secundária em relação ao seu caráter inevitável. Foi esta última convicção que impeliu o Salmista a rogar a Deus que apresse a Sua intervenção (12). Esta conclusão é paralela à do Salmo precedente, mas a oração dos vers. 17-18 é caracterizada pela serenidade e confiança enquanto que Sl 9.19-20 exprime veemência e desassossego. O homem... da terra (18). Ver Gn 3.19. Uma referência à fragilidade humana do homem e à sua decadência final.