Pesquisar este blog

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Salvação do prazer do pecado


Introdução:
É aqui que Deus começa Sua aplicação real de salvação para seus eleitos. Deus nos salva do prazer, ou do amor do pecado, antes que Ele nos livre da pena, ou da punição do pecado. Necessariamente, por isso não seria nem um ato de santidade nem de justiça se Ele conceder o perdão completo para um que ainda era contra Deus, amando o que Ele odeia. Deus é um Deus de ordem ao longo; e não há mais evidências as perfeições de suas obras do que a ordem delas. E como é que Deus salvará o seu povo do prazer do pecado? A resposta é, dando-lhes uma natureza que odeia o mal, e ama a santidade. Isso ocorre quando eles são nascidos de novo, de modo que a salvação atual começa com a regeneração (João 3:5-8. Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.). É claro o que ele faz: onde mais poderia começar? O homem caído não pode nunca perceber a sua necessidade desesperada de salvação, nem vir a Cristo para ele, até que este seja renovado pelo Espírito Santo (Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores. Romanos 5:8).
"Ele fez tudo formoso em seu tempo" (Eclesiastes 3:11), e grande parte da beleza da obra espiritual de Deus se perde em cima de nós, a menos que devidamente observar o seu "tempo". Não tem o mesmo Espírito enfatizou esta na indicação expressa que Ele nos deu "Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou. "(Rm 8:29-30). O verso 29 anuncia a pré-ordenação divina, versículo 30, afirma a maneira de sua realização. Parece extremamente estranho é que com este método divinamente definido antes deles, tantos pregadores começar com a nossa justificação, em vez de com o chamado eficaz (da morte para a vida, a nossa regeneração) que a precede. Certamente é mais óbvio que a regeneração deve em primeiro lugar, a fim de estabelecer uma base para nossa justificação. A justificação é pela fé (Atos 13:39; Rom 5:01; Gal. 03:08.), o pecador deve ser divinamente conduzido a se arrepender, para depois ser conduzido divinamente a Fé evangélica.
Os pregadores de hoje são tão completamente imbuídos de livre-arbitrismo, que já se separaram inteiramente da pregação reformada. A diferença radical entre o Arminianismo e o Calvinismo é que o sistema da primeira teoria gira em torno da criatura, e o sistema desta última, tem o Criador para o seu centro de órbita. Os arminianos atribuem ao homem o primeiro lugar, os calvinistas dão a Deus a posição de honra. Assim, o arminianismo começa sua discussão sobre a salvação, com justificativa; para o pecador ter de acreditar antes que ele possa ser perdoado, ainda mais para trás, ele não vai, porque ele não quer que o homem deva ser nada. Mas o calvinista instruído começa com eleição, desce para regeneração, e em seguida, mostra que ao nascer de novo (pelo ato soberano de Deus, em que a criatura não tem parte) o pecador é feito capaz de acreditar na ação salvadora do Evangelho. (2 Cor. 5:16-19)
I) Salvo do prazer e do amor do pecado.
Que multidões de pessoas se ressentem fortemente quando é dito que se deleitavam no mal que praticava! Eles indignados perguntam que são pervertidos morais. Não, de fato: uma pessoa pode ser completamente boa, e ainda assim sentir prazer com o mal. Pode ser que alguns de nossos próprios membros repudiem a acusação de que eles já tomaram prazer em pecar, e que afirmem, que isto nunca ocorreu, e de que sempre detestavam a maldade em todas as suas formas. Nem nos atrevemos a pôr em causa a sua sinceridade, em vez disso, destacamos que só dá outra exemplificação do fato solene de que "o coração é enganoso acima de todas as coisas" (Jeremias 17:9). Mas este é um assunto que não está aberto ao argumento: o claro ensino da Palavra de Deus decide o ponto de uma vez por todas, e para além de seu veredicto, não há recurso. O que, então, dizem as Escrituras?
Assim, longe da Palavra, negando que haja qualquer prazer a ser encontrado em Deus; o ser humano continua a pecar. Deus, expressamente fala dos "prazeres do pecado", que avisa imediatamente que esses prazeres são, "por uma temporada" (Hebreus 11:25), para o rescaldo é doloroso e não agradável, sim, a menos que Deus intervenha com a Sua graça soberana, que implicam o tormento eterno. Assim também a Palavra se refere àqueles que são "mais amigos dos deleites do que amigos de Deus" (2 Tm. 3:4). É realmente impressionante observar como muitas vezes isso aponta incoerentemente na Escritura: Ela menciona aqueles que "Até quando estarão amando ilusões e buscando mentiras" (Sl 04:02), "o que ama a injustiça" (Sl 11:5), “Você prefere o mal ao bem, a falsidade, em lugar da verdade” Salmos 52:3 "ele amava mentiras "(Pv 1:22)," eles que sentem prazer nas suas abominações "(Is 66:3)," de acordo com as suas abominações foram como eles adoraram "(Oséias 9:10), que odiava o bem e o mal amando "(Miquéias 3:2)," se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele "(1 João 2:15). Para amar o pecado é muito pior do que cometê-lo, para que um homem pode ser, de repente tropeçou para cima ou para cometê-lo através de fragilidade.
O fato é, que não só nascemos neste mundo com uma natureza má, mas que adquirimos um coração que ama o pecado. O pecado é o nosso elemento nativo. Estamos cansados ​​com nossos desejos, e de nós mesmos não sermos mais capazes de alterar a tendência de nossa natureza corrupta. Mas o que é impossível ao homem; é possível para Deus, e quando Ele nos leva a seu lado este é o lugar onde Ele começa por nos salvar do prazer ou do amor ao pecado. Este é o grande milagre da graça, quando o Todo-Poderoso se abaixa e pega um leproso repugnante do monturo e faz dele uma nova criatura em Cristo, para que as coisas que ele odiava uma vez que ele agora ama. Deus começa por nos salvar de nós mesmos. Ele não nos salva da pena até que Ele nos liberte do amor de pecar.
II) E como é esse milagre da graça cumprida, ou seja, exatamente o que ele consiste?

