Pesquisar este blog

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A BASE DO LOUVOR

SALMO 9


A palavra Muth-labben, no título, é habitualmente traduzida por "morte do filho", mas isto é incongruente com a nota de louvor do cântico. Pode ter sido o título de um cântico mas uma alteração ligeira do hebraico alteraria o significado para "morte do campeão". Se, como o Dr. Thirtle tem sugerido, a parte musical dos títulos dos salmos pertencia originalmente ao fim do Salmo precedente (como em Hc 3.19), então o título musical do Sl 9 pertence ao Sl 8, que podia, nesse caso, considerar-se como celebrando a morte do campeão Golias, morto por alguém que ele desprezaria como "um bebê de mama" (Sl 8.2; cfr. 1Sm 17.33,42).

O Salmo tem uma estrutura acróstica imperfeita e é o primeiro de nove poemas alfabéticos no Saltério. Inclui três partes principais e cada subdivisão desenvolve o pensamento final da seção anterior.

a) A exultação pessoal em Deus (1-10)

Nos vers. 1-2 declara-se que esta exultação tem raízes profundas e é resultante de uma impressionante intervenção de Deus. Todas as tuas obras maravilhosas. Cfr. Sl 98.1; Sl 105.5.

>Sl-9.3

A causa histórica desta elevação e desta ação de graças é, em primeiro lugar, a vitória na batalha (3-4) por meio da qual Deus vindicou o reinado de Davi. Demonstrou-se que a verdade e a justiça têm estado com a causa de Davi. Em segundo lugar, ele regozija-se com a destruição dos seus inimigos (5-6) que deixaram de existir como inimigos perigosos. Consumaram-se as assolações (6). Comparar com o fim dos Amalequitas (Nm 24.20).

>Sl-9.7

A causa religiosa da sua alegria e do seu louvor é, primeiramente, a perpetuidade do justo governo de Deus (7-8); os temas do ser inexaurível de Deus e justiça essencial são usados para unir a esfera da Sua entronização celestial em poder e a Sua administração terrena caracterizada por uma vigilância incessante. Povos (8). Em segundo lugar, ele louva a Deus pela infalibilidade do Seu cuidado gracioso (9-10); todos os homens que reconhecem o Senhor e Lhe obedecem (os que conhecem o Teu nome) podem descansar inteiramente no Seu cuidado protetor mesmo quando se encontram fatigados e oprimidos.

>Sl-9.11

b) Exultação coletiva em Deus (11-16)

As bases históricas do louvor do salmista são particularmente suas, mas os fundamentos religiosos não podem reconhecer tais restrições, pelo que todos os homens, em toda a parte (povos-vers. 8) são chamados a louvar Deus (11-12, cfr. Sl 96.3,7-10). Um tal reconhecimento coletivo da soberania de Deus não podia ser evocado do mesmo modo que o do salmista, mas podia ser induzido pela compreensão, por parte dos homens, de que não há escape possível dos olhos de Deus (cfr. Sl 33.13-15). Todo o derramamento de sangue causado por motivos humanos é repugnante a Deus (Gn 9.5; cfr. Lc 9.50-51; #Ap 6.10) e deve esperar-se a Sua intervenção.

>Sl-9.13

Os vers. 13-14 são um típico clamor dos aflitos (12) que Deus ouve e sobre o qual atua. O perigo lançou-o para as portas da morte, isto é, mesmo para o termo da existência (cfr. Sl 107.18-19); mas a sua esperança em Deus é que lhe será concedido voltar de novo às portas de Jerusalém onde testemunhará da libertação divina. Os vers. 15-16 são uma afirmação da própria fé do salmista, o comentário de um homem piedoso a respeito da situação desgraçada dos ímpios, quer atual quer antecipada, habitualmente considerada como sendo a operação da "retribuição natural" (cfr. Sl 7.15-16). Este é um aspecto da ironia divina em que é inexoravelmente manifestada a justiça essencial de Deus. (cfr. Gl 6.7-8; 2Co 5.10).

Isto é um pensamento tão solene que uma pausa (Selah) vem indicada, durante a qual deveria tocar-se uma música de caráter meditativo como Higgaion. Esta palavra é traduzida no Sl 92.3 como "com som solene".

