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domingo, 25 de junho de 2023

Envia a mim!

 



Texto: Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. (Isaías 6:8,9)


Quando remetemos pensar sobre o chamamento da Igreja do Senhor o texto anoso testamentário nos traz o vislumbrar de todos que aceitam o direcionamento vocacional de anunciar as Boas Novas de Salvação a todos quanto pecaram (Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus... Romanos 3:23), pois este proclamar, será o anúncio da Graça vinda deste Deus poderoso (Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Romanos 3:24), visando anunciar que para o pecado da humanidade, o Senhor, já propôs uma justa propiciação para o pecado, que resultará a remissão, justificação e absolvição da culpa do mesmo (Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. Romanos 3:25,26). Destarte, o chamado daqueles que se lançam a pregar, deverá vir diretamente do Senhor, bem descrita em Isaías capítulo 6 dos versículos 1 até 8. E, como é bem percebido no texto, que só terá o verdadeiro direcionamento que tiver uma experiência radical de sua conversão.

Quando falamos de anunciar a Santa Palavra, devemos ter em nossas mentes que não é de nosso jeito, e sim, da mesma forma que o Senhor Jesus Cristo fez. A comissão descrita pelo apostolo João nos aponta para esta mentalidade (Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.  João 20:21). Seguir os passos de Cristo para ter um ministério fecundo e prolífero é essencial, todos que anunciam as Escrituras tem de compreender que o Evangelho é o poder de Deus (Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. 1 Coríntios 1:18). O missionário é dependente unicamente desta graça e, pregar o evangelho é está debaixo da autoridade do nome do Senhor (E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. Marcos 16:17,18). Pregar a Palavra de Deus é entrar em localidades extremamente dominadas pelo inimigo de nossas almas e pregar que Jesus Cristo Salva, Cura, Liberta e que em breve voltará, ou seja, é saquear a casa do inimigo (Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não maniatar o valente; e então roubará a sua casa. Marcos 3:27) e, ele já está manietado pelo poder do Sacrifício de Cristo na Cruz (Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. Colossenses 2:14,15). Este é um confronto espiritual, por isso que as armas de nossas milícias deverão ser espirituais e poderosas em Deus e não na capacidade humana do missionário (Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne.  Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo... 2 Coríntios 10:3-5).

Deus em sua infinita Glória, ao criar o ser humano, estabeleceu para este o Plano da Salvação, que existiu antes mesmo da queda do homem; uma graça que a nós nos foi dada desde os tempos eternos (Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos... 2 Timóteo 1:9); esta Sublime graça é a razão da Comissão da Igreja de Pregar o Evangelho, pois este chamamento a salvação só foi dado pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho... 2 Timóteo 1:10); os Dons distribuídos a Igreja é a serviço do propósito da Evangelização Mundial, por esta razão a igreja tem que ser cheia do Espirito Santo (E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. Lucas 24:49 e Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. Atos 1:8). Uma igreja que diz: envia a mim! É uma Igreja cheia do Espírito Santo de Deus, tendo em vista, que ela compreendeu a vontade de Deus (Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. 1 Timóteo 2:4), assim sairá para cumprir a missão de Cristo neste Mundo (E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Marcos 16:15).

As palavras “envia a mim” estão carregadas de renúncia (E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Lucas 9:23), a vida de um vocacionado não pertence mais a ele, pois tem de estar morto para si mesmo e para o mundo (Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. Gálatas 2:20) é incompatível o anseio da carne com o anseio de Deus. A Palavra de Deus nos ensina que para exercermos o Ministério como o de Cristo, as perseguições se farão presente em nossa vida ("E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições." 2 Timóteo 3:12), bem certo que todos que abraçaram esta vocação deverá apresentar perseverança para seguir nesta obra (Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor. Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso. Tiago 5:10,11); de certo estamos em uma grande guerra contra o Mal, assim, o missionário deverá ser constante e não ter ânimo vacilante; deve deixar toda arrogância para depender somente de Deus; e deve submeter a sua vida por completo ao Senhor, pois é Ele que cuida de nós (Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Tiago 4:6-8).

Concluo, pensando que ao dizer “envia a mim” o Missionário está se colocando contra todo o sistema deste mundo que é em sua essência maligno (Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno. 1 João 5:19), este sistema maligno cegou o entendimento das pessoas para que estas não enxerguem a salvação que vem da mensagem da cruz (Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 2 Coríntios 4:4). Por isso que não pregamos a nós mesmo (2 Coríntios 4: 5), tendo a perenidade em nossos corações que esta obra só poderá ser realizada pelo Poder da Pregação do Evangelho (Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. 1 Coríntios 2:5). A igreja missionária só irá cumprir a sua chamada quando entender que para libertar as nações das patas do diabo deverá pregar unicamente a Palavra de Deus, que é o Poder de Deus para a Salvação de todos os que crerem (Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Romanos 1:16)


quarta-feira, 21 de junho de 2023

Em tudo Deus deve ser glorificado

 



Ezequiel 29

29.1ss Há sete profecias nos caps. 29—32, todas relacionadas ao julgamento do Egito. No cap. 29, provavelmente está a primeira profecia transmitida por Ezequiel, em 587 a.C. Ezequias, Jeoaquim e Zedequias (reis de Judá) buscaram a ajuda do Egito, apesar das advertências de Deus. Há três principais razoes para esta profecia de destruição do Egito: (1) esta nação era um antigo inimigo dos judeus, tendo-os escravizado por mais de 400 anos; (2) o Egito adorava muitos deuses; (3) sua riqueza e poder fizeram com que pare cesse ser um bom aliado. O Egito ofereceu ajuda a Judá apenas por causa dos benefícios que esperava receber de tal aliança. Quando os egípcios não conseguiram o que esperavam, romperam o acordo sem qualquer consideração às promessas que haviam feito.

29.2ss O Egito linha grandes tesouros, obras de arte, uma civilização florescente e um poderio militar renomado mundialmente. Infelizmente, era também mau, egoísta, idólatra e tratava seus escravos com crueldade. Por tais pecados. Deus condenou o Egito. Na batalha de Carquernis em 605 a.C., a Babilônia destruiu o Egito juntamente com a Assíria, seus rivais na disputa pela hegemonia mundial.

29.9, 10 O Nilo era o orgulho e a alegria do Egito, uma fonte de vida no meio do deserto. Porém, em vez de agradecer a Deus, o Egito declarou “O rio é meu, e eu o fiz”. Fazemos o mesmo quando dizemos: “esta casa é minha; eu a construí”; “alcancei o lugar onde estou hoje por meus esforços e minhas qualificações”; “construí esta igreja, este negócio, esta reputação”. Estas declarações revelam o nosso orgulho. Às vezes não consideramos o que Deus nos deu, pensamos que fizemos tudo sozinhos. É claro que nos esforçamos muito, mas Deus proveu os recursos, deu-nos as habilidades e forneceu as oportunidades para que tudo se realizasse. Em vez de proclamar nossa grandeza, como os egípcios fizeram, devemos proclamar a grandeza de Deus e dar-lhe todo o crédito. (Migdol fica na região Norte do Egito, e Savene na região Sul. Isto significa que a toda a terra do Egito seria transformada em deserto.)

29.13-16 É difícil definir este período de 40 anos de desolação no Egito. Nabucodonosor atacou o Egito por volta Oe 572 a.C.; levou muitas pessoas para a Babilônia; algumas fugiram para as nações vizinhas em busca de refúgio. Aproximadamente 33 anos mais tarde, Ciro, o rei do Império Persa, conquistou a Babilônia e permitiu que os povos das nações que a Babilônia havia conquistado retornassem às suas pátrias. Possivelmente foram necessários sete anos para reagrupar os egípcios e preparar a viagem; ao todo foi um período de 40 anos de exílio. Mas o Egito jamais voltou a ser um império.

29.17, 18 Essa profecia, de 571 a.C., é a mais recente em Ezequiel. Nabucodonosor finalmente conquistou Tiro depois de um longo e dispendioso cerco de 15 anos (586—571 a.C.). Não contava com tal despesa; por esta razão, foi para o sul e conquistou o Egito, para compensar tudo o que havia perdido na conquista de Tiro. Esta profecia informa quem traria o castigo ao Egito. Deus usou Nabucodonosor, um homem mau, como instrumento de seu julgamento sobre Tiro, Judá e Egito, nações perversas. Pelo fato de a Babilônia não ter reconhecido o favor de Deus. Ele também a julgou.


terça-feira, 20 de junho de 2023

Batalha Espiritual: Destruição e reconstrução da muralha



Texto: Salmos 34:7-9 ARC

O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra. Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele confia. Temei ao SENHOR, vós os seus santos, pois não têm falta alguma aqueles que o temem.


As Santas Escrituras falam para cada um de nós a respeito da segurança que o Senhor dá para os que nEle confia e o teme. É bem certo que o Senhor tem poder de prevenir o mal e a morte, contudo, existe uma consequência para as decisões que tomamos que poderá nos levar à nos colocarmos em risco (A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. Ezequiel 18:20), e é bem certo que esta guerra é no campo das emoções/desejos do ser humano (Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ser consumado, gera a morte. Tiago 1:14-15). Então, passamos a entender que a Batalha Espiritual inicia dentro do servo de Cristo quando ele luta contra a sua própria carne, ou seja, sua concupiscência (Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Gálatas 5:16,17), a concupiscência leva ao pecado; e o pecado lhe afastará de Deus (Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Isaías 59:2). Quando o servo se afasta do Senhor, este servo estará em grande perigo, pois rompeu a proteção e se colocou como uma presa fácil para o inimigo de sua alma (Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar... 1 Pedro 5:8); notar-se-á, que a presença do mal é constante na vida do servo de Deus, como também a presença da proteção de Deus na vida de seus servos como uma Muralha ou de um Exército acampando, e é deste modo, que se dará a Batalha Espiritual.