Negativamente, não erradicando a natureza do mal, nem mesmo por refiná-lo. Positivamente, comunicando uma nova natureza, uma natureza santa, que abomina o que é mau, e se deleita em tudo o que é verdadeiramente bom. Para ser mais específico. Primeiro Deus salvará o seu povo do prazer, ou, do amor do pecado por soprar Seu santo temor em seus corações, pois “Temer ao Senhor é odiar o mal; odeio o orgulho e a arrogância, o mau comportamento e o falar perverso”
(Provérbios 8:13) e, novamente, “Há seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que ele detesta:
olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
coração que traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal,
a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos”
(Provérbios 6:16-19). Segundo Deus salva o seu povo do prazer do pecado, comunicando-lhes um novo princípio e vital: “E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu” 
(Romanos 5:5) e no coração que o amor de Deus governa, o amor do pecado é destronado. Terceiro Deus salva o seu povo do amor ao pecado pelo Espírito Santo, que está desenhando seus afetos até coisas de cima, assim, tirá-los das coisas que antigamente encantava a eles.
Se por um lado o incrédulo nega ardentemente que está no amor ao pecado; muitos crentes muitas vezes são difíceis iluminar seus entendimentos para que compreendam que sentiam amor ao pecado. Com o entendimento iluminado só pelo Espírito Santo poderá ter esta compreensão. Com um coração que foi feito justificado pela graça, ele se recusa em se deleitar no amor do pecado. Com a consciência de que tem sido sensibilizado pelo novo nascimento, ele se coloca mais rápido contra o funcionamento do pecado, e da ânsia de suas afeições para o que é proibido. Apesar da carne ainda está residente nele, e esta carne faz com que os desejos ainda permaneçam nele. São essas coisas, mais as ocasiões, que dão origem às questões perturbadoras que clamam por resposta dentro do crente genuíno. (Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam. (Gálatas 5:17)).
O cristão sincero em muitas vezes tem duvida, que ele tenha sido entregue a partir do amor ao pecado. Perguntas como estas claramente agitam sua mente: Por que eu tão facilmente cedo à tentação? Por que algumas das vaidades, e prazeres do mundo ainda possuem atração tanto em mim? Por que eu irrito-me tanto contra quaisquer restrições que estão sendo colocadas sobre os meus desejos? Por que eu acho o trabalho de mortificação tão difícil e desagradável? Poderiam tais coisas como essas acontecer, se eu fosse uma nova criatura em Cristo realmente? Poderiam tais experiências terríveis como estas acontecer se Deus tivesse me salvado de ter prazer no pecado? Bem sabemos que estamos aqui dando expressão às dúvidas muito que exercem as mentes de muitos dos nossos irmãos... Mas o que dizer em resposta? Como é que este problema angustiante em ser resolvido?
III) Como alguém pode estar certo de que ele tenha sido salvo do amor de pecar?
Vamos observar, antes que a presença de que dentro de nós que ainda anseia e se deleita em algumas coisas más, não é incompatível com a nossa de ter sido salvo do amor de pecado, por mais paradoxal que possa parecer. É parte do mistério do Evangelho que aqueles que são salvos, ainda permaneçam pecadores em si mesmos. O ponto que estamos aqui a tratar é semelhante e paralelo com a fé. O princípio divino da fé no coração não expulsa os da incredulidade. Fé e dúvidas existem lado a lado dentro de uma alma, o que é evidente a partir dessas palavras, "Senhor, eu creio, ajuda minha incredulidade tu" (Marcos 9:24). Da mesma forma, o cristão pode exclamar e orar, "Senhor, ajuda-me na minha luta contra o pecado". E por que isso? Devido à existência de duas naturezas separadas, a uma variância em completo com o outro dentro do cristão.
a)      Como, então, é a presença de fé a ser apurado?
Não pela cessação de incredulidade, mas por descobrir a seu próprio fruto e obras. O fruto pode crescer em meio a espinhos como flores entre ervas daninhas, e ainda é fruto, no entanto. A fé existe em meio a muitas dúvidas e medos. Não obstante forças opostas dentro e de fora de nós, a fé ainda alcança a Deus. Não obstante inúmeros desânimos e derrotas, a fé continua a lutar (Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?