>Sl-9.17

c) Sensatas reflexões (17-20)

Os homens que perversamente ignoram Deus ou se rebelam contra os princípios da piedade devem, seguramente, morrer. Serão lançados no inferno (17), isto é, Seol, o lugar dos mortos. Ver Gn 3.19. Por outro lado, o necessitado e os pobres (18) são, de um modo igualmente seguro, o objeto do cuidado especial de Deus. Note-se o contraste entre os vers. 5 e 6. A referência freqüente no Saltério aos "pobres e necessitados" não implica necessariamente uma destituição material. A frase é aplicada a todos os que têm sido reduzidos a uma dependência extrema de Deus (cfr. Mt 5.3).

Como para compensar a atividade dos que praticam o mal, há sempre uma possibilidade da intervenção de Deus. A marcada confiança no Senhor, que caracterizou os primeiros versículos, é agora orientada para uma petição (19-20) no sentido de que Ele defenda o Seu poder, julgue os povos da terra (cfr. Sl 7.6-9) e assim infunda terror aos arrogantes por uma demonstração da Sua majestade para que todo o homem tenha de confessar a sua própria fraqueza humana e a sua natureza efêmera (cfr. Tg 4.14). O Homem (19). Heb. enosh ver Sl 8.4 n. Medo (20). Esta palavra é usada aqui no sentido de "terror", como em Dt 26.8; Dt 34.12. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Vencendo as Aflições em Nossa Mente


Texto Bíblico: Efésios 6:17. II Coríntios 10: 3-6.
 Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus...
Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão.
Introdução:
Vivemos em carne e ainda sentimos os sentimentos da carne, sofremos na carne, gememos na carne, nos desiludirmos na carne, e queremos vencer as nossas lutas na carne porquê este é o sentimento mais vivo em nós muitas das vezes, mas, contudo a Bíblia nos diz em (Jeremias 17:5  Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!), Deus quer que nós venhamos a confiar nEle para que vençamos as guerras por Ele (Êxodo 14: 14  O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis). Quando aprendemos confiar nEle podemos saber e ver que a nossa Batalha não é carnal, sim espiritual, e tem como campo a mente, a nossa mente, por este motivo é que o nosso Deus nos deu a chance de termos em nossa vida a sua armadura, e nos aconselha em (Efésios 6:13  Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.) Permanecer inabalável é crer que Deus atua poderosamente nesta Batalha (II Coríntios 10:4-5 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo...)
a) Nesta Batalha o Senhor nos protege, nos salva, nos poupa e nos livra:
Quando a Bíblia fala que as nossas armas são poderosas em Deus, nos diz o que está escrito no versículo a seguir (Romanos 8:37  Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.), os que confiam em Deus são mais que um vencedor, pois a sua vitória foi dada pela próprio Deus em amor, uma vitória a onde o homem não pode conquistar, a vitória eterna (Isaías 25:8  Tragará a morte para sempre, e, assim, enxugará o SENHOR Deus as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo, porque o SENHOR falou.) o Senhor promete e fala a respeito do seu povo, e não deixa com que o inimigo roube a promessa de Deus em nossas vidas (Lucas 8:12  A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos.)
Por isto que o nosso Deus além de nos dá a vitória nos protege, nos salva, nos poupa e nos livra como a águia a sua ninhada (Isaías 31:5  Como pairam as aves, assim o SENHOR dos Exércitos amparará a Jerusalém; protegê-la-á e salvá-la-á, poupá-la-á e livrá-la-á.) Isto nos faz despertar em meio a Batalha Espiritual, para alçarmos vôos em suas asas (Deuteronômio 32:11  Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas...).
b) Nesta Batalha o Senhor está presente:
A águia não se aparta do seu ninho está sempre perto para proteger, livra e salvar a sua ninhada de ataques inesperados, assim também é o Senhor vosso Deus, (Jeremias 23:23  Acaso, sou Deus apenas de perto, diz o SENHOR, e não também de longe?) o nosso Deus nunca esta longe e sim muito perto, porque somos feitos moradas suas (1 Coríntios 3:17  Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado) e por sermos sua morada não podemos ser destruídos pelos nossos inimigos pois somos santuários de Deus.
Isto nos faz estarmos sempre na presença de Deus, e com isto Deus estará sempre em nosso meio (Salmos 46:5  Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã.) quando Deus abita em nosso meio nunca seremos abalados, porque seremos protegidos por Ele (Salmos 91:4  Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo.), e isto quer dizer que Deus nos livrou da sentença do jugo do inimigo (Sofonias 3:15  O SENHOR afastou as sentenças que eram contra ti e lançou fora o teu inimigo. O Rei de Israel, o SENHOR, está no meio de ti; tu já não verás mal algum.) e nós não veremos mais mal algum!!! ALELUIAS !!!
c) Nesta Batalha o Senhor é a nossa fortaleza:
O mal será lançado para longe de nós, pois o nosso Deus é a nossa fortaleza (Salmos 62:2, 6 Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei muito abalado. Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei jamais abalado.) quando lutamos com Deus temos a esperança certa de jamais sermos abalados para a derrota, e sim elevados para a vitória porque como diz em (Salmos 18:31-32 Pois quem é Deus, senão o SENHOR? E quem é rochedo, senão o nosso Deus? O Deus que me revestiu de força e aperfeiçoou o meu caminho...), o nosso Deus que fortalece o nosso caminho, e nos aperfeiçoa para a Batalha (Salmos 144:1  Bendito seja o SENHOR, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra...) o Senhor Deus te ensina a guerrear as guerras que Ele autorizou a chegar a ti.
d) Nesta Batalha o Senhor nos dará a vitória pela santidade do teu povo.
Seremos adestradas para esta vitória se resistimos o Diabo (Tiago 4:7  Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.), e isto significa que temos de resistir ao pecado, ser santo, Santidade ao Senhor (Deuteronômio 23:14  Porquanto o SENHOR, teu Deus, anda no meio do teu acampamento para te livrar e para entregar-te os teus inimigos; portanto, o teu acampamento será santo, para que ele não veja em ti coisa indecente e se aparte de ti.) Quando adoramos a Deus com a nossa santidade o nosso Deus é fiel para nos entregar os inimigos em nossas mãos, pois somos povo do seu legado a onde não habita o pecado (2 Coríntios 6:16  Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo) Nesta Batalha ganharemos se formos santos.
e) Nesta Batalha vencemos na mente quando?
A santidade quer dizer morte, separação; quando vemos que esta Batalha é perdida por quem está mais vivo, em nossas mente, logo percebemos que só venceremos tal Batalha se estivermos mortos (Gálatas 2:20  logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.), só alcançaremos a vitória se tivermos a mente de Cristo (1 Coríntios 2:16  Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.) e ter esta mente é abandonar o pecado e ter a vida casta diante de Deus, como o próprio Cristo (1 Pedro 4:1-2  Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado, para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus.) Não fazemos isto por sermos capazes, auto suficientes (2 Coríntios 3:5  não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus...), suficientes em Deus e estamos inteiramente preparados em Deus para vencermos.
Conclusão:
 Deus nos dá a chance de vencermos esta Batalha mais para isto a estrema necessidade de tomarmos uma decisão, a decisão que Paulo descreve em (Romanos 13:12  Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.) Deixe com que Deus hoje vença a Batalha que vive em sua mente.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Um escrito ao animo


