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sábado, 26 de dezembro de 2015

A Nova Cidade

Apocalipse 22:1-2


Toda a humanidade tem em seu coração um anseio de habitar em um lugar de paz, alegria, segurança etc... Mas, todos nós sabemos que neste mundo é impossível encontrarmos um local como este, haja vista, que habitamos num Mundo a onde o seu sistema é corrompido (I João 5:19). Contudo, aqueles que estão em Deus esperam um lugar a onde tudo que fez parte deste Mundo, deixou de existir; a onde tudo se fez novo. (2 Coríntios 5:17). Em um anseio fora deste Mundo corrupto e corruptor. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo... (Filipenses 3:20).
                Esta é a Nova Cidade única e exclusiva; singular em sua majestade e glória, pois, foi fundada, edificada e projetada, pelo próprio Deus (Sal. 51:18), tanto muros e Templo serão o próprio Deus. Haja vista, que seus muros serão salvação, e suas portas, a glória de Deus (Isa. 60:18). O próprio nome da cidade é O SENHOR ESTÁ AQUI (Eze. 48:35). Neste lugar não haverá trevas, apesar de não existir o Sol e a Lua, pois, a luz será próprio cordeiro (Ap. 21: 10-11, 23), um lugar a onde a Glória de Deus a preencherá por completo (E eu mesmo serei para ela um muro de fogo ao seu redor’, declara o Senhor, ‘e dentro dela serei a sua glória’. Zac. 2:5). Nesta cidade, e somente ali, Deus se mostrará como Ele é. Isto é, todos e tudo que ali existirá, existirá em plenitude; neste lugar, toda a criação se voltará para Deus (Rom. 8:17-23).
                Então, quando se lê em Apocalipse 22:1-2 “Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro, no meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que dá doze colheitas, dando fruto todos os meses. As folhas da árvore servem para a cura das nações.” É a restauração do elemento básico do Édem, a saber intimidade com Deus; e isto então fará o ser humano desfrutar da vida que vêm de Deus eternamente (1), e do acesso eterno às benção de Deus que havia sido bloqueada após a queda (Pois Deus colocou todos sob a desobediência, para exercer misericórdia para com todos. Romanos 11:32), ou seja, quando o homem pecou foi imputado a este a carência da graça de Deus (Rom. 3:23).

                Destarte, a Nova Cidade é a expressão da regeneração de toda a criação (1 Pedro 1:3) pela obra de Jesus Cristo na Cruz do Calvário (Efés. 2:13-16), para os que escolheram por meio da eleição, a crucificarem si mesmos perdendo as suas vidas, em vez de salvá-las (Lucas 17:33). Estes são os que atenderam o chamado de sua eleição e vivem dignos de sua vocação (Gálatas  5:16-26). Uma promessa para todos que vivem buscando a serem a imagem e semelhança de Jesus Cristo (Prov. 4:18); prontamente, ficarão de fora desta cidade os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira (Apoc. 22:15). Então, vos afirmo que para entrares na Cidade Santa deverás entender que quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos (Efésios 4:22), para que venha a habitar com o Senhor, num lugar sublime.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

AS SETE TROMBETAS



 AS SETE TROMBETAS Ap 8.6-11.19

Como os sete selos caem em dois grupos de quatro e de três, assim as sete trombetas se dividem, as primeiras quatro tendo reminiscências distintas das pragas egípcias, na ocasião do êxodo. Em Ap 15.3, a segunda vinda é tacitamente comparada com o êxodo (os redimidos cantam o cântico de Moisés e do Cordeiro); assim, aqui essa redenção é proclamada por semelhantes pragas sobre os ímpios. Note-se, outrossim, que o uso escatológico da trombeta remonta ao soar da trombeta na ocasião da teofania no Sinal (Êx 19.13-20). Para exemplos do uso da trombeta nesse último dia, ver Jl 2.1, 1Co 15.52, 1Ts 4.16.

>Ap-8.7

a) A primeira trombeta (Ap 8.7)

A primeira trombeta afeta um terço da terra; cfr. a praga de saraiva e fogo, em Êx 9.25. Toda a erva verde foi queimada, isto é, na terça parte da terra afetada; os gafanhotos de Ap 9.4 são proibidos de danificar a erva da terra, que não existiria se este juízo fosse universal.

>Ap-8.8

b) A segunda trombeta (Ap 8.8-9)

A segunda trombeta afeta um terço do mar. Como o Nilo foi transformado em sangue, na primeira praga egípcia (Êx 7.20-21), assim a terça parte do mar aqui.

>Ap-8.10

c) A terceira trombeta (Ap 8.10-11)

A terceira trombeta faz com que um terço da água doce se torne amarga, e assim continua a ideia da praga anterior; cfr. Ap 16.3-7. Desde que a estrela que caiu, ao soar da quinta trombeta (Ap 9.1), é um ser angélico, é possível que Absinto (11) seja também um anjo. Para as águas amargas, comparar Jr 9.15; Jr 23.15.

>Ap-8.12

d) A quarta trombeta (Ap 8.12)

A quarta trombeta escurece a terça parte do céu. Em vez de "e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite" (versão revista e corrigida), ler com a versão Boaírica, "não brilhasse a terça parte deles durante o dia e de igual modo durante a noite". Isto corresponde até certa medida à praga egípcia das trevas (Êx 10.21-23).

>Ap-8.13

Ai (13) agora se repete três vezes pelo anjo, porque as últimas três pragas são particularmente penosas e se intitulam o primeiro, o segundo e o terceiro ais. Eles se dirigem aos que habitam sobre a terra, isto é, o mundo não cristão em distinção da Igreja.
Ap-9.1

e) A quinta trombeta (Ap 9.1-12)

A quinta trombeta introduz uma praga de gafanhotos demoníacos. O fato que a estrela vista por João jaz "caída na terra" não exige que seja um anjo "caído". O movimento é narrado simplesmente para mostrar que a "estrela" veio desde o céu até a terra para abrir o abismo, onde habitavam as hordas demoníacas. Nuvens como o fumo de uma grande fornalha (2) lembrariam os leitores de João dos vulcões que eles haviam visto, mas elas têm por finalidade antes deixar a impressão de uma nuvem de gafanhotos que avança (ver Jl 2.10). A comparação destas hostes demoníacas aos gafanhotos remonta à visão de Joel, acima mencionada; onde é dito que os exércitos de gafanhotos têm a aparência de cavalos de guerra que correm à batalha, estrondeiam como carros, avançam como homens poderosos, escurecem os céus (Jl 2.4-10) e têm presas como leões (Jl 1.6). Além destas características, João declara que os gafanhotos têm poder para infligir a dor como escorpiões (3); ver também Ap 9.10. Vers. 4 indica a razão por que os gafanhotos ferroam: eles são mandados não para danificar a vegetação, mas tão somente tais homens que não têm em suas testas o sinal de Deus. Cinco meses (5) é a extensão normal da vida dum gafanhoto (primavera e verão). Escorpiões infligem agonia, porém raramente matam aos homens. A semelhança entre a cabeça de um gafanhoto e a de um cavalo (7) era muitas vezes mencionada por escritores antigos. O cabelo como o cabelo de mulheres (8) se refere à sua antena comprida, dentes leoninos, à capacidade destruidora, couraças de ferro, as suas escamas. As coroas semelhantes ao ouro, e os rostos como eram rostos de homens (7), contudo frisam o fato que eles não são gafanhotos ordinários, mas sim, demônios. Daí o seu rei é Abadom (11), um nome que no Velho Testamento denota as profundezas do Seol e significa "destruição" (cfr. Jó 28.22).

Se esta praga tem por finalidade simbolizar as dores da consciência ferida dos homens (como Swete crê), ou deverá ser tomada mais literalmente, é difícil dizer. É possível que, tanto neste ai, como no que se segue, João descreva o incômodo da humanidade por forças demoníacas reais; tal ponto de vista estaria de acordo com o ensino do Novo Testamento sobre demônios em geral.

>Ap-9.13

f) A sexta trombeta (Ap 9.13-21)

A sexta trombeta traz um exército demoníaco do Eufrates. Uma voz do altar de ouro inicia a praga (13), ligando-a, deste modo, aos clamores dos mártires no céu e às orações dos santos na terra (cfr. Ap 8.4-5). Os quatro anjos (14) são ministros da ira. O rio Eufrates formava o "limite ideal" da terra de Israel (Driver, ver Gn 15.18); além dele ficavam os grandes impérios da Babilônia e Assíria. Como exércitos vinham destes territórios incógnitos para devastar ao Israel desobediente da antigilidade, assim se levantariam cavalos mais pavorosos para punir o mundo sem Deus. Nada no programa de Deus é acidental. É fixo o momento preciso desta invasão, a saber, "numa hora definida de um dia definido, num mês definido, de um ano definido" (Charles). A inimaginável cifra de duas centenas de milhões (ver Sl 68.17) sugere que toda esta descrição nos vers. 16-19 não se deve tomar literalmente demais. Os cavaleiros parecem ser de pouca monta; são os cavalos que apavoram e destroem. Correspondendo ao mortífero fogo e fumo e enxofre (17) que procede da boca dos cavalos, os cavaleiros têm couraças de vermelho fogoso, azul fumegante e amarelo sulfúrico. Monstros desta qualidade não eram incógnitos à mitologia pagã; João, possivelmente de propósito, emprega tais termos para declarar que os artifícios desta multidão infernal excedem a descrição das mais apavorantes imaginações da superstição pagã, inclusive até os brutos do caos primevo. A praga deixa de produzir um efeito salutar no mundo que se opõe a Deus; os homens persistem ainda na idolatria, com seus males concomitantes e não acham nenhum lugar para o arrependimento (20-21).