(Romanos 7:24)). Não obstante muitas recusas de Deus, ainda se apega a Ele e diz: se não me abençoares eu não te deixarei ir. A fé pode ser terrivelmente fraca e irregular, muitas vezes eclipsada pelas nuvens da incredulidade, no entanto o próprio Diabo não consegue convencer o seu possuidor a repudiar a Palavra de Deus, ou abandonar toda a esperança. A presença da fé, então, pode ser verificada na medida em que faz com que seu possuidor a chegar diante de Deus como um mendigo de mãos vazias suplicando a Ele por misericórdia e bênção.
b)      Como pode um cristão comunicar que a natureza nova e santa foram comunicadas a ele?
Agora, assim como a presença da fé pode ser conhecida no meio de todas as obras de incredulidade, para nossa salvação do amor de pecado pode ser verificado apesar de todas as concupiscências da carne após o que é mau. Mas de que maneira? Como é que este aspecto inicial da salvação a serem identificados? Esta pergunta já foi antecipada em um parágrafo anterior, no qual afirmamos que Deus nos salvou de deleitar-se no pecado, por transmitir uma natureza que odeia o mal e ama a santidade, que acontece no novo nascimento. Consequentemente, a verdadeira questão a ser resolvida é: Como pode o cristão positivamente determinar se a natureza nova e santa foram comunicadas a ele? A resposta é, observando suas atividades, especialmente a oposição que faz até contra o pecado que ainda habita em seu ser. Não só a carne (que é o princípio do pecado) que cobiça contra o espírito, mas o espírito (que é o princípio da santidade) que habita as paixões e guerras contra a carne. (Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? (Romanos 7:24)).
Primeiro, a nossa salvação do prazer ou amor do pecado pode ser reconhecido pelo pecado se tornar um fardo para nós. Esta é verdadeiramente uma experiência espiritual. Muitas almas estão carregadas de ansiedades mundanas, que não sabem nada do que significa serem abatidas com um sentimento de culpa. Mas quando Deus nos leva a lado, as iniquidades e transgressões da nossa vida passada são feitas a medir como uma carga insuportável sobre a consciência. Quando nos é dada uma visão de nós mesmos como aparecem diante dos olhos de Deus, três vezes santo, vamos exclamar com o salmista: (Pois incontáveis problemas me cercam e as minhas culpas me alcançaram, e já não consigo ver. Mais numerosos são que os cabelos da minha cabeça; e o meu coração perdeu o ânimo. (Salmos 40:12)) Assim, longe de ser agradável o pecado, agora é sentido como um pesadelo cruel, um peso esmagador, e carga insuportável. A alma é "oprimida"(Mateus 11:28 ) e curvou-se a um sentimento de culpa e oprime a consciência não podendo suportar o peso dela, nem é essa experiência restrita a nossa primeira convicção: continua com agudeza mais ou menos por toda a vida do cristão.
Em segundo lugar, a nossa salvação do prazer de pecado pode ser reconhecida pelo pecado de se tornar amargo para nós. É verdade, existem milhões de pessoas não-regeneradas que está cheio de remorso em relação à safra colhida a partir de sua semeadura de aveia selvagem. Mas isso não é o ódio do pecado; mas não gostam das conseqüências de sua saúde arruinada, as oportunidades desperdiçadas, aperto financeiro, ou desgraça social. Não, o que nós temos é que referência à angústia de coração, que sempre é a marca de um espírito que se entrega nas mãos de Deus. Quando o véu da ilusão é removido e vemos o pecado à luz da face de Deus, quando nos é dada uma descoberta da depravação de nossa natureza, então nós percebemos que estamos afundados em carnalidade e em morte. Quando o pecado é aberto para nós em todas as suas obras secretas, somos feitos para sentir a vileza de nossa hipocrisia, farisaísmo incredulidade, impaciência, e da imundícia total de nossos corações. E quando a alma penitente vê os sofrimentos de Cristo, ele pode dizer com Jó: Deus fez desmaiar o meu coração; o Todo-poderoso causou-me pavor. (Jó 23:16)
