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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Estudo Sobre Apocalipse (Cap. 1 & 2)

 
São João Evangelista em Patmos, de Tobias Verhaecht, domínio públlico (Wikimedia Commons)

Significado de Apocalipse 1 & 2


Apocalipse 1


Apocalipse 1.1 — Revelação (palavra que significa algo desvelado, descoberto) indica que esse texto é um tipo de literatura conhecido como apocalíptica. A Revelação de Jesus Cristo pode significar que vem dele e é sobre Ele, porque Cristo é o assunto do livro inteiro. Os servos de Cristo são os crentes. A frase que brevemente devem acontecer é uma alusão a Daniel 2.28,29,45, visto que parece indicar que as coisas que devem acontecer nos últimos dias acontecerão em rápida sucessão. João é o escritor humano do Apocalipse, enquanto Jesus é o Autor divino.


Apocalipse 1.2 — A palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo são as razões pelas quais João foi exilado na ilha de Patmos (v. 9) e, também, o motivo por que os crentes são perseguidos hoje em dia. A expressão de tudo o que tem visto refere-se às visões relatadas em Apocalipse.


Apocalipse 1.3 — Bem-aventurado, significando espiritualmente feliz, de acordo com a perspectiva de Deus ler e reter essa revelação é a primeira das sete bemaventuranças citadas em Apocalipse (14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 27.7,14). Esse é o primeiro de muitos grupos de sete encontrados em todo o livro, número este que significa completude, perfeição.


Apocalipse 1.4 — João endereçou Apocalipse às sete igrejas na província romana da Asia, área que atualmente corresponde ao sudoeste da Turquia. As igrejas localizavam-se em uma região de uns 80km, e seus nomes estão dispostos em ordem, no sentido dos ponteiros do relógio, partindo do sudoeste. Graça é a versão cristã para uma saudação comum no grego, e paz [hb. shalom] é uma típica saudação hebraica.


Aquele que é, e que era, e que há de vir designa Deus, que não só existe agora, mas sempre existiu e existirá eternamente (Hb 13.8). A expressão os sete espíritos pode referir-se aos anjos das sete igrejas (cap. 2 e 3), a sete outros anjos (Ap 8.2), ou à plenitude do Espírito Santo (Is 11.2).


Apocalipse 1.5 — Jesus Cristo, o primogênito dos mortos, garantiu a ressurreição futura do cristão por meio de Sua própria ressurreição (1 Co 15.20,23). Embora Ele seja o legítimo príncipe, até a Sua segunda vinda, não exercerá Sua autoridade (Mt 28.18) de maneira completa sobre os reis da terra (Ap 19.17-21). Mas, quando votar, Ele estabelecerá Seu Reino de forma plena na terra (Ap 1.6) e nomeará corregentes preparados, os quais compartilharão de Sua autoridade para governar nações em submissão a Ele (Ap 2.26,27; 3.21; 5.10; 20.4; 21.24).


Apocalipse 1.6 — Reis e sacerdotes lembram o desígnio de Israel em Êxodo 19.6, o qual também é aplicado à Igreja pelo uso da expressão sacerdócio real em 1 Pedro 2.9. Cristo, ao sacrificar a si mesmo (Ap 1.5), salvou e separou para si um povo especial, os cristãos, sacerdotes reais, para oferecerem sacrifícios espirituais a Deus (Rm 8.17; Hb 3.1,14; 13.15,16).


Apocalipse 1.7 — A frase vem com as nuvens lembra a visão que Daniel teve acerca do Filho do Homem (Dn 7.13; Mt 24.30). Jesus associa a visão de Daniel à Sua gloriosa segunda vinda (Mt 24-30; At 1.11). A expressão todo olho indica que Cristo será visível universalmente na Sua segunda vinda, ao contrário do que ocorreu em Sua primeira vinda. A frase até mesmo os que o traspassaram alude à crucificação de Cristo (Jo 19.34), por influência dos líderes judeus, e aponta para a profecia de Zacarias que diz que Israel se lamentará por ter rejeitado o Messias (Zc 12.10; Jo 19.34,37). De fato, não apenas Israel, mas também todas as tribos da terra se lamentarão por terem rejeitado Cristo e se arrependerão por sua incredulidade.


