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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O PENSAMENTO TEOLÓGICO NA HISTÓRIA:ORÍGENES, SANTO AGOSTINHO, SÃO THOMAS DE AQUINO E CALVINO

1. Introdução.
 Este trabalho relata a história de quatro personagens e de seus pensamentos teológicos no decorrer dos tempos, e mostrar as suas influências em alguns teólogos posteriores ao seu tempo.
 O primeiro personagem é Orígenes de Alexandria, este tem uma bibliografia de grande contemplação. Ele não teve uma canonização pelos seus escritos teológicos, mas influenciou muitos heróis da ortodoxa, com sua sistemática que unia a teologia com a filosofia grega.
 O personagem posterior é Santo Agostinho, este talvez foi um dos teólogos mais notáveis de sua época e da posterior, dono de uma perspicácia filosófica e teologia exacerbadamente brilhante, influenciou sem dúvida o pensamento reformador com seus desdobramentos teológicos.
 O teólogo católico sem dúvida é Thomas de Aquino, contribuiu de maneira drástica para a elaboração de uma teologia para o catolicismo Romano. Aquino debruça sua teologia no pensamento Aristotélico, e através deste pensamento expões sumas teológicas que trariam um caminho aos contempladores de seus pensamentos.
 O pensamento reformador teve sua sistematização em um homem chamado João Calvino. Este sobre a teologia de Zuinglio e de Lutero elabora uma dogmática evangélica, donde cria uma ruptura drástica com o Catolicismo. Girando seu pensamento teológico na órbita da soberania de Deus, este elabora um sistema de soteriológico donde Deus elegia o ser humano, pensamento este que influenciou o protestantismo até os dias atuais.
 Nesta linha de trabalho é bem sugestivo iniciar com o que na história do pensamento teologia foi primeiro a ter uma bibliografia divulgada em sua época, Orígenes de Alexandria.

2. Orígenes de Alexandria:
 Orígenes de Alexandria é o primeiro pai da igreja primitiva e teólogo que a obra e bibliográfica tem maior contemplação. Orígenes teve como mestre Clemente de Alexandria, muitos que estudam a sua história enxerga a superação intelectual a respeito a seu mestre. Orígenes conseguiu o feito que seu mestre não obteve excedo que foi a elaboração de uma síntese da filosofia grega e da sabedoria bíblica em um elaborado raciocínio sistemático cristão. Ele foi um notável pensador, amante do saber e do conhecer produziu cerca de oitocentos tratados.
 É de reconhecimento geral a suma notoriedade do conhecimento vasto de teologia e filosofia de Orígenes, mas, contudo, este nunca foi canonizado por contribuição aos ensinos teológicos, antes fora rotulado como hereges e obteve uma condenação póstuma por um concílio geral da igreja em 553. Baseado em ensinamentos filosóficos gregos sustentava a pré-existência da alma, nisto é atribuído a ele o ensinamento antibíblico da reencarnação, esta acusação é de difícil fundamentação haja vista que o mesmo postulava em seus ensaios e sumas teológicas a existência de apenas um corpo físico e de um fim proporcionado por uma só morte, donde seguiria a ressurreição. Orígenes também ensinou de forma categórica uma esperança de salvação a toda criação, por esta doutrina foi-lhe atribuído à acusação de ensinar a doutrina da apokatastasis, mas não é lícito afirmar que ele incluiu Satanás neste ensino. Sua história de vida foi marcada pela atribuição de vários pensamentos heréticos, seus seguidores fora rotulados de origenistas, mais tarde realmente quase todos os pensamentos heréticos condenados pela igreja católica ortodoxa foram ligadas a ele mesmo as que não tiveram raízes em seus ensinamentos, isto foi bem difundido devido seus seguidores após a sua morte enveredarem a caminhos não ortodoxo da fé.
 Orígenes foi um pensador à frente de seu tempo, apesar da condenação da igreja a seus ensinos, ele influenciou de maneira direta ou indireta o pensamento de vários heróis da ortodoxia, dentre os quais pode ser citado: Atanásio que viveu no século IV, defensor ferrenho da doutrina da Santíssima Trindade; Basílio e os dois Gregórios contemporâneos de Atanásio, conhecidos como os pais capadócios, foram herdeiros de muitos ensinos de Orígenes, e muitos outros... dentro das comunidades a sua influência é bem ratificada nas igreja orientais o que não é observado nas igrejas latinas, e é fácil observar o motivo pelo qual deste caminho, Orígenes escrevia em grego ao antônimo de Tertuliano que escrevia em latim e não tinha um pensamento especulativo, que era a marca de Orígenes como o de Justino Mártir e Clemente de Alexandria.
2.1 Sua Vida:
 Em 185 ou 186 em Alexandria no Egito nascerá um dos mais notáveis teólogos da história da cristandade, Orígenes, sua vida se estendeu até em 254 ou 255 em Cesaréia, na Palestina, a onde teve maior parte de sua história vivenciada. Filho de cristãos teve seu pai morto, ou seja, martirizado pelo império Romano, donde teve o anseio de ser martirizado juntamente com seu pai. Teve esta ação e anseio frustrado por sua genitora que escondeu as vestes deste jovem na época de dezesseis anos de idade, para o impedir de sair de casa. Quando jovem leu a respeito de pessoas que mutilavam os órgão genitais para servir a Deus, então Orígenes pratica o castramento religioso para servir o voto de celibato como eunuco. Tal atitude no futuro o impediria a ser ordenado ao episcopado em Alexandria.
 Na escola de catecismo bíblico em Alexandria, é provável que Orígenes foi aluno de Clemente de Alexandria, e segundo alguns especuladores teria também freqüentado a escola pagã de filosofia platônica, e teve a oportunidade de conhecer os mais renomados fundadores da escola neoplatônica, muito estudiosos de sua biografia sugere ter sido ele mesmo o fundador do neoplatonismo, mas, contudo tal reconhecimento recaiu sobre Plotino, esta escola de pensar filosófico influenciou de maneira profunda o Império Romano próximo de sua decadência.
 Jovem de intelectualidade exacerbadamente genial, aos dezoito anos passa dirigir a escola de seu mentor, Clemente de Alexandria, devido à fuga do mesmo da cidade devido à perseguição. Neste momento o mesmo se dedica à prolífera profissão de escritor.
 Pensador e demagogo contendeu em enfretamento intelectual com o filósofo Celso, que elaborou diversas acusações filosóficas donde apontava para uma cristandade ignorante e supersticiosa, Orígenes escreve então à Da verdadeira doutrina intitulada Contra Celso. Esta obra não é apenas uma obra apologética, mas é a força causadora da inserção do cristianismo a uma era de respeitabilidade intelectual.
 Em sua profissão como escritor foi talvez o mais prolifero de todo o mundo antigo, com aproximadamente oitocentas obras, dedicou-se em geral nesta área a escrito apologético contra os gnósticos, obteve sucesso em sua jornada apologética tanto que através de seus escritos converteu ao cristianismo um próspero homem chamado Ambrósio, que lhe forneceu suportes financeiro, logístico e técnico para a criação de suas obras. Sua intelectualidade foi de fama extraordinária que Julia Mamea, mãe do imperador romano Alexandre Severo, solicitou seus serviços a educar seu filho, esta não era cristão, mas isto não a impediu de reconhecer sua ciência.
 Orígenes almejava o sacerdócio pleno, mas foi impedido por Demétrio de Alexandria, sobre o pretexto da autocastração. Este ponto na verdade seria uma forma de Demétrio de Alexandria demonstrar sua frustração e inveja por Orígenes ser mais fecundo intelectualmente do que ele. Este fato vai provocar a mudança de Orígenes para Cesaréia donde funda, ou melhor, transforma a escola de catequética em um “tipo de escola missionária voltada aos jovens pagãos que demonstravam interesse pelo cristianismo, mas que ainda não estavam prontos... para pedir batismo”.
 Orígenes morre como mártir devido a grande perseguição deciana contra os cristãos que ocorrera no decorrer do século III em todo o império. Morre um gênio e a humanidade ganha um vulto que contribui com parte do pensamento da teologia posterior ao seu tempo, é deixada a geração futura um legado que insere o cristianismo ao patamar que poderia ser considerado como uma religião filosófica ao contrario dos que postulavam o pensamento de Celso.
2.2 Contribuição Teológica:
 Orígenes deixou uma contribuição mui preciosa no campo filosófico e teológico cristão, suas obras de maiores envergaduras foram sem dúvidas Contra Celso e De principiis ou Dos princípios fundamentais. Orígenes escreveu diversos tratados, mas o de maior importância foi Dos Princípios que trás reflexões teológicas a respeito da natureza de Deus e do seu Logos, é delineado um pensar sobre a criação e outros assuntos, esta obra influenciou todo pensamento teológico superior.
 Orígenes também criou uma forma de entender o Antigo Testamento que foi denominado Hexapla, que era um texto comparativo do Antigo Testamento preparado por ele, antes de 245 d.C., arranjado em seis colunas, lado a lado, a saber: 1) o texto hebraico; 2) o texto hebraico transliterado em letras gregas; 3) a versão grega de Áquila; 4) idem de Símaco; 5) a SEPTUAGINTA; 6) a versão grega de Teodocião. “Hexapla” quer dizer “sêxtupla”. Ainda a respeito no que se tange a interpretação das escrituras é forma da interpretação alegórica. Orígenes identificou três níveis de se entender o significado das escrituras e três formas de compreendê-las e interpretá-las. As três formas de interpretações são ligadas a aos três aspectos da humanidade: Corpo (Físico); alma (Racional, Ético) e espírito (Relacionado à Salvação).
 A contribuição de Orígenes, como de muitos outros foi controversa e polêmica, em muitos momentos vimos que suas contribuições foram extremamente positivas em outras negativas. É sem dúvida uns dos pais da igreja mais influente. É em muitos pontos a figura do pensador do pensamento cristão, e teve sua vida sacrificada em nome do serviço intelectual cristão. Os seus ensino ambíguos a respeito de Deus, a doutrina da Santíssima Trindade e da pessoa de Cristo provocaram uma tormenta em meio acalmaria do mar da igreja de sua época, sendo este causado de provocar uma guerra civil dentro da mesma. É claro que ele não foi culpado por isto, mas, contudo é passivo de críticas por não enxergar a fragilidade de sua sistemática baseado na filosofia grega a respeito à origem de Deus e das imperfeições de suas criaturas.