Ah, meu irmão, é esta experiência que prepara o coração para sair depois de Cristo: aqueles que estão sãos não precisam de médico, mas os que são vivificados e condenados pelo espírito estão ansiosos para ser aliviada com o grande Médico. “O Senhor mata e preserva a vida; ele faz descer à sepultura e dela resgata. O Senhor é quem dá pobreza e riqueza; ele humilha e exalta”.(I Samuel 2:6-7). É desta maneira que Deus tira da vida a nossa própria justiça, fazendo o pecado ser um fardo intolerável e tão amargo conto o absinto para nós. Não pode haver fé salvadora até a alma está cheia de arrependimento evangélico, e arrependimento é uma tristeza segundo Deus pelo pecado, um ódio santo do pecado, um propósito sincero de abandoná-lo. O Evangelho chama os homens a se arrepender de seus pecados, abandonar seus ídolos, e humilhar os seus desejos e, portanto, é absolutamente impossível para que o Evangelho seja uma mensagem de boas notícias para aqueles que estão no amor com o pecado e loucamente determinado a morrer em vez que parte com os seus ídolos.
Nem é essa experiência de pecado tornar-se amargo para nós limitando a nosso primeiro despertar, continua em graus variados, até o fim da nossa peregrinação terrena. O cristão sofre com as tentações, é ferido por ataques de fogo de Satanás, e sangra das feridas causadas pelo mal que comete. Entristece-o profundamente que ele faz um retorno tão miserável a Deus por Sua bondade, que ele responde tão irregularmente para os sussurros do Espírito. As andanças de sua mente quando ele deseja meditar sobre a Palavra, a estagnação de seu coração quando ele procura a orar, os pensamentos mundanos que invadem sua mente, a frieza de seus afetos para com o Redentor, causar-lhe a gemer diariamente, todos os quais vai para evidências de que o pecado foi feito amargo para ele. Ele já não recebe os pensamentos intrusos que têm sua mente fora de Deus: sim ele faz pesar sobre eles. Mas, "Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados (Mateus 5:4).
Em terceiro lugar, a nossa salvação do prazer de pecado pode ser reconhecida pela escravidão sentida que o pecado produz. Como não é até uma fé Divina está plantada no coração que nos tornamos conscientes de nossa incredulidade nativa e inveterado, por isso não é até que Deus nos salva do amor de pecar que temos consciência dos grilhões que colocou em torno de nós. Então descobrimos que estamos "sem força", incapaz de fazer qualquer coisa agradável a Deus, incapaz de correr a corrida diante de nós. Uma imagem divinamente desenhada de escravidão que senti a alma salva, é ser encontrada em Rom. 7: "Porque eu sei que em mim (isto é, na minha carne) não habita bem algum:. Para o querer está em mim, mas como executar o que é bom eu não encontrar o bem que eu quero, não, mas o mal que não quero, esse faço ..., tenho prazer na lei de Deus segundo o homem interior, mas vejo outra lei nos meus membros, diminuindo contra a lei da minha mente, me cativo à lei do pecado "(v. 18, 19, 22, 23). E o que é a sequela? Este é o grito agonizante "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" Se esse é o lamento sincero de seu coração, então Deus salvou-o do prazer do pecado.
Considerações finais:
Deixe-se salientar, porém, que a salvação do amor ao pecado é sentida e evidenciada em vários graus diferentes por cristãos, e em diferentes períodos da vida, de acordo com a medida da graça que Deus dá, e de acordo como que a graça que está ativa e operante (Pois pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.  Romanos 12:3). Alguns parecem ter um ódio mais intenso do pecado em todas as suas formas do que de outros, mas o princípio de odiar o pecado é encontrado em todos os verdadeiros cristãos. Alguns cristãos, raramente ou nunca, cometem qualquer ato deliberado e premeditado de pecados: mais frequentemente são de rasteira, subitamente tentado (de estar com raiva ou contar uma mentira) e são ultrapassadas (Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia! 1 Coríntios 10:12). Mas com os outros o caso é bem diferente há deliberadamente o planejamento para pecar. Se qualquer um indignado nega que tal coisa é possível em um santo, e insiste em que um personagem é um estranho para a graça salvadora, poderá ser lembrado de David: não foi o assassinato de Urias definitivamente planejado? Esta segunda classe de cristãos encontram-se duplamente difícil de acreditar que eles foram salvos do amor de pecado.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Cruz e o Ego


 

“Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz, e siga-me” — (Mateus 16:24).

Introdução:

Antes de desenvolver o tema deste verso, comentemos os seus termos. “Se alguém”: o dever imposto é para todos os que desejam se unir aos seguidores de Cristo e alistar sob a Sua bandeira. “Se alguém quer”: o grego é muito enfático, significando não somente o consentimento da vontade, mas o pleno propósito de coração, uma resolução determinada. “Vir após mim”: como um servo sujeito ao seu Mestre, um estudante ao seu Professor, um soldado ao seu Capitão. “Negue”: o grego significa “negar totalmente”. Negar a si mesmo: sua natureza pecaminosa e corrompida. “E tome”: não passivamente sofra ou suporte, mas assuma voluntariamente, adote ativamente. “Sua cruz”: que é desprezada pelo mundo, odiada pela carne, mas que é a marca distintiva de um cristão verdadeiro. “E siga-me”: viva como Cristo viveu — para a glória de Deus.

O contexto imediato é mais solene e impressionante. O Senhor Jesus tinha acabado de anunciar aos Seus apóstolos, pela primeira vez, a aproximação de Sua morte de humilhação (v. 21). Pedro se assustou, e disse, “Tem compaixão de Ti, Senhor” (v. 22). Isto expressou a política da mente carnal. O caminho do mundo é a procura para si mesmo e a defesa de si mesmo. “Tenha compaixão de ti” é a soma de sua filosofia. Mas a doutrina de Cristo não é “salva a ti mesmo”, mas sacrifica a ti mesmo. Cristo discerniu no conselho de Pedro uma tentação de Satanás (v. 23), e imediatamente a rejeitou. Então, voltando-se para Pedro, disse: Não somente “deve” o Cristo subir à Jerusalém e morrer, mas todo aquele que desejar ser um seguidor dEle, deve tomar sua cruz (v. 24). O “deve” é tão imperativo num caso como no outro. Mediatoriamente, a cruz de Cristo permanece sozinha; mas experiencialmente, ela é compartilhada por todos que entram na vida.

