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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens




 Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus".

Mateus 5:16


Assim como a luz brilha a partir de um pedestal, os discípulos de Cristo devem deixar sua luz brilhar perante as outros...”para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus”  Jesus deixou bem claro que não haveria nenhum erro quanto à fonte de boas obras de um crente , A luz do crente não brilha para ele mesmo; essa luz deve ser refletida em direção ao Pai Levando as Pessoas a Ele.

Não existe cristianismo sem ter a prática das boas obras, é Deus que inspira o salvo a fazer tais ações que expressam o reino dos céus na Terra, ou seja, as mesmas obras de Jesus Cristo (Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz. João 13:15), as pisadas de Cristo é o exemplo do ministério cristão.

Jesus ensinou, pregou, curou os enfermos, libertou os oprimidos pelo Inimigo e logo “a sua fama correu por todas as terras em derredor” (Lucas 4.14). Jesus foi bem-sucedido em seu ministério e tudo o que Ele realizou foi “pela virtude do Espírito Santo”. O ministério de Jesus causou um impacto sobre o seu povo, os judeus. Jesus em João 8:12 disse “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". Esta luz era a pregação do seu evangelho aos que estavam em trevas vivendo sem luz. As trevas nada mais é que a ausência de luz. Trevas é escuridão total, falta de orientação e perdição. Quem anda em trevas, anda sem direção, pois não tem uma fonte de luz para se guiar. Quem aceita a Cristo, anda na luz e passa a refletir a Sua luz (Falando novamente ao povo, Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". João 8:12).

Por isso, a importância do nosso testemunho para iluminar este mundo tão sombrio (Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz... Efésios 5:8). Não há como unir a luz com as trevas, a simples presença da luz dissipa as trevas. Nenhuma escuridão é capaz de resistir a luz (A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram. João 1:5). Quando colocamos as nossas trevas na maravilhosa luz de Cristo, toda escuridão é aniquilada e assim podemos caminhar em retidão. (Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados. Colossenses 1:13-14)



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Ezequiel 12

 


12.1-20 Ezequiel encena uma profecia como se estivesse em Judá, preparando-se para seguir ao cativeiro após a queda de Jerusalém.


12. 1-6 A direção de Deus para Ezequiel 


12.1, 2 A comunidade dos exilados à qual Ezequiel ministrava é descrita duas vezes como casa rebelde. Isso é definido com mais detalhes pelas expressões olhos para ver e ouvidos para ouvir (Is 6.10). A dureza de coração dos israelitas durou mais de um ano (Ez 1.1,2; 8.1). Eles não davam ouvidos às palavras do profeta nem atentavam para as dramatizações dele sobre o julgamento iminente (cap. 4—6).


12.3-8 A encenação realizada por Ezequiel era para advertir os exilados na Babilônia de que não eles deveriam esperar um retorno breve a Jerusalém. O profeta já havia dito que a cidade logo sucumbiria (cap. 4;5); os habitantes que não fossem mortos seriam levados para o exílio. Os ouvintes de Ezequiel devem ter compreendido facilmente a advertência dele, porque era semelhante ao que o profeta demonstrara seis anos antes, quando os primeiros judeus foram levados para o exílio. A expressão traduzida como sinal maravilhoso é um vocábulo hebraico que, nesse trecho, não significa milagre, e sim um sinal visível (Ez 12.11; 24.24,27). E fiz assim, como se me deu ordem. Em contraste com a desatenção e a desobediência do povo, o profeta de Deus sempre era fiel às ordens do Senhor (cap. 2— 5).


12: 7-16 O cativeiro é anunciado 


12.9, 10 Os ouvintes de Ezequiel eram pessoas que já haviam experimentado o exílio; todavia, eram tão rebeldes e resistentes à mensagem que continuavam perguntando ao profeta com desdém: Que fazes tu?


O príncipe em Jerusalém era Zedequias (v. 12-14), governante de Judá (2 Rs 24.17-20). Carga. A mensagem declarada por um profeta geralmente era denominada carga, ou jugo (Is 13.1; 15.1).


12.11-14 Falando em 592 a.C, seis anos antes, Ezequiel predisse a deportação dos primeiros judeus de Jerusalém para a Babilônia, e profetizou exatamente o que aconteceria ao líder, Zedequias. O rei tentaria escapar durante a noite, em segredo e disfarçado (o rosto cobrirá); no entanto, seria preso e cegado pelos babilônios; então, seria levado para o exílio, onde morreria (2 Rs 25.1-7; Jr 52.1-11). Ezequiel era um sinal para seus ouvintes que já estavam no exílio, pois ele declarava verbalmente e por encenações simbólicas o destino dos judeus que ainda viviam em Jerusalém. A terra dos caldeus é a Babilônia.




12.15, 16 A expressão o Senhor é usado em lugar do nome de Deus. Ela aparece nessa profecia para indicar o relacionamento especial do Senhor com os israelitas. Ezequiel explicou aos exilados que aquela situação adversa tinha um propósito. Por meio dela o Senhor se revelaria como um Deus pessoal e amoroso. O objetivo da adversidade era corrigir e instruir: Assim, saberão. Além disso, os exilados seriam um testemunho ou sinal entre as nações. A invasão de Jerusalém pelos caldeus não indicava que o Senhor era fraco, pois isso ocorreu como consequência do pecado do povo contra Deus. No entanto, o Senhor demonstraria que Seu propósito final era o de levar Seu povo ao arrependimento e restaurá-lo (Hb 12.1-11). Por meio dessa experiência difícil, os israelitas aprenderiam que seu Deus era santo e amoroso. O pecado era ofensivo ao Senhor, mas ainda assim Ele desejava alcançar, perdoar e restaurar os pecadores.


12. 17-20 Haverá Fome em Israel 


12.17-20 Aqui há novamente outra dramatização da profecia sobre o temor e a escassez de comida em Jerusalém durante o cerco.




12.18, 19 Ezequiel deveria demonstrar e declarar ao povo da terra (ou seja, aos seus companheiros de exílio) a advertência de Deus sobre as terríveis condições às quais o povo de Judá e de Jerusalém seria submetido.


12.20, 21 Para o cumprimento da profecia de que Jerusalém e Judá seriam desoladas, veja 2 Reis 25.8-21; Jeremias 39.8-10; 44-1-6; 52.1-30; Lamentações 1.3,4.


12: 21-28 O fim das visões falsas 


12.22 O ditado popular entre os exilados indica como eles eram resistentes às profecias de Ezequiel. Prolongar-se-ão os dias, e perecerá toda visão? Embora já estivesse cativo, o povo se mostrava cínico e apático, pensando erroneamente que um atraso no juízo significava que não haveria castigo, pelo menos não para aquela geração (Ez 12.25, 27, 28; 2 Pe 3.3, 4).


12.23-25 Chegaram os dias e a palavra de toda visão. Um provérbio antitético substituiria o antigo (v. 22), e os falsos profetas que faziam oposição a Ezequiel deixariam de profetizar. A expressão em vossos dias deixa claro que os exilados veriam o julgamento sobre Jerusalém cumprir-se.


12.26-28 O povo continuava achando que o castigo seria postergado; Ezequiel deveria assegurar a todos uma segunda vez de que o julgamento não [seria] mais retardado.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Santidade ao Senhor

 



Há uma palavra simples, todavia profunda, que ocorre novecentas vezes na Bíblia. Você a encontra primeiramente em Gênesis, quando somos informados como Deus criou o céu e a terra. Você a encontra pela última vez no capítulo final da Bíblia, onde nos é dito sobre a criação de um novo céu e de uma nova terra por Deus. Um livro inteiro, Levítico, é dedicado ao assunto desta palavra.


Apesar disso, esta palavra é estranhamente negligenciada hoje. Embora ela descreva a exclusividade de Deus e o chamado de todos os Seus filhos, ela é amplamente ignorada.

Esta pequena, todavia maravilhosa, palavra é santo. Entre outras palavras, santo, santificar e santificação são obtidas de sua raiz.


O que significa santo, santidade? Qual é o chamado bíblico à santidade? Como se deve praticar a santidade? Por que as igrejas necessitam tão desesperadamente da santidade em nossos dias?

Dividamos nosso assunto em cinco seções: (1) O que Santidade é: Eliminando as Concepções Erradas. (2) Santidade na Escritura: Ser separado. (3) Santidade na Teologia: Santificação. (4) Santidade na História: O Entendimento da Igreja. (5) Santidade na Prática Hoje: A Maior Necessidade da Igreja e Nossa.


O QUE SANTIDADE É: ELIMINANDO CONCEPÇÕES ERRADAS


Santo e santidade são termos que levam a uma considerável concepção errada. Para alguns, a palavra santo parece arcaica; imaginam algo antiquado e retrógrado. Para outros, santidade cheira a legalismo moralista; isto é, santidade demanda uma longa lista de proibições. De pessoa para pessoa, de grupo para grupo, esta lista variará, mas uma lista sempre existirá onde quer que a santidade esteja. Ainda para outros, a santidade é associada com uma repugnante atitude de “sou mais santo que você”. Eles a vêem como uma ferramenta desprezível com a qual se implementa a superioridade arrogante. Finalmente, para alguns, santidade denota uma perfeição inatingível. Eles vêem a santidade como uma doutrina desalentadora que não prega nada senão o pecado e exige uma perfeição radical.


Embora haja fragmentos de verdade em certos aspectos destas concepções, todas estas idéias falham em expressar o verdadeiro conceito de santidade. De acordo com o uso original da palavra, santidade em todas suas formas (isto é, quando aplicada a qualquer pessoa, lugar, ocasião ou objeto) implica o ser separado do uso comum secular para o propósito de ser devotado a Deus.


Santidade significa ser separado. Mas o que significa o ser separado? Duas coisas. O sentido negativo de ser separado é o chamado da santidade para nos separarmos do pecado. O sentido positivo de ser separado é o chamado da santidade para nos consagrarmos a Deus. Estes dois conceitos – separação do pecado e consagração (ou separação) a Deus – compreendem a palavra santidade. Quando combinados, estes dois conceitos fazem a santidade muito compreensiva. De fato, a santidade cobre o todo da vida. Todas coisas, nos diz Paulo, devem ser santificadas: “Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada” (1 Timóteo 4:4,5).


O chamado para santidade é um chamado absoluto, exclusivo. Deus nunca nos chama para Lhe dar um pedaço de nossos corações. O chamado para santidade é um chamado para todo o nosso coração: “Filho meu, dá-me o teu coração” (Provérbios 23:26).


O chamado para a santidade é holístico. Isto é, nossa vida inteira está envolvida – corpo e alma, tempo e eternidade. E também em cada esfera de nossa vida na qual somos chamados a atuar: em privacidade com Deus, na confidencialidade de nossos lares, na competição de nosso trabalho, nos prazeres da amizade social, bem como na adoração dos domingos. O chamado à santidade é um chamado de sete dias por semana e de 365 dias por ano. Ele é radicalmente compreensivo; como tal, o chamado à santidade pertence à essência da fé e da prática religiosa.


Assim, você pode ver quão erradas são as concepções erradas de “arcaísmo, legalismo e superioridades” com respeito à santidade. A santidade nunca se apresenta na Escritura como um conceito farisaico com uma lista sem fim de “fazer” e “não fazer” combinada com uma atitude de justiça própria. Pelo contrário, a santidade é um compromisso para toda a vida de nos separarmos para o senhorio de Jesus Cristo. A santidade não é uma lista, mas um estilo de vida. Santidade significa viver para Deus. Santidade é a religião por excelência. É a relação com Deus – uma relação pactual, certamente – manifestada pela graça em fé e prática, através de todas as esferas da vida.


Isto se tornará mais cristalino à medida que examinar o conceito da Escritura de santidade.


SANTIDADE NA ESCRITURA: SER SEPARADO


No Antigo Testamento, se fala de santidade primariamente com relação a Deus. “O SENHOR nosso Deus é santo” (Salmos 99:9). Santidade é a própria natureza de Deus – o próprio fundamento de Seu ser. Três vezes santo, intensamente santo é o Senhor (Isaías 6:3). Deus é santidade. Santidade é a coroa permanente de Deus. Ela é o “brilho de todas as Suas perfeições”, como os Puritanos costumavam dizer. Santidade é o pano de fundo para tudo mais que a Bíblia declara sobre Deus.


O conceito de santidade divina do Antigo Testamento apresenta três verdades cardinais sobre Deus: Primeiro, denota a separação ou a diferença de Deus de toda a Sua criação. A palavra hebraica mais comum para santo é qadosh, a qual tem como seu significado mais fundamental o ser separado ou apartado. Deus está acima e além de toda a Sua criação. Nada é como Ele. “A quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis?” (Isaías 40:18). “O SENHOR é Deus; nenhum outro há senão Ele” (Deuteronômio 4:35,39; 1 Reis 8:60; Isaías 45:5,6,14,18,21,22; 46:9; Joel 2:27).


Em segundo lugar, denota a total “separação” de Deus de tudo que é impuro ou mal. Deus é a perfeição moral. Sua santidade é total retidão e pureza (Isaías 5:16). Seus olhos são muito puros para contemplar o mal (Habacuque 1:13).