3. Santo Agostinho:
 Santo Agostinho foi um dos maiores filósofo e teólogo do seu tempo e do tempo posterior, seu ensinamento influenciou diretamente a reforma protestante sua vida é cheia de acontecimentos notáveis, uns destes fatos aconteceu na cidade de Milão em trezentos e oitenta e seis do mês de novembro da era de nosso Senhor quando o mesmo tinha trinta e dois anos de idade, é contado que ele chorava copiosamente em um jardim procurando uma resposta definitiva para os questionamentos da vida. Neste instante ele ouve uma voz de uma criança como se fosse um coro dizendo: “Toma e lê, toma e lê”. Ele se coloca de pé e procura a criança, mas não vê ninguém. Olhando ao lado ver um livro donde tinha uma página despencada a onde escrito estava: “Não caminheis em glutonarias e embriaguez, não nos prazeres impuros do leito e em leviandades, não em contendas e embriaguez, não em contendas e emulações, mas revesti-vos de Nosso Senhor Jesus Cristo, e não cuideis da carne com demasiados desejados”.
 Santo Agostinho não quis ler mais, mas, contudo fora invadido por um grande sentimento de luz que invadiu as trevas a dissipando de seu coração. Quando isto ocorreu este foi ao encontro de sua mãe para relatar o ocorrido, ela agradece ao Senhor pelo seu filho ter se convertido à luz da palavra de Deus escrita pelo apóstolo Paulo.
3.1 Sua Vida:
 Santo Agostinho nasceu em treze de novembro de trezentos e cinqüenta e quatro, em Tagaste, na província romana da Numídia, na África. O nome de batismo foi lhe dado por sua mãe Mônica, que foi Aurelius Augustinus. Em Tagaste e Madaura, Agostinho fez seus estudos iniciais e pela condição financeira de sua família era para ter parado ali mesmo, mas o seu pai se sacrificou para que continuasse até talvez alcançar o magistério ou a magistratura. Após a conclusão de seus estudos iniciais foi para Cartago, onde concluiria os seus estudos superiores, isto foi lhe proporcionado pela ajuda de um amigo próspero de seu pai chamado Romaniano.
 Agostinho não era um bom aluno, não gostava de ler em grego, mas amava a sua cultura local que lhe proporcionou um aprofundamento ao latim. Foi lhe oferecido a chance de ler uma obra de Cícero (106 – 43 a.C), que lhe foi um estimulo intelectual pelo estilo elegante de escrita ciceriano, esta obra chamava-se Hostensius e era um elogio a filosofia. Neste período aquele que se tornaria uns dos maiores teólogos da história, recusava-se de ler a Bíblia, pois as escrituras sagradas lhe pareciam indignas de um homem culto.
 Agostinho mesmo tendo uma erudição dentro do pensamento platônico e neo-platônico, vivia em buscar a resposta da razão da sua existência, tais respostas viriam logo depois de freqüentar Santo Ambrósio (340?-397), Bispo de Milão, os questionamentos filosóficos se estenderiam até naquele dia em agosto de trezentos e oitenta e seis quando ouve uma voz infantil a dizer: “Tolle, lege, tolle, lege”.
 Em 386 parece que já estava convencido da veracidade da cosmovisão do cristianismo, mas ainda não tinha se decidido a se converter à fé cristã. Na sua obra as Confissões indica que ele sabia que o cristianismo não era simplesmente a intelectualidade da mera razão humana, mas, contudo o despertar da fé para o espírito.
 Depois de sua conversão, Agostinho foi batizado pelo Bp. Ambrósio na igreja católica ortodoxa em Milão. Tentou viver uma vida em mosteiro, mas depois retornou ao seu lar na África do Norte, donde alcançou uma notoriedade na cristandade da época mediante a sua extrema habilidade intelectual e retórica. Era um período de grande turbulência devido aos movimentos sectários da época, dentre os quais podemos citar: os cristãos donastistas cismáticos que cresciam a cada dia subtraindo pessoas da igreja católica ortodoxia; os maniqueístas que cresciam e ameaçavam o cristianismo; o paganismo permanecia mui forte. Mediante a tantos enfretamentos teológicos e filosóficos a grande igreja estava mergulhada em diversas problemáticas.
 Agostinho queria ter uma vida de plena dedicação aos estudos, mas em trezentos e noventa e um, foi ordenado pela congregação cristã em Hipona, mais tarde em trezentos e noventa e cinco, recebera a ordenação a bispo, ambas ordenações contrárias a sua vontade. Esta nomeação foi-lhe dada mediante a sua envergadura intelectual, Agostinho serviu esta congregação, que era a mais importante da África do Sul, dos seus quarenta e dois anos aos seus setenta e dois anos quando morre em quatrocentos e trinta de nossa era, com uma contribuição teológica e filosófica imensa, apesar da igreja católica nunca aceitar bem os seus pensamentos.
3.2 Contribuição teológica:
 A contribuição teológica de Santo Agostinho foi muito eficaz principalmente em a questão apologética a respeito da antiga seita da qual Agostinho fazia parte o Maniqueísmo. Santo Agostinho havia abandonado esta seita, decepcionado por tentar descobrir respostas sem sucesso, devido a cosmovisão mística de pensamento sistemático do Maniqueísmo. A decisão de abandonar esta seita veio após confrontar o pensador mais renomado da mesma, um homem chamado Fausto. Agostinho encontra as suas respostas no Neoplatonismo e mais tarde no cristianismo.