I) O que é um cristão?

O que é um “cristão”? Alguém que sustenta membresia em alguma igreja terrena? Não. Alguém que crê num credo ortodoxo? Não. Alguém que adota um certo modo de conduta? Não. O que, então, é um cristão? Ele é alguém que renunciou a si mesmo e recebeu a Cristo Jesus como Senhor (Colossenses 2:6). Ele é alguém que toma o jugo de Cristo sobre si e aprende dEle que é “manso e humilde de coração” (Mat. 11:29-30). Ele é alguém que foi “chamado à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Coríntios 1:9): comunhão em Sua obediência e sofrimento agora, em Sua recompensa e glória no futuro sem fim. Não há tal coisa como pertencer a Cristo e viver para agradar a si mesmo. Não cometa engano neste ponto, “E qualquer que não tomar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:27), disse Cristo. E novamente Ele declarou, “Mas aquele (ao invés de negar a si mesmo) que me negar diante dos homens (não “para” os homens: é conduta, o caminhar, que está aqui em vista), também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 10:33).

II) Senhor, que queres que eu faça?

A vida cristã começa com um ato de auto-renúncia, e é continuada pela auto mortificação (Romanos 8:13). A primeira pergunta de Saulo de Tarso, quando Cristo o apreendeu, foi, “Senhor, que queres que eu faça?”. A vida cristã é comparada com uma “corrida”, e o corredor é chamado para “deixar todo embaraço e o pecado que tão de perto nos assedia” (Hebreus 12:1), cujo “pecado” é o amor por si mesmo, o desejo e a determinação de ter o nosso “próprio caminho” (Isaías 53:6). O grande alvo, fim e tarefa posta diante do Cristão é seguir a Cristo — seguir o exemplo que Ele nos deixou (1 Pedro 2:21), e Ele “não agradou a si mesmo” (Romanos 15:3). E há dificuldades no caminho, obstáculos na estrada, dos quais o principal é o ego. Portanto, este deve ser “negado”. Este é o primeiro passo para se “seguir” a Cristo.

O que significa para um homem “negar a si mesmo” totalmente? Primeiro, isto significa a completa repudiação de sua própria bondade. Significa cessar de descansar sobre quaisquer obras nossas, para nos recomendar a Deus. Significa uma aceitação sem reservas do veredicto de Deus que “todas as nossas justiças [nossas melhores performances], são como trapo da imundícia” (Isaías 64:6). Foi neste ponto que Israel falhou: “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus” (Romanos 10:3). Agora, contraste com a declaração de Paulo: “E seja achado nEle, não tendo justiça própria” (Filipenses 3:9).

III) Como negar a si mesmo totalmente?

Para um homem “negar a si mesmo” totalmente, deverá renunciar completamente sua própria sabedoria. Ninguém pode entrar no reino dos céus, a menos que tenha se tornado “como criança” (Mateus 18:3). “Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” (Isaías 5:21). “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Romanos 1:22). Quando o Espírito Santo aplica o Evangelho em poder numa alma, é para “destruir os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:5). Um lema sábio para o todo cristão adotar é “não te estribes no teu próprio entendimento” (Provérbios 3:5).

Para um homem “negar a si mesmo” totalmente, deverá renunciar completamente sua própria força. É “não confiar na carne” (Filipenses 3:3). É o coração se curvando à declaração positiva de Cristo: “Sem mim, nada podeis fazer” (João 15:5). Este é o ponto no qual Pedro falhou: (Mateus 26:33). “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16:18). Quão necessário é, então, que prestemos atenção à (1 Coríntios 10:12): “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia”! O segredo da força espiritual reside em reconhecer nossa fraqueza pessoal: (veja Isaías 40:29; 2 Crônicas 12:9). Então, “fortifiquemo-nos na graça que há em Cristo Jesus” (2 Timóteo 2:1).

