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quarta-feira, 1 de março de 2023

Ezequiel 13

 



Esboço


1-7 Denuncia contra os falsos profetas

8-16 Juízo contra os falsos profetas 

17-23 Profecia contra falsas profetizas


13.1-23 Nesse trecho, Ezequiel profetiza um juízo contra os falsos profetas, tanto homens (v. 1-16) como mulheres (v. 17-23). Em cada caso, primeiro ele descreve o pecado de maneira vívida (v. 1-7,17-19); então, apresenta o veredicto divino de condenação (v. 8-16, 20-23).


13.1-4 Os falsos profetas eram loucos, como raposas nos desertos. O vocábulo hebraico traduzido como desertos transmite a ideia de lugares abertos e desolados (v. 5). As raposas são descritas vagueando entre os escombros dos muros da cidade. Os profetas eram loucos, porque confundiam seus próprios pensamentos com os de Deus. Eram como raposas entre as ruínas, porque buscavam ganhos para si e tiravam vantagem do sofrimento humano ao seu redor. Agiam mais como saqueadores do que como restauradores.


13.5 Não subistes às brechas, nem reparastes a fenda da casa de Israel, para estardes na peleja no dia do Senhor. O sentido aqui é que eles não edificaram muros de proteção espiritual. Os falsos profetas não contribuíam com orações, não serviram de exemplo nem deram bons conselhos a Judá, a fim de que a nação se voltasse para Deus [ao contrário]. O dia do Senhor representa períodos em que Deus confirma Sua vitória (Ez 7.19; 30.3). A expressão é utilizada particularmente pelos profetas para descrever as ocasiões nas quais Deus tem uma atividade incomum ao lidar com o povo, seja promovendo libertação ou juízo (J1 2.1; Sf 1.7). Nesse dia por vir [o Juízo final], o Senhor irá cumprir Seus propósitos para o mundo: resgatar os justos e julgar os pecadores.


13.6, 7 Os falsos profetas, tais como Balaão, praticavam adivinhação (Js 13.22). Essa era a arte pagã de tentar prever o futuro e buscar direcionamento por meio de meios duvidosos e proibidos expressamente na Lei mosaica; meios como a astrologia, a leitura do fígado e entranhas de animais, a consulta a médiuns ou bruxos para buscar uma comunicação com os mortos (1 Sm 28.3-19). Esses falsos profetas esperavam obter algum tipo de revelação. Entretanto, não encontravam a verdade, porque não procuravam por ela onde Deus a revelara — na Lei e nos Profetas.


Ao iniciarem suas predições afirmando que o Senhor dissera algo, esses pseudo profetas estavam declarando enganosamente que Deus havia falado com eles quando, na verdade, isso não acontecera. Os profetas de Deus nunca procuravam nem forjavam visões, tampouco por meio de métodos de adivinhação (Dt 18.10; M q 3.6). Eles recebiam visões e profecias da parte do Espírito do Senhor.


13.8 O julgamento divino sobre visão de vaidade e adivinhação mentirosa (v. 7) é reapresentado neste versículo Como falais vaidade e vedes a mentira, portanto, eis que eu sou contra vós, diz o Senhor Jeová. O vocábulo hebraico para vaidade é traduzido como em vão, em Êxodo 20.7.


13.9 Pelo fato de esses falsos profetas terem proclamado mensagens que contradiziam a verdade divina (v. 10), foram condenados. O Senhor os afastaria do povo de Israel. Eles não teriam mais participação na nação nem herança na terra. Entrarão na terra. Os falsos profetas não tomariam parte na restauração futura do povo à Terra Prometida.


13.10-16 Esses falsos profetas experimentariam a ira de Deus, assim como os muros de Jerusalém que estavam sendo erguidos naquela época seriam destruídos. Jerusalém seria invadida e subjugada por causa dos pecados de seus habitantes. A pregação sobre uma falsa paz havia estimulado o povo a edificar, imaginando ter um futuro garantido; entretanto, ocorreria exatamente o oposto. Os falsos profetas haviam enganado o povo com uma esperança vã de conforto e prosperidade (v. 10). Esse engano os tomava não apenas antagonistas à verdade de Deus, mas também ao próprio Deus. A destruição deles estava assegurada.


13.17-19 As filhas. As mulheres judias que atuavam como falsas profetizas, porque elas confundiam suas próprias ideias com as de Deus e lançavam encantamentos de morte por meio de magia ou bruxaria (Lv 19.26). As almofadas e os travesseiros (v. 18) [ou invólucros e véus (v. 18 ARA)] eram elementos utilizados em rituais ocultistas no Oriente Médio antigo.


13.20-23 Entristecestes o coração do justo com falsidade, não o havendo eu entristecido, [...] e esforçastes as mãos do ímpio (v. 22). Essas “profetisas” lançavam dúvidas entre os que não se envolviam com adivinhações demoníacas e estimulavam os que já haviam sido iniciados. Elas seriam punidas com o mesmo julgamento que recairia sobre os falsos profetas.



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