Apocalipse 1.8 — A autodescrição de Deus como o Alfa e o Omega (a primeira e a última letra do alfabeto grego), princípio e o fim, indica que Ele é o Todo-poderoso e eterno, já existindo que tudo fosse por Ele criado. Esse conhecimento pode ser um grande conforto para quem está sofrendo (v. 9). O Senhor está guiando a história de maneira soberana em direção à sua consumação, à vitória de Cristo sobre tudo e todos (1 Co 15.24-28).


Apocalipse 1.9 — João se identifica fortemente com seus leitores como um irmão e companheiro na aflição, uma tribulação que alguns já estavam sofrendo (Ap 2.9,10). Paulo disse que haveria muitas tribulações (At 14.22) para os cristãos antes da vinda do reino (Ap 11.15). Tais provações servem para desenvolver paciência e maturidade cristã (Tg 1.2-4); afinal, suportá-las é um pré-requisito para reinar com Jesus (Rm 8.17; 2 Tm 2.12). O sofrimento imediato de João estava relacionado ao seu exílio na pequena ilha de Patmos, no mar Egeu. Embora o apóstolo tivesse sido exilado como uma tentativa de silenciar a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo (a palavra grega traduzida como testemunho significa literalmente testemunha, e está associada à palavra mártir), João, continuou escrevendo o Apocalipse (1,2) como testemunha de Cristo.


Apocalipse 1.10 — A expressão em espírito alude ao estado de exultação espiritual no qual João se encontrava quando recebeu as visões do Apocalipse (Ap 4.1,2).


Apocalipse 1.11 — Cada uma das sete igrejas na província da Ásia recebeu uma cópia completa de Apocalipse e uma mensagem individual da parte de Cristo (Ap 2.1—3.22).


Apocalipse 1.12 — Os sete castiçais de ouro representam as sete igrejas nomeadas no versículo 11 (v.20).


Apocalipse 1.13 — Semelhante ao Filho do Homem é uma referência a Daniel 7.13. Comparando-se essas duas passagens, além do uso da expressão Filho do Homem por Jesus (Mt 20.28) em relação a si mesmo, notamos que Cristo é o sujeito dos versículos de 12 a 18 de Apocalipse 1. Jesus tem uma natureza completamente humana e completamente divina. A veste comprida e o cinto de ouro indicam que o Cristo glorificado está vestido como um sumo sacerdote (Ex 28.4)


Apocalipse 1.14 — A aparência branca da cabeça e dos cabelos é um paralelo à descrição do ancião de dias, em Daniel 7.9, e à aparência gloriosa do Cristo transfigurado no monte (Mt 17.2). As descrições demonstram a pureza e imortalidade, tanto de Deus-Pai como do Deus-Filho. Adicionalmente, o cristão vencedor será vestido de vestes brancas (Ap 3.5; 19.8), um símbolo de pureza, e estará na presença de Cristo. Os olhos de Cristo são como chama de fogo. Isso indica Sua justiça, assim como Seu juízo sobre todas as coisas impuras (Dn 10.6; 1 Co 3.13).


Apocalipse 1.15 — Seus pés, semelhantes a latão reluzente podem significar respeito ou poder, assim como domínio sobre todas as coisas, já que tudo está debaixo de Seus pés (1 Co 15.25).


Apocalipse 1.16 — As sete estrelas são os anjos das sete igrejas (v. 20). Esses anjos podem designar literalmente seres espirituais, guardiões daquelas igrejas. Uma aguda espada de dois fios era uma espada longa e afiada dos dois lados, a qual, saindo da boca de Cristo, simboliza o poder e o juízo que a Palavra de Deus promove ao penetrar no profundo do coração humano (Is 49.2; Hb 4.12).


Apocalipse 1.17,18 — Quando Cristo fala de si mesmo como aquele que vive, foi morto e viverá para todo o sempre, Ele está referindo-se à Sua existência eterna, à Sua vinda como homem, à Sua morte na cruz e à Sua condição gloriosa de ressurreto. As chaves da morte e do inferno apontam para a autoridade de Cristo sobre aqueles que morreram fisicamente e sobre os seus lugares atuais de descanso, os quais serão esvaziados na época do juízo do grande trono branco (Ap 20.11-15).


Apocalipse 1.19 — A frase escreve as coisas que tens visto engrandece e esclarece a ordem anterior de Cristo: o que vês, escreve-o (v. 11). Aparentemente, a expressão as coisas que tens visto se refere à visão relatada nos versículos 10-18. A frase as que são, e as que depois destas hão de acontecer pode referir-se à condição das igrejas na Ásia (Ap 2—3), seguida das visões do futuro (AP 4—22). O uso de depois em combinação com a visão de um semelhante ao Filho do Homem (v.13) é um empréstimo do texto em Daniel 2.29,45.


Apocalipse 1.20 — Os anjos das sete igrejas têm sido entendidos algumas vezes como mensageiros celestiais. O significado usual da palavra anjo no Novo Testamento e em Apocalipse é o de seres espirituais que ministram aos que herdarão a salvação (Hb 1.14). As sete igrejas têm o Filho do Homem glorificado em seu meio (v.12,13), lembrando a promessa de Cristo que diz: Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles (Mt 18.20).


Apocalipse 2


2:1 O anjo da igreja aqui pode referir-se a um anjo designado pelo Senhor para guardar a Igreja naquela região em meio à guerra espiritual (ver Hb 1.14; Dn 10.13). [Alguns interpretes também veem a possibilidade de anjo da igreja aqui ser uma referencia ao pastor humano, instrumento e representante desse ser celestial designado por Cristo para presidir sobre as assembleias locais. Contudo, isso e improvável.]


Éfeso era a cidade mais importante na Ásia Menor quando Apocalipse foi escrito. Tratava-se do centro de adoração a Ártemis (ou Diana; Atos 19.28), a deusa da guerra e da fertilidade. Era um ponto comercial estratégico e um grande porto, e estas são algumas das razoes pelas quais o apóstolo Paulo investiu quase três anos no estabelecimento da Igreja em Éfeso e nas cidades circunvizinhas na província (At 19.10; 20.31).


2:2 A frase eu sei as tuas obras aparece nas mensagens a cada igreja (Ap 2:9, 13, 19; 3.1, 8, 15), como uma declaração de reconhecimento da parte do Juiz onisciente e onipresente.


2:3 Sofreste e tens paciência [...] e não te cansaste. Essas são qualidades que moldam o caráter do cristão (Rm 6.3, 4) geram maturidade (Tg 1.3, 4) quando ele enfrenta provas e sofrimento.


2:4 O primeiro amor pode ser uma referencia tanto ao tempo inicial da conversão como a qualidade e intensidade do amor dedicado a Deus pelo cristão recém-convertido. Eis o maior mandamento: Amarás o Senhor, teu Deus (Mt 22:37, 38). Deixar o primeiro amor significa diminuir consideravelmente o amor inicial ou distanciar-se do amor de Deus.


2:5 Lembra-te, pois, de onde caíste fala de um considerável declínio do amor (v. 4) na igreja de Éfeso. Na geração anterior, a mesma congregação foi recomendada a amar (Ef 1.15, 16; 6.24), embora tivesse sido ordenada com veemência a crescer em amor (Ef 4.2, 15, 16). Arrependimento implica mudança de pensamento e esta claramente associado a mudança de comportamento, como sugere a frase e pratica as primeiras obras. Os cristãos em Éfeso deviam recuperar o estilo de vida que tinham antes de deixarem o primeiro amor (v. 4) Dizer que tiraria do seu lugar o teu castiçal era o mesmo que julgar a Igreja dentro de pouco tempo ou imediatamente.