 Como bispo ele utiliza seu vasto conhecimento filosófico e escreve o seu principal trabalho apologético contra tal seita que é Da natureza do bem, por volta de quatrocentos e cinco, donde fala a respeito do bem e do mal. Ele mostra neste trabalho que não necessidade de defender um dualismo, ou seja, duas forças primárias iguais no universo (o bem o mal), para explicar o mal; o mal não e uma natureza e nem uma substância, mas sim de uma corrupção da natureza boa criada por Deus.
 A base da teologia Santo Agostinho era simplesmente a necessidade da igreja se defender das principais seitas e heresias de sua época, após derrotar e contestar os maniqueístas ele volta o seu pensamento aos donatistas. A principal ratificação desta seita era a de não aceitar os sacramentos da igreja. Agostinho escreve diversas cartas defendendo a origem e a natureza da igreja e de seus sacramentos. Para os donatistas os sacramentos e a igreja católica, neste caso ambas, não poderiam ser aceitos pela ordenação de bispos corruptos e pecadores. Agostinho neste caso elabora sua defesa que a igreja e os sacramentos se baseavam na autoridade do Sumo Sacerdote que é Cristo, sem pecados, e então era aceito, haja vista que o oficiante era meramente um agente da Graça redentora deste Sumo Sacerdote sem pecado. A natureza da igreja é santa segundo Agostinho, pois deriva da natureza de Cristo e assim teria de ser universal como sua graça o é, vale apontar que este pensamento faz parte dos ensinos de sua juventude.
 É importante mencionar que dentre os teólogos antigos o que mais ressaltou e confessou a glória de Deus e a depravação humana foi Agostinho. Mediante a resposta de Agostinho a Pelágio se deu uma sucessão de trabalhos teológicos de suma importância, as principais obras antipelagianas foram: Do Espírito e da letra (412); Da Natureza e da graça (415); Da graça de Cristo e do pecado original (418); Da graça e do livre arbítrio (427) e Da Predestinação dos santos. Dentre muitas obras outra que vemos a ratificação e exploração destes assuntos foram: O Enchiridio (421); A cidade de Deus (440), nesta obra é demonstra a mudança de pensamento a respeito à sinergia e o monergismo.
 Nestas obras podemos notar que a soteriologia de Agostinho baseava-se em duas primícias: a absoluta depravação dos seres humanos depois da queda e a soberania de Deus de forma absoluta e total. Este desenvolvimento doutrinário se deu ao debate entre a doutrina ensinada por Pelágio e aos semipelagianos, seguidores moderados de seu sistema doutrinário. A doutrina monergística de Agostinho a respeito de Deus e da salvação. Agostinho teve de seguir a lógica de seus estudos, que Deus predestinou a queda de Adão e Eva, e até mesmo a de Lúcifer... Agostinho nunca afirmou ou ensinou que Deus criou o mal, pelo menos de maneira direta, haja vista que ele anuncia em seus escritos que Deus é a causa primeira de todas as coisas, e que nenhuma criatura poderia frustrar a vontade de Deus.
 Um tratado fantástico foi ainda escrito por Agostinho que receberá o título de: De Trinitatis ou Da Trindade. Donde ele dá a sua maior contribuição teológica da história ao criar o modelo psicológico a onde a unidade de Deus é comparada à unidade da personalidade humana: a memória; o entendimento à vontade. Isto faz com que a igreja ocidental observe a unidade da essência de Deus mais que a trindade, de maneira antônima da igreja oriental que enfatizava mais a trindade que a unidade de Deus.
 Agostinho marcou sua época e a posterior, muito reformadores se basearam nas suas suma teológicas, os Papas também asseveravam sua autoridade teológica. Agostinho enxerga o futuro intelectual da igreja e o seu futuro escatológico através de suas meditações filosóficas e teológicas.

4. São Thomas de Aquino:
 São Thomas de Aquino tem a biografia que não apresenta momentos de extremo drama. Nascido no castelo de Roccasecca, perto de Aquino (Reino das Duas Sicílias), em 1225, Thomas de Aquino teve seus estudos primários com os monges beneditinos da Abadia de Montecassino, dezenove anos mais tarde ingressou na Ordem dos Dominicanos. Em 1245 ingressou seu estudo teológico em Paris com Alberto Magno. No período de 1248 a 1252, logrou em Colônia, procurando maior erudição aos mesmos estudos, até que retorna a Paris e segue a trilha do caminho Universitário, isto caminharia para a obtenção do título de Doutor de Teologia, em 1259. Neste ano retorna a Itália e leciona em Agnani, Orvieto, Roma e Viterbo. De 1269 a 1272, em Paris vai labutar na docência superior. Retornando a Itália habitou no convento dos cistercienses de Fossanova, que ficava próximo a sua cidade natal, neste local em 7 de março de 1274 aos 49 anos de idade morrera.
4.1 Sua Vida:
 Em 1224 ou em 1225 nasce Thomas de Aquino, seu pai Landulfo de Aquino era membro da nobreza fundiária Roccaseccca, na Itália queria que ele seguisse aos seus passos de prosperidade e de influência sócio político. No mosteiro fundado pelo Bento Núrsia, tem os seu primeiro ensino na matriz do movimento beneditino. Em sua mocidade ingressou na Universidade de Nápoles onde é colocado a par a controvérsia da época que era a redescoberta da Filosofia de Aristóteles que era a causa das controvérsias entre a filosofia platônica e aristotélica.