Em terceiro lugar, por causa de Deus ser separado por natureza de todo pecado, Ele é inacessível para os pecadores, aparte de um sacrifício santo (Levítico 17:11; Hebreus 9:22). Somente com um sacrifício sangrento e vivificar o Deus santo pode habitar justamente entre os pecadores (porque o salário do pecado é a morte, Romanos 6:23) – e isto por causa de Cristo, o Sacrifício que haveria de vir. Em e através da vinda do Messias, o único e perfeito Deus de Israel pode viver entre o Seu povo escolhido: “Eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti” (Oséias 11:9). Esta aparente contradição – o Santo em vosso meio – é explicável somente através de Jesus Cristo, o sacrifício apontado por Deus, porque o Santo vê somente um Cristo perfeito quando Ele olha para o Seu povo (cf. Catecismo de Heidelberg, Q. 60).


Deste triplo conceito de Deus como o Santo, se deduz naturalmente que tudo associado com Deus (isto é, fenômeno divino) deve ser também santo. Por conseguinte, o descanso instituído é “um repouso santo” (Êxodo 16:23); Sua morada é o “santo céu” (Salmos 20:6); Ele se senta num “santo trono” (Salmos 47:8); Sião é Seu “santo monte” (Salmos 2:6); Seu próprio Nome é santo (Êxodo 20:7). Assim, também, Sua igreja é chamada a ser uma “santa assembléia” (Êxodo 12:16) e Seu povo do pacto um “povo santo”: “Porque povo santo és ao SENHOR teu Deus; o SENHOR teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra” (Deuteronômio 7:6).


Israel, o povo do pacto de Deus, é chamado à santidade por meio de uma santa separação do pecado (Deuteronômio 7:6), através de uma santa consagração a Deus (Levítico 11:44), de uma santa adoração a Deus (cf. a maior parte de Levítico), e de uma santidade ou limpeza interior (Levítico 16:30; Salmos 24:3-4).


O Novo Testamento


O Novo Testamento ressalta todo o ensino do Antigo Testamento sobre a santidade. Ele desenvolve uma maior ênfase, contudo, sobre os temas da santa Trindade e dos santos consagrados. A santidade é sempre atribuída a uma Pessoa da Deidade. O Deus de amor é o Pai Santo (João 17:11); Jesus Cristo é o Santo de Deus (Marcos 1:24; João 6:69); e o Espírito de Deus é denominado Santo noventa e uma vezes!


Em termos de santos, o Novo Testamento destaca três temas. Primeiro, ele acentua a dimensão ética da santidade. A ênfase recai sobre o interno em lugar da santidade ritual. Básico para isto é o testemunho do próprio Jesus, que como o Filho do homem viveu uma vida de completa santidade, porque Ele “não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1 Pedro 2:22). Ele é “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores” (Hebreus 7:26). Como resultado de Sua obra redentora, os crentes nEle são declarados justos e entram na santidade: “Na qual vontade temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez por todas” (Hebreus 10:10).


Em segundo lugar, o Novo Testamento enfatiza o caráter normativo da santidade entre os crentes. A santidade pertence a todos os verdadeiros seguidores de Cristo. Um termo comum para todos os crentes é santo (hagioi), geralmente traduzido por “santo”. Santos, portanto, não se refere a pessoas preeminentes na santidade, mas ao crente típico que é santo em Cristo (1 Coríntios 1:30). Santidade é uma realidade interna para todos os que estão unidos com Cristo. Embora um filho de Deus sinta freqüentemente quão ímpio ele é em si mesmo e possa não ousar se chamar um “santo”, Deus vê todos os Seus eleitos como santos e santificados em e através da perfeita obediência, ativa e passiva, de Seu Filho amado. Por amor de Cristo, seu estado é santo diante de Deus e sua condição é feita santa pelo Espírito que habita neles.


Em terceiro lugar, o Novo Testamento contempla a santidade como transformadora de toda a pessoa: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5:23). Embora esta “santidade completa” esteja além do alcance do crente nesta vida, ela sempre continua sendo seu objetivo e oração. Ele se deleita em buscar a santidade e procura o “aperfeiçoamento da santidade no temor de Deus” (2 Coríntios 7:1).


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Ezequiel 11

 



  1. Julgamento dos líderes judeus (1-13): 


11.1-13 Nesse trecho, os líderes políticos e religiosos, que deveriam ter sido um exemplo de retidão para a comunidade, tanto em seus lares como no trabalho, recebem uma profecia de que morreriam pela espada.


11.1, 2 Ezequiel viu vinte e cinco líderes do povo no templo. Os príncipes do povo representavam os oficiais que geralmente serviam em cargos judiciais, militares e reais (2 Sm 8,15-18; 20.23-26). Jazanias, filho de Azur, não é o mesmo Jazanias citado em Ezequiel 8.11 (filho de Safã). Esses 25 homens estavam oferecendo ímpio conselho, e chegaram ao ponto de agir com perversidade contra seu próprio povo. Pelo fato de tentarem combinar as religiões pagãs com a religião dos hebreus [sincretismo religioso], esses líderes enganaram a si próprios e ao seu rebanho, levando-os a pensar que falavam em nome do Deus verdadeiro. Para saber sobre Pelatias, que significa aquele que foi libertado pelo Senhor, veja o comentário sobre o versículo 13.


11.3 Não está próximo o tempo de edificar casas? Os oficiais declararam que os habitantes de Jerusalém estavam perfeitamente seguros por trás dos muros da cidade, assim como julgavam que a carne estava garantida nas panelas. Não havia nenhum perigo iminente, afirmavam eles; por isso, estimulavam a construção de novas casas.


11.4 Profetiza [...] profetiza. A repetição serve para dar ênfase, uma técnica literária comum no idioma hebraico. Filho do homem aqui significa o profeta. Essa expressão aparece 93 vezes em Ezequiel e enfatiza a humanidade do profeta em sua função de porta-voz de Deus. No Antigo Testamento, essa expressão também é utilizada para Daniel (Dn 8.17) e para o Messias (Dn 7.13). No Novo Testamento, a expressão Filho do Homem é mencionada muitas vezes por Jesus quando Ele se refere a si mesmo.


11.5-12 A mensagem de Deus aos oficiais corruptos de Jerusalém e Judá é declarada, destacando as justificativas para a ira divina (v. 5,6,12) e predizendo um julgamento de morte (v. 7-11).


11.6 Os líderes de Jerusalém tinham sido acusados de atividades malignas e de dar conselhos ímpios (v. 2); nesse trecho, descobrimos que eles haviam assassinado alguns de seus conterrâneos.


11.7-12 O veredicto de pena de morte é anunciado. Ao contrário da falsa crença dos líderes, aqueles que eles haviam matado [literal ou espiritualmente] eram pessoas justas, cuja presença poderia oferecer proteção à panela — ou seja, a Jerusalém. Aqueles que obtiveram o poder por meio da espada, conhecendo a sensação terrível causada por tal violência, seriam derrotados e morreriam da mesma maneira. Seriam arrastados para fora da cidade e mortos por estranhos; uma referência aos babilônios.