2:6 Mesmo que a igreja de Éfeso não amasse como deveria (v. 4), pelo menos o Senhor podia dizer que ela odiava as obras dos nicolaitas, os quais eram um grupo ateísta que perturbava as congregações em Éfeso e Pérgamo (v. 15). Aparentemente, os ensinamentos e as praticas dele eram imorais, talvez ate mesmo idolatras (v. 14). Alguns pais da Igreja associam esse grupo a Nicolau, um dos sete líderes eleitos na igreja de Jerusalém (At 6.5).


2:7 A expressão quem tem ouvidos ouça é uma referencia as palavras de Jesus aos Seus ouvintes depois de contar-lhes a Parábola do semeador (Mt 13.9). Quando o Espírito de Deus fala as igrejas, e para representar Cristo (v. 2), porque Ele e o Espírito de Cristo (G1 4.6) que guia os cristãos a verdade, não falando por si mesmo, mas em nome do Senhor (Jo 16.13). Ao que vencer refere-se ao cristão que persevera na obediência e é vitorioso em meio as provações. Existem três opiniões principais acerca da natureza do vitorioso nos versículos 7, 11, 17 e 26 do capítulo 2 de Apocalipse, bem como nos versículos 5, 12 e 21 do terceiro capitulo: (1) a promessa para o vitorioso e experimentada por todos os cristãos, pois todos os cristãos genuínos são vencedores e quem fracassou na fé não experimentou a verdadeira salvação; (2) as promessas são vivenciadas apenas pelos cristãos fieis e obedientes.


Se alguém fracassou na fé e porque perdeu a salvação; (3) as promessas são experimentadas apenas pelos cristãos fieis e obedientes ate o fim e quem fracassou sofreu uma perda de recompensas, mas não da salvação (1 Co 3.15).


Nenhuma das opções e isenta de dificuldades, mas a interpretação correta seria aquela que e mais consistente com os detalhes de todas as sete passagens sobre a vitória. Isso significa que a ultima hipótese e a mais provável. Algumas promessas para o vencedor são claramente condicionais (Ap 2:26) e não podem ser atribuídas a todos os cristãos. A promessa parece ser uma recompensa por fazer algo que nem todos os cristãos fazem. O vencedor e o cristão que vence a ameaça especifica para ele e sua igreja por meio de sua conduta fiel e obediência.


Se todo servo de Deus e um vencedor, o leitor de Apocalipse deveria aguardar pela frase “aquele que crê”, em vez de aquele que vencer, que sugere uma distinção entre crer e vencer. Além disso, o singular de aquele que vencer da a entender que a vitória e de cunho individual e que nem todos os cristãos irão perseverar ate o fim e obter a vitória.


Fuller [um comentarista bíblico] observou que “um mandamento que todos cumprem e supérfluo, e uma recompensa que todos recebem por causa de uma virtude que todos têm e tolice”.


Não existe objetivo em advertir os cristãos sobre algo que todos eles farão nem há motivação para obedecer as advertências se todo cristão recebesse a recompensa. De tal forma, não haveria recompensa de verdade.


Alguns argumentam que a expressão aquele que vencer, em Apocalipse 2 e 3, aplica-se a todos os cristãos por causa de seu uso em 1 João 5.4, 5, onde, claramente, todos os cristãos são considerados.


No entanto, vale lembrar que certas declarações assumem certos significados dependendo do contexto em que estão inseridas. A não ser o uso da mesma palavra, não existe nada sobre o contexto de 1 João 5 que lembre o de Apocalipse 2 e 3. O sentido da declaração em 1 João 5 e uma promessa comum a todos os cristãos, sem uma condição. Por outro lado, nas declarações de Jesus em Apocalipse 2 e 3, existem advertências e mandamentos específicos ligados as promessas.


De forma geral, pela fé, todos os fieis a Deus vencerão e viverão para sempre com Ele (1 Jo 5). No entanto, nem todos alcançarão o mesmo patamar espiritual nesta vida, tampouco farão as mesmas obras. Sendo assim, não serão recompensados de igual maneira (Ap 2 e 3).