 A segunda grande influência na vida de Thomas de Aquino foi sem dúvida à ordem dominicana, fundada pelos seguidores do pregador Domingos (1170-1221), uma Ordem respeitada e de motivo de orgulho espiritual a alguns, mas ao mesmo tempo mal quista pelos integrantes da nobreza, cujo pai de Thomas de Aquino era integrante, e se comovia em mesmo sentimento de recusa ao movimento, os acusando de fanatismo. Landulfo de Aquino manda seqüestrar seu filho, e obriga Aquino a viver confinado durante dois anos no castelo de sua família. Esta ação seria para forçar a abandonar a ordem Dominicana, mas não alcançou o alvo obtido.
 A ida de Tomas de Aquino a Universidade de Colônia, na Europa Central, deu-se a uma tentativa de provocar um afastamento de sua família para evitar um recapturamento. Nesta teve a chance de ser aluno do Grande Alberto Magno (1193-1280), que observou a genialidade daquele jovem robusto de corpo que era apelidado de burro pelos amigos, Abelardo fala uma frase que expressa bem isto: “Chamamos esse moço de burro, mas digo-lhes que o mundo inteiro vai escutar seus rinchos”.
 Após estudar em Colônia, foi para Paris onde adquiri o título de doutor em teologia. Nesta universidade ele estuda filosofia e teologia num dos campos mais fértil da controvérsia a respeito da aplicação da filosofia Aristotélica na teologia. Esta controvérsia se deu à medida que os frades franciscanos o punham-se à filosofia aristotélica e defendia como o caminho intelectual para Deus a teologia platônica, mas, contudo os monges dominicanos defendiam a filosofia aristotélica sem desprezar a platônica. Mas esta defesa era de tamanha força que a considerava a segunda verdade, a primeira era a revelação divina. Este pensamento foi condenado pela igreja católica.
 Aquino começa a lecionar em 1256, teologia em Paris. Thomas de Aquino produziu inúmeras obras que exaltavam a união do pensamento teológico como o filosófico, as mais importantes foram: Suma Contra os gentios, que era uma defesa apologética da verdade cristã contra a forma de pensar dos islâmicos na Espanha e na África do Norte e Suma teológica era uma dogmática evangélica.
 Thomas de Aquino morreu em 7 de março de 1274, em Paris, neste período tinha parado de escrever a um ano, sem nenhuma explicação.

4.2 Contribuição Teológica:
 A contribuição teológica de Aquino deve ser mostrada na metodologia teológica e a teologia natural, desta maneira direcionando a natureza e da graça, do seu esforço para relacionar fé e razão, do seu pensamento e teologia elaborada da natureza e dos atributos de Deus, do que se trata do discurso de Deus em maneira analógica e sua doutrina da providência divina, e inclusive da predestinação.
 O método teológico de Aquino é bem exposto nas Sumas, que são de estilo escolástico. O método é de uma pergunta a princípio e de varias respostas negativas de grande importância possível, logo após, Aquino dava sua opinião, ou seja, a resposta à objeção levantada. Estas respostas eram de forma teológica, filosófica e que causa espanto é a diversa citação a Agostinho. Não com tanto espanto a uma forte base em suas resposta na filosofia de Aristóteles.
 Aquino estabelece o conceito da fé e da teologia natural, isto é existe um reino natural do conhecimento de Deus e da alma humana diferente de qualquer reino natural do conhecimento de atividade sobrenatural e graciosa especial de Deus. É possível ver que para ele havia caminhos da mente, ou seja, pela razão, até a Deus, mas tal caminho refletia o caminho da graça de Deus, e isto por mais humana que isto fosse, seria sempre a imagem de Deus, isto não faria parte da criatura natural, a não ser na psique. Para ele o reino inferior é constituído principalmente pela filosofia aristotélica.
 Uns dos métodos elaborados por Aquino são para provar a existência de Deus por meio do raciocínio lógico. Esta metodologia partiria de cinco maneiras que se encontram presente na filosofia de Aristóteles. As cinco maneiras estão baseadas às experiências humanas, mais especificamente o fenômeno em relação ao mundo natural. A primeira demonstra a existência de Deus tomando base aos fenômenos do movimento natural. A segunda maneira demonstra a existência de Deus é, em geral, considerada a mais contundente dos cincos. A quarta maneira enfoca a graduação que se acham nas coisas e conclui que deve haver algo que deve haver como todos os seres. A quinta e última maneira são recorrer aos propósitos das coisas segundo sua ordem natural.
 O outro ponto é a perfeição divina, esta visão demonstra que somente em Deus a identidade entre essência e existência. Deus é “causa sui”. Ele é causa primeira de todas as coisas, não apenas isto, mas também é o fundamento de todas elas, ou seja, de suas existências contingentes.  Para Aquino não há uma referência de Deus com os seus atributos, mas são os seus atributos que se referenciam a Ele, pois Ele é o ser pleno. Deus é a perfeição pura.
 A doutrina da salvação segundo Aquino não pode ser encontrada e nem experimentada sem a graça de Deus, a graça é uma obra redentora, que eleva a natureza humana a natureza de Deus. É importante ver que para Aquino esta obra não destrói a natureza humana, mas apenas a eleva a uma situação mais sublime, para ele a natureza humana não foi destruída pela queda de Adão, na verdade o que teria sido destruído foi à justiça original. Aquino era da concepção que a graça da salvação nunca poderia ser forçada, ele expressa o mesmo pensamento de Agostinho (jovem) de até a fé é uma dádiva da graça de Deus. É para Aquino inseparável a santificação e a justificação de Deus, para ele a fé também se manifesta pela obediência a Deus, isto não quer dizer que a salvação venha pela obras, mas, contudo que o salvo manifesta em sua natureza carnal parte da natureza espiritual de Deus.