Ap-10.1

g) Interlúdio entre a sexta e a sétima trombetas (Ap 10.1-11.14)

Assim como João inseriu um parêntese entre o sexto e o sétimo selos, assim ele faz entre a sexta e a sétima trombetas. O seu propósito neste interlúdio é acentuar a certa proximidade do fim (Ap 10.1-7), a validade do seu ministério profético (Ap 10.8-11), a segurança da Igreja (Ap 11.1-2) e o poder do seu testemunho na era do anticristo (Ap 11.3-13). Através desta seção, o vidente põe os escritos proféticos muito sob contribuição, tanto canônica como de outra forma, e reaplica-os com grande liberdade; é necessário levar isto em mente especialmente em se tratando de interpretar o cap. 11.

1. A PROXIMIDADE DO FIM (Ap 10.1-7) -O anjo forte (1) é às vezes identificado com Cristo, mas não é provável que se fizesse referência a Ele como sendo um anjo; ver #Dn 12.7. O arco-íris em redor de sua cabeça pode ser devido radiância do seu rosto, que reluz através da nuvem que o circunda. Uma vez que a palavra hebraica para pé (regel) pode significar também perna, devemos talvez ler "suas pernas como colunas de fogo". Em vista do vers. 11, o livrinho (2) parece incluir o resto das visões deste livro. Os sete trovões (3) não foram proferidos pelo anjo, porque eles seguiram o seu clamor, mas provavelmente vieram de Deus ou de Cristo (como também o comando de vers. 4). Por uma razão que não nos é conhecida, é proibido a João revelar a mensagem dos trovões. Alguns comparam 2Co 12.4, porém, não adequadamente, porque a revelação mal podia ser maior do que a dos cap. 4 e 5. Kiddle sugere que foi uma revelação dada para a própria iluminação de João, mas que, para relatar, ele não pode digressionar, em vista da importância do resto da visão, um conceito que é tão viável quanto qualquer um outro até agora exposto. Para Ap 10.5-7, cfr. Dn 12.7. O anjo fica em pé na terra e no mar porque a sua mensagem é de importância universal. O peso de sua declaração é que não haveria mais demora (6). O propósito de Deus para a humanidade, revelado aos profetas, deverá ser agora cumprido; o sétimo anjo (7) está para fazer soar a sua trombeta e então virá o fim.

>Ap-10.8

2. A COMISSÃO DE JOÃO COMO PROFETA REAFIRMADA (Ap 10.8-11) -Esta parte da visão relembra Ez 2.9-3.3. Como no caso de Ezequiel, o comer o livro causou tanto doçura como amargura, um fenômeno devido, contudo, ao misto de bênçãos e ais a serem pronunciados do que à doçura de proclamar obedientemente o que é amargo. A importância da passagem parece ser uma reafirmação da comissão profética de João.

Ap-11.1

3. A SEGURANÇA DA IGREJA (Ap 11.1-2) -Neste breve oráculo, é medido o templo em Jerusalém, junto com os seus adoradores, para proteção em um período de tribulação (cfr. Ez 40.3; Am 7.7-9). O átrio exterior dos gentios e a própria cidade são deixados ao domínio de um opressor pagão, por três anos e meio. Alguns expositores têm interpretado isto como significando que a profecia foi escrita antes de 70 A. D., enquanto o templo ainda estava de pé. Mas é difícil harmonizar este ponto de vista com o livro como um todo, que se preocupa com o bem-estar da Igreja Cristã, e não a nação judaica. A visão de João pretende revelar a segurança espiritual da Igreja durante a era do domínio do anticristo. Segue-se que não devemos esperar poder alegorizar cada pormenor do retrato, mas estar contentes por entender o seu sentido geral. O templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram (1) encerram uma idéia, a Igreja (cfr. 1Co 3.16). Semelhantemente, o átrio que está fora do templo e a cidade santa (2) representam conjuntamente o mundo fora da Igreja. É uma afoita transformação, mas o vers. 8 sugere que a antiga "santa cidade" se tornou agora idêntica com a Sodoma pecaminosa, Egito, o opressor, e o império tirânico que guerreia contra o Messias. Para os quarenta e dois meses (2) cfr. Ap 12.6 (mil duzentos e sessenta dias) e Ap 12.14 (tempo, tempos, e a metade de um tempo), todas as expressões equivalentes aos três anos e meio do reino do anticristo. O mesmo cálculo aparece em Dn 7.25-12.7, mas a sua exata significação ainda é obscura.