            A epístola aos Hebreus é um escrito à perseverança. Esta epístola é um chamado a perseverar na fé. Um escrito de consolo devido a dificuldade que os cristãos estavam sofrendo naquele período em torno de 65 a 70 d.c. Quando Nero em 64 d.c. ordena o “espetáculo dos cristãos sendo devorados pelos leões”, fato mencionado Hb. 10:32-34 “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições. Em parte, fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações e, em parte, fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente”. Sendo assim, existe um chamado ávido a permanência na fé, mesmo em meio a tantas dificuldades que fica bem balizado no capítulo 10: 19-39, que se encontra na segunda seção desta epístola dedicada a estimular a igreja a viver na fé.

I)                   Os Crentes Têm Acesso à Presença de Deus (10:19-25)

Nas dificuldades da vida que são proporcionados mediantes as aflições e perseguições do viver; os que crêem em Jesus Cristo deverão ter em seus corações a certeza de terem acesso a Deus pelo sangue daquEle que os salvou, tal situação proporcionará confiança (Hb. 10:19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus...), esta confiança não é autobenemérita, mas sim pelo sangue de Jesus Cristo. Não somente porque Cristo está na presença do Pai, mas nós também assim estamos, mediante a entrega de sua vida por nós, que é expresso pela palavra “sangue” (E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Hebreus 13:12). A visão do Santo dos Santos estava fechada pelo véu que haveria de ser rasgado, na morte de Cristo o véu foi rasgado, que é a própria carne de Cristo (Hebreus 10:20... pelo véu, isto é, pela sua carne...) este marco nos dá um novo e vivo caminho neste mundo de sofrimento (Hebreus 10:20...pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou...), nos faz sair da incerteza no proceder neste Mundo, haja vista, que andamos no caminho que Deus preparou para nós, Jesus Cristo (João 14:6  Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim), e neste caminho encontramos, a verdade e a vida.

