12.1-20 Ezequiel encena uma profecia como se estivesse em Judá, preparando-se para seguir ao cativeiro após a queda de Jerusalém.
12. 1-6 A direção de Deus para Ezequiel
12.1, 2 A comunidade dos exilados à qual Ezequiel ministrava é descrita duas vezes como casa rebelde. Isso é definido com mais detalhes pelas expressões olhos para ver e ouvidos para ouvir (Is 6.10). A dureza de coração dos israelitas durou mais de um ano (Ez 1.1,2; 8.1). Eles não davam ouvidos às palavras do profeta nem atentavam para as dramatizações dele sobre o julgamento iminente (cap. 4—6).
12.3-8 A encenação realizada por Ezequiel era para advertir os exilados na Babilônia de que não eles deveriam esperar um retorno breve a Jerusalém. O profeta já havia dito que a cidade logo sucumbiria (cap. 4;5); os habitantes que não fossem mortos seriam levados para o exílio. Os ouvintes de Ezequiel devem ter compreendido facilmente a advertência dele, porque era semelhante ao que o profeta demonstrara seis anos antes, quando os primeiros judeus foram levados para o exílio. A expressão traduzida como sinal maravilhoso é um vocábulo hebraico que, nesse trecho, não significa milagre, e sim um sinal visível (Ez 12.11; 24.24,27). E fiz assim, como se me deu ordem. Em contraste com a desatenção e a desobediência do povo, o profeta de Deus sempre era fiel às ordens do Senhor (cap. 2— 5).
12: 7-16 O cativeiro é anunciado
12.9, 10 Os ouvintes de Ezequiel eram pessoas que já haviam experimentado o exílio; todavia, eram tão rebeldes e resistentes à mensagem que continuavam perguntando ao profeta com desdém: Que fazes tu?
O príncipe em Jerusalém era Zedequias (v. 12-14), governante de Judá (2 Rs 24.17-20). Carga. A mensagem declarada por um profeta geralmente era denominada carga, ou jugo (Is 13.1; 15.1).
12.11-14 Falando em 592 a.C, seis anos antes, Ezequiel predisse a deportação dos primeiros judeus de Jerusalém para a Babilônia, e profetizou exatamente o que aconteceria ao líder, Zedequias. O rei tentaria escapar durante a noite, em segredo e disfarçado (o rosto cobrirá); no entanto, seria preso e cegado pelos babilônios; então, seria levado para o exílio, onde morreria (2 Rs 25.1-7; Jr 52.1-11). Ezequiel era um sinal para seus ouvintes que já estavam no exílio, pois ele declarava verbalmente e por encenações simbólicas o destino dos judeus que ainda viviam em Jerusalém. A terra dos caldeus é a Babilônia.
12.15, 16 A expressão o Senhor é usado em lugar do nome de Deus. Ela aparece nessa profecia para indicar o relacionamento especial do Senhor com os israelitas. Ezequiel explicou aos exilados que aquela situação adversa tinha um propósito. Por meio dela o Senhor se revelaria como um Deus pessoal e amoroso. O objetivo da adversidade era corrigir e instruir: Assim, saberão. Além disso, os exilados seriam um testemunho ou sinal entre as nações. A invasão de Jerusalém pelos caldeus não indicava que o Senhor era fraco, pois isso ocorreu como consequência do pecado do povo contra Deus. No entanto, o Senhor demonstraria que Seu propósito final era o de levar Seu povo ao arrependimento e restaurá-lo (Hb 12.1-11). Por meio dessa experiência difícil, os israelitas aprenderiam que seu Deus era santo e amoroso. O pecado era ofensivo ao Senhor, mas ainda assim Ele desejava alcançar, perdoar e restaurar os pecadores.
12. 17-20 Haverá Fome em Israel
12.17-20 Aqui há novamente outra dramatização da profecia sobre o temor e a escassez de comida em Jerusalém durante o cerco.
12.18, 19 Ezequiel deveria demonstrar e declarar ao povo da terra (ou seja, aos seus companheiros de exílio) a advertência de Deus sobre as terríveis condições às quais o povo de Judá e de Jerusalém seria submetido.
12.20, 21 Para o cumprimento da profecia de que Jerusalém e Judá seriam desoladas, veja 2 Reis 25.8-21; Jeremias 39.8-10; 44-1-6; 52.1-30; Lamentações 1.3,4.
12: 21-28 O fim das visões falsas
12.22 O ditado popular entre os exilados indica como eles eram resistentes às profecias de Ezequiel. Prolongar-se-ão os dias, e perecerá toda visão? Embora já estivesse cativo, o povo se mostrava cínico e apático, pensando erroneamente que um atraso no juízo significava que não haveria castigo, pelo menos não para aquela geração (Ez 12.25, 27, 28; 2 Pe 3.3, 4).
12.23-25 Chegaram os dias e a palavra de toda visão. Um provérbio antitético substituiria o antigo (v. 22), e os falsos profetas que faziam oposição a Ezequiel deixariam de profetizar. A expressão em vossos dias deixa claro que os exilados veriam o julgamento sobre Jerusalém cumprir-se.
12.26-28 O povo continuava achando que o castigo seria postergado; Ezequiel deveria assegurar a todos uma segunda vez de que o julgamento não [seria] mais retardado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário