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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Ezequiel 4

 



4:1-3 Os babilônios não tinham papel, em vez disso, eles fizeram os seus registros oficiais sobre tijolos, fizeram os tijolos de lama pesada e riscavam o que queria escrever sobre o tijolo macio. Em seguida, cozinham o tijolo, a fim de torná-lo resistente. Estes tijolos eram seus livros. O Senhor disse a Ezequiel para desenhar o plano de Jerusalém em um desses tijolos. Ele teve que fazer modelos de exércitos, cercas e acampamentos. A placa de ferro era uma panela que as pessoas usavam para cozinhar alimentos. Ezequiel teve que colocar esta placa entre ele e o tijolo, então teve que olhar para o tijolo e que tinha atuar simbolicamente em uma batalha contra Jerusalém. Isso serviu para mostrar ao povo que haveria uma verdadeira batalha contra Jerusalém. O exército dos babilônios destruiu Jerusalém. Zedequias era o homem que os babilônios tinham nomeado como governante de Jerusalém, em vez do verdadeiro Rei Joaquim. Zedequias prometeu servir ao rei de Babilônia, mas ele não manteve sua promessa. Ele pediu ao rei do Egito ajudam para lutar contra o rei de Babilônia. Assim, os babilônios destruíram Jerusalém no ano 586 a.C.


4:4-5 Depois de Ezequiel ter mostrado a batalha por Jerusalém, o Senhor disse-lhe para se deitar sobre o lado esquerdo. O lado esquerdo significava que ele olhou em direção ao norte. Isto foi para demonstrar que a mensagem era para Israel. Israel, aqui, significa as 10 tribos do norte do país chamado. Judá, ao sul do país, era onde as outras duas tribos viviam. (O país dos israelitas tinha sido dividido em dois reinos separados após a morte de Salomão.) Ezequiel teve deitar sobre seu lado esquerdo por 390 dias. Cada dia era de um ano. Deus iria punir Israel por seus pecados durante estes últimos anos. Assim, 390 dias significa 390 anos. Mas os especialistas não têm certeza de quando esses 390 anos começaram. Os 390 anos podem ser a partir do momento em que Israel foi dividido de Judá. O fim desse tempo pode ser quando os babilônios destruíram Jerusalém. Mas essas datas não são muito preciso. Talvez o significado seja simples: os pecados de Israel continuaram durante séculos. Mas os pecados de Judá (versículo 6) foram por um curto período. O texto não significa que Ezequiel estava do seu lado 24 horas por dia. Mas ele teve que se deitar ao seu lado para uma parte de cada dia.


4:6-8 Então Ezequiel teve que se deitar sobre seu lado direito por 40 dias. O lado direito significava que ele olhava em direção ao sul. Isso mostrou que Deus iria punir Judá por 40 anos. Nós não sabemos quando esses 40 anos começaram. Eles poderiam ter terminado com os 390 anos ou os seguiram. Enquanto ele estava deitado em seus dois lados, Ezequiel teve que olhar para o tijolo de Jerusalém. Com um braço nu sobre ela, ele profetizou a sua derrota. Todo o tempo que Ezequiel estava em seus dois lados, ele não podia se virar. No final destes dias, os babilônios destruiriam Jerusalém.


4:9-11 Durante os dias em que Ezequiel estava em seus lados, Deus disse-lhe o que comer. Ele teve que fazer o pão de uma mistura de grãos. Essa era a sua comida para os 390 dias. Cada dia ele poderia comer apenas 8 fatias deste pão. Ele podia beber dois litros de água (um sexto de um him). Em um país quente, isso não é água suficiente para uma pessoa beber por dia. As pessoas costumam beber muito mais água do que isso. Quando os exércitos de Babilônia haviam cercado Jerusalém, haveria uma falta de alimentos. As pessoas não teriam o suficiente de trigo ou cevada para fazer pão. Eles não teriam água suficiente para beber. A quantidade de água e comida seria apenas o suficiente para manter as pessoas vivas.


4:12-13 O Senhor disse a Ezequiel para assar o pão na frente das pessoas. Ezequiel não fez o pão num forno, mas em pedras quentes. Ezequiel devia usar fezes humanas como combustível para o fogo para aquecer as pedras. O combustível normal seria esterco animal. Mas, quando os exércitos tinham cercado Jerusalém, os habitantes mataram os animais na cidade para ter carne. Então não haveria esterco animal para o combustível. Eles teriam que usar fezes humanas. Na religião de Israel, os israelitas não podiam utilizar fezes humanas como combustível. (Veja Deuteronômio 23:12-14). Fazer isso seria tornar a comida impura. Comer alimentos impuros faria as pessoas impuras. Nesse estado, eles não poderiam adorar o seu Deus. Mas nesse tempo, ou eles comiam alimentos impuros ou morreriam.


4:14-17 Ezequiel queixou-se a Deus. Ele nunca tinha comido comida imunda. Ele sempre seguiu as leis alimentares rígidos de sua religião. Então, Deus deixou usar esterco de vaca para o combustível. O Senhor usaria os babilônios para punir os israelitas. A falta de alimentos é porque nenhum alimento devia entrar na cidade. Mas a causa real é o Senhor. As pessoas iriam ter apenas um pouco de comida, teriam que fazê-la durar tanto tempo quanto possível e, dessa forma, teriam que comer um pouco a cada dia. Não haveria água suficiente para beber. Eles seriam capazes de ter apenas um pouco a cada dia, se tornariam cada vez mais fracos. Eles se tornariam mais fracos por causa da falta de comida e bebida. Mas a razão para essa falta era o seu pecado. O Senhor Deus disse que iria punir seu pecado. E esta situação seria parte da punição.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Ezequiel (Cap. 3)



3:1-3 O Senhor deu o Livro de Ezequiel para que o comesse. Esta ação teve um significado especial. Ezequiel tinha que saber a mensagem antes que ele pudesse falar ao povo de Israel e, então, ele tinha que comer o rolo (aceitar a mensagem), em preparação para o seu trabalho missionário para aquela nação obstinada. A mensagem no livro foi uma tarefa difícil para o profeta de Deus, mas sua tarefa era falar a mensagem para os israelitas, não importa o que acontecesse. Ezequiel obedeceu a Deus e ele pôde assim abrir a boca com confiança. Ele comeu o rolo, engoliu a seco e levou-o para o seu estômago, que, por sua vez, tornou-se parte dele. A mensagem no livro era terrível. Mas, ao passo que ele comia, tinha um gosto doce. Era como o sabor do mel. Ezequiel teria muitos inimigos e as pessoas se recusariam ao que ele falasse contra elas e seus pecados. Mas é um prazer servir a Deus, e que o prazer desse serviço seria muito maior, comparado aos problemas que ele enfrentaria. Uma tarefa pode ser difícil ou dolorosa, mas é uma alegria de fazer o que Deus quer.