Para um homem “negar a si mesmo” totalmente, deverá renunciar completamente sua própria vontade. A linguagem do não-salvo é, “Não queremos que este Homem reine sobre nós” (Lucas 19:14). A atitude do cristão é, “Para mim, o viver é Cristo” (Filipenses 1:21) — honrá-Lo, agradá-Lo, servi-Lo. Renunciar sua própria vontade significa atender à exortação de Filipenses 2:5, “Que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”, o qual é definido nos versos que imediatamente seguem como de abnegação. É o reconhecimento prático de que “não sois de vós mesmos, porque fostes comprados por bom preço” (1 Coríntios 6:19,20). É dizer com Cristo, “Não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres” (Marcos 14:36).

Para um homem “negar a si mesmo” totalmente, deverá renunciar completamente suas luxúrias ou desejos carnais. “O ego do homem é um feixe de ídolos” (Thomas Manton, Puritano), e estes ídolos devem ser repudiados. Os não-cristãos são “amantes de si mesmos” (2 Timóteo 3:1); mas aquele que foi regenerado pelo Espírito diz com Jó, “Eis que sou vil” (40:4), “Eu me abomino” (42:6). Dos não-cristãos está escrito, “todos buscam o que é seu e não o que é de Cristo Jesus” (Filipenses 2:21); mas dos santos de Deus está registrado,“eles não amaram a sua vida até à morte” (Apocalipse 12:11). A graça de Deus está “ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente” (Tito 2:12).

Esta negação do ego que Cristo requer de todos os Seus seguidores deve ser universal. Não há nenhuma reserva, nenhuma exceção feita: “Nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Romanos 13:14). Deve ser constante, não ocasional: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23). Deve ser espontânea, não forçada, realizada com satisfação, não relutantemente: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Colossenses 3:23). Ó, quão impiamente o padrão que Deus colocou diante de nós tem sido rebaixado! Como isso condena a vida acomodada, agradável à carne e mundana de tantos que professam (mas, de maneira vã) que eles são “cristãos”!

IV) Tome a sua cruz:

“E tome a sua cruz”. Isto se refere não à cruz como um objeto de fé, mas como uma experiência na alma. Os benefícios legais do Calvário são recebidos através do crer, quando a culpa do pecado é cancelada, mas as virtudes experimentais da Cruz de Cristo são somente desfrutadas à medida que somos, de um modo prático, “conformados com a Sua morte” (Filipeneses 3:10). É somente à medida que realmente aplicamos a cruz às nossas vidas diárias, regulamos nossa conduta pelos seus princípios, que ela se torna eficaz sobre o poder do pecado que habita em nós. Não pode haver ressurreição onde não há morte, e não pode haver andar prático “em novidade de vida” até que “carreguemos no corpo o morrer do Senhor Jesus” (2 Coríntios 4:10). A “cruz” é o sinal, a evidência, do discipulado cristão. É sua “cruz”, e não o seu credo, que distingue um verdadeiro seguidor de Cristo do mundano religioso.

Agora, no Novo Testamento a “cruz” tem o significado de realidades definidas. Primeiro, ela expressa o ódio do mundo. O Filho de Deus veio aqui não para julgar, mas par salvar; não para punir, mas para redimir. Ele veio aqui “cheio de graça e verdade”. Ele sempre esteve à disposição dos outros: ministrando aos necessitados, alimentando os famintos, curando os enfermos, libertando os possessos pelo demônio, ressuscitando os mortos. Ele era cheio de compaixão: gentil como um cordeiro; inteiramente sem pecado. Ele trouxe com Ele felizes notícias de grande alegria. Ele procurou os perdidos, pregou aos pobres, todavia, não desdenhou dos ricos; Ele perdoou pecadores. E, como Ele foi recebido? Que tipo de recepção os homens Lhe deram? Eles O “desprezaram e rejeitaram” (Isaías 53:3). Ele declarou, “Eles Me odeiam sem uma causa” (João 15:25). Eles tiveram sede de Seu sangue. Nenhuma morte ordinária os apaziguaria. Eles demandaram que Ele deveria ser crucificado. A Cruz, então, foi a manifestação do ódio inveterado do mundo pelo Cristo de Deus.