Em 1 Joao 5.4, 5, e enfatizada a vitória pela fé e o recebimento de um galardão. Já em Apocalipse 2-3, e enfatizada a vitória por meio da fidelidade a Cristo e o recebimento de vários tipos de recompensa. Existem dois aspectos da vitória para o cristão: (1) Pela fé em Jesus, o cristão e vencedor e recebera a vida eterna (1 Jo 5.4, 5); (2) Pela fé e fidelidade constantes, o cristão pode vencer tentações e provas especificas, recebendo, no final de sua carreira, recompensas eternas. Esse ponto de vista parece adequar-se melhor ao contexto de cada promessa concernente a vitória em Apocalipse.


Especificamente em relação a igreja de Éfeso, os cristãos tinham obstáculos espirituais a serem vencidos. O problema nessa igreja, especificamente, era a falta de um amor ardente por Cristo, tanto que ela e exortada a arrepender-se e a praticar as primeiras boas obras (v. 5), o que indica um declínio na vida crista. A recompensa para aqueles que obedecerem ao Senhor e a certeza de que comerão da arvore da vida, uma promessa de intimidade especial com o Senhor e de restauração da comunhão perdida antes da queda (Ap 22:14; Gn 2:9; 3.22, 24; Pv 11.30). O acesso privilegiado a arvore da vida, negado a Adão (Gen. 3.24), será desfrutado pelo cristão vencedor. (O próprio Jesus prometeu ao ladrão que creu nele que estaria com Ele no Paraíso após a morte (Lc 23.43), e Paulo usou o termo paraíso como sinônimo de terceiro céu, em 2 Coríntios 12:2, 4.)


2:8 Esmirna era uma importante cidade portuária 56km ao norte de Éfeso. O culto ao imperador romano e a presença de uma grande população judaica tomava a vida difícil para os cristãos em Esmirna. No entanto, essa igreja e a de Filadélfia são as duas únicas das sete que não foram repreendidas por Cristo em nenhum aspecto.


2:9 Ainda haverá uma grande tribulação (Ap 7.14) sem paralelo na historia do mundo (Mt 24-21), e os cristãos devem esperar sofrer muita tribulação ate mesmo na época atual (At 14.22).


Os cristãos acometidos pela pobreza nessa vida podem consolar-se pelo fato de que possuem grandes riquezas espirituais em Cristo (Ef 1.18). Aqueles que se dizem judeus e não o são ou são judeus prosélitos, ou judeus que se recusam a crer nas profecias, nas Escrituras que apontam para Jesus como o Messias prometido (Rm 2:28, 29). Chamar esses judeus de sinagoga de Satanás indica, provavelmente, que eles estavam perseguindo os cristãos.


2:10 A expressão tereis uma tribulação de dez dias tem sido entendida como dez curtos ataques de perseguição durante a época do Novo Testamento, mas e mais provável que signifique sofrimento durante dez dias, dez meses ou um breve período na época atual. A coroa da vida pode ser a coroa da vitória do mártir, acompanhando o costume grego comum de dar uma coroa de flores ou louros aos vencedores nos eventos atléticos.


Em Tiago 1.12, também e prometido a coroa da vida aos que perseverarem na fé durante as provações. Tal perseverança resultara na satisfação suprema de vida no Reino de Deus.


2:11 O que vencer pela fé (1 Jo 5.4, 5) não precisa temer o tormento interminável pelo qual o infiel passara no lago de fogo, a segunda morte (Ap 20.14). Algumas pessoas entendem, por essa declaração, que os cristãos que não vencerem será afligidos no lago de fogo, caso suas obras se mostrem perecíveis ao serem submetidas ao teste do fogo (1 Co 3.11-15) e eles perderem a recompensa. No entanto, a segunda morte se refere a experiência da morte eterna no lago de fogo (Ap 20.14, 15). Nenhum cristão ira experimenta-la, pois o vencedor não sofrera nenhuma perda de qualquer espécie; afinal, ao crente fiel esta reservada a coroa da vida, uma experiência maravilhosa de vida no futuro. Assim, ele alcança não só a isenção da segunda morte, mas também uma experiência de vida mais abundante (Jo 10.10).


2:12 Pérgamo, que, em grego, significa fortaleza, era o nome da antiga capital da província da Ásia, a qual ficou conhecida como o lugar 7 6 3 onde o pergaminho foi usado pela primeira vez. Ficava a 80km ao norte de Esmirna, em uma alta colina dominando o vale abaixo. A espada aguda de dois fios e a poderosa Palavra proveniente da boca de Cristo (Ap 1.16; Hb 4.12).


2:13 O trono de Satanás indica que a autoridade e o poder do diabo eram honrados abertamente ou pelas praticas implementadas ali. Antipas (um cristão, e não o Herodes Antipas) já havia sofrido o martírio, recebendo a prometida coroa da vida. A frase e reténs o meu nome pode muito bem se referir a controvérsia ariana (relativo a Arius) que durou mais de um século e foi finalmente debatida em 325 d.C. pelo Concilio de Niceia (sudeste da Franca, no mar Mediterrâneo) e indica que os cristãos de Pérgamo não negaram o nome de Cristo, já que a divindade essencial do Senhor Jesus Cristo foi aceita.


2:14 A doutrina de Balaão e explicada pela sua origem no Antigo Testamento (Nm 22-24-25; 31). Balaque contratou Balaão para desviar o coração de Israel para longe do Senhor. Aparentemente, uma sedução parecida estava acontecendo na igreja de Pérgamo, principalmente em relação aos ídolos e a prostituição (At 15.20).


2:15 Ao que tudo indica, a doutrina dos nicolaitas, já vista na igreja de Éfeso (v. 6), era parecida com a de Balaão (v. 14).


2:16 Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti. Houve uma exigência para que a Igreja exercitasse a disciplina. A vinda de Cristo mencionada aqui se refere a uma visitação judicial em rápido juízo de acordo com a Palavra de Deus.


2:17 Quem, em meio a terríveis circunstancias, vencer pela fé (v. 13-15) recebera o privilégio de comer do mana escondido, que, assim como a pedra branca e o novo nome, e uma recompensa futura pela fidelidade a Deus. O mana escondido lembra o alimento celestial que sustentou Israel no deserto (Ex 16.4, 14, 15, 31), uma porção do qual foi colocado dentro da arca como um memorial (Ex 16.32, 33; Há 9.4). Os crentes em Pérgamo estavam envolvidos com festividades pagas, nas quais eles comiam alimentos sacrificados aos ídolos e cometiam imoralidade sexual (Ap 2:14). A promessa de Jesus, então, e destinada aos que se recusavam a aceitar tais convites e a participar dessas festas.


Para esses, haveria um banquete melhor no céu. O mana escondido também sugere uma comunhão especial com Jesus (Lc 14.7-11; 22:28-30). Aos vencedores e prometido o alimento sobrenatural na condição ressurreta para capacita-los efetivamente a função de corregentes no Reino de Cristo.


Na época de Joao, a pedra branca podia significar isenção de custas legais, mas parece mais adequado relaciona-la ao costume, nos jogos atléticos gregos, de se oferecer uma pedra branca ao vencedor de uma competição, ou aos gladiadores que tinham conquistado a admiração do publico e recebido permissão para se retirarem de combates futuros. Esse símbolo da vitória sobre os inimigos de Deus não pode ser separado de um novo nome, que identifica o cristão obediente cujo caráter e fiel ate o fim, diferenciado da maioria.


2:18 Tiatira era uma cidade com um grande destacamento militar, que ficava cerca de 50km a sudeste de Pérgamo. Reconhecida por suas indústrias de lá e tintas, Tiatira também era notória por suas associações comerciais. A descrição de Cristo como tendo os olhos como chama de fogo e os pês semelhantes ao latão reluzente repetem praticamente as palavras em Daniel 10.6.




2:19 A igreja de Tiatira estava contaminada pelo mal, mas Cristo destacou primeiro o que podia ser elogiado nela: a fé, a paciência e as obras de alguns cristãos fieis. As tuas ultimas obras são mais do que as primeiras. Quanto mais se levantavam dificuldades, mais ardente era a fé e mais abundante o trabalho dos fieis a Deus.