A certeza de estarmos na presença de Deus nos traz consolação perene, pois resulta em esperança que devemos reter (Hebreus 10: 23 retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu), devido a esta esperança devemos ir diretamente a presença de Deus cheios destas características (Hebreus 10: 22  cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa).

Estar na presença de Deus é estar também na presença da Igreja. Isto significa que temos que congregar para estarmos vivos na nossa fé (Hebreus 10: 25 não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia), somos como galhos em uma fogueira, se nos afastarmos dos outros galhos apagaremos e seremos tomados por cinzas. A Igreja que está na presença de Deus é estimulada a viver em amor e em boas obras (Hebreus 10:25 E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras) para que o fogo continue ardendo.

II)                 O Eleito Vive Como Eleito de Deus (10:26-31)

Muitos usam os problemas desta vida como desculpa para o pecado, entretanto os problemas não fazem ninguém errar, tal erro contra a Deus vem mediante apostasia e entrega ao pecado e não das dificuldades (Hebreus 10: 26 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados), entretanto dizer que não temos pecado é mentiroso e ridículo (I João 1: 8 Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós; e João 1:10 Se dizemos que não temos cometido pecados, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua mensagem não está em nós). Aquele que comete pecado deve se arrepender do seu erro e recorrer a Deus Todo Poderoso para obter perdão por seus erros (Hebreus 4:16 Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna). Então é notável que o autor da epístola aos Hebreus não fala do pecado involuntário, mas sim o cometido voluntariamente, estes não entendem a misericórdia de Deus em Cristo, e caem nas mãos de Deus (Hebreus 10: 31  Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo).

III)              Animo, A Recompensa Não Tarda (10:32-39)

O autor lembra os que iriam ler esta epístola dos sofrimentos passados que unidos uns com os outros venceram a perseguição de Cláudio em 49 d.C. em Roma de expulsar os judeus e sequestrar os seus bens, agora mediante a perseguição de Nero este tinham de ter os mesmo sentimentos (Hebreus 10:32 Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições), em todo grande problema é natural pensar que não iremos conseguir, entretanto devem trazer a mente problema anterior que tivemos vitória, desta feita seguirá o exemplo bíblico (Lamentações 3:21 Quero trazer à memória o que me pode dar esperança), mesmo que naquele momento esteja sofrendo como os leitores desta epístola afrontas públicas (Hebreus 10: 33a  Em parte, fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações), contudo os que são salvos devem permanecerem na vocação de que foram chamados (Hebreus 10:33b.-34a ...e, em parte, fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens...), o suportar tais sacrifícios só foi possível medite a expectativa da promessa de Deus (Hebreus 10:34b sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente), o crente rompe com o sofrimento presente mediante a esperança futura.

Concluindo, Hebreus é um escrito ao animo devido não criar um esperança falsa neste Mundo, da resolução de todos os problemas no tempo presente. Todavia todos que sofrem neste Mundo devem guardar suas expectativas (Hebreus 10: 35  Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. 36  Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa), a promessa é certa para a vida dos que crêem em Cristo Jesus. Esta demora é aparente (Hebreus 10: 37 Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará), aguarde perseverantemente em Deus somente, sabendo que o justo obterá salvação pela Fé em Deus (Hebreus 10: 38 Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele), os que ainda não conhecem a Deus de verdade são os que recuam, logo, pois os que acreditaram de verdade permanecem firmes até o fim (Hebreus 10: 39  Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma.)

domingo, 19 de agosto de 2012

O HOMEM, UM PARADOXO

Salmo 8

Este poema, não se assemelhando aos salmos imediatamente precedentes e seguintes, de caráter suplicatório, é meditativo e filosófico e apresenta a fragrância lírica dos primeiros anos de Davi. Sobre Gittith (ver o título) pode significar um tom associado com o trabalho no lagar de vinho, ou pode referir-se a um instrumento ou melodia de Gate.

A primeira e as últimas frases são idênticas e constituem a estrutura de idéias profundas acerca do ser essencial de Deus e do Seu trabalho na terra.

a) A majestade universal de Deus (1-2)

Ó Senhor, Senhor nosso (1). Literalmente, "Ó Javeh, nosso Senhor". Davi fala em nome do povo de Javeh, e também em nome de toda a humanidade. A excelência, ou majestade, do Seu nome (isto é, a Sua natureza maravilhosa) expressa-se em e através dos Seus trabalhos em toda a terra. Sobre os céus. Isto sugere que o brilho e a estabilidade do universo expressem o poder e o esplendor de Deus. A glória de Deus é também revelada aos homens mesmo em aspectos tão antitéticos (aspectos de certo modo opostos, Mt 21.16) como a infância e o julgamento corretivo. Suscitaste força (2), isto é, "estabeleceste força". Vingativo, isto é, alguém que procura vingar-se a si mesmo.

Além disso, a glória de Deus é revelada no fenômeno da justiça. Quando os homens procuram, por si mesmos, retificar as más ações do seu próximo, porque duvidam da existência de Deus ou negam os Seus atributos de justiça, estão, eles próprios, a testificar da existência da justiça, que, como a linguagem, é uma evidência do glorioso ser que é Deus (Na 1.2-3).

>Sl-8.3

b) Os insondáveis caminhos de Deus (3-8)

Neste Salmo desenvolve-se um sentido paradoxal e o mesmo está agora elaborado em relação à existência do homem. A meditação sobre o trabalho variado da criação nos céus (Jó 36.22-37.12) e nos corpos celestes (Sl 19.1-6; Jó 9.7-10; Jó 38.31-33) suscita a convicção a respeito da fragilidade e da insignificância do homem. Homem... filho do homem (4). As palavras hebraicas denotam a origem humilde, baixa, do homem e a fragilidade humana. O visites (4); isto é, "graciosamente o busques". Porque haveria Deus de lembrar-se de qualquer homem e, realmente, nunca o deixar só (Sl 144.3; também Sl 33.13-19; Êx 3.15-16)? A razão e a observação não podem oferecer qualquer resposta a esta pergunta. Apenas pode encontrar-se mediante a revelação divina, que revela um conceito do homem que parece completamente incompatível com as próprias inferências do homem. Jó 7.17. Sabemos que o que foi revelado ao salmista foi autenticado em Cristo.

A meditação sobre o propósito essencial da criação, como revelada desde a antiguidade, evidencia uma particularidade tripla que eleva o homem do desprezível a uma posição de espantosa eminência. Ele foi criado por Deus como "um pouco menor do que os anjos" (Almeida) ou "menor do que Deus" (SBB) (5). O hebraico é ’ elohim. Esta imagem divina transmitida ao homem é acompanhada por certos atributos, glória e honra, que torna o homem superior a todas as outras criaturas. Além disso, o mundo e a sua forma de vida têm sido postos sob a autoridade do homem.

Esta consciência de uma chamada e de um destino elevados evocam no salmista a frase de louvor final e exuberante do verso 9.

Deve notar-se que o Novo Testamento amplia este Salmo e interpreta-o também cristologicamente. Hb 2.5-9 cita primeiramente a versão dos Setenta (em que ’ elohim é traduzido angelous) e depois baseia o seu argumento sobre uma exegese completa e literal do verso 6. A declaração tudo puseste debaixo de seus pés é tomada como referindo-se profeticamente a Jesus. 1Co 15.27 interpreta este mesmo versículo, acerca de Cristo, de um modo análogo.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Até lá, Deus será conosco



Texto: Rm: 8:31-39

É difícil para o ser humano esperar algo, aguardar a resolução de uma caminhada. Destarte esperar por Cristo nesta vida é mui dificultoso devido à fraqueza e da debilidade do ser. Entretanto, Deus em sua plenitude cuida de cada um segundo ao Seu poder (Romanos 8: 26-27 Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa fraqueza. Pois não sabemos como devemos orar, mas o Espírito de Deus, com gemidos que não podem ser explicados por palavras, pede a Deus em nosso favor. E Deus, que vê o que está dentro do coração, sabe qual é o pensamento do Espírito. Porque o Espírito pede em favor do povo de Deus e pede de acordo com a vontade de Deus).