 Aquino reflete também a cerca do problema do poder temporal e o espiritual, como pensador e sábio procurou o equilíbrio entre estas tendências conflitantes. O estado seria na visão thomista o poder temporal, por natureza a sua função seria estabelecer o bem comum. A igreja seria a instituição dotada de capacidade para as coisas sobrenaturais, nisto ele enxerga total separação entre o estado e a mesma, se existisse uma subordinação seria entre a ordem natural e a ordem sobrenatural, em ao aperfeiçoamento da ordem natural.
 Aquino foi o percussor de uma época, que marcou um divisor de águas dentro teologia de um modo universal, os seus esforços de achar a equidade entre a filosofia e a teologia foi bem sucedida.

5. João Calvino:
 Calvino o homem mistificado, quando é falado sobre Calvino é sempre trago a tona dois pontos eminente: que o mesmo cria na predestinação e que queimou seu Serveto vivo. Estes fatos aconteceram e pode trazer a tona uma pessoa donde o sentimento seria de rancor, ódio e desumana.
 Já na época de Calvino esta imagem era a comum deste homem. Um dos fatos curiosos é quando em 1551 a Catedral de Noyon, recebeu a notícia de que Calvino haveria morrido, todos comemoraram a morte do herege, mas era um boato e a sua morte só ocorreria treze anos depois. Um dos seus opositores mais ferrenho era Jerome Bolsec, ex-protestante que tinha retornado ao Catolicismo Romano, este em 1577 fez um ataque ferrenho a Calvino. Este o chamou de arrogante e mal-humorado, isto todos de sua época o percebia, mas ele defere outras acusações. Bolsec diz que ele era bêbado e homossexual algo que não é aceito por nenhum estudioso sobre a vida de Calvino. Até a doença de Calvino era motivo de ataques de seus, Bolesc fala que sua doença era providencia divina. Os acusadores mais novos não foram mais gentis, antes o chamavam de um fantasma negro, uma pessoa glacial, sombria, insensível, precipitada etc...
 Calvino morre em 27 de maio 1564 cerca da vinte horas e 30 minutos do sábado, durante o período mais critico de sua doença Calvino teve a companhia de seu discípulo Beza, este escreveu: “Assim esta luz esplêndida da reforma foi levada de nós com o pôe-do-sol. Durante aquela noite e o dia seguinte, houve grande lamentação por toda cidade; para a República a tristeza da perda de um de seus cidadãos mais sábios; a Igreja lamentou a morte de seu pastor fiel; a Academia se entristeceu por se ver privada de um professor incompatível, e todos se aflingiram pela daquele que foi, sob Deus, o pai e confortador de todos.” [Theodore Beza. Live John Calvin: In: Tracts and Treatises on the Reformation of the Church, p 94].
 Ernest Renan (1832-1892), depois de quase 300 anos declara revela a incompreensão sobre a figura inquietante de Calvino, mas reconhece nele um homem fantástico de uma vida simples e de predicados Augustus ao ser humano, é também citado que o mesmo era um doutrinador duro e metódico. Renan ainda declara que ele é um vitorioso do seu tempo, por viver numa época em que todos eram contrários ao Cristianismo, este só saíra vitorioso por ser um verdadeiro cristão.
5.1 Sua Vida:
 João Calvino nasceu em Noyon, nordeste da França, no dia 10 de julho de 1509. Seu pai, Gérard Cauvin, era advogado dos religiosos e secretário do bispo local. Sua mãe, Jeanne Lefranc, faleceu quando ele tinha cinco ou seis anos de idade. Por alguns anos, o menino conviveu e estudou com os filhos das famílias aristocráticas locais. Aos 12 anos, um benefício eclesiástico foi lhe dado, cuja renda que lhe serviu como bolsa de estudos.
 Calvino foi residir em Paris em 1523, foi educado em latim e nas ciências humanas no Collège de la Marche e teologia no Collège de Montaigu. No ano de 1528, começa estudar direito em Orléans e depois em Bourges, ali com o erudito luterano Melchior Wolmar teve a oportunidade de estudar grego. Em 1531 seu pai morreu e João Calvino retorna a Paris e dedicou-se a sua erudição a literatura clássica. Em 1532, publicou um comentário sobre o tratado de Lúcio Enéias Sêneca De Clementia.
 No de 1533 converteu-se à fé evangélica, talvez sobre influência de Robert Olivétan que era seu primo. Esta conversão lhe fez aflorar um discurso de características protestantes, isto gera grande perseguição, donde o maior algoz foi Nicholas Cop, o novo reitor da universidade. Fugindo para Paris refugiou-se na casa de um amigo em Angoulême, neste local Calvino começa a escrever a sua maior obra teologica. A renuncia ao benefício eclesiástico se deu em 1534, quando voltou a Noyon. Escreveu o prefácio do Novo Testamento traduzido para o francês por Olivétan (1535).
 Em março de 1536 foi publicada em Basiléia a primeira edição da Instituição da Religião Cristã (ou Institutas), introduzida por uma carta ao rei Francisco I da França contendo um apelo em favor dos evangélicos perseguidos. Mais tarde Calvino se dirigia para Estrasburgo, devido a operações militares ele muda sua trajetória para Genebra. Nesta cidade conhece o reformador suíço Guilherme Farel que persuadi-lo a ficar naquela cidade e ajudá-lo, haja vista, que tinham engajado apenas há dois meses a Reforma Protestante (21-05). Não houve demora acerca de um afrontamento com as autoridades civis a cerca de condutas acerca de: disciplina, adesão à confissão de fé e práticas litúrgicas. Isto resultou na expulsão de ambos da cidade.