3:4-7 O Senhor envia agora Ezequiel para falar com os israelitas rebeldes. Se o Senhor havia mandado Ezequiel para os estrangeiros, pessoas de outras nacionalidades que não o povo escolhi de Javé, estes teriam ouvido ao profeta divino. Ezequiel não entendia bem sua missão profética-sacerdotal, e mesmo que seus ouvintes também não entendessem suas mensagens, eles ainda aceitariam (acreditariam) na mensagem de Deus. No entanto, o povo do próprio Deus não quis ouvir Ezequiel, eles eram muito teimosos, não quiseram ouvir a Deus porque tinham se afastado muito Dele. Esta situação era horrível para eles mesmos, como para o profeta. O povo de Deus eram ainda pior do que as nações ao redor deles, que não tinham pacto algum com o Divino. Parece que Ezequiel tinha falhado em sua tarefa. Mas isso não é verdade. Sua tarefa era para falar as palavras de Deus e ele não era responsável pelos resultados.


3:8-11 O povo de Javé era cabeça dura, eram teimosos. Eles haviam fechado suas mentes, em outras palavras, pois nem sequer queriam ouvir. E eles se opõem a Ezequiel e recusam-se a ouvir sua mensagem de salvação. Então, Deus prometeu fazer Ezequiel tão teimoso quanto, em persistir em sua missão profética. Ezequiel seria forte e não iria falhar. Ezequiel iria declarar a mensagem de Deus pela força do Senhor. As pessoas não seriam capaz de parar Ezequiel. A palavra do Senhor teve de se tornar parte de Ezequiel e só assim ele poderia ir e falar aos obstinados da casa de Israel. Ele tinha que pensar na mensagem do Senhor, tinha que acreditar que isso era verdade. Se ele não tivesse a certeza da mensagem, ele não poderia falar então com confiança. Mas, quando ele teve certeza da mensagem, então pôde falar com a autoridade de Deus.


3:12-14 Essa primeira visão termina agora. O Espírito levantou Ezequiel. Tudo o que ele tinha visto começou a se mover. Ele ouviu os sons altos como de uma voz atrás dele. Disse, “Louvai a glória de Deus”. Os querubins estavam louvando a Deus, que estava em Seu trono. Louvado seja Deus, porque a glória pertence somente a Ele! Como a visão mudou, Ezequiel ouviu os sons das asas dos querubins. As rodas também fizeram um barulho alto ao passo que se moviam. Ezequiel deve dizer ao povo a mensagem de que Deus havia dado a ele; essa mensagem era sobre o juízo de Deus contra os israelitas pecadores. Eles sofrem um terrível castigo por causa de suas más obras e não por culpa, ou descuido divino. Ezequiel não queria fazer o que Deus lhe tinha dito, mas ele sabia que devia fazê-lo. Isso o perturbou e o deixou com raiva. Ele estava insatisfeito com o que tinha ouvido, pois sabia que as pessoas não quiseram ouvir sua pregação. Eles não iriam aceitar o que ele tinha a dizer, mesmo que envolvesse a salvação deles. Deus estava com Ezequiel e ele sentiu que o poder de Deus estava segurando sua mão direita, sabendo que ele deve ir para o povo. Agora, ele não podia mais evitar a tarefa.


3:15-17 Ezequiel tinha voltado para Tel-Abib cidade onde ele morava com os exilados. Não demorou uma semana para pensar sobre a visão. Levou todo esse tempo para ele se recuperar depois dessa experiência sobrenatural. A visão que ele tinha visto o preocupava bastante e o terror da mensagem era quase demais para ele. O profeta ficou sentado incapaz de dizer qualquer coisa. No final da semana, o Senhor falou a Ezequiel, fazendo-o sentinela para os israelitas. Naqueles dias, um sentinela era um tipo especial de guarda que ficava na parede de uma cidade. Seu trabalho era para observar inimigos e outros perigos; se ele visse qualquer perigo para a cidade, o mesmo deveria avisar as pessoas. Esse perigo pode ser de um exército que se aproximava, ou pode ser um problema dentro da cidade, como um incêndio. O Senhor quer falar para Ezequiel sobre os perigos que podem acontecer durante seu ministério sacerdotal. Como um sentinela para o povo, ele tinha que soar o alarme, ou seja, tinha que fazer as pessoas conscientes do perigo, tinha de dizer às pessoas o que Deus tinha dito.


3:18-19 Ezequiel devia ouvir o Senhor e então avisar o povo. Ele foi o responsável pela tarefa que Deus lhe deu. Se ele não avisasse o povo, então Deus iria culpá-lo pelos resultados, seria “culpado de sangue”. Se ele fez se papel de avisar o povo, então ele estava sem culpa, caso não aceitassem sua mensagem. Ele tinha que dizer ao homem ímpio para mudar a forma como viva. O ímpio morreria se ele não mudasse seu estilo de vida. A morte do ímpio seria o resultado do próprio pecado do homem. Mas se esse mesmo homem ímpio fizesse mudanças em sua forma de viver, então ele iria viver pela sua própria justiça. No entanto, se Ezequiel não avisasse-o, o homem iria morrer. Mas Deus iria culpar Ezequiel pela morte do ímpio, pois não ouviu a mensagem para ficar sabendo da iniquidade das suas ações. Todas as pessoas são responsáveis pelo que fazem. Elas são responsáveis por seus próprios atos, se essas ações são boas ou más. Mas a responsabilidade de Ezequiel foi declarar a mensagem de Deus. Quando Deus o enviou, Ezequiel tinha que avisar as pessoas. Se Ezequiel não o fizesse isso, Deus iria culpá-lo também.


3:20-23 Uma boa pessoa pode mudar e fazer coisas más. Essa pessoa vai morrer por causa desses maus atos. As boas obras do passado não vai salvar essa pessoa. Essa pessoa vai morrer pelo que fez nos seus últimos dias de vida. Se Ezequiel não tinha avisado a pessoa de seus atos iníquos, então ele (Ezequiel) seria o culpado por essa morte. Talvez a pessoa não agisse assim quando Ezequiel o avisou. Em seguida, Ezequiel não era o culpado por tal morte. Mas Deus não quer que a pessoa sofra. Então, Deus estava enviando Ezequiel a fim de dar a essa pessoa iníqua uma outra oportunidade, uma oportunidade de se arrepender. Se essa pessoa desse as costas ao pecado, então viveria. Ezequiel sabia que Deus estava lá porque ele sentiu o Seu poder e ouviu Deus falar. Então, Ezequiel saiu para a planície, então a glória de Deus apareceu para ele como tinha feito antes no rio Quebar. Desta vez, ele não viu a visão vindo em sua direção. Mas, como antes, ele caiu com o rosto no chão, e, embora tivesse visto antes, o efeito foi tão grande que caiu de medo ao ver a glória de Deus.


3:24 O Espírito de Deus veio a Ezequiel e levantou-o e falou com ele. Disse a Ezequiel o que fazer e o que iria acontecer, disse mais a Ezequiel para fechar-se em sua própria casa. Ele não devia sair, não poderia continuar com seus deveres diários. O Espírito disse a ele que os exilados iriam amarrá-lo e que não seria capaz de se mover, não seria capaz de deixar sua casa. Sua casa seria como uma prisão para ele.


3:26-27 Deus só permitiria Ezequiel falar o que Deus disse a ele. Ele podia dizer mais nada, uma vez que Deus faria dele mudo. Ele não seria capaz de ter uma conversa com as pessoas, não seria capaz de discutir ou argumentar. Quando Ezequiel falou, os resultados não eram problema seu. Ele era apenas um agente do Senhor. Tudo o que ele disse era a mensagem do Senhor. As pessoas eram responsáveis por suas próprias ações. Eles poderiam escolher ouvir ou poderiam recusar-se a ouvir. Deus fez Ezequiel ficar mudo por 7 anos. Esse período continuou até os babilônios destruíram Jerusalém. Mas, durante esse período, Ezequiel teve de falar muitas mensagens de Deus. Ele permaneceria em sua casa, exceto quando Deus o levou.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Estudo Sobre Apocalipse (Cap. 1 & 2)

 
São João Evangelista em Patmos, de Tobias Verhaecht, domínio públlico (Wikimedia Commons)

Significado de Apocalipse 1 & 2


Apocalipse 1


Apocalipse 1.1 — Revelação (palavra que significa algo desvelado, descoberto) indica que esse texto é um tipo de literatura conhecido como apocalíptica. A Revelação de Jesus Cristo pode significar que vem dele e é sobre Ele, porque Cristo é o assunto do livro inteiro. Os servos de Cristo são os crentes. A frase que brevemente devem acontecer é uma alusão a Daniel 2.28,29,45, visto que parece indicar que as coisas que devem acontecer nos últimos dias acontecerão em rápida sucessão. João é o escritor humano do Apocalipse, enquanto Jesus é o Autor divino.


Apocalipse 1.2 — A palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo são as razões pelas quais João foi exilado na ilha de Patmos (v. 9) e, também, o motivo por que os crentes são perseguidos hoje em dia. A expressão de tudo o que tem visto refere-se às visões relatadas em Apocalipse.


Apocalipse 1.3 — Bem-aventurado, significando espiritualmente feliz, de acordo com a perspectiva de Deus ler e reter essa revelação é a primeira das sete bemaventuranças citadas em Apocalipse (14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 27.7,14). Esse é o primeiro de muitos grupos de sete encontrados em todo o livro, número este que significa completude, perfeição.


Apocalipse 1.4 — João endereçou Apocalipse às sete igrejas na província romana da Asia, área que atualmente corresponde ao sudoeste da Turquia. As igrejas localizavam-se em uma região de uns 80km, e seus nomes estão dispostos em ordem, no sentido dos ponteiros do relógio, partindo do sudoeste. Graça é a versão cristã para uma saudação comum no grego, e paz [hb. shalom] é uma típica saudação hebraica.


Aquele que é, e que era, e que há de vir designa Deus, que não só existe agora, mas sempre existiu e existirá eternamente (Hb 13.8). A expressão os sete espíritos pode referir-se aos anjos das sete igrejas (cap. 2 e 3), a sete outros anjos (Ap 8.2), ou à plenitude do Espírito Santo (Is 11.2).


Apocalipse 1.5 — Jesus Cristo, o primogênito dos mortos, garantiu a ressurreição futura do cristão por meio de Sua própria ressurreição (1 Co 15.20,23). Embora Ele seja o legítimo príncipe, até a Sua segunda vinda, não exercerá Sua autoridade (Mt 28.18) de maneira completa sobre os reis da terra (Ap 19.17-21). Mas, quando votar, Ele estabelecerá Seu Reino de forma plena na terra (Ap 1.6) e nomeará corregentes preparados, os quais compartilharão de Sua autoridade para governar nações em submissão a Ele (Ap 2.26,27; 3.21; 5.10; 20.4; 21.24).


Apocalipse 1.6 — Reis e sacerdotes lembram o desígnio de Israel em Êxodo 19.6, o qual também é aplicado à Igreja pelo uso da expressão sacerdócio real em 1 Pedro 2.9. Cristo, ao sacrificar a si mesmo (Ap 1.5), salvou e separou para si um povo especial, os cristãos, sacerdotes reais, para oferecerem sacrifícios espirituais a Deus (Rm 8.17; Hb 3.1,14; 13.15,16).


Apocalipse 1.7 — A frase vem com as nuvens lembra a visão que Daniel teve acerca do Filho do Homem (Dn 7.13; Mt 24.30). Jesus associa a visão de Daniel à Sua gloriosa segunda vinda (Mt 24-30; At 1.11). A expressão todo olho indica que Cristo será visível universalmente na Sua segunda vinda, ao contrário do que ocorreu em Sua primeira vinda. A frase até mesmo os que o traspassaram alude à crucificação de Cristo (Jo 19.34), por influência dos líderes judeus, e aponta para a profecia de Zacarias que diz que Israel se lamentará por ter rejeitado o Messias (Zc 12.10; Jo 19.34,37). De fato, não apenas Israel, mas também todas as tribos da terra se lamentarão por terem rejeitado Cristo e se arrependerão por sua incredulidade.


Apocalipse 1.8 — A autodescrição de Deus como o Alfa e o Omega (a primeira e a última letra do alfabeto grego), princípio e o fim, indica que Ele é o Todo-poderoso e eterno, já existindo que tudo fosse por Ele criado. Esse conhecimento pode ser um grande conforto para quem está sofrendo (v. 9). O Senhor está guiando a história de maneira soberana em direção à sua consumação, à vitória de Cristo sobre tudo e todos (1 Co 15.24-28).


Apocalipse 1.9 — João se identifica fortemente com seus leitores como um irmão e companheiro na aflição, uma tribulação que alguns já estavam sofrendo (Ap 2.9,10). Paulo disse que haveria muitas tribulações (At 14.22) para os cristãos antes da vinda do reino (Ap 11.15). Tais provações servem para desenvolver paciência e maturidade cristã (Tg 1.2-4); afinal, suportá-las é um pré-requisito para reinar com Jesus (Rm 8.17; 2 Tm 2.12). O sofrimento imediato de João estava relacionado ao seu exílio na pequena ilha de Patmos, no mar Egeu. Embora o apóstolo tivesse sido exilado como uma tentativa de silenciar a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo (a palavra grega traduzida como testemunho significa literalmente testemunha, e está associada à palavra mártir), João, continuou escrevendo o Apocalipse (1,2) como testemunha de Cristo.


Apocalipse 1.10 — A expressão em espírito alude ao estado de exultação espiritual no qual João se encontrava quando recebeu as visões do Apocalipse (Ap 4.1,2).


Apocalipse 1.11 — Cada uma das sete igrejas na província da Ásia recebeu uma cópia completa de Apocalipse e uma mensagem individual da parte de Cristo (Ap 2.1—3.22).


Apocalipse 1.12 — Os sete castiçais de ouro representam as sete igrejas nomeadas no versículo 11 (v.20).


Apocalipse 1.13 — Semelhante ao Filho do Homem é uma referência a Daniel 7.13. Comparando-se essas duas passagens, além do uso da expressão Filho do Homem por Jesus (Mt 20.28) em relação a si mesmo, notamos que Cristo é o sujeito dos versículos de 12 a 18 de Apocalipse 1. Jesus tem uma natureza completamente humana e completamente divina. A veste comprida e o cinto de ouro indicam que o Cristo glorificado está vestido como um sumo sacerdote (Ex 28.4)


Apocalipse 1.14 — A aparência branca da cabeça e dos cabelos é um paralelo à descrição do ancião de dias, em Daniel 7.9, e à aparência gloriosa do Cristo transfigurado no monte (Mt 17.2). As descrições demonstram a pureza e imortalidade, tanto de Deus-Pai como do Deus-Filho. Adicionalmente, o cristão vencedor será vestido de vestes brancas (Ap 3.5; 19.8), um símbolo de pureza, e estará na presença de Cristo. Os olhos de Cristo são como chama de fogo. Isso indica Sua justiça, assim como Seu juízo sobre todas as coisas impuras (Dn 10.6; 1 Co 3.13).


Apocalipse 1.15 — Seus pés, semelhantes a latão reluzente podem significar respeito ou poder, assim como domínio sobre todas as coisas, já que tudo está debaixo de Seus pés (1 Co 15.25).


Apocalipse 1.16 — As sete estrelas são os anjos das sete igrejas (v. 20). Esses anjos podem designar literalmente seres espirituais, guardiões daquelas igrejas. Uma aguda espada de dois fios era uma espada longa e afiada dos dois lados, a qual, saindo da boca de Cristo, simboliza o poder e o juízo que a Palavra de Deus promove ao penetrar no profundo do coração humano (Is 49.2; Hb 4.12).


Apocalipse 1.17,18 — Quando Cristo fala de si mesmo como aquele que vive, foi morto e viverá para todo o sempre, Ele está referindo-se à Sua existência eterna, à Sua vinda como homem, à Sua morte na cruz e à Sua condição gloriosa de ressurreto. As chaves da morte e do inferno apontam para a autoridade de Cristo sobre aqueles que morreram fisicamente e sobre os seus lugares atuais de descanso, os quais serão esvaziados na época do juízo do grande trono branco (Ap 20.11-15).


Apocalipse 1.19 — A frase escreve as coisas que tens visto engrandece e esclarece a ordem anterior de Cristo: o que vês, escreve-o (v. 11). Aparentemente, a expressão as coisas que tens visto se refere à visão relatada nos versículos 10-18. A frase as que são, e as que depois destas hão de acontecer pode referir-se à condição das igrejas na Ásia (Ap 2—3), seguida das visões do futuro (AP 4—22). O uso de depois em combinação com a visão de um semelhante ao Filho do Homem (v.13) é um empréstimo do texto em Daniel 2.29,45.


Apocalipse 1.20 — Os anjos das sete igrejas têm sido entendidos algumas vezes como mensageiros celestiais. O significado usual da palavra anjo no Novo Testamento e em Apocalipse é o de seres espirituais que ministram aos que herdarão a salvação (Hb 1.14). As sete igrejas têm o Filho do Homem glorificado em seu meio (v.12,13), lembrando a promessa de Cristo que diz: Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles (Mt 18.20).


Apocalipse 2


2:1 O anjo da igreja aqui pode referir-se a um anjo designado pelo Senhor para guardar a Igreja naquela região em meio à guerra espiritual (ver Hb 1.14; Dn 10.13). [Alguns interpretes também veem a possibilidade de anjo da igreja aqui ser uma referencia ao pastor humano, instrumento e representante desse ser celestial designado por Cristo para presidir sobre as assembleias locais. Contudo, isso e improvável.]


Éfeso era a cidade mais importante na Ásia Menor quando Apocalipse foi escrito. Tratava-se do centro de adoração a Ártemis (ou Diana; Atos 19.28), a deusa da guerra e da fertilidade. Era um ponto comercial estratégico e um grande porto, e estas são algumas das razoes pelas quais o apóstolo Paulo investiu quase três anos no estabelecimento da Igreja em Éfeso e nas cidades circunvizinhas na província (At 19.10; 20.31).


2:2 A frase eu sei as tuas obras aparece nas mensagens a cada igreja (Ap 2:9, 13, 19; 3.1, 8, 15), como uma declaração de reconhecimento da parte do Juiz onisciente e onipresente.


2:3 Sofreste e tens paciência [...] e não te cansaste. Essas são qualidades que moldam o caráter do cristão (Rm 6.3, 4) geram maturidade (Tg 1.3, 4) quando ele enfrenta provas e sofrimento.


2:4 O primeiro amor pode ser uma referencia tanto ao tempo inicial da conversão como a qualidade e intensidade do amor dedicado a Deus pelo cristão recém-convertido. Eis o maior mandamento: Amarás o Senhor, teu Deus (Mt 22:37, 38). Deixar o primeiro amor significa diminuir consideravelmente o amor inicial ou distanciar-se do amor de Deus.


2:5 Lembra-te, pois, de onde caíste fala de um considerável declínio do amor (v. 4) na igreja de Éfeso. Na geração anterior, a mesma congregação foi recomendada a amar (Ef 1.15, 16; 6.24), embora tivesse sido ordenada com veemência a crescer em amor (Ef 4.2, 15, 16). Arrependimento implica mudança de pensamento e esta claramente associado a mudança de comportamento, como sugere a frase e pratica as primeiras obras. Os cristãos em Éfeso deviam recuperar o estilo de vida que tinham antes de deixarem o primeiro amor (v. 4) Dizer que tiraria do seu lugar o teu castiçal era o mesmo que julgar a Igreja dentro de pouco tempo ou imediatamente.


2:6 Mesmo que a igreja de Éfeso não amasse como deveria (v. 4), pelo menos o Senhor podia dizer que ela odiava as obras dos nicolaitas, os quais eram um grupo ateísta que perturbava as congregações em Éfeso e Pérgamo (v. 15). Aparentemente, os ensinamentos e as praticas dele eram imorais, talvez ate mesmo idolatras (v. 14). Alguns pais da Igreja associam esse grupo a Nicolau, um dos sete líderes eleitos na igreja de Jerusalém (At 6.5).


2:7 A expressão quem tem ouvidos ouça é uma referencia as palavras de Jesus aos Seus ouvintes depois de contar-lhes a Parábola do semeador (Mt 13.9). Quando o Espírito de Deus fala as igrejas, e para representar Cristo (v. 2), porque Ele e o Espírito de Cristo (G1 4.6) que guia os cristãos a verdade, não falando por si mesmo, mas em nome do Senhor (Jo 16.13). Ao que vencer refere-se ao cristão que persevera na obediência e é vitorioso em meio as provações. Existem três opiniões principais acerca da natureza do vitorioso nos versículos 7, 11, 17 e 26 do capítulo 2 de Apocalipse, bem como nos versículos 5, 12 e 21 do terceiro capitulo: (1) a promessa para o vitorioso e experimentada por todos os cristãos, pois todos os cristãos genuínos são vencedores e quem fracassou na fé não experimentou a verdadeira salvação; (2) as promessas são vivenciadas apenas pelos cristãos fieis e obedientes.


Se alguém fracassou na fé e porque perdeu a salvação; (3) as promessas são experimentadas apenas pelos cristãos fieis e obedientes ate o fim e quem fracassou sofreu uma perda de recompensas, mas não da salvação (1 Co 3.15).


Nenhuma das opções e isenta de dificuldades, mas a interpretação correta seria aquela que e mais consistente com os detalhes de todas as sete passagens sobre a vitória. Isso significa que a ultima hipótese e a mais provável. Algumas promessas para o vencedor são claramente condicionais (Ap 2:26) e não podem ser atribuídas a todos os cristãos. A promessa parece ser uma recompensa por fazer algo que nem todos os cristãos fazem. O vencedor e o cristão que vence a ameaça especifica para ele e sua igreja por meio de sua conduta fiel e obediência.


Se todo servo de Deus e um vencedor, o leitor de Apocalipse deveria aguardar pela frase “aquele que crê”, em vez de aquele que vencer, que sugere uma distinção entre crer e vencer. Além disso, o singular de aquele que vencer da a entender que a vitória e de cunho individual e que nem todos os cristãos irão perseverar ate o fim e obter a vitória.


Fuller [um comentarista bíblico] observou que “um mandamento que todos cumprem e supérfluo, e uma recompensa que todos recebem por causa de uma virtude que todos têm e tolice”.


Não existe objetivo em advertir os cristãos sobre algo que todos eles farão nem há motivação para obedecer as advertências se todo cristão recebesse a recompensa. De tal forma, não haveria recompensa de verdade.


Alguns argumentam que a expressão aquele que vencer, em Apocalipse 2 e 3, aplica-se a todos os cristãos por causa de seu uso em 1 João 5.4, 5, onde, claramente, todos os cristãos são considerados.


No entanto, vale lembrar que certas declarações assumem certos significados dependendo do contexto em que estão inseridas. A não ser o uso da mesma palavra, não existe nada sobre o contexto de 1 João 5 que lembre o de Apocalipse 2 e 3. O sentido da declaração em 1 João 5 e uma promessa comum a todos os cristãos, sem uma condição. Por outro lado, nas declarações de Jesus em Apocalipse 2 e 3, existem advertências e mandamentos específicos ligados as promessas.


De forma geral, pela fé, todos os fieis a Deus vencerão e viverão para sempre com Ele (1 Jo 5). No entanto, nem todos alcançarão o mesmo patamar espiritual nesta vida, tampouco farão as mesmas obras. Sendo assim, não serão recompensados de igual maneira (Ap 2 e 3).


Em 1 Joao 5.4, 5, e enfatizada a vitória pela fé e o recebimento de um galardão. Já em Apocalipse 2-3, e enfatizada a vitória por meio da fidelidade a Cristo e o recebimento de vários tipos de recompensa. Existem dois aspectos da vitória para o cristão: (1) Pela fé em Jesus, o cristão e vencedor e recebera a vida eterna (1 Jo 5.4, 5); (2) Pela fé e fidelidade constantes, o cristão pode vencer tentações e provas especificas, recebendo, no final de sua carreira, recompensas eternas. Esse ponto de vista parece adequar-se melhor ao contexto de cada promessa concernente a vitória em Apocalipse.


Especificamente em relação a igreja de Éfeso, os cristãos tinham obstáculos espirituais a serem vencidos. O problema nessa igreja, especificamente, era a falta de um amor ardente por Cristo, tanto que ela e exortada a arrepender-se e a praticar as primeiras boas obras (v. 5), o que indica um declínio na vida crista. A recompensa para aqueles que obedecerem ao Senhor e a certeza de que comerão da arvore da vida, uma promessa de intimidade especial com o Senhor e de restauração da comunhão perdida antes da queda (Ap 22:14; Gn 2:9; 3.22, 24; Pv 11.30). O acesso privilegiado a arvore da vida, negado a Adão (Gen. 3.24), será desfrutado pelo cristão vencedor. (O próprio Jesus prometeu ao ladrão que creu nele que estaria com Ele no Paraíso após a morte (Lc 23.43), e Paulo usou o termo paraíso como sinônimo de terceiro céu, em 2 Coríntios 12:2, 4.)


2:8 Esmirna era uma importante cidade portuária 56km ao norte de Éfeso. O culto ao imperador romano e a presença de uma grande população judaica tomava a vida difícil para os cristãos em Esmirna. No entanto, essa igreja e a de Filadélfia são as duas únicas das sete que não foram repreendidas por Cristo em nenhum aspecto.


2:9 Ainda haverá uma grande tribulação (Ap 7.14) sem paralelo na historia do mundo (Mt 24-21), e os cristãos devem esperar sofrer muita tribulação ate mesmo na época atual (At 14.22).


Os cristãos acometidos pela pobreza nessa vida podem consolar-se pelo fato de que possuem grandes riquezas espirituais em Cristo (Ef 1.18). Aqueles que se dizem judeus e não o são ou são judeus prosélitos, ou judeus que se recusam a crer nas profecias, nas Escrituras que apontam para Jesus como o Messias prometido (Rm 2:28, 29). Chamar esses judeus de sinagoga de Satanás indica, provavelmente, que eles estavam perseguindo os cristãos.


2:10 A expressão tereis uma tribulação de dez dias tem sido entendida como dez curtos ataques de perseguição durante a época do Novo Testamento, mas e mais provável que signifique sofrimento durante dez dias, dez meses ou um breve período na época atual. A coroa da vida pode ser a coroa da vitória do mártir, acompanhando o costume grego comum de dar uma coroa de flores ou louros aos vencedores nos eventos atléticos.


Em Tiago 1.12, também e prometido a coroa da vida aos que perseverarem na fé durante as provações. Tal perseverança resultara na satisfação suprema de vida no Reino de Deus.


2:11 O que vencer pela fé (1 Jo 5.4, 5) não precisa temer o tormento interminável pelo qual o infiel passara no lago de fogo, a segunda morte (Ap 20.14). Algumas pessoas entendem, por essa declaração, que os cristãos que não vencerem será afligidos no lago de fogo, caso suas obras se mostrem perecíveis ao serem submetidas ao teste do fogo (1 Co 3.11-15) e eles perderem a recompensa. No entanto, a segunda morte se refere a experiência da morte eterna no lago de fogo (Ap 20.14, 15). Nenhum cristão ira experimenta-la, pois o vencedor não sofrera nenhuma perda de qualquer espécie; afinal, ao crente fiel esta reservada a coroa da vida, uma experiência maravilhosa de vida no futuro. Assim, ele alcança não só a isenção da segunda morte, mas também uma experiência de vida mais abundante (Jo 10.10).


2:12 Pérgamo, que, em grego, significa fortaleza, era o nome da antiga capital da província da Ásia, a qual ficou conhecida como o lugar 7 6 3 onde o pergaminho foi usado pela primeira vez. Ficava a 80km ao norte de Esmirna, em uma alta colina dominando o vale abaixo. A espada aguda de dois fios e a poderosa Palavra proveniente da boca de Cristo (Ap 1.16; Hb 4.12).


2:13 O trono de Satanás indica que a autoridade e o poder do diabo eram honrados abertamente ou pelas praticas implementadas ali. Antipas (um cristão, e não o Herodes Antipas) já havia sofrido o martírio, recebendo a prometida coroa da vida. A frase e reténs o meu nome pode muito bem se referir a controvérsia ariana (relativo a Arius) que durou mais de um século e foi finalmente debatida em 325 d.C. pelo Concilio de Niceia (sudeste da Franca, no mar Mediterrâneo) e indica que os cristãos de Pérgamo não negaram o nome de Cristo, já que a divindade essencial do Senhor Jesus Cristo foi aceita.


2:14 A doutrina de Balaão e explicada pela sua origem no Antigo Testamento (Nm 22-24-25; 31). Balaque contratou Balaão para desviar o coração de Israel para longe do Senhor. Aparentemente, uma sedução parecida estava acontecendo na igreja de Pérgamo, principalmente em relação aos ídolos e a prostituição (At 15.20).