O mundo não mudou, não mais do que o etíope pode mudar sua pele ou o leopardo suas manchas. O mundo e Cristo ainda estão em aberto antagonismo. Por conseguinte, está escrito: “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4). É impossível andar com Cristo e comungar com Ele, até que tenhamos nos separado do mundo. Andar com Cristo necessariamente envolve compartilhar Sua humilhação: “Saiamos, pois, a Ele, fora do arraial, levando o seu vitupério” (Hebreus 13:13). Isto foi o que Moisés fez (veja Hebreus 11:24-26). Quanto mais próximo eu andar de Cristo, mais eu serei mal-entendido (1 João 3:2), ridicularizado (Jó 12:4) e detestado pelo mundo (João 15:19). Não cometa engano aqui: é extremamente impossível continuar com o mundo e ter comunhão com o Santo Cristo. Portanto, “tomar” minha “cruz” significa, que eu deliberadamente convido a inimizade do mundo através da minha recusa em ser “conformado” a ele (Romanos 12:2). Mas, o que importa o olhar carrancudo do mundo, se estou desfrutando os sorrisos do Salvador?

Tomar minha “cruz” significa uma vida voluntariamente rendida a Deus. Como o ato dos homens ímpios, a morte de Cristo foi um assassinato; mas como o ato do próprio Cristo, foi um sacrifício voluntário, oferecendo a Si mesmo a Deus. Foi também um ato de obediência a Deus. Em João 10:18 Ele disse, “Ninguém a [Sua vida] tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou”. E por que Ele o fez? Suas próximas palavras nos dizem: “Este mandato recebi de meu Pai”. A cruz foi a suprema demonstração da obediência de Cristo. Nesta Ele foi o nosso Exemplo. Uma vez mais citamos Filipenses 2:5: “Que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. E nos versos seguintes nós vemos o Amado do Pai tomando a forma de um Servo, e tornando-Se “obediente até a morte, e morte de cruz”. Agora, a obediência de Cristo deve ser a obediência do cristão — voluntária, alegre, sem reservas, contínua. Se esta obediência envolve vergonha e sofrimento, acusação e perda, não devemos nos acovardar, mas por o nosso rosto “como um seixo” (Isaías 50:7). A cruz é mais do que o objeto da fé do cristão, ela é o sinal de discipulado, o princípio pelo qual sua vida deve ser regulada. A “cruz” significa rendição e dedicação a Deus: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1).

Considerações finais:

A “cruz” significa serviço vicário e sofrimento. Cristo deu a Sua vida pelos outros, e Seus seguidores são chamados a estarem dispostos para fazerem o mesmo: “Devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 João 3:16). Esta é a lógica inevitável do Calvário. Somos chamados para seguir o exemplo de Cristo, para a companhia de Seus sofrimentos, e para ser participantes em Seu serviço. Assim como Cristo “a si mesmo se esvaziou” (Filipenses 2:7), assim devemos fazer. Assim como Ele “veio para servir, e não para ser servido” (Mateus 20:28), assim devemos ser. Assim como Ele “não agradou a si mesmo” (Romanos 15:3), assim devemos fazer. Assim como Ele lembrou dos outros, assim devemos lembrar: “Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados” (Hebreus 13:3).

“Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mateus 16:25). Palavras quase idênticas a estas são encontradas novamente em Mateus 10:39. Marcos 8:35, Lucas 9:24; 17:33, João 12:25. Certamente, tal repetição mostra a profunda importância de notar e prestar atenção a este dito de Cristo. Ele morreu para que nós pudéssemos viver (João 12:24), e assim devemos fazer (João 12:25). Como Paulo, devemos ser capazes de dizer “Em nada tenho a minha vida por preciosa” (Atos 20:24). A “vida” que é vivida para a gratificação do ego neste mundo, está “perdida” para eternidade; a vida que é sacrificada para os interesses próprios e rendida a Cristo, será “achada” novamente, e preservada durante toda a eternidade.

Um jovem universitário graduado, com prospectos brilhantes, respondeu ao chamado de Cristo para uma vida de serviço a Ele na Índia, entre a casta mais baixa dos nativos. Seus amigos exclamaram: “Que tragédia! Uma vida lançada fora!” Sim, “perdida”, até onde diz respeito a este mundo, mas “achada” novamente no mundo porvir !