De modo, que junto com a glória profunda está à vitória sobre todas as aflições da vida, apesar da contribuição para tal vitória da parte humana seja quase nula. Paulo em Romanos 8:31-39, discursará de modo eloqüente que nada poderá separar os eleitos do amor de Deus. Tal discurso se divide em três partes retóricas (Será que os eleitos fracassarão por): 1) (Oposição de outros e de Satanás?) Vers. 31-32 Diante de tudo isso, o que mais podemos dizer? Se Deus está do nosso lado, quem poderá nos vencer? Ninguém!  Porque ele nem mesmo deixou de entregar o próprio Filho, mas o ofereceu por todos nós! Se ele nos deu o seu Filho, será que não nos dará também todas as coisas? 2) (Tendência pecaminosa?) vers. 33-34. Quem acusará aqueles que Deus escolheu? Ninguém! Porque o próprio Deus declara que eles não são culpados. Será que alguém poderá condená-los? Ninguém! Pois foi Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem foi ressuscitado e está à direita de Deus. E ele pede a Deus em favor de nós. 3) (Tempos de dificuldade?) vers. 35-39 Então quem pode nos separar do amor de Cristo? Serão os sofrimentos, as dificuldades, a perseguição, a fome, a pobreza, o perigo ou a morte? Como dizem as Escrituras Sagradas: "Por causa de ti estamos em perigo de morte o dia inteiro; somos tratados como ovelhas que vão para o matadouro." Em todas essas situações temos a vitória completa por meio daquele que nos amou. Pois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus: nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de cima, nem o mundo lá de baixo. Em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor.

I)                   Será que os eleitos fracassarão por oposição de outros e de Satanás? (Vers. 31-32)

É bem certo que aqueles que permanecem em Cristo terão o ódio do Mundo (1 João 3:13  Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia), Satanás e todos que estão sobre o seu controle é contra os eleitos; mas Deus promete a vitória no final, logo Deus é por seus eleitos (31...Deus está do nosso lado...), contudo até que ponto Deus é com seus eleitos ? Deus é com seus eleitos aponto de não poupar o seu próprio Filho (32.... Porque ele nem mesmo deixou de entregar o próprio Filho, mas o ofereceu por todos nós!), assim pode entender que (32... Se ele nos deu o seu Filho, será que não nos dará também todas as coisas?).

Deus deu o seu único Filho gerado para nos salvar de nós mesmos, ou seja, de nossos pecados (2 Coríntios 5:21  Em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com ele, vivamos de acordo com a vontade de Deus.). O Senhor não esperou sermos forte para fazer a aliança conosco, antes em nossa debilidade fez concerto com os que desprezavam (Romanos 5:6 De fato, quando não tínhamos força espiritual, Cristo morreu pelos maus, no tempo escolhido por Deus), por este motivo é que a oposição dos homens e de Satanás não nos vencerá (João 10:28-29 Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão. O poder que o Pai me deu é maior do que tudo, e ninguém pode arrancá-las da mão dele.)

II)                 Será que os eleitos fracassarão por tendência pecaminosa? (vers. 33-34)

Deus não nos escolheu por nós mesmos; e não poupou o Seu Filho, e pretende a dar tudo para nos completar (2 Coríntios 3:5  não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus), será que alguém (34...  poderá condená-los?). Paulo é enfático em sua resposta: não. (33... É Deus quem... nos... justifica...) e Ele é além de justificador, é também juiz que nos declarou inocentes (Hebreus 8:12 Pois, para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei). Então, (34... Quem os condenará?), Será Cristo, haja vista, que os ofendemos e o rejeitamos em nossos delitos e pecados. Não de maneira alguma, pois Cristo não condenaria por quem Ele morreu. Bem da verdade Jesus é (34... quem morreu ou, antes, quem ressuscitou), e (34... o qual está à direita de Deus e também intercede por nós). O Espírito Santo intercede por nós (Romanos 8:27.  E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos) e como vimos Cristo assim também o faz. Será que ainda precisamos ter outro advogado? De forma alguma! (1 João 2:1-2 ¶ Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro).

III)              Será que os eleitos fracassarão por tempos de dificuldade? (vers. 35-39)

Nestes versículos de conclusão de seu pensamento, Paulo fundamentará sua confiança em que nada poderá nos separar do amor de Cristo, e retoricamente estabelece uma interrogativa, em seguida lista diversos percalços do viver (35... Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?). Paulo de forma clara fala de sua própria vida; ele já havia passado por tudo isto, e nada foi capaz de separar o amor de Cristo de sua vida (Filipenses 4: 10-13  Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.  Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece). Isso significa que o Amor de Cristo não nos separa das experiências negativas da vida, mas significa na verdade que apesar de toda dificuldade Ele estará conosco pelo Seu Amor.
No versículo 36, Paulo cita o Salmo 44:22 22 “Mas, por amor de ti, somos entregues à morte continuamente, somos considerados como ovelhas para o matadouro”. Isto é para lembrar que aqueles que são crentes deverão esperar perseguições nesta vida. Haja vista, que neste Salmo o trovador expressa que as dificuldades estão presente na vida dos fiéis. O sofrimento dos crentes é a regra, e não a exceção.

Todas as dificuldades da vida não têm poder em si mesma para nos separar deste amor magnífico. Antes os que passam por estas aflições alcançaram vitória em Deus (37... Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou).

Sim estamos seguros em Deus, por Cristo nosso Senhor, logo nada poderá nos apartar dEle (38-39  Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.). Nada em toda criação pode tirar de nós o amor de Deus, ou prejudicar os propósitos que Ele tem em relação a cada um de nós.

Concluindo, o argumento de Paulo é bem simples e comovente; uma vez que alguém está em cuidados de Cristo, será impossível separá-lo dEle. A morte de Cristo é a prova do seu amor por nós (1 João 4:10  Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados). E assim até lá, Deus será conosco!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

REVOLTA E CONTRA-REVOLTA


Salmo 2

Este Salmo é geralmente considerado como messiânico, mas foi baseado, pode-se dizer quase que com toda a certeza, numa ocasião histórica como a que nos é narrada em 2Sm 5.17 ou em 2Sm 10.6 e seguintes. Uma situação semelhante é comemorada no Sl 83.5-8, mas a característica distintiva do Sl 2 está no seu discernimento da crise cósmica por detrás de um acontecimento de caráter nacional.

O poema representa o mundo inteiro organizado contra o Senhor em deliberada oposição ao Seu governo. Isto sugere uma diferença fundamental entre a perspectiva da terra e a do céu; daqui provêm o contraste entre a agitação e a futilidade dos povos em rebelião e a equanimidade e imutabilidade dos propósitos de Deus.

a) A conferência mundial (1-3)

A questão apresentada no vers. 1 é retórica e não analítica, por que qualquer revolta contra Deus é considerada sem fundamento. O furor das nações não é a fúria da ira concertada, mas o tumulto que resulta da disputa ruidosa entre gentes que imaginam coisas vãs, isto é, que se rebelam e fazem projetos vãos e ineficazes. Historicamente, o objeto do ataque dos ímpios era o ungido do Senhor, Davi (Cfr. 1Sm 24.6); essencialmente, era o próprio Deus; profeticamente, era o Messias (cfr. At 4.25-27).

>Sl-2.4

b) A confiança celestial (4-6)

Só é possível avaliar verdadeiramente a situação discernindo a mente de Deus, que Se senta entronizado no Céu e contempla todo o tumulto da insurreição com a suprema confiança no ilimitado poder da verdade (cfr. 2Co 13.8). Então (5) tem uma força peculiar. Significa o fim do tempo da aparente liberdade do homem e o estabelecimento, na terra, do propósito divino. Tão certo está este clímax determinado que Deus pode permitir-se conceder séculos às nações rebeldes de modo que todos os planos delas possam amadurecer, todas as objeções possam ser utilizadas e toda a resistência possa ser tentada (cfr. Ez 33.11). Então, na plenitude dos tempos, Ele intervém com ira (lit. "soprando com força pelas narinas") e no Seu furor (lit. "com ardente ira") e enuncia a Sua palavra enfática (cfr. Rm 1.18; 2Ts 2.8-13). Eu, porém ungi o meu Rei sobre o meu santo monte (6; cfr. Hb 1.2-3). O argumento de Davi, contra os que se lhe opunham, era que Deus o tinha indigitado para o trono, pelo que qualquer resistência que lhe fosse feita significava disputar com Deus (cfr. Sl 4.3).