2:15 Ao que tudo indica, a doutrina dos nicolaitas, já vista na igreja de Éfeso (v. 6), era parecida com a de Balaão (v. 14).


2:16 Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti. Houve uma exigência para que a Igreja exercitasse a disciplina. A vinda de Cristo mencionada aqui se refere a uma visitação judicial em rápido juízo de acordo com a Palavra de Deus.


2:17 Quem, em meio a terríveis circunstancias, vencer pela fé (v. 13-15) recebera o privilégio de comer do mana escondido, que, assim como a pedra branca e o novo nome, e uma recompensa futura pela fidelidade a Deus. O mana escondido lembra o alimento celestial que sustentou Israel no deserto (Ex 16.4, 14, 15, 31), uma porção do qual foi colocado dentro da arca como um memorial (Ex 16.32, 33; Há 9.4). Os crentes em Pérgamo estavam envolvidos com festividades pagas, nas quais eles comiam alimentos sacrificados aos ídolos e cometiam imoralidade sexual (Ap 2:14). A promessa de Jesus, então, e destinada aos que se recusavam a aceitar tais convites e a participar dessas festas.


Para esses, haveria um banquete melhor no céu. O mana escondido também sugere uma comunhão especial com Jesus (Lc 14.7-11; 22:28-30). Aos vencedores e prometido o alimento sobrenatural na condição ressurreta para capacita-los efetivamente a função de corregentes no Reino de Cristo.


Na época de Joao, a pedra branca podia significar isenção de custas legais, mas parece mais adequado relaciona-la ao costume, nos jogos atléticos gregos, de se oferecer uma pedra branca ao vencedor de uma competição, ou aos gladiadores que tinham conquistado a admiração do publico e recebido permissão para se retirarem de combates futuros. Esse símbolo da vitória sobre os inimigos de Deus não pode ser separado de um novo nome, que identifica o cristão obediente cujo caráter e fiel ate o fim, diferenciado da maioria.


2:18 Tiatira era uma cidade com um grande destacamento militar, que ficava cerca de 50km a sudeste de Pérgamo. Reconhecida por suas indústrias de lá e tintas, Tiatira também era notória por suas associações comerciais. A descrição de Cristo como tendo os olhos como chama de fogo e os pês semelhantes ao latão reluzente repetem praticamente as palavras em Daniel 10.6.




2:19 A igreja de Tiatira estava contaminada pelo mal, mas Cristo destacou primeiro o que podia ser elogiado nela: a fé, a paciência e as obras de alguns cristãos fieis. As tuas ultimas obras são mais do que as primeiras. Quanto mais se levantavam dificuldades, mais ardente era a fé e mais abundante o trabalho dos fieis a Deus.




2:20 Não se sabe se jezabel era o nome de alguma mulher mal-intencionada, cujas ações malignas são comparadas as da rainha Jezabel (1 Reis 16; 2 Reis 9), ou apenas uma designação simbólica das praticas pecaminosas de membros daquela igreja sob domínio do “espirito de Jezabel”. Imoralidade sexual e sacrifícios da idolatria estavam associadas as atividades de Jezabel e aos pecados em Pérgamo (Ap 2:14). Essa descrição e parecida com a da Babilônia, a grande prostituta, mencionada em Apocalipse 17.1-6. O comportamento dessa igreja podia, de vez em quando, ser tragicamente parecido com o dos inimigos do Senhor.




2:21 Dei tempo para que se arrependesse [...] e não se arrependeu. Por Sua graça e paciência, o Altíssimo concedeu tempo aquela igreja, a fim de que ela de arrependesse. Mas ela se recusou a fazê-lo. Então, não existe nenhum apelo para o arrependimento nessa mensagem; apenas anuncio do juízo. Essa igreja permaneceria separada da verdade de Deus enquanto estivesse associada a todos os sistemas religiosos malignos do mundo (compare com Ap 18; 19).


2:22 Estar em uma cama [aqui, símbolo de dores, enfermidades, angustia], prostrado, e onde pode terminar o quem se envolve muito tempo com o pecado, sem arrependimento, confissão e abandono do mal. O próximo passo da disciplina de Deus e a morte (1 Co 11.30). O pecado pode trazer grande tribulação na vida do cristão, ainda que não seja a Grande Tribulação que vira sobre o mundo antes da volta de Cristo (Ap 7.14).


2:23 Aparentemente, os membros da igreja de Tiatira haviam cometido pecado de morte (Tg 5.20). A morte e a consequência para as obras do pecado (Rm 6.23).


2:24 As profundezas de Satanás podem ser os segredos conhecidos por aqueles iniciados nos assuntos demoníacos. Na época de João, havia uma considerável influencia satânica na Ásia Menor (v. 9, 13; 3.9). Contraste as profundezas de Satanás com as profundezas de Deus (1 Co 2:10).




2:25 Retende-o até que eu venha. Como não existe esperança se uma congregação corrompida não se arrepender, os que pertencem a Deus nela podem apenas esperar a volta do Senhor guardando fielmente a verdade. O fato de os santos de Tia tira acreditarem que permaneceriam ate a volta de Cristo revela que a Igreja como tal permanece além de seu tempo original.




2:26, 27 Observe que aquele que vencer e identificado mais adiante por Jesus como aquele que ira guardar ate ao fim as [Suas] obras. A esse crente fiel Cristo promete o privilégio de governar e reinar com Ele no Seu Reino, além de compartilhar de Seu esplendor real (Lc 16.11; 19.17-19; Rm 8.17; 2 Tm 2:12). Apesar de todos os cristãos compartilharem a gloria de Cristo ao serem glorificados, parece que nem todos compartilharão de Seu resplendor real e do privilégio de reinar com Ele. A frase poder sobre as nações e a citação do Salmo 2:9, que profetiza a atuação cheia de poder do Messias, associa a vitória dos crentes ao Reino Milenia de Cristo, em Apocalipse 20.4, 6. Apenas os que vencerem e perseverarem em obediência ate o final da vida tem a promessa de serem coerdeiros com Cristo desse Reino. Jesus compartilhara a Sua soberania com os companheiros que provaram a sua fidelidade nessa vida ao fazer a vontade de Deus ate o fim. Esse e o destino exaltado a que todos os cristãos devem aspirar.




2:28, 29 A estrela da manhã, também citada em Apocalipse 22:16, e o próprio Cristo. Para o que vencer, a presença dele será a luz no tempo de trevas e dificuldades, antes do amanhecer da volta do Filho de Deus. Além disso, a estrela da manhã se refere ao premio do fiel na gloria ou no resplendor de Cristo. Jesus oferece a cada servo fiel o privilégio de ser como Ele em resplendor real, em várias medidas (Dn 12:3).






quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Ezequiel - Cap. 1 e 2

 

 Ezequiel 1


1.13-27 O chamado e o comissionamento de Deus a Ezequiel e seu ministério profético são apresentados em três estágios: (1) uma revelação do caráter de Deus por meio de uma visão sobrenatural e simbólica (Ez 1.1-28); (2) uma descrição da escolha dos ouvintes concluindo a visão (Ez 2.1-3.15); e (3) uma explicação da tarefa e do desafio divino apresentados ao profeta (Ez 3.16-27).


1.1 Ezequiel se preparava para ser um sacerdote quando os babilônios atacaram Judá em 597 a.C., e o levaram, com várias outras pessoas, para o cativeiro (2 Rs 24.10-14). No trigésimo ano provavelmente se refere à idade de Ezequiel. Nessa idade, um homem já podia tornar-se sacerdote (v. 3) e começar o serviço no templo (Nm 4-1-3). Nesse caso, foi o período em que Deus chamou Ezequiel como profeta. Estando eu. De todos os profetas que registraram suas mensagens, somente Ezequiel se refere a si mesmo inicialmente com o pronome na primeira pessoa, mencionando seu nome apenas no versículo 3 (Is 1.1; Jr 1.1; Os 1.1; Jn 1.1; S f 1.1). Rio Quebar. Afluente do rio Eufrates que corre para o sudeste da Babilônia. Abriram[-se] os céus. Assim como ocorreu com todos os profetas verdadeiros do Israel antigo, a visitação divina a Ezequiel foi iniciativa do Criador. É Ele quem chama algumas pessoas para assumir responsabilidades especiais (Jr 1.1-9). E eu vi visões de Deus. A palavra visão aqui deriva de um verbo bastante comum no hebraico que significa ver, e não do termo visão, utilizado especificamente para designar visões proféticas, como em Isaías 1. A forma plural, visões, também chama a atenção para as visões de Ezequiel, que não tinham paralelos com a de outros profetas tanto em natureza como em quantidade.


1.2 Esse era o quinto dia do quarto mês (v. 1). O trigésimo ano de Ezequiel foi 597 a.C., quando o rei Joaquim foi deportado para a Babilônia por Nabucodonosor (2 Rs 24). O estabelecimento de 593 a.C. como sendo o quinto ano do cativeiro do rei Joaquim é determinado pelo calendário babilônico, que começa em março. A deportação de Joaquim para a Babilônia ocorreu após esse rei ter decidido render-se, em vez de submeter Jerusalém ao cerco dos babilônios. Ele permaneceu aprisionado durante 36 anos (2 Rs 25.27), antes de ser liberto pelo sucessor de Nabucodonosor, Evil-Merodaque. Durante seu cativeiro, Joaquim recebeu concessões por parte do governo. Ele pode ter obtido permissão para manter suas terras em Judá, que foram colocadas sob o controle de um administrador.


1.3 Ezequiel usou a expressão introdutória veio... a palavra do Senhor cinquenta vezes neste livro. Ela é usada sempre para iniciar uma mensagem divina e, às vezes, para assinalar um novo trecho.


O nome Ezequiel deriva do verbo que significa apanhar, segurar firme + o termo el, Deus. Portanto, o nome Ezequiel indica que ele era um homem que o Senhor havia tomado para si. Veja também Ezequiel 3.8, para outra dimensão do significado desse nome: aquele a quem Deus fortaleceu. E ali esteve sobre ele a mão do SENHOR. A mão do Senhor estava sobre ele. A origem divina da mensagem de Ezequiel é enfatizada nos primeiros versículos.


1.4-14 Essa é uma ilustração vívida e marcante do Deus todo-poderoso, onisciente e onipresente. Os estudantes da Bíblia não precisam ter dificuldade com tais revelações simbólicas (literatura apocalíptica). Basta que se lembrem de: (1) enfocar a ideia principal da visão, e não os detalhes; (2) deixarem-se guiar por qualquer interpretação divina fornecida no contexto imediato e por passagens paralelas e (3) tratar o texto como linguagem figurada, a qual não deve ser entendida literalmente.


1.4 Vento tempestuoso [...] grande nuvem [...] fogo a revolver-se. Compare com as descrições das manifestações de Deus em Êxodo 19.16-20; Salmo 18.7-15; Miqueias 1.2-4. Veja também o versículo 13 em diante. Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do Norte. Norte geralmente indica a direção a partir da qual a maioria dos inimigos de Israel se aproximava dessa nação. Por exemplo, o império babilônico se estendia desde a terra dos caldeus até o norte da Terra Santa. No meio uma coisa como de cor de âmbar, que saía dentre o fogo. O termo hebraico traduzido como âmbar também pode ser compreendido como algo semelhante a cor de âmbar (v. 27), metal brilhante (v. 27 ARA) , ou bronze (v. 27 NTLH) .


1.5 No capítulo 10, esses quatro animais são relacionados aos querubins seres celestiais associados à santidade e à glória de Deus, e, às vezes, de modo poético, a ventos tempestuosos sobre os quais Deus “voa” (Sl 18.10). Existem duas interpretações básicas para esses quatro seres viventes: 1) como uma representação profundamente simbólica da divindade ou 2) como representações profundamente simbólicas de seres angelicais que servem diante de Deus. Provavelmente esses seres são angelicais, porque o próprio Deus só é revelado no final do trecho (v. 26). Essas criaturas espirituais espantosas são uma espécie de séquito da majestade divina.


1.6 Quatro rostos. Essa descrição pode sugerir percepção completa; nada fica para trás nem de lado para essas criaturas. Veja os versículos 8 e 10. Quatro asas. Veja o contraste com a seis asas dos serafins em Isaías 6.2; as asas são descritas com mais detalhes nos versículos 9 e 11.


1.7 Essa ilustração assinala força e beleza.


1.8 A descrição dos querubins inclui mãos e rostos [pode ser por mero antropomorfismo ou para assinalar realmente alguma característica humana. De qualquer forma, as mãos apontam para força e ação. As mãos dos querubins trabalhavam pela causa divina, punindo os pecadores e favorecendo os justos].


1.9 Não se viravam quando andavam; cada qual andava diante do seu rosto. Aparentemente, eles podiam deslocar-se nas quatro direções (v. 6). [Isso assinala a determinação de eles cumprirem todos os propósitos divinos, sem nenhuma hesitação ou impedimento.]


1.10 Homem [...] leão [...] boi [...] águia. Figuras fantásticas com essas combinações clássicas foram encontradas em iconografias mesopotâmicas e egípcias. Os pontos fortes idealizados de cada figura supostamente estavam presentes no ser vivo descrito. O rosto de homem pode representar o âmbito da inteligência das criaturas de Deus; o rosto de leão, a majestade da criação; o rosto de boi, o serviço e a paciência com que a criação reage a Deus; e o rosto de uma águia, a rapidez para enxergar e trazer o julgamento onde necessário.


1.11, 12 O par de asas estava estendido para frente, em atitude de reverência; o outro par era utilizado para cobrir o corpo, em submissão casta. Compare esta descrição com a dos serafins em Isaías 6.2.




1.13-15 Fogo [...] relâmpagos. Esses fenômenos geralmente estão relacionados a descrições das aparições de Deus ao Seu povo (Ex 19.16-20). Veja também o versículo 4. Brasas de fogo são um símbolo de julgamento e santidade. Por meio delas, os lábios de Isaías foram purificados (Is 6.7). Chamamos a atenção para as brasas de fogo sobre o altar. Elas se destinam a queimar sacrifícios oferecidos em prol dos pecadores. O fogo do juízo visto nesta visão em breve seria lançado sobre o remanescente judeu rebelde que ainda permanecia na terra.




1.16, 17 O aspecto das rodas e a obra delas eram como cor de turquesa. Na ARA, em vez de eram como cor turquesa, consta eram brilhantes como o berilo. Esse material [pedras preciosas (NTLH), o berilo (NVI), topázio ou o crisólito] lembra pedras de cor amarelada. Uma roda no meio de outra roda. As rodas eram capazes de seguir em qualquer direção sem girar sobre o eixo. A roda simboliza movimento. Em seu governo, Deus nunca está estático, mas sempre se move. O remanescente idólatra afirmava que o julgamento não viria. No entanto, a recompensa ou o castigo divino nunca falha.


1.18 Essas rodas eram tão altas, que metiam medo. As rodas tinham uma grandeza ímpar. O movimento delas era determinado pelo espírito; isto alude à inteligência e à soberania divina, que determina sobre tudo. A palavra medo poderia ser traduzida literalmente como maravilha que causa espanto. E as quatro tinham as suas cambas cheias de olhos ao redor. Esses vários olhos nos aros das rodas apontam para a onisciência de Deus e a plenitude da sabedoria de Deus.


1.19-21 O profeta enfatiza a ligação das rodas com os animais, bem como a habilidade das criaturas de seguir para onde desejavam. A expressão misteriosa o Espírito da criatura vivente estava nas rodas enfatiza o significado das rodas, que, aparentemente, representavam a flexibilidade e a mobilidade dos seres viventes. E uma ilustração da onipresença de Deus.


1.22, 23 Firmamentos. O mesmo vocábulo hebraico é utilizado em Gênesis 1.6. Ele significa vastidão. Compare também com o mar de vidro, semelhante ao cristal, em Apocalipse 4-6. Um aspecto de cristal terrível, como o brilho do gelo quando o sol reflete sobre ele.


1.24 O ruído das suas asas. O simbolismo é o de uma força e um poder ilimitados. Nada pode impedir que Deus realize Seus planos e julgamentos. Até mesmo os anjos têm sido utilizados com frequência para executar esse propósito (2 Rs 7.6; Dn 10.6).


O adjetivo Onipotente está associado ao nome divino Shaddai, provavelmente baseado num vocábulo hebraico que significa montanha, para sugerir a onipotência e a majestade de Deus (Ez 10.5).




1.25 Essa voz está relacionada com o homem do versículo 26. Em Gênesis 1, a voz de Deus ordena que a luz que se manifeste em meio às trevas (Gn 1.3). Em Ezequiel 1.25, acima do ruído das asas dos anjos, ouve-se uma voz. Em João 1.1, está revelado o termo que o apóstolo utiliza para descrever o Salvador: o Verbo.


1.26 Enquanto Isaías descreve a altitude do trono do Senhor (Is 6.1), Ezequiel enfoca sua beleza. Safira. Essa é a preciosa lapis lazuli, uma pedra de cor azul profundo com pontos dourados cintilantes. A mesma pedra é citada em Apocalipse 21.19. A figura entronizada com a semelhança de um homem é o ponto alto dessa visão.


1.27, 28 Fogo como metal incandescente (cor de âmbar, no versículo 4), e aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, um resplendor semelhante ao do arco-íris rodeava o Ser sobre o trono (v. 26). Semelhança da glória do Senhor. A semelhança humana aqui pode indicar a natureza pessoal da revelação de Deus sobre si próprio. Além disso, aponta para o plano de uma revelação mais pessoal de Deus ao manifestar-se por intermédio do Messias (Jo 1.1-18). A glória indica a maravilha, a majestade e a dignidade do Deus vivo. Entre as rodas, as criaturas, as cores e a luz fulgurante estava uma figura que se parecia com um homem (v. 26). Compare-a à visão de Daniel, que enxergou um como o filho do homem (Dn 7.13). Caí sobre o meu rosto. A reação do profeta Ezequiel foi a de prostrar-se em adoração e submissão. Todos os crentes devem reconhecer a glória de Deus e curvar-se em humildade perante Ele (Fp 2.10, 11).


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Ezequiel 2


2.1 Filho do homem. Ezequiel usa essa expressão várias vezes para se referir a si próprio. Ela enfatiza as características humanas de Ezequiel em seu papel como porta-voz de Deus. O significado da expressão equivale a ser humano. No Antigo Testamento, é empregada em Daniel 7.13; 8.17. No Novo Testamento, Filho do Homem é utilizado com frequência por Jesus para se referir a si mesmo. Dessa maneira, Cristo se autodeclarava Humano, o Messias tão esperado que se manifestou em carne (Lc 21.27; Jo 1.14; 2 Jo 7). Portanto, a expressão Filho do homem não contradita a divindade de Jesus, como alguns alegam. Põe-te em pé. Ezequiel estava prostrado perante o Ser glorioso (Ez 1.28). Talvez, inicialmente, seus pensamentos tenham sido semelhantes aos de Isaías (Is 6.5). A ordem para colocar-se de pé sugere que ele não tinha motivo para temer.

2.2 Então, entrou em mim o Espírito. Essa referência sobre a presença do Espírito Santo no íntimo do profeta de Deus é de grande importância. As visões e mensagens de Ezequiel eram revelações do Deus vivo. Em contraste com o fato de o Espírito Santo habitar nos cristãos atualmente, no período veterotestamentário, o Espírito descia sobre alguns indivíduos escolhidos por Deus para capacitá-los a realizar tarefas extremamente desafiadoras. Não era algo comum a todos os que confiavam em Deus, e tampouco uma habitação permanente.

2.3, 4 Ezequiel foi chamado para transmitir a mensagem de Deus aos filhos de Israel. O Senhor os descreve como nações rebeldes e mais especificamente como indivíduos de semblante duro e obstinados de coração (Ez 2.4). O termo hebraico para rebelde indica desobediência à aliança. Assim diz o Senhor Jeová. Deus instruiu Ezequiel a enfatizar a origem divina de suas mensagens utilizando essas palavras. Como Moisés (Êx 3; 4), Ezequiel falaria em nome de Deus apenas o que o Senhor o instruísse. O termo Senhor Jeová é uma combinação de um título que indica a soberania do Senhor (Adonai) com Jeová.

2.5 Se o povo rebelde se recusasse a dar ouvidos às mensagens de Ezequiel, este ainda daria provas de ser um profeta genuíno de Deus por continuar proclamando as mensagens divinas (v. 7). Veja 2 Reis 21 para um exemplo da natureza da rebeldia que levou a nação ao cativeiro.

2.6,7 Sarças e espinho [...] escorpiões. Essas ilustrações descrevem de maneira vívida a natureza rebelde daqueles que se opunham às advertências de Ezequiel. Deus disse ao profeta para não permitir que o medo o impedisse de proclamar as mensagens, independente de o povo dar ouvidos ou não (v. 7).

2.8,9 Come. Em contraste com o Israel rebelde, Ezequiel deveria dar o exemplo sendo receptivo e ouvindo a mensagem de Deus. Mão [...] rolo. Compare com Jeremias 1.9. [A mão era de origem divina, bem como a mensagem no rolo, uma tira de papiro ou pergaminho.]

2.10 O ato incomum de escrever em ambos os lados de um pergaminho indica a amplitude das transgressões do povo e a necessidade de longas lamentações (Zc 5.3; Ap 5.1). Embora Ezequiel mais tarde tenha dito palavras de consolo (cap. 33—48), suas primeiras profecias traziam apenas tristeza.