2:20 Não se sabe se jezabel era o nome de alguma mulher mal-intencionada, cujas ações malignas são comparadas as da rainha Jezabel (1 Reis 16; 2 Reis 9), ou apenas uma designação simbólica das praticas pecaminosas de membros daquela igreja sob domínio do “espirito de Jezabel”. Imoralidade sexual e sacrifícios da idolatria estavam associadas as atividades de Jezabel e aos pecados em Pérgamo (Ap 2:14). Essa descrição e parecida com a da Babilônia, a grande prostituta, mencionada em Apocalipse 17.1-6. O comportamento dessa igreja podia, de vez em quando, ser tragicamente parecido com o dos inimigos do Senhor.




2:21 Dei tempo para que se arrependesse [...] e não se arrependeu. Por Sua graça e paciência, o Altíssimo concedeu tempo aquela igreja, a fim de que ela de arrependesse. Mas ela se recusou a fazê-lo. Então, não existe nenhum apelo para o arrependimento nessa mensagem; apenas anuncio do juízo. Essa igreja permaneceria separada da verdade de Deus enquanto estivesse associada a todos os sistemas religiosos malignos do mundo (compare com Ap 18; 19).


2:22 Estar em uma cama [aqui, símbolo de dores, enfermidades, angustia], prostrado, e onde pode terminar o quem se envolve muito tempo com o pecado, sem arrependimento, confissão e abandono do mal. O próximo passo da disciplina de Deus e a morte (1 Co 11.30). O pecado pode trazer grande tribulação na vida do cristão, ainda que não seja a Grande Tribulação que vira sobre o mundo antes da volta de Cristo (Ap 7.14).


2:23 Aparentemente, os membros da igreja de Tiatira haviam cometido pecado de morte (Tg 5.20). A morte e a consequência para as obras do pecado (Rm 6.23).


2:24 As profundezas de Satanás podem ser os segredos conhecidos por aqueles iniciados nos assuntos demoníacos. Na época de João, havia uma considerável influencia satânica na Ásia Menor (v. 9, 13; 3.9). Contraste as profundezas de Satanás com as profundezas de Deus (1 Co 2:10).




2:25 Retende-o até que eu venha. Como não existe esperança se uma congregação corrompida não se arrepender, os que pertencem a Deus nela podem apenas esperar a volta do Senhor guardando fielmente a verdade. O fato de os santos de Tia tira acreditarem que permaneceriam ate a volta de Cristo revela que a Igreja como tal permanece além de seu tempo original.




2:26, 27 Observe que aquele que vencer e identificado mais adiante por Jesus como aquele que ira guardar ate ao fim as [Suas] obras. A esse crente fiel Cristo promete o privilégio de governar e reinar com Ele no Seu Reino, além de compartilhar de Seu esplendor real (Lc 16.11; 19.17-19; Rm 8.17; 2 Tm 2:12). Apesar de todos os cristãos compartilharem a gloria de Cristo ao serem glorificados, parece que nem todos compartilharão de Seu resplendor real e do privilégio de reinar com Ele. A frase poder sobre as nações e a citação do Salmo 2:9, que profetiza a atuação cheia de poder do Messias, associa a vitória dos crentes ao Reino Milenia de Cristo, em Apocalipse 20.4, 6. Apenas os que vencerem e perseverarem em obediência ate o final da vida tem a promessa de serem coerdeiros com Cristo desse Reino. Jesus compartilhara a Sua soberania com os companheiros que provaram a sua fidelidade nessa vida ao fazer a vontade de Deus ate o fim. Esse e o destino exaltado a que todos os cristãos devem aspirar.




2:28, 29 A estrela da manhã, também citada em Apocalipse 22:16, e o próprio Cristo. Para o que vencer, a presença dele será a luz no tempo de trevas e dificuldades, antes do amanhecer da volta do Filho de Deus. Além disso, a estrela da manhã se refere ao premio do fiel na gloria ou no resplendor de Cristo. Jesus oferece a cada servo fiel o privilégio de ser como Ele em resplendor real, em várias medidas (Dn 12:3).






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