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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A Escolha de Deus na Salvação (II Parte)


A eleição é: Pessoal e individual
A escolha de Deus também é descrita biblicamente como sendo pessoal e individual (Rom. 9:15). Quando dizemos que a natureza da escolha de Deus é pessoal queremos entender que a eleição de Deus foi por pessoas individualmente conhecidas por Ele antes da fundação do mundo (Efés. 1:4). A eleição para salvação é para indivíduos e não pelas ações destes indivíduos. Esse fato podemos entender pelos próprios pronomes usados concernente à eleição. Pela Bíblia encontramos pessoas chamadas segundo o propósito de Deus (Rom. 8:28). Essas mesmas pessoas, e não a suas ações, são dadas como sendo dantes conhecidas e predestinadas por Deus (Rom. 8:29). Em Romanos 9:10-16 temos até o nome citado de um homem que Deus escolheu antes deste ter nascido ou de fazer bem ou mal, mas, "para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme". Falando de Israel, como uma nação, Deus confortava o Seu povo firmando que Ele amava eles com um amor eterno. Foi pelo amor eterno, e não por uma ação futura deste povo, que motivou Ele "com benignidade" de os atrair (Jer 31:3). É pela ordenação de Deus que os salvos chegam a crer (Atos 13:48) e não vice-versa, ou seja, não foram ordenados à salvação por terem cridos. A ordenação divina foi primeira. A fé salvadora veio depois e por causa da ordenação. Por isso podemos enfatizar que os salvos são pessoalmente e individualmente conhecidos por Deus, em uma maneira especial de todos que foram criados por Ele, antes da fundação do mundo (Efés. 1:4; Tito 1:2). Paulo, em carta aos Tessalonicenses, diz que a eleição pessoal e eterna é motivo dos salvos darem graças a Deus (II Tess 2:13, "Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação ..."). Pela eleição pessoal e individual ser um motivo de gratidão por alguns podemos entender que a eleição é pela graça, e, assim sendo, não é, de maneira nenhuma, um direito dos pecadores nem uma obrigação na parte de Deus.
Mesmo que a eleição pessoal é estipulada pelas Escrituras Sagradas, ela pode parecer estranha a nossa concepção das coisas pela nossa mente finita. Mesmo assim, devemos crer nessa doutrina da mesma forma que Deus a explicou: "compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia" (Rom. 9:15). Se a aceitação dessa verdade necessita uma fé maior em Deus, nisso Deus é agradado (Heb 11:6) e adorado como convém (João 4:23, 24).

A eleição é: Particular e preferencial
A escolha de Deus, por ser pessoal e individual, pode ser determinada também como sendo particular e preferencial. Isso quer dizer que entre todos os condenados, Deus, em amor, particularmente escolheu alguns para receber as bênçãos da salvação. Podemos entender essa particularidade examinado alguns casos de escolha que Deus fez e quais são relatados pela Bíblia nos dando uma prova divina e segura que a eleição particular e preferencial é bíblica:
† Antes do dilúvio, a maldade multiplicara ao ponto que toda a imaginação dos pensamentos dos homens era só má continuamente. Todavia, um destes homens achou graça nos olhos de Deus. Lembramo-nos que este homem não merecia este favor de Deus, ou melhor, que ele era igual aos homens corruptos. Se este agraciado merecia o favor que Deus mostrou, não séria mais graça na parte de Deus e sim uma obrigação (Rom. 11:6). Mas, entre todos os corruptos, uma escolha diferenciada foi feita para transformar este homem, Noé, e a sua família, em vasos de benção (Gên. 6:5-8).
† Entre os três filhos de Noé, o Sem foi escolhido para ser na linhagem de Cristo (Gên. 9:26; Luc 3:36) e não o filho Jafé que era o mais velho. Porque esta distinção foi feita?
† Abraão foi escolhido em vez de Naor ou Harã para ser o pai das nações (Gên. 11:26-12:9). Será que Abraão merecia essa preferencia? Não, Abraão, junto com os da sua família, servia outros deuses (Josué 24:2) fazendo ele tão abominável quanto os demais. Todavia, uma distinção foi feita e foi Deus quem fez. Entre todos os povos, entre quais ninguém merecia tal atenção de Deus, um teve a preferencia de Deus (Deut. 7:6).
† Jacó, o enganador, foi escolhido a conhecer o arrependimento em vez do seu irmão Esaú que não era um enganador (Heb 12:16,17; Rom. 9:10-16). Se fosse nós escolhendo, e especialmente se soubéssemos o futuro, não escolheríamos dar benção nenhuma a um homem enganador quanto Jacó. Todavia, o Jacó foi escolhido pela eleição, antes mesmo de ter nascido e feito bem ou mal (Sal 135:4).
† Efraim foi colocado adiante de Manassés mesmo que não tinha direito (Gên. 48:17-20). Porque essa diferenciação foi feita?
† José, o 11º filho, recebeu uma porção dupla na benção (Gên. 48:22). Porque não foi o filho mais velho que recebera tal benção? Que foi uma preferência é claro.
† O patriarca Moisés (Êx. 2:1-10), o salmista Davi (I Sam 16:6-12), o desobediente Jonas (Jonas 1:3) e outros também podiam ser citados como os com qual Deus fez uma escolha particular e preferencial entre outros de igual caráter e situação de vida.
† A escolha preferencial poderia ser entendida até pela consideração dos que não foram escolhidas desde a fundação do mundo "cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo" (Apoc 17:8).
† Há uma razão, menos que a preferência ou discriminação de Deus, que causou o Evangelho de Cristo de ir eventualmente para Europa em vez de ir para Ásia (Atos 16:6-10)? Porventura os de Europa tinham naturalmente mais fé do que os da Ásia?
† Alguns dos anjos, de todos os que foram criados, foram elegidos para não cair (I Tim 5:21; Judas 6). Porque essa discriminação?
† Existe salvação para o homem pecador mas não para os anjos que caíram. O homem é um ser menor do que os anjos (Heb 2:6,7), e sendo assim, logicamente teria menos preferencia. Mas, é evidente que uma distinção foi feita soberanamente entre todos os seres criados que pecaram e ela foi feita para o bem do homem.
Como temos examinados pelos casos citados, essa distinção é puramente pela determinação divina e não pelo valor que qualquer um dos escolhidos tinham, ou teriam. Nenhum dos homens, naturalmente, tinha entendimento ou buscaram a Deus primeiramente (Sal 14:2,3). A escolha particular de uns sobre outros, entre os quais nenhum merecia uma discriminação favorável, revela que a eleição é particular, preferencial e graciosa. Pode ser que seja difícil para a mente humana entender por completo esse fato, mas a dificuldade para o homem o entender não determina que o fato seja menos um característico de Deus ou uma verdade menos revelada pela Palavra de Deus. Não seriamos os primeiros que duvidaram da retidão dessa escolha de Deus (I Sam 16:6,7). Somente devemos ter o cuidado de não julgar Deus de injustiça (Rom. 9:14). Finalmente, é necessário que a lógica do homem submete-se à soberania de Deus e deixa ele fazer o que Ele quer com o que é dEle (Mat. 20:15, 16).
Examinando os exemplos das escolhas preferenciais pela Bíblia podemos entender melhor as verdades sobre a causa da salvação anteriormente abordadas neste estudo. Pela natureza da eleição originando-se principalmente de Deus percebemos o que estudamos em primeiro lugar: Deus é a primeira causa da salvação. Pela natureza da eleição, uma doutrina bíblica, sendo pessoal e individual, podemos ter uma idéia clara da presciência de Deus pois a eleição é baseada em quem Ele conhece e não nas ações do pecador. Pela natureza da eleição sendo particular e preferencial podemos compreender a causa da salvação sendo pela soberania de Deus pois ninguém merecia ser preferido à salvação.