>Sl-2.7

c) A sua autoridade real (7-9)

Imagina-se que as nações rebeldes, reunidas em revolta tumultuosa sobre a terra, foram momentaneamente apaziguadas pela declaração divina que ecoa desde o Céu. No silêncio que se supõe seguir-se, o próprio Davi dirige-se aos reis e aos povos congregados. Em primeiro lugar, ele defende o seu reinado, como sendo autorizado pelo Senhor, com fundamento no parentesco (7), doação (8), e vocação, isto é, o poder de vencer (9). A frase Tu és meu Filho (7) encontra um paralelismo no Sl 89.26-27 e as palavras Eu hoje te gerei podem entender-se, historicamente, como fazendo referência ao dia da entronização de Davi. Foram, porém verdadeira e completamente cumpridas em Jesus Cristo, como o Novo Testamento ensina. At 13.33; Rm 1.4 declaram que Ele foi aclamado "Filho" pelo próprio fato da ressurreição. Hb 1.5 e Hb 5.5 citam a frase, associando-a com a encarnação e o sacerdócio de Cristo. Alguns manuscritos, incluindo o Códice de Bezae, usam-na em relação com o batismo de Jesus (Lc 3.22). Semelhantemente, a dádiva prometida das nações e dos domínios deste mundo veio a ser uma expectativa messiânica e desde há muito que se entende como dizendo respeito a Cristo. Ap 2.27 cita o vers. 9 em ligação com "o fim", isto é, a vinda de Cristo em poder e glória (cfr. também Ap 19.15).

>Sl-2.10

d) A ação razoável (10-12)

Na segunda parte do discurso de Davi, ele retrocede para a realidade da situação descrita nos vers. 1-3. Aquele perigo ainda não passou; a crise ainda não está resolvida; a elasticidade do divino Então (5) ainda não deu de si; os eventos futuros podem ainda ser moldados pelos homens. Esta é a razão do apelo feito aos reis e juízes da terra. Sedes prudentes... Servi ao Senhor... beijai (isto é, prestai homenagem) ao Filho, porque, de outro modo, não poderá haver escape do desastre.

O Salmo não descreve o resultado real, porque é um resumo de toda a história, com o estranho poder do tempo que se manifesta em renovadas crises. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

UMA ORAÇÃO MATINAL


SALMO 5

Este Salmo é companheiro do anterior. As circunstâncias são semelhantes, mas o vers. 3 faz dele uma oração matinal.

a) A invocação (1-3)

O caráter urgente e intenso do poema é revelado pelo primeiro verso. Os títulos Rei meu e Deus meu (2) implicam uma relação de intimidade entre Davi e o Senhor que o coloca em posição de solicitar o auxílio do poder e da justiça supremos. Pela manhã (3). O seu primeiro ato do dia consistirá em fazer ouvir a sua voz perante o Senhor e então vigiará na expectativa da resposta do Senhor.

>Sl-5.4

b) Como Deus age com os ímpios (4-8)

Entretanto, o salmista medita no caráter de Deus que é tão diferente do dos homens que se Lhe opõem, e é considerado no seu próprio coração de uma forma tão elevada. À vista de Deus, as atividades dos homens ímpios são fúteis; na Sua presença, os loucos ("arrogantes" -SBB) ou "jactanciosos" serão derrubados. Todas as obras más e as palavras falsas, que Deus odeia e abomina, serão destruídas.

O orador, depois, dá ênfase, em dois aspectos, àquilo que o distingue, a ele próprio, dos homens maus, falsos e cruéis. Num temor reverente (em Teu temor, 7) ele adora na casa de Deus (cfr. Sl 27.4). Pede também a Deus que o guie. Ele não necessita apenas de conhecer o que é reto. Necessita de ver removidos todos aqueles obstáculos que poderiam impedi-lo de andar no caminho de Deus. Aplana diante de mim o Teu caminho (8); isto é, "faz que o Teu caminho seja desobstruído" (Cfr. Is 40.4).

>Sl-5.9

c) O caminho de Deus com os justos (9-12)

Esta parte do Salmo ocupa-se com os mesmos elementos da seção anterior, isto é, os ímpios e os tementes a Deus, mas a orientação e a ênfase são completamente diferentes. Os vers. 4,6 consideram o ímpio como à vista de Deus; os vers. 9-10 descrevem-nos como eles são na vida. Os versos 7-8 constituem uma confissão humilde de confiança em Deus; os vers. 11-12 falam da jubilosa confiança na bênção de Deus. A oração tornou-se mais precisa e a fé tornou-se muito mais segura. A sua garganta é um sepulcro aberto (9), isto é, o que eles dizem acarretar-lhes-á eventualmente a destruição. Este princípio do pecado, que se faz acompanhar da sua recompensa e dos seus resultados inevitáveis, é freqüentemente expresso no Saltério. Cfr. Sl 28.4 e ver Gl 6.7-8.