11.13 A reação de Ezequiel demonstrava que Pelatias, um dos líderes corruptos da cidade (v. 1), foi morto por Deus como prova inegável de que a mensagem do profeta se cumpriria. O próprio Ezequiel ficou surpreso e perguntou se isso significava que o Senhor não preservaria um remanescente (Ez 9.8).


  1. Esperança no exílio (v.14-21):


11.14-25 Nesse trecho, Deus responde à preocupação de Ezequiel de não haver um remanescente justo. O Senhor assegura ao profeta que alguns cidadãos estavam sendo preservados, sua descendência retornaria a Israel e receberia um novo derramamento do Espírito de Deus (v. 14- 21). Quando o Espírito do Senhor deixa Jerusalém (v. 22, 23), a visão de Ezequiel finda, e ele está de volta à Babilônia, onde ele conta aos exilados o que aconteceu (v. 24,25).


11.14-21 Deus fez promessas ao remanescente de Israel com menções sobre o presente (Ez 11.14-16) e o futuro (Ez 11.17-20).


11.15 Teus irmãos, os teus próprios irmãos, os homens de teu parentesco. Os irmãos de Ezequiel eram os judeus exilados com ele. O povo em Jerusalém (representando Judá) considerava exilados os pecadores, porque estes haviam sido deportados para a Babilônia.


11.16 Deus explica a Ezequiel que os que foram levados cativos e dispersados em terras estrangeiras na verdade eram o remanescente que o Senhor estava protegendo. O próprio Deus continuaria sendo seu santuário — uma palavra que no hebraico significa literalmente lugar santo ou lugar separado.


11.17 E vos darei a terra. Deus prometeu que os israelitas seriam restaurados e voltariam à Terra Prometida. Isso está de acordo com a natureza unilateral e incondicional da aliança feita com Abraão (Gn 12.1-3), e renovada com Davi (2 Sm 7.12-16) e com Jeremias (Jr 31.31-34).


11.18-20 Quando o remanescente retornasse à sua terra, aboliria a idolatria. Naquela época, Deus estabeleceria uma nova aliança com Seu povo (Jr 31.31-34). Então o Senhor derramaria Seu Espírito (Ez 36.26, 27; J1 2.28, 29) para que Seu povo se tornasse unido em um propósito e fosse capacitado a caminhar com Deus em retidão — andar nos meus estatutos. Por fim, os israelitas se tomariam realmente povo de Deus (Êx 6.6-8).


  • A glória do Senhor deixa Jerusalém (v.22-25):


11.21 Como aconteceu com Pelatias, Deus prometeu continuar julgando os idólatras, cujas afeições estavam voltadas para objetos detestáveis — ou seja, ídolos. Tal destino era plenamente merecido, porque tais idólatras haviam recebido muitas advertências; eram responsáveis individualmente por suas escolhas. Desde a revelação da Lei em no monte Sinai, o Senhor havia declarado expressamente Sua rejeição e proibição à idolatria (Êx 20.1-6). Louvor e adoração pertencem apenas a Deus, o Criador e Redentor do Seu povo.


11.22, 23 A glória de Deus continuava afastando-se da cidade para o monte das Oliveiras, o monte. Veja Ezequiel 10.3,4,18,19.0 termo hebraico para glória significa literalmente peso ou importância, e refere-se à maravilha e à majestade do Deus vivo.


11.24, 25 O Espírito. As visões de Ezequiel não eram meros sonhos; eram inspiradas pelo próprio Deus e, portanto, proféticas. O termo caldeia é relativo à Babilônia. E falei. Provavelmente o ato de Ezequiel proclamar várias vezes suas visões (Ez 8.2— 11.23) levou ao registro permanente das mensagens em seu livro.



terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Apocalipse 9

 



9:1 A estrela que do céu caiu na terra pode ser um demônio (v. 2), o próprio Satanás (Ap 12.9), ou um anjo servindo a Deus (Ap 20.1). E mais provável que seja o diabo ou um de seus subordinados a quem foi dada autoridade para libertar uma vasta multidão demoníaca que tinha sido aprisionada no abismo. Satanás inicia uma tentativa massiva final para impedir o estabelecimento do Reino de Deus na terra. O poço do abismo e a prisão temporária de alguns demônios (Lc 8.31). E também o lugar de origem da besta (Ap 11.7; 17.8). Além disso, será o lugar onde Satanás será aprisionado durante o reinado de Cristo (Ap 20.2, 3).


9:2 Fumaça é a descrição visual exata de uma enorme nuvem de gafanhotos vista à distância. Como a fumaça subiu do poço, a nuvem e, sem dúvida, demoníaca (Ap 11.7).


9:3 Os gafanhotos eram muito temidos nas sociedades agrícolas antigas porque eles devoravam as colheitas. Em Êxodo 10.12-15, uma praga de gafanhotos destruiu o que restou das colheitas do Egito. Joel 1.2 fala de uma invasão de gafanhotos que o Senhor usou para julgar a impetrante Judá, que foi um prenúncio do Dia do Senhor. Talvez aquela passagem seja uma base para as imagens nos versículos 2-10. Ferrões de escorpiões e suas caudas, causando grandes dores e até mesmo a morte (Ap 9:10). A única comparação entre os gafanhotos e os escorpiões são as caudas com ferrões (v.10).


9:4 Deus controla as ações dos gafanhotos, fazendo com que eles evitem aqueles que têm na testa o sinal de Deus (Ap 7.2-4). Como nenhum dano será acarretado a erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, apenas os infiéis que não possuem o selo de Deus, esses insetos não são gafanhotos comuns (Ap 9:7-10). Um selo é colocado nos 144 mil de todas as tribos dos filhos de Israel (Ap 7.2-4) para protegê-los durante a “grande tribulação” (v.14). Todos aqueles que acreditaram no evangelho da salvação por intermédio de Jesus Cristo são selados com o Espírito Santo (Ef 1.13) até o dia final da redenção e herança (v. 14).


9:5, 6 Aparentemente, o tormento dura cinco meses porque esse é o tempo de vida de um gafanhoto. Muitos homens infiéis buscarão a morte, mas sem sucesso. A passagem não diz como o desejo de morte deles é frustrado, mas esse período de tempo é uma oportunidade adicional para que esses se arrependam diante do Senhor (v. 20, 21) e sejam salvos por intermédio de Cristo.


9:7 A frase semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra pode ser explicada mais adiante no versículo 9 como couraças de ferro. Sendo assim, significa que os gafanhotos têm uma espécie de armadura. Coroas semelhantes ao ouro podem indicar que os gafanhotos tem um grande prestígio entre os demônios, mas ainda estão uma categoria abaixo de seus reis, Abadom e Apoliom (v. 11). Rosto como o de homem. Os gafanhotos têm algumas características parecidas com as dos seres humanos.


9:8 Cabelos como cabelos de mulher podem referir-se a longa antena dos insetos. Os dentes como os de leão sugerem força e crueldade, uma descrição parecida com a das bestas em Apocalipse 13.2.


9:9-11 A organização dos gafanhotos fora do poço do abismo (Ap 9:2) sob a liderança de um rei e o fato de eles mesmos usarem coroas (v.7) indicam que eles podem fazer parte de uma hierarquia como principados, potestades, príncipes das trevas (Ef 6.12). O anjo do abismo e um demônio que controla os demoníacos gafanhotos (v. 3-10). Se esse anjo serve a Deus, esse e outro caso onde a atividade de Satanás ou de seus demônios esta sob o controle soberano do Altíssimo (2 Co 12.7, 9). O nome do anjo em hebraico e em grego significa destruição.


9:12 O primeiro ai citado em Apocalipse 8.13 e a praga demoníaca dos gafanhotos, que compreende a quinta trombeta (Ap 9:1-11), o que indica que os dois ais restantes são a sexta e a sétima trombetas (Ap 11.15-19).


9:13 O fato de João ter ouvido uma voz, no lugar de uma sinfonia das vozes de todos os mártires (Ap 6.9, 10), e uma voz de autoridade, no lugar da voz de um anjo (Ap 8.3-5), indica que o locutor e o Cordeiro que foi morto e redimiu o Seu povo (Ap 5.9).


9:14-16 O grande rio Eufrates e a fronteira oriental da terra prometida a Abraão e aos seus descendentes em Gênesis 15.18, assim como a área geográfica de onde inimigos poderosos como a Assíria e a Babilônia saíram para invadir Israel (Is 8.5-8). Ele pode representar o local da vitória anterior de Satanás (no jardim do Éden). A soltura dos quatro anjos naquela hora e dia exatos está em harmonia com o retrato que a literatura apocalíptica faz do controle soberano de Deus em determinar o tempo de Seu plano (Dn 9:24-27). O exército de duzentos milhões matará a terça parte dos homens, sob o comando ou a influência dos quatro anjos que foram soltos. Um terço da humanidade poderia ser numerado em bilhões. Junto com a destruição anterior de um quarto da humanidade, mais da metade da população mundial terá sido morta. Dizem que a terça parte aqui é apenas uma característica estilizada dos juízos das trombetas (Ap 8.7-12). Observe também que o alastramento da matança já tinha chegado a um quarto da terra durante a abertura do quarto selo (Ap 6.8), e muitos morreram durante as catástrofes das três primeiras trombetas (Ap 8.7-11), reduzindo mais ainda a população mundial.


9:17-19 Embora os cavaleiros sejam os que são numerados em duzentos milhões (v. 16), os cavalos que eles montaram e seu poder de matar e que são descritos. Existem semelhanças entre os cavalos do juízo da sexta trombeta e os gafanhotos semelhantes a cavalos (v. 7) da quinta trombeta. A menção de couraças (v. 9), a comparação com o leão (v. 8) e o poder de suas caudas (v. 5, 10) poderiam sugerir que essas duas passagens oferecem diferentes perspectivas sobre a mesma força demoníaca. No entanto, isso é improvável porque os gafanhotos não recebem autoridade para matar (v. 5), mas apenas para atormentar, enquanto os cavalos matam a terça parte dos homens.


9:20, 21 Os outros homens, que não se arrependeram, não incluem aqueles que têm na testa o sinal de Deus (v.4; 7.2-4). A má vontade para se arrepender apesar da terrível devastação das pragas é uma reminiscência da atitude do Faraó,  que pela sua dura cerviz as pragas foram lançadas sobre o Egito (Ex 7.22; 9:7). Aqui, arrepender-se significa mudar de pensamento em relação às obras, a fim de deixar de adorar aos demônios e aos ídolos, e para se voltar para o Senhor Jesus Cristo em fé (Lc 24.47; At 26.20).



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Não ao Racismo

  



Hoje, 9 de fevereiro de 2023, as notícias aterradoras sobre casos de racismo chocaram-me mais uma vez, tanto no Brasil como na Espanha e elucidaram um mal que há séculos fere, destrói e causa separação. O preconceito contra o tom de pele faz vítimas ano após ano, seja no Brasil ou no exterior, e mostra como muitos indivíduos e sociedades carecem de uma verdadeira compreensão acerca do que significa senso de humanidade, cidadania e moral. A pessoa racista é alguém que ainda não conheceu a Deus, pois Deus é amor.


O racismo, aliás, não fere somente o corpo, mas também o bolso, gerando fome e desigualdades de todo tipo. Conforme informações publicadas pela Agência de Notícias do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em média, os brancos têm os maiores salários, sofrem menos e são maioria entre os que frequentam ensino superior, fato que denota o quão distante o Brasil está de se tornar uma democracia racial: “os indicadores socioeconômicos da população preta e parda, assim como os dos indígenas, costumam ser bem mais desvantajosos¹”, afirma a matéria.


Um convite à reflexão

Os cristãos  — a igreja — devem juntar a voz em meio aos movimentos que têm lutado contra toda forma de segregação e mostrar que há uma forma sublime de viver, a que é pautada pelo amor altruísta, doador, respeitoso e verdadeiro, que valoriza a vida e denuncia toda injustiça e violência.


Para animá-lo a dedicar alguns minutos à reflexão sobre como o racismo é reprovável para Deus, compilamos alguns versículos bíblicos. Pare por um instante, pense a respeito, convide amigos para debater sobre o assunto, estimule conversas em sua igreja. Juntos, podemos fazer a diferença e somar esforços para construir um mundo mais fraterno e seguro para todos.


Jesus nos ensina que devemos amar uns aos outros, pois assim seremos reconhecidos como seus discípulos:

“Por isso, agora eu lhes dou um novo mandamento: Amem uns aos outros. Assim como eu os amei, vocês devem amar uns aos outros. Seu amor uns pelos outros provará ao mundo que são meus discípulos” (Jo 13.34-35).


Diante de Deus, somos todos iguais:

“Deus não mostra nenhum favoritismo.


Em todas as nações ele aceita aqueles que o temem e fazem o que é certo” (At 10.34-35).


Todos somos reconhecidos, valorizados e amados por Deus, independentemente da etnia ou gênero:

“Não há mais judeu nem gentio, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos vocês são um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).


Jamais podemos pretender ser melhores do que os demais:

“Não sejam egoístas, nem tentem impressionar ninguém. Sejam humildes e considerem os outros mais importantes que vocês” (Fp 2.3).


Fazer distinção entre pessoas é errado:

“Sem dúvida vocês fazem bem quando obedecem à lei do reino conforme dizem as Escrituras: “Ame seu próximo como a si mesmo”. Mas, se mostram favorecimento a algumas pessoas, cometem pecado e são culpados de transgredir a lei”(Tg 2.8-9).


Viver em amor prova que conhecemos a Deus:

“Amados, continuemos a amar uns aos outros, pois o amor vem de Deus. Quem ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4.7).


O amor deve ser uma prioridade em nossa vida:

“Acima de tudo, amem uns aos outros sinceramente, pois o amor cobre muitos pecados” (1Pe 4.8).


Juntemos nossas vozes contra o racismo! Esse mal não pode continuar.


Fonte pesquisada:


¹IBGE mostra as cores da desigualdade >> acesso em 21/09/2020.


Versículos bíblicos extraídos da Bíblia NVT.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

A Visão (Ezequiel Capitulo 10)




  • A visão das brasas de fogo (v.1-8)


10.1 Veja o capítulo 1 para uma compreensão dos vários termos presentes neste versículo. Os querubins aqui são os seres angelicais descritos em Ezequiel 1.5. Safira provavelmente é o lapis lazuli, uma pedra opaca de cor azul escura encontrada principalmente no Afeganistão. Essa era uma gema bastante valiosa nos tempos antigos. A safira moderna é um silicato de alumínio de cor azul translúcida, com as mesmas propriedades químicas do rubi. Extremamente dura, não podia ser cortada ou polida pelos artesãos da antiguidade. O lapis lazuli é quase tão duro como o vidro.


10.2 As brasas acesas (Ez 1.13) às vezes são relacionadas a um castigo para a purificação (Is 6), e em outras vezes dizem respeito a um julgamento por meio de catástrofes e fogo (Gn 19.24, 25).


10.3-5 A nuvem representa a glória de Deus (como em Ezequiel 1.4), que era vista passando do átrio interior para a entrada da casa. A partir dali, ela enchia o templo (casa). Para saber mais sobre o termo glória, veja o comentário de Ezequiel 3.12,23; e sobre as expressões estrondo [...] Deus Todo-poderoso, veja o comentário em Ezequiel 1.24.


10.6 Dando ele ordem [...] entrou ele e se pôs junto às rodas. Essas palavras demonstram a obediência inquestionável do homem vestido de linho para com Deus (Ez 10.5; 1.24; 8.2-5).


10.7, 8 Um querubim em particular entregava as brasas para o homem vestido de linho (v. 2). Embora não seja declarado explicitamente, isso implica que todas as ordenanças no versículo 2 foram cumpridas. Em seguida, as brasas foram espalhadas em Jerusalém.


  • A visão das quatro rodas (v.9-17)


10.9-17 Ezequiel descreveu as rodas (v. 9-14) e os querubins (v, 15-17). Veja o capítulo 1 para rever mais detalhes dessa visão. Apenas no versículo 14 há algo diferente da descrição do capítulo 1. Em Ezequiel 1.10, um dos quatro rostos dos seres celestiais vistos pelo profeta foi o de boi, e aqui é o de um querubim. Os antigos faziam esculturas de animais alados com rosto humano, às vezes chamados de querubins. A diferença dos rostos descritos em Ezequiel 1.10 e 10.14 não deve ser considerada um erro; é possível que as imagens vistas por Ezequiel se transfigurassem de tempos em tempos.


  • A glória de Deus abandona o templo (v.18-22).


10.18, 19 A glória de Deus continuava movendo-se gradualmente, mas afastando-se do templo (v. 3,4) a partir da porta de entrada do templo para o trono com rodas, e então com o trono até a porta oriental. A partida do Senhor sugere que Ele relutou em sair. Embora Sua santidade tenha sido desprezada de modo que não Ele não mais pudesse permanecer, Ele foi embora entristecido ao ver a calamidade que Seu povo havia atraído para si.


10.20-22 Os querubins às vezes servem como guardiões (Gn 3.24). Eles estão associados ao trono e à presença de Deus (Ex 25.18-22; 1 Cr 13.6). Também estão relacionados ao trono do Senhor, que se assemelha a uma carruagem (Ez 10.1; 1.20-26; Sl 18.10).


terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Apocalipse 8





8.1 — O sétimo selo no livro (Ap 5.1) é aberto, permitindo finalmente que o livro seja aberto. Fez-se silêncio no céu quase por meia hora parece marcar um breve — mas significativo — intervalo entre a abertura do livro (Ap 6.1—8.1) e o juízo das trombetas (Ap 8.6—11.19). Esse silêncio é quebrado apenas por uma oferta celestial, pelas orações de todos os santos (Ap 8.3,4). E, no entanto, o assustador silêncio antes da tempestade enquanto todo o céu aguarda o juízo vindouro.


8.2 — Os juízos das sete trombetas se desenvolvem em um modelo paralelo a abertura do livro selado com sete selos (Ap 6.1—8.1), o que levou algumas pessoas a concluírem que ambas descrevem o mesmo período de tempo de diferentes pontos de vista, mas a crescente severidade dos juízos das trombetas torna essa possibilidade improvável. O som de uma trombeta tinha mais de um significado no Antigo Testamento. Ela era usada para reunir o povo de Deus (Nm 10.7,8), para convocar o exército do Senhor (v.9), para anunciar um novo rei (1 Rs 1.34-39) e para proclamar o Ano do Jubileu (Lv 25.9). Nesse contexto, o som das trombetas indica uma declaração de guerra.


8.2-6 — Os sete anjos que estavam diante de Deus são como os anjos das sete igrejas (Ap 1.20). As orações dos santos do Senhor parecem ter participação no juízo divino. O incensário é um utensílio usado para queimar incenso. O altar de ouro reflete o esplendor da sala do trono celestial (Ap 4.2,3). Incenso, aqui, pode referir-se à fragrância da infinita perfeição de Cristo, que acompanha as orações de todos os santos ou está misturada com as orações deles. A adição desse incenso é necessária para fazer com que nossas súplicas sejam aceitáveis diante do trono. Ao quebrar o silêncio no céu (Ap 8.1), as orações do povo de Deus para que Ele aja e julgue justamente (Ap 6.10) são ouvidas e respondidas com vozes, trovões relâmpagos e terremotos.


8.7-12 — Como em uma sequência dos primeiros quatro selos, os anjos soam as quatro primeiras trombetas em uma rápida sucessão. No entanto, os efeitos dos juízos das trombetas são muito mais devastadores do que os juízos dos selos. A terça parte das árvores, e toda a erva verde; a terça parte do mar, as criaturas que tinham vida no mar, a terça parte das naus a terça parte dos rios, as fontes das águas e, aparentemente, a terça parte do sol e a terça parte da lua são afetados pelos juízos das trombetas. Os primeiros quatro juízos parecem ter sido determinados para reverter, em parte, a criação original de Deus. O Senhor, inicialmente, ataca o meio ambiente. O alimento é destruído; a distribuição de mercadorias é enfraquecida; o suprimento de água é severamente limitado, e a produção é cortada drasticamente.



8.7 — Quando o primeiro anjo soa a trombeta, saraiva e fogo misturado com sangue são lançados. Essa terrível mistura de destruição e horror soa como uma combinação das imagens da primeira (Êx 7.19,20) e da sétima (Êx 9.22-25) pragas de Deus sobre o Egito. Aqui, a terça parte poderia ser figurativa para uma destruição extensa, mas não completa ainda.


8.8, 9 — Um grande monte ardendo em fogo sugere uma ilha vulcânica massiva irrompendo explosivamente sobre uma vasta parte das águas do mar. A descrição dos efeitos sobre o mar, no entanto, indica que é muito mais do que poluição das cinzas vulcânicas levadas pelo ar. O mar tornando-se sangue e as criaturas do mar morrendo são como uma extensão da primeira praga sobre os egípcios, a transformação das águas do rio Nilo em sangue (Ex 7.17-21).


8.10 — Estrela, aqui, traduz o mesmo termo usado para a estrela do céu em Apocalipse 9.1 e para Cristo como a resplandecente Estrela da manhã em Apocalipse 22.16. Porém, o significado preciso de cada palavra deve ser cuidadosamente interpretado em seu contexto. Nesta passagem, a estrela parece ser um imenso asteroide que cai do céu para a terra, ardendo como uma tocha ao entrar na atmosfera. A estrela poderia cair sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas ao se desintegrar ao atravessar a atmosfera terrestre. Também é provável que a poluição das fontes dos principais rios do mundo e das fontes subterrâneas possam espalhar-se rapidamente para um terço das águas do planeta.


8.11 — Absinto é uma planta encontrada no Oriente Médio, conhecida por seu gosto amargo. Aqui e em outras passagens (Lm 3.19), o termo é figurativo para amargura. Normalmente, o absinto não é venenoso, mas a praga da terceira trombeta envolve efeitos muito mais potentes do que o gosto de uma planta amarga. Muitos homens morreram nas águas. A poluição rápida de um terço da água potável do mundo desencadearia uma crise caótica. O Senhor agora revelava a infidelidade do coração humano de uma forma clara (Ap 9.21).


8.12 — A referência ao escurecimento do sol, da lua e das estrelas e uma reminiscência da nona praga sobre o Egito (Êx 10.21,22) e da efervescência celestial relativa a descrição da segunda vinda de Cristo (Mt 24.29, 30). E parecido também com o fenômeno do sexto selo (Ap 6.12). A terça parte do dia não brilhou e pode significar que o sol, a lua e as estrelas não serão vistos por várias horas do ciclo normal do dia e da noite. No entanto, o que provavelmente significa é que a intensidade de luz durante o dia e a noite é reduzida em um terço por causa das alterações atmosféricas e cósmicas (Ap 8. 7, 8, 10).


8.13 — Ai! Ai! Ai! Essa interjeição fala do impacto dos três juízos das trombetas restantes sobre os infiéis que habitam sobre a terra. O primeiro ai e a quinta trombeta (Ap 9.12); o segundo ai e a sexta trombeta (Ap 11.14). O terceiro ai é considerado como o que vem depressa e pode ser o mesmo que a sétima trombeta (v.15-19), embora não seja declarado assim. Se não, o último ai pode ser focado na Babilônia, a grande meretriz, devido ao clímax no uso do ai.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Sacrifício de Amor



 

TEXTO AUREO: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1 Co 15.3).

O maior sacrifício foi o sacrifício de Jesus na cruz. Por causa desse sacrifício, todos os nossos pecados são perdoados. Agora não precisamos mais oferecer sacrifícios para obter o perdão de Deus.

Agora todo sacrifício que oferecemos é um sacrifício de gratidão. O sacrifício que agrada a Deus é uma vida de obediência e gratidão a ele. Sacrificamos nosso desejo de pecar e oferecemos nosso coração a Deus.

No início de tudo Deus fez o ser humano perfeito, mas o ser humano buscou pecar contra Deus (Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias. Eclesiastes 7:29); o pecado é a chaga que matou e mata o homem a cada dia e momento (Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor. Romanos 6:23), pois este mal, o distancia de Deus a todo o instante da vida dele (Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Isaías 59:2) desta feita, a morte está mui presente, tendo por certo, que o mesmo está a se esconder de Deus, como Adão e Eva (E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. Gênesis 3:8). Quando se afastasse de Deus, afastasse da vida que o Senhor tem para ele (O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. João 10:10).

No Éden o pecado ao entrar no mundo faz entrar também a morte e o aprisionamento dos seres humanos em fortalezas espirituais da maldade “Pois as armas da nossa guerra não são terrenas, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas! Destruímos vãs filosofias e a arrogância que tentam levar as pessoas para longe do conhecimento de Deus” (2 Co 10.4,5). Uma fortaleza consiste em um conjunto de ideias que estão de acordo com as mentiras e acusações de Satanás contra a verdade de Deus (versículo 5). São mentiras sobre Deus, sobre quem Ele é e sobre o que Ele diz que fará, como também mentiras sobre quem somos em Cristo e como Ele nos vê. E, quando aceitamos essas mentiras, elas aprisionam os nossos corações em trevas. De forma mui simples, poder-se-á dividir em três aprisionamentos nestas fortalezas:

1) Fortalezas pessoais da mente, que prendem as pessoas em maneiras de

pensar e estilos de vida pecaminosos. 

2) Fortalezas culturais ou valores da nossa sociedade, que estão de acordo com as trevas. As fortalezas culturais são acordos com os valores de Satanás na nossa sociedade de maneira geral. Há muitas formas pelas quais as pessoas concordam com ele e mantêm esses valores entrincheirados.

3) Fortalezas cósmicas, que são potestades e principados demoníacos nos ares, são anjos demoníacos ou hostes demoníacas. 

Todo o mal que assola a humanidade é culpa da vida pecaminosa do homem; para que o inimigo de vossa alma possa atuar na sua vida, no seu lar ou no seu trabalho, o Adversário necessita de legalidade e que você se distancie de Deus, isso só é possível pelo pecado. Por causa do pecado, a terra ficou amaldiçoada. A terra perdeu sua perfeição e se tornou um lugar difícil de viver (Gênesis 3:17-18). Surgiu o sofrimento, a dor e o conflito entre pessoas. A vida na terra ganhou muitas dificuldades. 

A separação eterna da presença de Deus é a pior consequência de todo pecado (Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus...Romanos 3:23). Quem peca se rebela contra Deus. O inferno é uma eternidade sem Deus. A Bíblia diz que outras consequências do pecado no mundo são:

1) A doença – agora nossos corpos são vulneráveis a todo tipo de doença e, um dia, todos temos que morrer (mas atenção: a doença não é sempre consequência de pecado individual; é consequência da existência de pecado no mundo);

2) Desastres naturais – fomes, dilúvios e outros desastres são produto da maldição da terra; e

3) Relacionamentos difíceis – tornou-se muito mais difícil ter relacionamentos harmoniosos com outras pessoas.

Cada pessoa também sofre as consequências de seu próprio pecado. Algumas consequências do pecado podem ser:

1) Culpa – a culpa corrói a vida sem oferecer uma solução; a pessoa se condena, mas não sabe como mudar de vida;

2) Falta de sensibilidade – é o contrário da culpa; a pessoa perde noção de certo e errado e continua pecando sem entender as consequências;

3) Humilhação – o pecado leva à desgraça dos arrogantes e orgulhosos; e

4) Castigo da lei – alguns pecados são crimes e podem levar vários tipos de castigo aplicado pela justiça humana.

O pecado traz muito sofrimento ao pecador. Deus retribui a cada um de acordo com suas ações (Romanos 2:6-11). 

O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:

A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego; Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Romanos 2:6-11

Mas existe uma esperança, que é a morte vicária de Jesus que não foi um mero incidente histórico, pois já havia sido predita no jardim do Éden (E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Gênesis 3:15). Portanto, não se tratava apenas da morte de um justo, mas de um sacrifício vivo e perfeito, como oblação pelos nossos pecados, recebido por Deus como propiciação pelas nossas ofensas (Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. Romanos 3:25,26).

 A reconciliação pelo sangue. O Antigo Testamento anunciava a vinda de Jesus, sua paixão e morte, apresentando também a importância do sangue, no sacrifício do Calvário: “… é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). Isso é confirmado no Novo Testamento: “… sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22). Expiação significa “remir a culpa”, e, por extensão, “reconciliação”. É a restauração de uma relação quebrada. Na cruz fomos reconciliados com Deus (Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. 2 Coríntios 5:19)

 Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;

Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.

Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.

Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.

E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto; Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.

Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus... (Efésios 2:11-19)

A provisão de Deus para a salvação. A Bíblia ensina que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e que o homem é incapaz de salvar-se (Is 64.6; Ef 2.8,9) e de ir para o céu pela sua própria força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de maneira que a paz e a justiça se encontrassem (Sl 85.10). O sacrifício de Jesus satisfez toda a justiça da Lei e dos profetas. Pois, em tudo que foi mostrado neste sermão sobre o pecado é que somente em Cristo Jesus temos vitória sobre o pecado em Seu sacrifício de amor (Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados. 1 Pedro 2:24).


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Ezequiel Capitulo 09



9: 1-3 A Glória de Deus se retira


9.1-11 Os idólatras são mortos. E uma visão sobre a destruição iminente de Jerusalém.


9.1 O Deus de Israel vinha falando desde que Ezequiel viu a glória do Senhor (Ez 8.5). Agora o profeta deveria anunciar a destruição aos intendentes. O sentido literal desse termo é aqueles que têm armas, comando, consequentemente poder, os guardas da cidade (NVI). [O termo também pode significar aqueles sobre os quais pesam acusação excessiva]. Esse tipo de sentença é utilizado com frequência para descrever uma atitude vingativa (Is 10.3).


9.2 Entre eles, um homem. Provavelmente, ele era um além dos seis, somando seis homens escolhidos como algozes e mais outro representando a presença e a pureza do Deus Santo, que é digno de separar alguns para o julgamento e poupar outros da destruição (v. 3-7; Ex 12.1-13; Rm 9.14-29; Ap 7.3; 9.4). Armas destruidoras. Literalmente, instrumento de destroçar (compare com Jeremias 51.20). Aporta alta pela qual esses sete homens vieram é equivalente à porta norte do pátio interno de templo (Ez 8.3; 2 Rs 15.35). O altar de bronze era o altar do sacrifício.


9.3 E a glória do Deus de Israel se levantou do querubim sobre o qual estava. Não se sabe ao certo se o querubim nesse trecho tem a ver com: (1) os querubins da arca do concerto localizada no Lugar Santíssimo, ou (2) com os querubins sobre as rodas vistos por Ezequiel (10.1-5,18). De qualquer maneira, o trecho descreve a glória de Deus abandonando o templo, depois partindo de Jerusalém, e em seguida de Judá, como visto nos capítulos 9— 11.


9:4-7 Execução da sentença


9.4 Marca com um sinal as testas. O verbo traduzido como marcar corresponde à última letra do alfabeto hebraico, que no tempo de Ezequiel se assemelhava a um x. Os marcados na testa seriam os homens que suspiram e que gemem por causa das abominações de idolatria mencionadas até então. As pessoas que demonstravam um genuíno arrependimento e aversão ao pecado foram separadas dos rebeldes de coração duro. Elas fariam parte do remanescente (v. 8), que continuaria a seguir as ordenanças de Deus (Ap 7.2-4; 9.4; 14.1).


9.5.6 Passai pela cidade após ele. A abrangência desse julgamento nos deixa chocados; entretanto, isso está de acordo com os castigos divinos da época do Dilúvio, narrado em Gênesis, até o julgamento final, descrito em Apocalipse.


9.6.7 Meu santuário. Os líderes espirituais corruptos estavam praticando idolatria e imoralidades até dentro do templo (Ez 8.3-16). O juízo divino teria início por eles, porque haviam estimulado a nação a afastar-se de Deus (1 Pe 4.17). Contaminai a casa, e enchei os átrios de mortos, e saí implicava realizar a execução de todos no templo, e deixar os corpos caídos ali (Lv 21.1; Nm 19.11).


9: 8-11 A intercessão de Ezequiel


9.8 O profeta ficou horrorizado com o que viu. Um servo genuíno de Deus sempre se entristece com a destruição que o povo atrai para si por meio de sua rebeldia. A interjeição ah! foi utilizada de modo sarcástico em Ezequiel 6.11; aqui é uma expressão sincera de sofrimento (como em Ezequiel 11.13). O restante, o remanescente, um grupo escolhido que seria poupado da destruição pelo Deus soberano, é um tema recorrente na Bíblia (2 Rs 19.31; Ed 9.8; Is 1.9; 10.20-23; Am 5.15; Rm 9.27-29; 11.1-8).


9.9, 10 São apresentados três motivos para a nação merecer esse terrível derramamento da ira de Deus: (1) a maldade grave e inegável da nação, e sua culpa pelo pecado (Ez 4-4-8); (2) a terra se encheu de sangue, ou violência (Ez 8.17); e (3) a perversidade, mais precisamente de injustiça. O povo, principalmente os governantes ricos, escolheu espontaneamente acreditar que Deus não enxergava ou não se importava com a injustiça.


9.11 Fiz como me mandaste. O relatório de julgamento foi levado a Deus por um homem que estava vestido de linho, a cuja cinta estava o tinteiro (ver também os versículos 3, 4), que surge como um justo prestador de contas.