A batalha espiritual nas escrituras é um tema que aborda o conflito entre o Reino de Deus e o Império das trevas, que se manifesta tanto no plano invisível quanto no plano visível; no livro do profeta Daniel existe diversos exemplos, contudo, o exemplo mais fácil de perceber é o acontecido com Sadraque, Mesaque e Abednego (Cf.: Daniel 3). A batalha espiritual não é uma expressão que aparece literalmente na Bíblia, mas é um conceito que está presente em toda a revelação divina, desde o livro de Gênesis até o livro de Apocalipse. Alguns exemplos bíblicos de batalha espiritual são: a queda de Adão e Eva, que foram enganados pela serpente (Gênesis 3); a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, que envolveu confrontos entre Moisés e os magos de Faraó (Êxodo 7-12); a tentação de Jesus no deserto, onde Ele resistiu ao Diabo usando a Palavra de Deus (Mateus 4); a expulsão de demônios que Jesus e seus discípulos realizaram em nome do Senhor (Marcos 1:21-28; Lucas 10:17-20); a oposição e perseguição que os apóstolos enfrentaram dos judeus e dos gentios, que tentavam impedir a pregação do Evangelho (Atos 4:1-22; 13:6-12; 19:11-20); a visão de João sobre a guerra nos céus entre Miguel e seus anjos e o dragão e seus anjos (Apocalipse 12:7-9). A batalha espiritual envolve a resistência dos servos de Deus contra as tentações, as ciladas, as mentiras e os ataques do inimigo, que busca destruir a obra de Deus e afastar as pessoas da sua vontade (Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 2 Coríntios 4:4). A batalha espiritual também envolve a proclamação do Evangelho, que liberta os cativos do pecado e da opressão demoníaca, e a edificação da Igreja, que é o corpo de Cristo na terra (Marcos 16: 15-20). A batalha espiritual não é uma luta carnal, mas espiritual (Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Efésios 6:12), e por isso requer armas espirituais (Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; E estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência. 2 Coríntios 10:3-6), como a fé (Ele respondeu: "Por que a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível. Mateus 17:20), a Palavra de Deus (Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Mateus 4:4), a oração (Orem continuamente. 1 Tessalonicenses 5:17), o jejum (Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum. Mateus 17:21) e a obediência (Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês. Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração. Tiago 4:7,8). A batalha espiritual já tem um vencedor: Jesus Cristo, que triunfou sobre Satanás na cruz e na ressurreição (...e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz. Colossenses 2:15). Mas até que Ele volte, os cristãos devem estar vigilantes e firmes na fé, sabendo que Deus é fiel e poderoso para nos guardar e nos livrar do maligno (Salmos 34:7-9).

Esta proteção que é feita por Deus aos seus servos, é como se envolta de cada crente houvesse uma muralha que evita a estes receberem ataques em suas vidas que culminariam na retomada destes pelo o inimigo de sua alma ("Quando um espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos procurando descanso e, não o encontrando, diz: 'Voltarei para a casa de onde saí'. Quando chega, encontra a casa varrida e em ordem. Então vai e traz outros sete espíritos piores do que ele, e entrando passam a viver ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro". Lucas 11:24-26). O Diabo não poderá jamais romper esta proteção pelo seu poder ou força para retomar a cidade perdida, mas esta muralha é rompida de dentro para fora por brechas feitas por atitudes pecaminosas (1º Coríntios 6:9-10; Gálatas 5:19-21; e Apocalipse 21:8). Quando este ato permanece a acontecer o que antes estava com a sua vida debaixo da presença do Senhor, agora estão sob o domínio do diabo (Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. 1 João 3:8). Com os muros destruídos, o inimigo cumpriu o seu ministério de Destruição (O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. João 10:10), mas existe esperança para reconstruir os muros e a cidade, ou seja, se restaurar com Deus, é só voltar para aquele veio destruir as obras do diabo e dar vida em abundância.

Reconstruir os muros depois da destruição não será fácil, pois é um processo de reconstrução, esta dificuldade é vista na história de Israel quando Neemias foi impulsionado pelo Espírito Santo a reconstruir os Muros da Cidade de Jerusalém que ocorreu aproximadamente em 445 a. C nos dias de Artaxerxes I. A Bíblia nos ensina que Neemias tomou conhecimento sobre a situação de abandono de Jerusalém e sentiu em seu íntimo grande tristeza (Neemias 1:3-4); na vida daquele que teve um ataque que o destruiu também deverá haver o reconhecimento de sua situação e buscar a Deus em oração. Ao reconhecer o estado lastimável terá a necessidade de tomar atitude para fazer aquilo que o Senhor colocou em seu coração em silêncio, pois, é você e Deus (Neemias 2). Neste processo de reconstrução haverá oposições vorazes contra seu intuito de restaurar a sua vida espiritual; aparecerá os Sambalates e Tobias para te desviarem de seu ímpeto (Neemias 4), contudo, entregue nas mãos de Deus em oração e continue a obra de Deus em sua vida. Quando o Muro estiver concluído os vossos adversários não desistirão de você, eles continuarão tentando te destruir (Neemias 6), querendo que largues o vosso trabalho para confraternizar com eles, mas na verdade, eles querem te arruinar novamente.

O que aconteceu com Neemias acontece com você também. Você já se sentiu em guerra com forças invisíveis que tentam te derrubar? Você já enfrentou situações que parecem impossíveis de superar? Você já se perguntou como pode vencer as lutas que travam na sua mente e no seu coração? 

Mas, como permanecer vitorioso nesta peleja?

- Ore todos os dias. A oração é a forma de se comunicar com Deus, de expressar os seus sentimentos, as suas dúvidas, os seus pedidos e as suas gratidões. A oração também é uma forma de ouvir a voz de Deus, de receber a sua orientação e a sua consolação. Ore com fé, com sinceridade e com humildade. Ore em todo tempo e em todo lugar. Ore sem cessar.

- Leia a Bíblia. A Bíblia é a palavra de Deus, o seu manual de instruções para a vida. Nela você encontra ensinamentos, promessas, exemplos e esperança. A Bíblia também é uma arma poderosa contra o inimigo, pois ela contém a verdade que liberta e que vence as mentiras. Leia a Bíblia com atenção, com meditação e com aplicação. Leia todos os dias, pelo menos um capítulo. Leia com o coração aberto.

- Louve a Deus. O louvor é a forma de adorar a Deus, de reconhecer o seu poder, a sua bondade e a sua glória. O louvor também é uma forma de se alegrar em Deus, de celebrar as suas obras e os seus feitos. O louvor ainda é uma forma de resistir ao diabo, pois ele foge da presença de Deus. Louve a Deus com música, com palavras e com gestos. Louve em todo tempo e em todo lugar. Louve com gratidão e com alegria.

Essas são algumas maneiras de se aproximar de Deus e de ter uma vitória numa batalha espiritual. Mas lembre-se: você não está sozinho nessa luta. Você tem um amigo fiel que está ao seu lado: Jesus Cristo. Ele já venceu a maior batalha espiritual da história, quando morreu na cruz e ressuscitou ao terceiro dia. Ele já derrotou o pecado, a morte e o diabo. Ele já te garantiu a salvação e a vida eterna. Ele já te deu o Espírito Santo, que habita em você e que te capacita para vencer. Ele já te chamou para fazer parte da sua família, que é a igreja.

Portanto, não desanime, não desista, não se entregue. Lute com fé, com coragem e com perseverança. Você já é mais do que vencedor em Cristo Jesus!

"Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores por aquele que nos amou." (Romanos 8:37)


sábado, 20 de maio de 2023

Deus está no controle de tudo



            Habacuque foi um profeta que viveu no século 7 a.C., durante o período em que o reino de Judá foi invadido pelos babilônios. Ele testemunhou a violência e a opressão que os povos estrangeiros infligiam ao seu povo e clamou a Deus por justiça. Em seu livro, ele relata dois ataques dos babilônios contra Judá: o primeiro em 605 a.C., quando Nabucodonosor II derrotou o faraó Neco na batalha de Carquemis; e o segundo em 597 a.C., quando Jerusalém foi sitiada e o rei Jeoaquim foi levado cativo. Além disso, Habacuque também profetizou um terceiro ataque, que ocorreria em 586 a.C., quando Jerusalém seria destruída e o templo incendiado.

            Curiosamente o livro que leva seu nome começa com uma descrição estendida da vinda dos caldeus. Isto tem um efeito perturbador sobre Habacuque (1:6-11), desta feita, o problema fica muito mais presente em sua narrativa. A esperança de Habacuque é a Vinda de Seu Deus (3:3-15); tal esperança resulta em Habacuque paz (3:17-19).
            Logo no início de seu escrito há um lamento perguntando “porquê” e “quanto tempo”, todavia, mesmo ele vendo as três fases da tragédia do povo (607; 597; e 586 a.C.), ele termina o seu livro com um cântico de Fé.

            O triunfo da  na vida de Habacuque; mostra que na maior luta de nossa vida, não virá resoluções em nosso relacionamento com outras pessoas, mas sim, em nosso relacionamento com Deus.

1 Deus na obra de Habacuque

            As obras de Deus são enigmáticas, estupefaciente, e às vezes terríveis (Vede entre os gentios e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizarei em vossos dias uma obra que vós não crereis, quando for contada. Habacuque 1:5; Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia. Habacuque 3:2, Ouvindo-o eu, o meu ventre se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim; no dia da angústia descansarei, quando subir contra o povo que invadirá com suas tropas. Habacuque 3:16). Ele tem o controle soberano sobre a história humana. O aparentemente invencível exército caldeu torna-se totalmente subserviente ao Seu desejo (Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Habacuque 1:6). Seus decretos parecem lento, mas eles são infalíveis e cheios de certeza (Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará. Habacuque 2:3). Ele é entronizado no seu santo templo e toda a terra deve manter silêncio diante dEle (Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra. Habacuque 2:20).

            Deus é eterno e imortal (1:12). Ele é santo e incapaz de ver o mal (1:13). Sua glória se estende por todas as forças da natureza. O sol e a lua são oprimidos por Seu brilhantismo (3:3, 11). Todos os fenômenos terríveis da tempestade participam de Sua vinda, mas ele é separado de tudo isso. Toda a natureza é uma criação passiva que deve fazer o Sua vontade. Ele é exaltado no seu templo (2:20), mas Ele é um Deus pessoal que pode ser chamado de “meu Deus” (1:12). Ele possui estabilidade imutável tal que pode ser chamado de “Rocha” (1:12).

            O Senhor Deus é atemporal. Ele pode atuar hoje com o poder como sempre fez. Habacuque encontra em cima de sua torre de vigia uma teologia suficiente, mesmo para uma nação confrontada com o seu desaparecimento. O salmo no capítulo 3 reflete os pensamentos de Habacuque sobre os atos salvadores de Deus do passado (São muitos os que dizem de mim: Não há em Deus salvação para ele. Salmos 3:2). Talvez ele regularmente tenha ouvido os cantos sobre os atos redentores de Deus em Moisés (Dt 33:2-5, 26-29), por Débora e Baraque (Juízes 5), e por David (Salmo 18). Seu salmo é quase de citações diretas deles (cf. Salmos 18:33 Faz os meus pés como os das cervas, e põe-me nas minhas alturas; com Habacuque 3:19 O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente. Ao mestre de canto. Para instrumentos de cordas).

            A diferença mais marcante é que as antigas tradições do profeta se baseiam regularmente em retratar a vinda do Guerreiro Divino no tempo perfeito do verbo hebraico, denotando ação concluída. Habacuque, no entanto, consistentemente usa o pretérito imperfeito para enfatizar a ação progressiva, mostrando claramente que Ele vê esses eventos acontecendo diante de seus olhos em uma visão de fé. Habacuque vê o Deus que vem, não para derrotar o deus do mar como na mitologia Cananéia, mas em nome de seu povo oprimido e disperso. Através dos olhos da fé pode ver Habacuque o incrível poder de Deus que foi desatado em seus dias contra as nações arrogantes que destruiriam os escolhidos de Deus (Tu sais para salvamento do teu povo, para salvar o teu ungido; feres o telhado da casa do perverso e lhe descobres de todo o fundamento. Habacuque 3:13; Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu, à sua voz, tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e os joelhos me vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia, que virá contra o povo que nos acomete. Habacuque 3:16).

            Todas as forças da morte e destruição estão sob o comando de Deus. Todos os tipos de armas invencíveis estão à sua disposição. Carros não pertencem ao faraó, mas a Deus. Suas lanças brilhantes e suas espadas deslumbrantes assustam até mesmo o sol e a lua, em silêncio atordoado (3:11). Ele atropela o mar em sua fúria antiga (3:8, 15). Os objetos mais permanentes e imóveis são sacudidos violentamente na sua vinda (3:6, 10). A geografia em si é radicalmente alterada diante dEle (3:9). Os espectadores ao longo do percurso de sua marcha estão abalados (3:7). O palácio de Baal se desintegra em pó quando o Senhor, o Guerreiro Divino, passa em seu caminho para a batalha em outro lugar.

2 O ser humano na obra de Habacuque

            As pessoas tendem a ser violentas, impulsivas, destrutivas e injustas. A natureza humana é tal que se a justiça é tardia, eles são rápidos a fazer o mal. Os seres humanos são propensos a recolher o que não pertence a eles com ganância insaciável (1:5-6, 9; 2:5-8). Eles adoram poder, ou o que eles consideram ser necessários para um estilo de vida elegante (1:11, 16).

            Mas enquanto as pessoas possam ser ferozes, eles também são frágeis, dependentes e propensas a autodestruição (1:14-15). Eles podem ser tão indefesos como um peixe capturado em uma rede (1:14). Eles podem ser tão erráticos como criaturas rastejando sobre a terra. Apenas um ato direto de Deus pode nos salvar de nós mesmos. A verdadeira vida não é para ser encontrado em uma atitude arrogante e autoconfiante, mas pela fé em Deus (Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé. Habacuque 2:4).

 

3 A salvação descrita em Habacuque


            Habacuque procura febrilmente respostas teóricas, mas ao invés disso, a ele é dada uma forma prática de se relacionar com sua vida. Ele é desafiado para uma vida de fé que vai levá-lo ao longo do período entre profecia e cumprimento: “O justo viverá pela sua fé” (2:4). A fidelidade é um sentimento interno de dependência total, uma atitude interior, bem como a conduta que produz, ao invés de um comportamento exterior. Aqueles de fé vão olhar para trás para os atos salvadores de Deus e serão capazes de enfrentar o futuro desconhecido sem medo. Fé de Habacuque é tão vívida que através dos olhos de sua alma ele já pode ver a 
salvação de Deus.

            Fé de Habacuque vem pelo ouvir a palavra. Ele enche seu coração com as palavras de Deus. Tornam-se tão real para ele que ele é capaz de falar abertamente delas, para adicionar o seu próprio testamento à fé como uma das maiores afirmações de confiança em toda a Bíblia. Ele sente que em sua vida, ele pode ver privações e fome, mas também sua fé, baseada nas tradições recebidas, permanece viva em seu coração no presente, o que lhe dá alegria (todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. Habacuque 3:18). Sua fé proporciona alívio e êxtase. Ele é tão livre quanto um cervo nas montanhas (Habacuque 3:17-19). A pessoa que vive pela fé é contrastada com a pessoa arrogante, soberba; cuja alma não é correta com Deus. O escritor do livro de Hebreus segue a Septuaginta, que verte a primeira parte do verso como “se ele recuar, não estarei satisfeito com ele” (Hebreus 10:38), e depois continua a dizer que “nós não somos daqueles que recuam e são destruídos, mas dos que creem e são salvos”.

Conclusão

            Haverá um dia em que a Terra estará cheia do conhecimento da glória de Deus como as águas cobrem o mar (Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar. Habacuque 2:14). Este é o objetivo final de toda obra de Deus. A história não é periódica, a repetição interminável de algo ruim depois da outra. É linear, movendo em direção à meta do reino de Deus.

Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.

Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.

Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. (Romanos 8:18-21)

            O profeta como o cristão sabem que não há poder no mundo da natureza ou de qualquer governante humano que possa subverter o plano de Deus para o mundo. Deus ainda está trabalhando na arena da história humana.

Pois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus: nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de cima, nem o mundo lá de baixo. Em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor. (Romanos 8:38-39 NTLH)

            Precisamos do senso vivo da fé de Habacuque. O que está acontecendo em nosso mundo é a obra de Deus, embora nem sempre entendamos essa obra, o nosso Senhor é Soberano e tem todo o controle em suas mãos e isso irá trazer paz ao fiel por entender o propósito de Deus.

Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Portanto, não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais! (Mateus 10:29-31)

terça-feira, 9 de maio de 2023

O Milênio - Apocalipse 20


20:1-2 O abismo (20:1) é um lugar de cativeiro e julgamento. O anjo que desce do céu tem a chave desta prisão, símbolo da autoridade de Deus sobre ela, bem como uma grande corrente. O anjo agarra o dragão, aquela antiga serpente que é o diabo e Satanás, e o [amarra] por mil anos (20:1). A palavra “mil” é repetida seis vezes neste capítulo e marca um conceito teológico chave nesta seção do livro. Derivamos a palavra milênio das palavras latinas para “mil anos”. Os teólogos usam esse termo para fazer referência a várias interpretações dos “mil anos” em Apocalipse 20.


Milenismo, que é a posição adotada neste comentário, ensina que Cristo retornará antes de seu reinado de mil anos na terra e da prisão de mil anos de Satanás. O pós-milenismo ensina que haverá um período de mil anos de paz e retidão na terra antes do retorno de Cristo. O amilenismo ensina que os “mil anos” não são uma era futura da história da terra, mas uma designação figurativa para o atual reinado de Cristo na igreja ou seu reinado eterno no novo céu e nova terra.


20:3 Durante o cativeiro de mil anos de Satanás no abismo, ele não será mais capaz de enganar as nações. A pecaminosidade da humanidade não será removida durante este período, mas a capacidade do diabo de exacerbá-la por meio do engano será. Após os mil anos, entretanto, Satanás deve ser solto por um curto período de tempo.




20:4 Imediatamente após a tribulação, na abertura do milênio, Deus julgará todos os incrédulos para sair da tribulação, aqueles que receberam a marca dos melhores e se aliaram ao Anticristo. Este julgamento está implícito na presença de tronos e as pessoas sentadas neles que receberam autoridade para julgar. Em contraste com o julgamento dos incrédulos da tribulação, todos os seguidores de Cristo de todas as épocas reinarão com Cristo durante o milênio, incluindo aqueles da tribulação que não adoraram a besta ou sua imagem e que não aceitaram a marca na testa ou nas mãos.


20:5-6 Descrentes de todos os períodos da história, exceto a tribulação, não serão ressuscitados para julgamento até que os mil anos [sejam] completados. Essa ressurreição pós-milenar será a primeira ressurreição desse grupo (20:5). É importante ressaltar que no versículo 6, a frase a primeira ressurreição é usada com um referente diferente: a ressurreição dos crentes no início do milênio para reinar com Jesus. Sobre tais pessoas, a segunda morte (isto é, o julgamento eterno) não tem poder.




O reinado milenar de Cristo e seus seguidores é a utopia pela qual o mundo anseia. Não haverá guerra. O leão se deitará com o cordeiro. A expectativa de vida aumentará exponencialmente como nos primeiros dias do Antigo Testamento. A razão pela qual tal utopia será possível é que Jesus governará com vara de ferro e não haverá permissão para rebelião. Cada crente será um co-regente com Jesus, recebendo recompensas e responsabilidades de acordo com seu nível de fidelidade na vida presente. Como os seguidores de Cristo terão corpos celestiais glorificados, cada pessoa será perfeitamente adequada para cumprir suas responsabilidades.




20:7-8 No final do milênio, Satanás será solto de sua prisão e sairá para enganar as nações como tem feito desde a queda da humanidade (ver Gn 3). Surpreendentemente, mesmo após mil anos de utopia na terra sob o reinado de Cristo, haverá pessoas que se rebelarão contra ele e cairão no engano de Satanás. Eles serão como as pessoas do primeiro século dC que seguiram Jesus e aplaudiram seus milagres, mas depois gritaram: “Crucifique-o!” diante de Pilatos (Lucas 23:21). Essas pessoas seguem a Jesus exteriormente, mas não experimentaram nenhuma transformação de coração. Quando Satanás for libertado do cativeiro, ele não forçará ninguém a se rebelar contra Cristo. Ele simplesmente aproveitará o que já está dentro deles.


As pessoas que Satanás engana são chamadas de Gog e Magog, um homem mau em Ezequiel 38-39 e a terra sobre a qual ele governou, respectivamente. Aqui os termos são simbólicos dos inimigos de Deus em geral. Essas pessoas se reunirão... para a batalha contra Jesus, e seus números serão vastos, como a areia do mar (20:8). Até o julgamento final, sempre haverá pessoas que escolherão se rebelar contra Jesus.


20:9 Esses aliados de Satanás virão sobre a largura da terra e [cercarão] o acampamento dos santos, a cidade amada, isto é, Jerusalém. Mas, ao contrário da batalha prolongada que Deus trava contra seus inimigos durante a tribulação, a vitória divina nesta situação virá rapidamente. Fogo descerá do céu e [consumirá] eles.


20:10 O julgamento experimentado por indivíduos no inferno não será idêntico. Em vez disso, o julgamento que uma pessoa ou demônio recebe será proporcional ao seu pecado. Nesse caso, o diabo é lançado direto na mesma porção do inferno que a besta e o falso profeta. Em segundo lugar, a punição no inferno dura para todo o sempre. Terceiro, como ensina Mateus 25:41, o inferno foi “preparado para” Satanás e seus demônios. Nunca foi preparado para as pessoas. A única maneira de as pessoas chegarem lá é escolhendo ativamente o caminho de Satanás. Ninguém vai para o inferno por acaso.


20:11-12 O grande trono branco (20:11) é o local no qual os incrédulos de todas as épocas da história serão julgados por Deus. Esse julgamento envolverá a consulta de dois registros celestiais: os livros e o livro da vida. Os primeiros são registros dos atos das pessoas, pelos quais seus níveis de julgamento serão determinados, uma vez que seus nomes serão mostrados como não estando no livro da vida. O nível de punição de cada incrédulo será de acordo com suas obras (20:12) – isto é, proporcionalmente aos seus pecados e boas coisas cometidas enquanto estavam no corpo. O livro da vida lista aqueles que confiaram em Jesus Cristo como Salvador e foram creditados com sua justiça imputada. Ninguém receberá a salvação com base no que está escrito em um livro de obras, porque todos pecaram e não alcançaram o padrão perfeito de Deus (ver Romanos 3:23; 6:23). Ter o próprio nome no livro da vida é o único meio de salvação.


20:13 Os descrentes aparecerão no julgamento em um estado ressuscitado, no qual suas almas serão unidas a corpos não glorificados. João descreve uma ressurreição corporal para julgamento quando diz que o mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia. Na morte, a alma é separada do corpo, com a alma indo imediatamente para a presença de Deus (ver Lucas 23:43) ou para um estado de julgamento (ver Lucas 16:22-24). No arrebatamento, as almas dos crentes serão unidas a corpos glorificados apropriados para sua existência eterna no paraíso. Aqui, as almas dos incrédulos são unidas a corpos adequados para sua localização eterna. 20:14-15 O lago de fogo será o local final e eterno de todo ser humano cujo nome não [é] encontrado escrito no livro da vida (20:15; veja o comentário em 13:8). É um lugar de tormento eterno e consciente recebido proporcionalmente aos pecados da pessoa no corpo. Aqueles que recebem este julgamento não necessariamente cometeram pecados piores do que aqueles que habitam com Deus no paraíso. Eles simplesmente estão colhendo o fruto de seus pecados, em vez de desfrutar dos benefícios de ter o registro perfeito de Cristo creditado em suas contas. A segunda morte (20:14) é outra maneira de falar do julgamento eterno. A primeira morte é a morte física do corpo. A segunda morte é a separação eterna do amor, bênçãos e benefícios de Deus.


quarta-feira, 26 de abril de 2023

Apocalipse 18



18:1 A presença de outro anjo com grande autoridade descendo do céu ressalta a importância dos anjos no Apocalipse. Eles estão presentes e ativos na era da igreja também e, de fato, alguns seguidores de Cristo “receberam anjos como convidados, sem o saber” (Hb 13:2). Mas depois que a igreja for removida da terra, os anjos assumirão um papel mais visível para preencher o vazio espiritual.


18:2-3 O anjo proclama que a sociedade centrada no homem caiu (18:2) porque todas as nações se tornaram infiéis a Deus, o que é descrito metaforicamente como a sociedade bebendo o vinho da imoralidade sexual da Babilônia. Como resultado dessa atividade perversa, diz-se que os mercadores da terra ficaram ricos (18:3). Esta passagem, então, ilustra que toda riqueza não vem como uma bênção de Deus. Satanás também pode dar riquezas, como fica evidente em sua promessa de dar a Jesus reinos mundanos em troca de adoração (veja Mt 4:9). Seria um erro supor que a presença de riqueza em uma determinada vida indica a bênção de Deus e sua aprovação das ações dessa pessoa.


18:4-5 O povo de Deus é chamado a se retirar da vida mundana para evitar o julgamento que virá sobre a sociedade ímpia. Ao entregar esse aviso, uma voz do céu (18:4) refere-se aos pecados da Babilônia como sendo empilhados e desencadeando a lembrança de Deus. Deus atrasará o julgamento às vezes pelos pecados dos ímpios. Mas quando o julgamento vier, nenhum pecado será ignorado. Todos receberão sua justa recompensa.


18:6-8 Os membros da sociedade secular e ímpia dentro do reino do Anticristo são sentenciados a uma porção dupla de julgamento por seus pecados (18:6). A razão para tal julgamento severo é a arrogância e o egocentrismo daqueles que estão sob o domínio da besta. A sociedade metaforicamente chamada de Babilônia glorificou a si mesma e entregou-se a seus modos sensuais e excessivos, proclamando: Sento-me como uma rainha; Não sou viúva e nunca verei tristeza (18:7). Deus odeia tal rejeição descarada de seus caminhos e uma visão de si mesmo como indestrutível. Portanto, ele enviará morte, tristeza, fome e fogo ardente, porque o Senhor Deus, que a julga, é poderoso (18:8).


18:9-14 O julgamento do reino do Anticristo será rápido. Antes do momento da recompensa divina, haverá muitos avisos e muita demonstração da paciência de Deus. No entanto, quando o julgamento finalmente cai, os reis da terra que têm... compartilhou seus modos sensuais e excessivos chorará e lamentará (18:9) e dirá com espanto, em uma única hora, seu julgamento chegou (18:10). O julgamento de Deus envolverá ruptura econômica. Os mercadores da terra chorarão e se lamentarão... porque ninguém mais compra sua carga (18:11), incluindo metais preciosos, tecidos, especiarias, gado e produtos (18:12-14).


A destruição divina da riqueza neste caso não deve ser interpretada como indicação da condenação divina da riqueza per se. Há muitas pessoas ricas na Bíblia que andaram com Deus — Abraão, José e Salomão, para citar alguns. No caso de Salomão, a Escritura diz explicitamente que grande riqueza foi um dom e uma recompensa de Deus (ver 2 Cr 1:12). O que o Senhor condena é uma pessoa sendo controlada pela riqueza. Quanto mais abençoado você for, mais grato e adorador você deve ser. No entanto, no caso da Babilônia, a riqueza levou ao egocentrismo e à negação de Deus.


18:15-20 Que a riqueza controlava os habitantes do reino do Anticristo é evidente pelo tormento, choro e luto dos mercadores pela destruição de seus bens materiais (18:15). Eles lamentam não a perda de vidas ou a rápida remoção do sustento de outras pessoas, mas que em uma única hora essa fabulosa riqueza foi destruída. A rapidez do julgamento é enfatizada pela segunda e terceira repetições da frase uma única hora (18:17, 19; cf. 18:10 e “apenas um dia” em 18:8). A gravidade da ruptura econômica é enfatizada pela tripla repetição de um duplo ai pelos residentes da Babilônia (18:10, 16, 19). Para que ninguém pense erroneamente que essa destruição econômica é mera casualidade, João esclarece sua fonte: Alegrai-vos dela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus pronunciou sobre ela o julgamento que ela proferiu sobre vocês (18:20).


18:21 A destruição da sociedade secular e ímpia não será apenas severa, mas também será final. Um anjo poderoso ilustra graficamente esse ponto quando apanha uma pedra como uma grande mó, lança-a no mar e declara: Assim, Babilônia, a grande cidade, será lançada violentamente e nunca mais será encontrada.


18:22-23 A atividade comercial e social que não é má em si mesma será destruída porque a sociedade secular a perverte a serviço de uma agenda centrada no homem. Assim, o som de harpistas, músicos, flautistas e trompetistas será silenciado, cessando a mão de obra especializada, a produção industrial e os casamentos. Isso acontecerá porque as pessoas foram enganadas pela mentira de que a riqueza material é totalmente satisfatória em si mesma. Deus, em sua infinita sabedoria, redirecionará a sociedade humana para um caminho melhor.


18:24 Não surpreendentemente, a adoração do objeto errado (riqueza) é acompanhada pela ira mal direcionada a um alvo impróprio (cristãos). No reino do Anticristo, assim como em outras sociedades ímpias ao longo da história, o sangue de profetas e santos testemunha a matança daqueles que defendem os valores de Deus em oposição à religião do materialismo.



Notas Adicionais:


18:1-19:4 Esta seção, que fala sobre a queda de Babilônia, pode ser dividida assim: 1) um anjo anuncia a queda de Babilônia (18.1-3); 2) uma voz do céu manda que o povo de Deus saia da cidade (18.4-8); 3) reis choram a queda da cidade (18.9-10); 4) comerciantes do mundo inteiro também se lamentam por causa da queda de Babilônia (18.11-19); 5) o povo de Deus é convidado a se alegrar por causa da queda da cidade (18.20); 6) um anjo anuncia a destruição da cidade (18.21-23); 7) o autor explica por que Babilônia foi destruída (18.24); 8) louvor no céu a Deus (19.1-4).


18.6 Deem a ela o mesmo que ela deu a vocês: Sl 137.8; Jr 16.18; 50.29; 2Ts 1.6. a bebida que ela preparou para vocês: Maneira de falar sobre os castigos que sofreram as pessoas que foram fiéis a Jesus (Ap 6.9; 17.6).


18.20 Alegrem-se... Alegrem-se: Dt 32.43; Jr 51.48. povo de Deus: Ver Ap 5.8, n. Deus a condenou pelo que ela fez a vocês: Deus responde à oração dos mártires (Ap 6.10).


quarta-feira, 19 de abril de 2023

Ezequiel 20

 




Estudos e Comentários Bíblicos Significado de Ezequiel 20

Em Ezequiel 20 Deus relata a história do povo de Israel e seu relacionamento com Ele, e os convida a se arrependerem e se voltarem para Ele.

Deus começa lembrando os anciãos de Israel de seus pecados passados, incluindo sua adoração a falsos deuses e sua rebelião contra Ele. Ele então diz a eles que os tirou do Egito e os trouxe para a terra prometida, mas eles continuaram a se rebelar contra Ele e a adorar falsos deuses.

Deus então se lembra do tempo em que Ele lhes deu Seus mandamentos e leis, mas eles se recusaram a obedecê-los. Ele também os lembra das consequências de sua desobediência, incluindo o exílio e a destruição do templo.

Apesar de sua história rebelde, Deus diz que não destruirá completamente o povo de Israel. Em vez disso, Ele promete trazê-los de volta à terra de Israel e restaurar seu relacionamento com Ele, mas somente se eles se arrependerem e se afastarem de seus pecados.

O capítulo termina com Deus reiterando Seus mandamentos e advertindo o povo de que eles serão julgados de acordo com sua obediência ou desobediência.

No geral, Ezequiel 20 é um relato da história do povo de Israel e seu relacionamento com Deus. O capítulo enfatiza a história de rebelião e desobediência do povo, e as repetidas tentativas de Deus de trazê-los de volta a Ele. O capítulo termina com um apelo ao arrependimento e à obediência aos mandamentos de Deus.

Comentário de Ezequiel 20

20:1 Novo sétimo ano, no mês quinto, aos dez do mês. Esta nota cronológica sugere uma data, em 591 a.C., que corresponde ao período entre julho e agosto do nosso calendário, bem como introduz uma nova seção e série de mensagens (Ez 8.1, que se deu 11 meses antes). O contexto político dessa profecia era a tolice e o envolvimento pecaminoso de Zedequias com o Egito contra a Babilônia, na esperança de livrar-se dos ataques de Nabucodonosor. O contexto social apresenta os anciãos exilados indo até Ezequiel para buscar uma explicação divina para os eventos. Eles desejavam saber se o Egito salvaria Judá dos babilônios.

Ezequiel 20:1-3

Os Anciãos vêm Consultar o Senhor

Ao contrário da figura da criança enjeitada em Ezequiel 16 e da parábola de Oolá e Oolibá em Ezequiel 23, aqui, em Ezequiel 20, temos uma descrição do passado de Israel com sua contínua rebelião contra Deus em termos históricos reais, sem o auxílio de figuras e parábolas. O capítulo descreve os principais eventos do passado, começando com a escravidão no Egito e o êxodo dele. Em seguida, a descrição passa pelas experiências do deserto até a vida em Canaã, terminando com a dispersão entre as nações.

O período final da história de Israel – a dispersão entre as nações – é apresentado como um retorno à vida no deserto, ou seja, o retorno ao período que antecedeu o estabelecimento na terra de Canaã (Ez 20:35). Que Deus finalmente abençoe o povo de qualquer maneira não é por causa de sua fidelidade, pois não há nenhuma, mas por causa de Seu próprio Nome (Ezequiel 20:44).

Um tema recorrente é a rebelião do povo contra Deus durante os vários períodos de sua existência. Essa rebelião se manifesta em desobediência e infidelidade (Ez 20:8; Ez 20:13; Ez 20:21; Ez 20:27). Os períodos são sucessivamente:

1. A escravidão egípcia (Ez 20:5-9),

2. A jornada no deserto (Ez 20:10-26) e

3. A habitação na terra prometida (Ez 20:27-29).

“No sétimo ano”, isto é, o sétimo ano depois que o rei Joaquim foi levado para a Babilônia (Ezequiel 1:2), ano 591 AC, “alguns dos anciãos de Israel” voltaram a Ezequiel para consultar o SENHOR (Ez 20:1; cf. Ez 8:1; Ez 14:1-3). Eles estiveram com ele antes e ouviram dele a palavra do Senhor. O que eles fizeram com essa palavra? Eles agora se sentam diante de Ezequiel novamente para ouvir dele a palavra do Senhor. Seu desejo de consultar o Senhor não vem de um coração que quer se dedicar inteiramente a Ele. Eles não querem desistir dos ídolos.

Pode ser que eles queiram saber como Jerusalém se sairá. Agora que tantos meses se passaram após a mensagem sinistra de Ezequiel 8-11, eles têm esperança de que a destruição anunciada não ocorrerá, afinal. Além disso, três anos se passaram desde a profecia de Hananias (Jr 28:1-3). Hananias profetizou que os exilados da Babilônia retornariam a Jerusalém com o rei Joaquim dentro de dois anos, ou seja, não depois do sexto ano do exílio do rei Joaquim.

O SENHOR conhece seus motivos e fala com Ezequiel sobre isso (Ezequiel 20:2). Ezequiel tem que mostrar o espanto do SENHOR aos anciãos repetindo a pergunta, indicando que Ele está indignado por eles ousarem vir consultá-Lo (Ezequiel 20:3). É como se o SENHOR lhes dissesse que está maravilhado com essa audácia. Sua resposta é clara: Ele não se deixará consultar por eles. Nos versículos seguintes Ele explica por que não.

20:2-4 Deus explica a Ezequiel que os anciãos de Israel (v. 1) haviam perdido qualquer direito de inquiri-lo devido às abominações de seus pais. Todo o povo era responsável por seus pecados, e isso não significava que esses hebreus estivessem pagando pelos erros de seus ancestrais. Em vez disso, a atual geração de israelitas no exílio vinha demonstrando claramente seu fracasso em aprender lições práticas a partir da história, portanto estava fadada a repetir os mesmos erros.

Esses líderes levaram muitos questionamentos a Deus, mas as perguntas eram tolas e demonstravam a pecaminosidade do povo. Eles não percebiam as inconsistências entre o que perguntavam, suas práticas anteriores e as promessas e princípios revelados por Deus. Neste capítulo, o Senhor faz uma revisão do passado dos israelitas.

20:5-9 No Egito, Deus prometeu transformar o povo hebreu em uma nação (v. 5) e levá-lo a um território específico (v. 6), no qual teria de obedecer à Lei (v. 7) de acordo com a aliança mosaica realizada no Sinai no caminho entre o Egito e Canaã. Todavia, os israelitas se rebelaram seguindo falsos deuses; assim, o Senhor os julgou prolongando o cativeiro (v. 8) no Egito, que durou mais de 400 anos. Então, Deus os libertou, como havia prometido (v. 9; Gn 15.13-16).

20:5, 6 Escolhi a Israel. Esta é a única ocasião em que Ezequiel faz uso desse verbo eletivo. Ele descreve a seleção soberana de Israel para os propósitos eternos e terrenos do Senhor. A ilustração expressa na sentença levantei a mão se refere aos votos incondicionais feitos por Deus a Abraão e posteriormente renovados com a nação que Ele formou no Egito a partir dos descendentes desse patriarca (v. 9). O fato de Deus levantar a mão revela Sua determinação em manter a promessa da aliança.

20:7 Abominações. Em outros trechos de Ezequiel esse termo hebraico é traduzido como coisas detestáveis. Veja Ezequiel 11.18.

20:8 Os ídolos do Egito [...] no meio da terra do Egito. Neste versículo Deus fala a respeito de algo que não foi explicado no livro de Êxodo: os israelitas se envolveram com a idolatria dos egípcios durante o tempo que passaram no Egito. Embora não seja citado em nenhum outro trecho, havia a ameaça de retribuição divina contra o povo antes do período do êxodo (mencionado no v. 10).

20:9 Fiz [...] por amor do meu nome. Deus justificou Sua graça, Seu poder e Sua confiabilidade perante os egípcios cumprindo as promessas de derrotar o Egito e libertar Seu povo, ainda que este se mostrasse desobediente (pois deveria adorar somente a Deus). Para conferir mais versículos sobre o Senhor defendendo Seu nome e Sua honra, veja Isaías 48.9-11 (compare 2 Tm 2.13).

Ezequiel 20:4-9

Idolatria de Israel no Egito

O SENHOR ordena a Ezequiel que faça uma audiência no tribunal. Ele deve julgar os anciãos de Israel (Ez 20:4; cf. Ez 22:2; Ez 23:36). Ezequiel aqui é uma figura do Senhor Jesus, a quem foi dado julgamento pelo Pai (João 5:22).

A acusação vai até Ez 20:29; de Ez 20:30 segue o veredicto. Ezequiel deve apresentar aos anciãos sua própria história, uma história de apostasia e de pecado voluntário e, portanto, de insulto ao Senhor. Ezequiel deve primeiro apontar a grande misericórdia do SENHOR que Ele escolheu Israel durante o tempo de sua escravidão na terra do Egito (Ezequiel 20:5). No Egito, Israel tornou-se um povo, o que não era antes daquele tempo.

Deus se deu a conhecer ao povo por meio de Moisés como o Senhor (Êxodo 6:5-6). Duas vezes é mencionado neste versículo que Ele jurou em nome do povo. Ele jurou a eles que os conduziria para fora do Egito e os traria “para uma terra” que Ele “escolheu para eles” (Ezequiel 20:6). Quando o SENHOR escolhe uma terra, deve ser a terra mais bonita. Ele, portanto, chama isso de “a glória de todas as terras”. Em outros lugares, Deus fala da “terra agradável” e da “terra formosa” (Dt 8:7-10; Sl 106:24; Jr 3:19; Jr 12:10; Ez 20:15; Dn 8:9; Dn 11:16; Dn 11:41; Dn 11:45; Zc 7:14).

A visão daquela “terra gloriosa” deveria ser suficiente para lançar fora “as coisas detestáveis”, “os deuses fedorentos do Egito” (Ezequiel 20:7). Certamente você está feliz em entregar coisas inúteis por algo que diminuiria essas coisas inúteis e seria capaz de fazer com que as inúteis se esquecessem, não é? Infelizmente, não foi assim que aconteceu com Israel (Ezequiel 20:8). Desobedientes como são, não ouvem a Deus. Eles não prestam atenção em todo o bem que Ele faz por eles. Eles não jogam fora as abominações e fedorentos deuses, mas continuam a olhar para eles na expectativa de que eles os ajudem (cf. Sl 25:15).

Em resposta, Deus tem que derramar Sua ira sobre eles. Ele o faz no Egito, onde eles já Lhe são infiéis (Ez 23:3; Js 24:14; Lv 17:7). Faraó agravou a aflição sob a qual eles estão sofrendo. Mas o Senhor não os entregou completamente ao julgamento (Ezequiel 20:9). Ele age por causa de Seu nome quando conduz Seu povo para fora do Egito. Se Ele já tivesse exterminado Israel no Egito, as nações teriam zombado Dele por não conseguir livrá-los. Ele os escolheu para serem Seu povo, Ele anexou Seu Nome a esse povo e, portanto, os poupou.

20:10, 11 Após a libertação do cativeiro no Egito, Deus começou a santificar os israelitas revelando-lhes Seu código de leis e realizando uma aliança com eles. A declaração cumprindo-os o homem, viverá não significa que a salvação eterna pode ser alcançada por meio de boas obras, mas sim que a qualidade da vida física e espiritual do crente neste mundo está relacionada com sua obediência ao Deus vivo. Os estatutos e os juízos do Senhor foram entregues ao Seu povo como um meio de preservar a caminhada espiritual dos israelitas com Ele, e não como um modo de garantir sua salvação.

20:12-19 O versículo 12, que fala sobre os sábados do Senhor, é um texto importante (enfatizado novamente no v. 20) para a compreensão do Shabat. Sábado em hebraico significa descanso. Em outras palavras, era um dia para interromper todas as atividades diárias, como é claramente explicado em Êxodo 20:8-11 e em Deuteronômio 5.12-15. Essa passagem revela o propósito do sábado: ele deveria servir como um sinal ou um símbolo marcante da aliança entre Deus e Seu povo, Israel.

20:20-26 O verbo hebraico santificai significa tratar como santo, observar como distinto e consagrar. Deus ordenou que Seus sábados fossem sempre santificados por Seu povo distintos e separados dos dias comuns.

20:27 Durante a conquista e o estabelecimento de Canaã (o período descrito em Josué e Juízes), Israel herdou a Terra Prometida. Todavia, outra vez o povo de Deus se mostrou obstinado e foi acusado de deslealdade e blasfêmias porque servia a falsos deuses (Nm 15.30, 31).

Ezequiel 20:10-17

Idolatria de Israel no Deserto

Apesar de sua idolatria no Egito, Deus redimiu Seu povo (Ez 20:10). Ele os tirou do Egito e os trouxe para o deserto. Lá, no Sinai, Ele lhes dá Sua lei (Ezequiel 20:11). Se guardarem a Sua lei, viverão (Lv 18:5). Entre as disposições da lei, o sábado ocupa um lugar especial (Ezequiel 20:12). O sábado é o dia de descanso e Deus dá esse dia de descanso como um sinal especial entre Ele e Seu povo.

Através do sábado, Israel é separado de todas as nações de uma maneira especial. O sábado é o sinal de que o SENHOR os santifica, ou seja, Ele os separa das outras nações para serem Seu povo (Êxodo 31:13-16). Os exilados não podem cumprir muitas leis na Babilônia porque não têm templo lá. As leis que eles podem guardar, por exemplo, são as leis alimentares – Daniel o fez (Dn 1:8) – e o sábado.

No entanto, o povo mostra-se indigno deste sinal especial da sua relação com Deus e não guarda o sábado (Ez 20,13). Após sua desobediência no Egito, sua permanência no deserto também é marcada pela desobediência. Eles desprezam e violam os estatutos e as ordenanças que o Senhor deu para a vida. O livro de Êxodo e o livro de Números fornecem muitos exemplos disso. Os sábados, dos quais o Senhor diz novamente “meus sábados” (Ezequiel 20:12), são profanados por eles. Essa profanação é tão grande e grosseira que o Senhor diz que derramará sua ira sobre eles e os aniquilará.

O SENHOR deve agir por causa do Seu Nome (Ezequiel 20:14). Seu nome foi profanado pela rebelião do povo contra ele. Ele não pode deixar que a desobediência deles fique impune. Afinal, Ele tirou Israel do Egito diante dos olhos das nações para ser Seu povo. Mas eles não estão se comportando como Seu povo. Portanto, Ele deve discipliná-los e condená-los à morte, para que não entrem na terra aprazível, na terra gloriosa, que Ele lhes deu (Ezequiel 20:15).

Eles O profanaram, por um lado, rejeitando Suas ordenanças e profanando Seus sábados e, por outro lado, apegando-se com seus corações aos seus deuses fedorentos (Ezequiel 20:16). Apesar de seu contínuo desvio Dele, Ele os poupa para que não os destrua totalmente no deserto (Ezequiel 20:17). Como punição por seu desvio, toda a primeira geração daqueles que Ele conduziu para fora do Egito deve cair no deserto. No entanto, Ele poupa seus filhos para cumprir com eles Suas promessas. Eles serão melhores do que seus pais que pereceram?

Ezequiel 20:18-26

Idolatria das Crianças no Deserto

Depois que a velha geração caiu no deserto, o SENHOR dirige a palavra a seus filhos (Ez 20:18). Ele os adverte a não seguir o exemplo de seus pais. Ele declara que Ele é o Senhor seu Deus e os ordena a andar em Seus estatutos e a guardar Suas ordenanças (Ezequiel 20:19). Ele os ordena a santificar Seus sábados, como Ele ordenou a seus pais (Ezequiel 20:20). Novamente, Ele fala do sábado como um sinal entre Ele e eles e que por ele saberão que Ele é o Senhor seu Deus.

Infelizmente, a reação dos filhos não é diferente da dos pais. Os filhos também se rebelam contra Ele (Ez 20:21; Nm 25:1-9). Também não há dúvida para eles de que estão observando fielmente Seus estatutos e ordenanças. E novamente o SENHOR aponta que guardar esses estatutos e ordenanças significa vida (Lv 18:5). Ele quer que eles vivam. Então eles escolhem deliberadamente a morte por não se importar com isso. Em vez de santificar os sábados, eles os profanam. Assim, eles despertam a ira de Deus. Ele diz que no deserto cumprirá Sua ira contra eles e os matará.

Mas Deus, em Sua misericórdia, retira Sua mão, que estava estendida contra eles em cólera, e não os aniquila (Ezequiel 20:22). Se Ele os matasse no deserto, Seu Nome seria profanado diante dos olhos das nações. Essas nações poderiam então dizer que Ele era incapaz de conduzir o povo que conduziu para fora do Egito diante de seus olhos também através do deserto. Portanto, Ele quer agir de maneira diferente com o Seu povo. Ele já jura no deserto que os espalhará entre as nações em todos os tipos de terras (Ez 20:23; Lv 26:33; Lv 26:39; Dt 28:36; Dt 28:64).

Como razão dessa dispersão, Ele menciona a desobediência às Suas ordenanças, a rejeição de Seus estatutos e a profanação de Seus sábados (Ez 20:24). Isso tudo os levou a seguir os mesmos deuses fedorentos que seus pais seguiram. Eles não são melhores do que seus pais. Em resposta, Deus os entrega à sua própria vontade (Ez 20:25). Eles escolhem seus próprios estatutos para viver e Deus os entrega a eles.

O significado da frase que o SENHOR dá estatutos que não são bons e ordenanças pelas quais eles não podem viver é que Ele entrega Seu povo a seus próprios estatutos e ordenanças se eles não O obedecerem. Ele os deixa seguir seu caminho autodeterminado. Deus pune Seu povo permitindo que eles façam o que gostam de fazer (Atos 7:42-43; Salmos 81:11-12; Romanos 1:24; Romanos 1:26; Romanos 1:28).

Os presentes que o povo oferece aos ídolos, o SENHOR usa para declará-los impuros (Ezequiel 20:26). Eles até sacrificam seus filhos como presentes aos ídolos. Sobre isso, a ira de Deus deve vir em plena medida. O fim de tais práticas pagãs depravadas é a devastação nacional.

Ainda hoje, inúmeras crianças são sacrificadas aos ídolos. Podemos pensar nos inúmeros abortos que foram e estão sendo feitos. Quantas crianças não foram abortadas porque os pais veem as crianças como um impedimento ao seu gozo pessoal? O mesmo acontece quando os pais mostram aos filhos uma vida cheia de ganância, que é idolatria (Cl 3:5), fazendo com que os filhos se afastem do Senhor e de Seu caminho.

20:28, 29 Os termos outeiro alto e árvore frondosa se referem a locais onde havia altares para adoração idólatra em Canaã. Muitos dos exilados haviam visitado tais lugares anteriormente, e vários dos habitantes de Judá ainda o faziam. O nome Bamá é uma transliteração do vocábulo hebraico para lugar alto (Ez 16.15-34).

Ezequiel 20:27-29

Idolatria de Israel na Terra Prometida

Com a lembrança da idolatria do povo no deserto e o julgamento de Deus sobre isso, a história da infidelidade do povo não acabou. Todos os esforços de Deus para levar o povo ao arrependimento, o povo respondeu com uma nova infidelidade. Ezequiel é ordenado a trazer isso à atenção do povo também (Ezequiel 20:27). Ele deve dizer-lhes que eles blasfemaram contra o Senhor, agindo traiçoeiramente contra Ele. Eles O insultaram e insultaram. O SENHOR agora fala da época em que trouxe Seu povo para a terra (Ezequiel 20:28).

Ele jurou trazê-los para lá. Ele fez isso em Sua fidelidade. No entanto, não há menção de qualquer agradecimento do povo a Ele por isso. Em sua cegueira, eles pensam que estão oferecendo sacrifícios ao Senhor. Mas, em vez de adorá-lo da maneira prescrita por Ele e no lugar por Ele escolhido, eles imitam as nações e trazem “a provocação de sua oferta” aos ídolos em todos os lugares. No termo “a provocação de sua oferta” ouvimos a dor do SENHOR sobre sua conduta.

Ele se dirige ao povo perguntando por que eles continuam indo para aquele lugar alto (Ezequiel 20:29). Ele pergunta, por assim dizer: ‘É aqui que eu quero ser servido?’ Desta forma, Ele quer levá-los a pensar sobre seus caminhos tolos e se arrepender. No entanto, eles não são mais acessíveis por seu mau comportamento. O lugar alto recebeu o nome de “Bamah”, ou “ Lugar Alto”, e o leva “até hoje”, isto é, até o dia em que Ezequiel escreve o livro de Ezequiel. Esse nome é, portanto, um lembrete permanente de sua contínua infidelidade. Indica que toda a terra, com seus muitos lugares altos, tornou-se um grande local de sacrifício onde sacrifícios são feitos aos ídolos.

As palavras “até hoje” também se aplicam em sentido espiritual. Os lugares altos em nossas vidas são todas as coisas elevadas levantadas contra o conhecimento de Deus. São as deliberações da mente humana. Este símbolo de infidelidade ainda existe e é derrubado quando Cristo recebe o domínio em nossas vidas. Esses lugares elevados são derrubados quando ouvimos o ensino das Escrituras. Então eles são levados cativos à obediência de Cristo (2Co 10:4-5).

20:30 Os tempos verbais de contaminais e prostituís destacam a situação contínua e permanente da desobediência e deslealdade de Israel.

20:31, 32 Como as nações. Escolhido para ser um povo separado do pecado e do modo de vida secular um instrumento especial para revelar a glória de Deus , Israel insistia em identificar-se com as nações vizinhas e em tomar parte em sua idolatria (Êx 19.5, 6; Dt 17.14;26.16-19;31.21; 1 Sm 8.5; Sl 135.4).

Ezequiel 20:30-32

O Veredito

Começando em Ez 20:30, segue o veredicto. Lembrando-se da contínua infidelidade dos pais e de seus filhos, Ezequiel teve que deixar seus contemporâneos ouvirem suas advertências (Ezequiel 20:30). As gerações passadas abandonaram o SENHOR. A geração atual deve ser advertida a não fazê-lo. Ezequiel deve chamá-los para prestar contas de seu comportamento, pois é semelhante ao de seus pais. Eles estão se contaminando da mesma maneira e, como eles, estão se prostituindo, entregando-se a uma idolatria abominável.

Os exilados a quem Ezequiel dirige a palavra continuaram a cometer os pecados que seus pais cometeram e pelos quais o Senhor os puniu. Ele então se permitirá ser questionado sobre eles quando entregam seus filhos aos ídolos e se contaminam de maneira repulsiva com todos os seus deuses fedorentos (Ezequiel 20:31)? Eles podem absolutamente esquecer isso!

Qualquer coisa que lhes vier à mente, que imaginaram que assim deveria acontecer, certamente não acontecerá (Ezequiel 20:32). Deus conhece suas verdadeiras intenções. Ele sabe que eles estão empenhados em ser como as nações e como as tribos das terras e servir madeira e pedra como eles. Eles caíram tão baixo que estão desistindo de todos os privilégios de Israel para servir aos ídolos das nações em seu lugar.

20:33-36 O cativeiro na Babilônia como sentença de Deus havia começado com as deportações de 605 e 597 a.C., que continuariam com a queda de Jerusalém, em 586 a.C. No entanto, o Senhor também prometeu restaurar Judá e julgar seus inimigos com furor (Dt 4-34), uma referência à conquista da Babilônia pelos persas, em 539 a.C., aos três retornos dos judeus à terra e à reestruturação desta (de 538 a aproximadamente 330 a.C.; veja os livros de Esdras e Neemias).

Contudo, Israel novamente seria levado cativo e forçado a peregrinar entre as nações, no deserto dos povos. Esse trecho alude ao período de dominação romana, que começou quando Pompeu conquistou Jerusalém, em 63 a.C. As expressões com mão forte e com braço estendido repetem a linguagem utilizada no êxodo do Egito (Ex 7.5; 15.6). A declaração e vos tirarei indica que a saída da Babilônia seria um segundo êxodo, celebrado profeticamente também por Isaías (Is 40.1).

20:37, 38 Passar debaixo da vara é a maneira pela qual um pastor contava e controlava seu rebanho (Lv 27.32; Jr 33.13). A vara geralmente é um símbolo de disciplina (Sl 89.32), mas nestes versículos é um paralelo para a ideia de vos farei entrar no vínculo do concerto. Fala a respeito da soberania de Deus sobre Seu povo para estabelecer um relacionamento pessoal com ele. Essa ligação futura com o Senhor seria um período em que Israel se purificaria dos idólatras (v. 39; 16.15-34). Naquele tempo, o povo finalmente saberia que Deus é o SENHOR (Ez 16.63; 36.25-38; Jr 31.31-34; Dn 12.10).

20:39 A ordem ide, sirva cada um aos seus ídolos, é irônica. O restante do versículo demonstra que Deus estava entregando o povo obstinado ao destino que este havia escolhido. O Senhor concede aos seres humanos um fim coerente com as decisões de cada indivíduo. Então, Ele fala sobre um período indeterminado no futuro quando Israel glorificaria Seu nome, ou seja, “Sua reputação” entre as nações (v. 40-44).

20:40-45 O Israel futuro, arrependido, renovado e novamente reunido seria caracterizado por: (1) um retomo à terra e ao sistema de sacrifícios (capítulos 40-48); (2) um conhecimento avivado e pessoal do Senhor soberano e fiel; (3) uma renúncia dos pecados anteriores; e (4) um reconhecimento de que a graça de Deus governa a história da nação, deixando o pecado e alcançando salvação. O termo meu santo monte é uma referência ao glorioso local de adoração em Israel o monte Sião em Jerusalém (Sl 2.6; 78.68; Is 35.10; 60.14).

Ezequiel 20:33-44

Ação Judicial e Restauração no Futuro

Porque o povo está tão determinado a ser como as nações e como as tribos das terras (Ez 20:32), o SENHOR deve confrontá-los em Seu governo (Ez 20:33). Ele não pode deixar tal deliberação passar impune e irá, por Sua mão forte e braço estendido, fazê-los experimentar Sua ira. Eles podem pensar que podem abandoná-Lo, mas Ele não abrirá mão de Seus direitos sobre Seu povo.

Além disso, Ele saberá como encontrá-los entre as nações e nas terras por onde estão espalhados (Ez 20:34). Mesmo lá, em seu exílio, Ele mantém Suas reivindicações sobre Seu povo. Ele os tirará do exílio para trazê-los ao deserto das nações. Por isso se entende Seu trato com eles no tempo em que são entregues ao poder das nações. Lá Ele entrará em julgamento com eles (Ezequiel 20:35).

Ele agirá com eles assim como agiu com seus pais no Egito, a terra que tem sido para eles como um deserto, uma terra de morte (Ezequiel 20:36). Ele agirá com eles como faz um pastor que passa suas ovelhas debaixo de sua vara à noite para contá-las para ver se falta alguma e se não há um estranho entre elas (Ezequiel 20:37). A lei prescreve que cada décima ovelha que passa sob a vara é para o Senhor (Lv 27:32; Jr 33:13). As ‘ovelhas’ de Seu povo selecionadas dessa maneira, o Senhor as traz de volta ao vínculo da aliança que Ele fez com elas.

Ele removerá os rebeldes e transgressores de Suas próprias ovelhas, os tirará da terra de seu exílio e os julgará (Ezequiel 20:38). Eles pensarão que estão voltando para a terra prometida de acordo com a palavra dos falsos profetas, mas não chegarão a essa terra. Eles perecerão no caminho.

O SENHOR diz à casa de Israel para continuar servindo a seus deuses fedorentos (Ezequiel 20:39). Afinal, eles não têm intenção de ouvi-lo de qualquer maneira. Ao mesmo tempo, Ele lhes diz para não profanarem mais Seu santo Nome com aqueles deuses fedorentos. O mesmo vale para Seu santo monte, o Monte Sião (Ez 20:40). Naquela montanha está o templo e ali Ele quer ser servido com sacrifícios.

É a alta montanha de Israel, onde “toda a casa de Israel” O servirá, ninguém exceto. Este é o novo Israel de doze tribos, o remanescente, que será todo o Israel, pois a multidão apóstata terá sido julgada. Nos sacrifícios então trazidos ao SENHOR, Ele ficará satisfeito. Seu povo ali atenderá de bom grado ao Seu pedido de trazer a Ele o melhor de todos os seus dons santificados.

O povo então voltou a Deus em sua totalidade, e um aroma suave sai deles para Ele, no qual Ele se deleita (Ezequiel 20:41). Ele os trouxe de volta para Si mesmo. O fedor dos deuses fedorentos foi expulso. O abandono deles acabou. Eles foram reunidos por Ele das terras para as quais Ele teve que espalhá-los como resultado de seus pecados. As nações verão isso e se maravilharão com Seus caminhos para com Seu povo.

Quando estiverem de volta à terra, saberão que Ele é o SENHOR, o Deus fiel da aliança, que executa o Seu conselho por meio de todas as deliberações dos homens (Ezequiel 20:42). O território de Israel é a terra sobre a qual Ele jurou a seus antepassados que lhes daria. Então eles perceberão o quanto O abandonaram e O feriram ao desprezar o que Ele procurou dar a eles (Ezequiel 20:43). Eles vão se odiar. Quando pensamos sobre a história do Cristianismo e nossa história pessoal, isso também traz um sentimento de ódio em nós.

Seu povo ficará impressionado novamente por Ele, que Ele é o Senhor, o Deus que mantém e cumpre Suas promessas. Isso criará neles uma nova admiração por Sua fidelidade (Ezequiel 20:44). Eles serão humilhados por isso e perceberão que todas as bênçãos que podem desfrutar são devidas apenas à Sua fidelidade. Para este curso de ação, Ele encontrou uma razão exclusivamente em Seu Nome.

O mesmo se aplica a nós que pertencemos ao povo de Deus nesta era. Conosco, também, por causa de Seu nome, Ele não fez de acordo com nossos maus caminhos e ações depravadas, como foi com a casa de Israel. Todas as bênçãos que podemos desfrutar são devidas apenas à Sua fidelidade.

20:46-49 O bosque do campo do Sul se refere à terra de Judá o Reino do Sul, que possuía mais árvores em seu território naquela época. A expressão desde o Sul até ao Norte denota totalidade, significando por toda parte.

Ezequiel 20:45-49

O Fogo do Julgamento no Neguebe

No texto hebraico, um novo capítulo começa com Ez 20:45. É uma nova profecia, uma nova palavra do SENHOR a Ezequiel (Ezequiel 20:45). Ezequiel, novamente chamado de “filho do homem”, deve voltar seu rosto “para Teman” ou “para o sul”. “O sul” é mencionado quatro vezes com três palavras diferentes em hebraico, incluindo a palavra “Neguebe”, conhecida do deserto em Israel (Ezequiel 20:46). A profecia é sobre a terra do sul de Judá. As palavras “speak out” também são traduzidas como “drop [words]” [tradução holandesa e tradução Darby]. As palavras a serem ditas por Ezequiel são apresentadas como uma chuva torrencial. Por “terra da floresta” entende-se os habitantes de Judá.

“A floresta do Neguebe” é ordenada a ouvir a palavra do SENHOR (Ezequiel 20:47). É uma palavra de julgamento. O SENHOR diz que acenderá um fogo neles que fará uma obra devastadora entre jovens e velhos. Pela árvore verde pode-se entender também os justos e pela árvore seca os ímpios (cf. Lc 23,31). Os justos e os ímpios enfrentam esta vara disciplinar de Deus. Não apenas os ímpios sofreram sob a disciplina de Deus, mas homens tementes a Deus como Ezequiel e Daniel também sofreram sob ela.

Será impossível bloquear este trabalho devastador. Isso transformará toda a terra em um campo enegrecido. Isso se refere ao que Nabucodonosor e seus exércitos farão quando executarem os julgamentos de Deus em Judá. Todos verão que o verdadeiro instigador desse fogo é o próprio Deus (Ez 20:48). Porque Ele acende o fogo, não será extinguível. O destruidor é imparável. Qualquer tentativa de se defender contra isso resultará em nada.

Ezequiel sente que o fardo das palavras que deve falar pesa sobre ele (Ezequiel 20:49). Ele sabe que seus companheiros exilados não o levarão a sério. Suas palavras não os impressionam. Eles se recusam a levá-los a sério e se livram deles atribuindo sua mensagem à sua imaginação. Ele é visto por eles como um tagarela que vem com uma mensagem feita por eles mesmos que eles não querem entender. Sobre isso o profeta reclama com o SENHOR, mas não obtém resposta.