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terça-feira, 7 de março de 2023

Apocalipse 11

 



11.1 João recebeu uma cana semelhante a uma vara, muito parecida com aquela usada por Ezequiel (Ez 40.3,5) em sua visão das medidas do templo (Ez 40—48). Mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. Esse é o templo do período da tribulação que em algum momento será edificado (Ap 13.14,15; Dn 9.27; Lc 21.24; 2Ts 2.4). A medida dos que nele adoram pode significar avaliação daqueles que prestam adoração ao Senhor no templo, bem como proteção para os fiéis e juízo, para os infiéis.


11.2 Em Lucas 21.24, é profetizado que os gentios pisarão a Cidade Santa até que os tempos dos gentios se completem. Aparentemente, o período de quarenta e dois meses é a conclusão do tempo dos gentios. A palavra gentios aqui pode ser traduzida também como nações (Ap 11.9; 10.11).


11.3 Quarenta e dois meses (v.2) é o mesmo período que mil duzentos e sessenta dias (Ap 12.6). E quase certo que um tempo, e tempos, e metade de um tempo (v.14) seja também um período de três anos e meio formado por quarenta e dois meses lunares. Essas expressões também se encontrem nas profecias em Daniel (Dn 12.6,7,11,12).


As duas testemunhas profetizarão durante 1260 dias com impressionante poder (Ap 11.5,6). Então, parece que o período de dominação da besta (v.7; 13.5) sé dá durante a missão das testemunhas, cada uma ocupando em termos gerais metade do período da tribulação. As duas testemunhas sem nome são extraordinariamente semelhantes a Elias e Moisés (ver Êx 7-11; 1 Rs 17; Ml 4.5), que apareceram com Cristo no monte da transfiguração (Lc 9.29-32).


É possível também que essas duas testemunhas simbolizem todos os crentes fiéis [do AT e do NT] (bem como a Lei e os Profetas) testificando durante a tribulação. Vestidas de pano de saco significa que as testemunhas estão de luto pelo mundo que não expressa arrependimento (Mt 11.21).


11.4 As testemunhas são descritas como duas oliveiras e dois castiçais, associando-as à visão em Zacarias 4, sobre os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra (Zc 4-14). Lá, os dois ungidos são Zorobabel e Josué, o sacerdote. Mas o princípio universal para essas e todas as outras testemunhas do Senhor é que o testemunho delas pela verdade não é por força, nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor (Zc 4.6).


11.5 O fogo saindo da boca das duas testemunhas para que, se alguém se opuser a elas, seja morto é parecido com a descrição da praga de morte trazida pelo exército de cavaleiros em Apocalipse 9.16-18. Aparentemente, a missão delas é impossível de ser interrompida durante três anos e meio (Ap 11.3) até quando acabarem o seu testemunho (v.7). O fogo também lembra dois dos milagres de Elias (1 Rs 18; 2 Rs 1).


11.6 As duas testemunhas têm a autoridade para impedir a chuva durante os dias da sua profecia, identificando-as com Elias, cuja oração fez com que não chovesse durante três anos e meio (Tg 5.17). Transformar as águas em sangue (Êx 7.17-21) e assolar a terra com pragas (Êx 7—11) lembra a experiência vivenciada por Moisés no Egito.


11.7, 8 O verbo traduzido como acabar é o mesmo que Jesus usou quando gritou triunfantemente na cruz: Está consumado (Jo 19.30). A besta tem a permissão para matar as duas testemunhas na cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito. A besta, que vem à tona como um governante mundial satanicamente autorizado nos capítulos 13 e 17, emerge do abismo, assim como a praga dos gafanhotos demoníacos da quinta trombeta (Ap 9.1-10). A grande cidade no Apocalipse geralmente é a Babilônia (Ap 14.8), que provavelmente representa Roma[ou qualquer grande império mundial, ou sistema satânico] (l Pe 5.13).


Porém, a descrição mais adiante, de onde o seu Senhor também foi crucificado, parece referir-se a Jerusalém. Alguns estudiosos entendem a frase como simbólica, significando o mundo pecaminoso no qual Cristo foi crucificado. Sodoma foi o primeiro modelo de degeneração moral em uma grande cidade (Gn 19); o Egito era o protótipo da idolatria desenfreada e da escravidão imposta.


11.9, 10 Povos, e tribos, e línguas, e nações são aqueles para quem o testemunho do evangelho deve continuar até à consumação dos séculos (Mt 28.19,20). Os que habitam na terra são aqueles sobre quem o juízo de Deus recairá (Ap 6.10; 8.13). Estar morto por três dias e meio lembra os três anos e meio da missão das testemunhas (v.3). A morte das duas testemunhas (v.7) iniciará uma celebração global entre os infiéis que odiaram a mensagem verdadeira delas.