A eleição é: Graciosa
A natureza da eleição que Deus faz é também descrita biblicamente como sendo graciosa. A definição da palavra graça em português é: 1. Favor dispensado ou recebido; mercê, benefício, dádiva. 2. Benevolência, estima, boa vontade (Dicionário Aurélio Eletrônico). Em grego, a palavra ‘graça’ significa: a influência divina no coração e a sua evidência na vida (#5485, Strongs). Não é novidade que os ‘evangélicos’ crêem que a salvação é pela graça. Muitas pessoas que freqüentam igrejas ‘evangélicas’ podem citar Efésios 2:8,9 que diz: "Porque pela graça sois salvos, por meio de fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." Todavia, é novidade para muitos que a própria eleição para a salvação, aquela ação de Deus que precede a própria escolha do homem no processo de salvação, também é pela graça. Muitas pensem que Deus foi influenciado na sua escolha por algo que o homem fez, faz ou faria. A verdade é que a eleição para a salvação não é baseada em nenhuma obra boa prevista do homem (pois no homem não habita bem algum, Rom. 7:18; Sal 14:1,2; Rom 3:23). A escolha de Deus do pecador para a salvação é somente pelo favor desmerecido e imerecido de Deus. Deus olhou pelos séculos sobre todos os condenados, e, em amor e graça, entre todos que não procuravam Ele, colocou a sua influência divina em alguns (João 15:16; I João 4:19, "Nós O amamos a Ele porque Ele nos amou primeiro.") Deus não viu nada naturalmente mais atrativo ou bom nos que Ele escolheu do que nos que Ele não escolheu. Verificando o testemunho dos salvos pela Bíblia, ninguém louva a sua própria fé, sua decisão inicial para Cristo, sua oração eficaz, sua intenção espiritual ou outra obra humana ou espiritual. O testemunho bíblico diz como Paulo, "Mas pela graça sou o que sou" (I Cor 15:10). Se a eleição fosse baseada na mínima ação que o homem fez, faz ou faria, a eleição não podia ser determinada uma "eleição da graça" (Rom. 11:5) mas uma eleição "segundo a dívida" (Rom. 4:4).

A eleição é: Justa

A natureza da eleição que Deus faz é descrita biblicamente como sendo justa. O apóstolo Paulo declarou, pela inspiração divina, que a eleição não é injusta (Rom. 9:14). A eleição é entendida como sendo justa em que Deus não deve nenhuma ação positiva ao homem nenhum. Uns querem dar o entender que Deus, no mínimo, deve uma ‘chance’ para todos os homens. Todavia, quando considera a condição terrível do homem pecador, uma ‘chance’ não é que o homem pecador precisa. Ele precisa uma ação positiva, regeneradora e graciosa na parte de Deus para ser salvo. Uma ‘chance’, sem a plena capacidade em conjunto, em nada ajudaria os que são mortos em pecados. É pela eleição, sem nenhuma obrigação pesando sobre Deus para que Ele escolhesse quem Ele quer influenciar com a Sua operação regeneradora. Deus dá vida (não uma ‘chance’). A salvação vem pelos meios divinos para com estes que Ele escolheu para que tenham a salvação. E quem está reclamando disso (Rom. 9:19)? Deve ser considerado também que Deus tem direito e não uma obrigação para com os homens. Deus é o Criador, o homem é a criatura (Gên. 1:27; 2:7). Deus é tido como o oleiro e o homem como o barro (Rom. 9:21-24). Se Deus usa o Seu direito de fazer o que Ele quer segundo o beneplácito da sua boa vontade, e escolha alguns para conhecer as riquezas da Sua gloria, entre todos que somente mereciam a Sua ira, quem podia achar injustiça nisso?