  No ano de 1538 Calvino foi para Estrasburgo, onde residia o reformador Martin Bucer, neste local talvez viveu os três anos mais felizes da história (1538-41). Neste local exerceu funções maçantes em sua biografia: Pastoreou uma pequena igreja de refugiados franceses; lecionou em uma escola que serviria de modelo para a futura Academia de Genebra; participou de conferências que visavam aproximar protestantes e católicos. Foi fecundo na escrita: uma edição inteiramente revista das Institutas (1539), sua primeira tradução francesa (1541), um comentário da Epístola aos Romanos, a Resposta a Sadoleto (uma apologia da fé reformada) e outras obras. Calvino casou-se em 1540, com uma de suas paroquianas, a viúva Idelette de Bure. Oficiou a cerimônia seu colega Farel.
 Entorno a ocasião em que Calvino escreveu a sua Resposta a Sadoleto no ano de 1541, teve uma mudança de posto de comando na cidade de Genebra, esta passa a ser dirigida por seus amigos, que o convidaram a voltar. Calvino retornou à cidade no dia 13 de setembro de 1541 recebera a ordenação a pastor da antiga catedral de Saint Pierre. Nesta escreveu uma constituição para a igreja reformada de Genebra (as célebres Ordenanças Eclesiásticas), que era uma nova liturgia e um novo catecismo, que foram logo aprovados pelas autoridades civis. Nas Ordenanças, Calvino prescreveu quatro ofícios para a igreja: pastores, mestres, presbíteros e diáconos. Os dois primeiros constituíam a Venerável Companhia e os presbíteros e diáconos formavam o controvertido Consistório.
 Na luta contra a imoralidade da dissoluta cidade de Genebra, durante catorze anos (1541-55) Calvino travou grandes lutas com as autoridades e algumas famílias influentes (os “libertinos”), que resultou um desgaste de sua imagem. Nesse período, ele também enfrentou alguns adversários teológicos, o mais famoso de todos sendo o médico espanhol Miguel Serveto, que negava a doutrina da Trindade. Depois de fugir da Inquisição, Serveto foi parar em Genebra, onde acabou julgado e executado na fogueira em 1553. A participação de Calvino nesse episódio, ainda que compreensível à luz das circunstâncias da época, é triste mancha na biografia do grande reformador que mais tarde lamentada por seus seguidores.
 Calvino fica viúvo em 1548 e não se casou de novo, sem primogênito, não que nunca teve filho, mas sim que o seu único filho morreu ainda na infância. Tinha muitos amigos, inclusive em outras regiões da Europa, com os quais trocava volumosa correspondência. Graças à sua liderança, Genebra tornou-se famosa e atraiu refugiados religiosos de todo o continente. Ao regressarem a seus países de origem, essas pessoas ampliaram ainda mais a influência de Calvino. Um líder só e brilhante.
 Em 1555 os partidários de Calvino finalmente derrotaram os “libertinos.” Nisto os cargos públicos foram ocupados por partidários calvinistas. Calvino nunca exerceu nenhum cargo de importância política na cidade, mas, contudo eram notórias as suas participações na gestão da cidade, com a sua visão humanista ele ampliará o sistema de educação, assistência social e de padrões éticos da cidade.
 O ano 1559 se torna marcante por ocorreram vários eventos de extremas importâncias. Calvino finalmente tornou-se um cidadão da sua cidade adotiva. Neste ano se deu a inauguração da Academia de Genebra, onde no futuro originou-se a universidade, era uma instituição dedicada à erudição de pastores reformados. Calvino publicou a última edição das Institutas neste ano ainda. Calvino estava altamente enfermo e debilitado, mas não se afastou de suas responsabilidade religiosas.
 João Calvino faleceu com quase 55 anos em 27 de maio de 1564. Não teve homenagem póstuma que foi um pedido do próprio Calvino, para que não se obscurecesse a glória de Deus. Um dos emblemas que aparecem nas obras do reformador mostra uma mão segurando um coração e as palavras latinas “Cor meum tibi offero Domine, prompte et sincere” (O meu coração te ofereço, ó Senhor, de modo pronto e sincero).
5.2 Contribuição Teológica:
   A contribuição teológica de Calvino abrange suas concepções teológicas que estão contidas na sua vasta obra, especialmente em seu opus magnum, a Instituição da Religião Cristã ou Institutas.
 Então é necessário falar sobre esta obra para que se possa absorver tal ensinamento. No prefácio da 1ª Edição das Institutas (1536), Calvino afirmou o seguinte:   “Pretendi apenas fornecer algum ensino elementar através do qual qualquer pessoa que tenha sido tocada por um interesse na religião pudesse ser educada na verdadeira piedade. E fui especialmente diligente nessa obra por causa do nosso próprio povo da França. Vi muitos deles com fome e sede de Cristo, mas muito poucos imbuídos com até mesmo um pequeno conhecimento dele. Que é isto que propus, o próprio livro testifica através de sua forma de ensino simples e até mesmo rudimentar”. 
      Era uma edição formada apenas de seis capítulos, que abordavam os seguintes temas: (1) A lei: exposição do Decálogo; (2) A fé: exposição do Credo dos Apóstolos; (3) A oração: exposição da Oração Dominical; (4) Os sacramentos; (5) Os cinco falsos sacramentos; (6) A liberdade cristã, o poder eclesiástico e a administração política. 
      As Institutas tiveram uma segunda edição (1539), Calvino passou a ter outro objetivo em mente: “Minha intenção nesta obra foi preparar e treinar de tal modo na leitura da Palavra Divina os aspirantes à teologia sagrada que eles possam ter fácil acesso à mesma e depois nela prossigam sem tropeçar. Pois penso que abrangi de tal maneira a suma da religião em todas as suas partes, dispondo-a em ordem, que todos os que a assimilarem corretamente não terão dificuldade em determinar tanto o que devemos buscar de modo especial nas Escrituras quanto para que objetivo devem direcionar tudo o que está contido nas Escrituras”.
 Nestes escritos podemos notar as concepções teológicas de Calvino que podem ser encontradas em seis categorias de escritos:
      As Institutas; Calvino produziu ao todo oito edições do texto latino (1536-1559) e cinco traduções para o francês. A 1ª edição tinha apenas seis capítulos; a última totalizou oitenta. Equivalente ao tamanho do Antigo Testamento mais os Evangelhos sinóticos e segue o padrão geral do Credo dos Apóstolos. Era de intenção de elaborar um guia para o estudo das Escrituras. Era sistematizado o seu conteúdo da seguinte forma:
      Livro I: O Conhecimento de Deus, o Criador: o duplo conhecimento de Deus, as Escrituras, a Trindade, a criação e a providência. 
      Livro II: O Conhecimento de Deus, o Redentor: a queda e a corrupção humana, a Lei, o Antigo e o Novo Testamento, Cristo o Mediador – sua pessoa (profeta, sacerdote, rei) e sua obra  (expiação). 
      Livro III: A Maneira Como Recebemos a Graça de Cristo, Seus Benefícios e Efeitos: fé e regeneração, arrependimento, vida cristã, justificação, predestinação e ressurreição final.
      Livro IV: Os Meios Externos Pelos Quais Deus nos Convida Para a Sociedade de Cristo: a igreja, os sacramentos, o governo civil.
      Outra obra de Calvino são seus comentários que são um complemento das Institutas. Calvino escreveu comentários de todos os livros do Novo Testamento, exceto 2 e 3 João e Apocalipse, e sobre o Pentateuco, Josué, Salmos e Isaías.
      Em seus sermões Calvino expunha sistematicamente os livros da Bíblia. Ele costumava pregar sobre o Novo Testamento aos domingos e sobre o Velho Testamento durante a semana. Seus sermões eram anotados taquigraficamente por um grupo de leais refugiados franceses. A série Corpus Reformatorum contém 872 sermões de Calvino.
      Nos folhetos Calvino expunha temas apologéticos (contra católicos e anabatistas) e gerais. 
      Vemos uma enorme contribuição a respeito de suas cartas escritas a outros reformadores, soberanos, igrejas perseguidas e protestantes encarcerados, pastores e colportores. 
Uma forma de doutrina prática era o escrito de confissões e catecismos.  Estas obras apontam para as seguintes características teológicas: O conhecimento de Deus; A condição humana; O Deus que se revela; A doutrina das Escrituras; O agir de Deus que fala sobre o Deus Trino, a Criação e a Providência; A doutrino do Cristo Salvífico que abordaria comentário a obra de Cristo a respeito da doutrina do pecado, a pessoa de Cristo, a obra de Cristo; também é falado sobre a pessoa e obra do Espírito Santo  que dentro deste tópico é ensinado a respeito da Fé, da oração, da predestinação; Calvino passa então a falar sobre os meios externos de graça, é falado sobre seus pressupostos, a igreja como mãe e escola, a ordem e ofício, a igreja e o mundo.
 Calvino foi um reformador na essência da palavra, ele fez teologia, influenciou diversos movimentos protestantes posteriores, e muitos teólogos o tem como base em suas elaborações teológicas.

6. Conclusão:
 Este trabalho irá proporcionar um enriquecimento cultural aos que lerem, poderá ser absorvido não apenas a base história de cada vulto relacionado, mas também a contribuição do mesmo para: o desenvolvimento teológico na época em que cada um destes supracitados viveu; e de sua influência em pensamentos teológicos da modernidade e pós-modernidade.
 É permitido olhar ao passado para entender o presente e crescer em rumo ao futuro, assim quando é observado parte da vida e parte das obras de: Orígenes, Santo Agostinho, São Thomas de Aquino e João Calvino, pode ser entoados cânticos de erudição e de inspiração ao saber, para que hoje venha a ter base (histórica e teológica) para a elaboração de uma teologia que abrange os dilemas modernos.
 Tais pensadores se dispuseram a refletir sobre as interrogativas de suas épocas, e arriscaram em procura uma sistematização que se apresenta uma lógica de pensamentos donde, os que lhe entregavam poderiam saciar o seu afã do saber e achar uma linha de pensamento, donde poderia trilhar uma ampliação da sistemática já desenvolvida.
 Este trabalho de forma resumida tenta apontar tal caminho, para que todos que o lerem venham a serem estimulados a buscar a compreensão do pensamento teológico já existente e criar um sistema teológico abrangente à realidade contemporânea

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