11.11 O espírito de vida, vindo de Deus, lembra a profecia dos ossos secos (Ez 37). Uma ressurreição pública assim poderia causar um grande temor por todo o mundo se fosse transmitido com a ajuda da tecnologia moderna de satélites. A sequência completa dos acontecimentos servirá para lembrar Israel da missão de Jesus Cristo — Sua morte, ressurreição e ascensão.


11.12 “Subi cá” é a mesma ordem dada a João em Apocalipse 4.1. Subiram ao céu em uma nuvem lembra a descrição da ascensão de Cristo (At 1.9) e o ensino de Paulo sobre o arrebatamento, em 1 Tessalonicenses 4.17. Alguns estudiosos acreditam que o arrebatamento da Igreja acontecerá nesse momento. Mas é difícil conciliar essa descrição de morte e ressurreição (At 11.9-11) com o recolhimento dos crentes vivos (quer dizer, o arrebatamento).


11.13 E naquela mesma hora. Logo após as duas testemunhas ascenderem ao céu, um grande terremoto (Ap 6.12) destruirá a décima parte da cidade, resultando em sete mil mortes. Aqueles que sobreviverem ficarão apavorados e glorificarão a Deus.


11.14 O segundo ai inclui a sexta trombeta (Ap 9.12-21) e um segundo interlúdio (Ap 10.1—11.13). O terceiro ai, ao que tudo indica, é a sétima trombeta (v.15-19), pois é dito que cedo virá e, como Apocalipse 8.13, relacionados aos ais aos três últimos sopros de trombeta. O último ai pode estender—se, já que a palavra ai aparece novamente em Apocalipse 12.12.


11.15 Nosso Senhor reinará para todo o sempre antecipa o retorno de Cristo (Ap 6.12-17; 19.11-21).


11.16-18 Os vinte e quatro anciãos foram previamente vistos adorando a Deus (Ap 4-10,11) e ao Senhor Jesus (Ap 5.8-10) continuamente. Aqui, a ação de graças deles ao Senhor Deus todo-poderoso entra em uma nova fase: eles glorificam o poder e a ira de Deus e a correspondente distribuição de galardão e juízo. Essa estrofe de ações de graças parece refletir no cumprimento da grande profecia messiânica no Salmo 2.


11.17 “Reinaste” pode referir-se a um governante atual no céu, ou ao fato de Cristo já ter vindo à terra para subjugar as nações (v.18) a essa altura. Também é possível que o tempo verbal no passado aluda à certeza, um acontecimento futuro tão certo quanto outros planos de Deus cumpridos para o mundo. Por exemplo, em Romanos 8.30, é dito que o crente é justificado e já está glorificado (tempo passado), embora a glorificação de fato acontecerá mais tarde, quando o cristão entrar na presença de Jesus, com um corpo incorruptível.


11.18 Veio a tua ira (Ap 6.16,17). A ira de Satanás também será vista em Apocalipse 12.12, mas a ira divina não pode ser rivalizada (Ap 14-19). O tempo dos mortos inclui a entrega dos galardões ao povo de Deus, Seus profetas, servos e santos (2 Co 5.10), e o pronunciamento do castigo eterno das nações infiéis (Mt 25.46). Isso é pelo que os mártires oraram em Apocalipse 6.10; não está terminado até Apocalipse 20.12-15. Aqueles que temem o nome de Deus são os que responderam com fé ao evangelho eterno (Ap 14.6,7), possivelmente incluindo os que temeram e glorificaram a Deus no versículo 13.


11.19 O templo de Deus, nesse caso, não é o mesmo dos versículos 1 e 2. Aquele templo terreno tinha um átrio externo dado às nações (v.2); este templo está no céu. Uma arca do concerto é citada aqui, embora a arca do concerto feita por Moisés, ao que tudo indica, foi destruída pelos babilônios quando eles saquearam e queimaram o templo em Jerusalém (2 Cr 36.18,19). A arca representava a presença, liderança e proteção de Deus sobre Israel no deserto (Nm 10.33-36) e na Terra Prometida (Js 3.3,15-17). Aqui, a arca pode representar bênçãos parecidas relacionadas ao novo concerto e à volta de Cristo (Hb 9.1,4,11,23-28). Pode também antecipar a proteção divina à mulher que deu à luz o Messias no deserto em Apocalipse 12.5, 6, 14. Relâmpagos e trovões provinham do trono de Deus no céu (Ap 4.5) e foram lançados sobre a terra no início do juízo anunciado pelas trombetas (Ap 8.5), juntamente com terremotos (v.5) e a saraiva (v.7).



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