>Ap-11.3

4. A PROFECIA DAS DUAS TESTEMUNHAS (Ap 11.3-14) -Isto envolve princípios semelhantes aos vers. 1-2. As duas testemunhas originalmente foram Moisés e Elias. Para o aparecimento esperado deste último, antes da vinda do Messias ver. Ml 4.5. Era o pensamento de alguns que Moisés também tivesse sido trasladado ao céu e retornasse com Elias; Johanan ben Zakkai declarou que Deus dissesse a Moisés, "Se eu mandar o profeta Elias, vós ambos teríeis que vir juntos". Podia argumentar-se que João pretendia que a profecia fosse entendida literalmente; mas certas indicações no texto sugerem que a visão se refere à atividade missionária da Igreja toda. Diz-se que a besta fará guerra às duas testemunhas (7), uma frase curiosa em referência a dois indivíduos, mas aplica-se à Igreja em Ap 13.7; homens do mundo inteiro presenciam suas formas martirizadas e se regozijam na sua subjugação (9), um pensamento impossível, se estavam em mente dois indivíduos em Jerusalém; e as testemunhas são representadas por castiçais (4), uma figura aplicada à Igreja no cap. 1. A passagem, conseguintemente, ilustra o testemunho poderoso da Igreja na era sob revista, por meio de uma expectação judaica bem conhecida. O vers. 4 mostra por que há duas testemunhas, e não uma (Elias): João tem em mente a visão de Zacarias, das duas oliveiras, em pé de cada lado do castiçal de ouro (Zc 4). As duas oliveiras lá representavam talvez Josué e Zorobabel, o castiçal, Israel. João faz com que o castiçal se torne em dois para o conformar com as duas oliveiras e declara que, tanto as oliveiras como os castiçais, significam a mesma coisa, a Igreja na sua capacidade profética. O castiçal já se virou em sete para representar as sete igrejas (Ap 1.12; Ap 2.1); é uma fácil transição fazê-los tornar-se em dois para corresponder aos dois profetas, se bem que aqui a Igreja toda é tipificada pelos castiçais, não uma parte dela. Saco (3) é usado pelas testemunhas por causa do grave caráter de sua mensagem. O poder extraordinário da Igreja é exposto, nos vers. 5 e 6, em termos reminiscentes de Moisés e Elias. O fogo destruidor recorda 2Rs 1.10; a capacidade para impedir chuva, 1Rs 17.1; o transformar água em sangue e o ferir a terra com pragas, Êx 7. No vers. 7, nós temos a primeira menção da besta que sobe do abismo. Fala-se dela como se fosse bem conhecida, mas descrições mais completas dela ocorrem nos capítulos 13 e 17. Note-se a semelhança das palavras empregadas em Ap 13.7 para descrever a guerra da besta contra a Igreja.

>Ap-11.8

A grande cidade (8) significa o que Bunyan representava como "A Feira da Vaidade" (Kiddle). Através do resto do livro, a frase é usada para cidade prostituta, Roma (#Ap 16.19; #Ap 17.18; #Ap 18.10), de maneira que com um notável golpe da pena João identifica Jerusalém com Sodoma, Egito e Roma e, tudo junto, com o mundo que rejeitou e crucificou o Filho de Deus. Judeu e gentio unem-se em procurar esmagar o testemunho das fiéis testemunhas de Cristo, assim como eles procuravam destruir o próprio Senhor (9). A denegação de deixar o corpo insepulto significa a maior profundeza de ignomínia a que o homem podia ser sujeito; ver #Sl 79.3 e o livro de Tobias. A Igreja é esmagada pelos seus inimigos por três dias e meio (11), correspondendo aos anos de seu testemunho, "um breve triunfo, de fato, mas longo bastante para dar a idéia de ser completo e final" (Swete). À conclusão dos três dias e meio, o Espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se sobre os seus pés. Esta é uma citação de Ez 37.10, que se referia ao avivamento espiritual da nação de Israel. Possivelmente, portanto, esta ressurreição deva ser tomada figuradamente, significando uma revivificação tão tremenda, a ponto de infundir terror ao mundo; mas pode descrever o arrebatamento dos santos (cfr. 1Ts 4.16-17) e assim ser equivalente à primeira ressurreição (Ap 20.4-6). Comparar o terremoto aqui (Ap 11.13) com o que se encontra em Ap 6.12. O número sete mil (13) indicaria adequadamente a décima parte da população de Jerusalém. Em fazer a cidade representar a cidade mundial da Feira da Vaidade, João não tinha necessidade de alterar o algarismo, pois sete mil podia ser interpretado para significar qualquer número considerável. Note-se que estes eventos evocaram alguma espécie de arrependimento da raça impenitente até agora.

>Ap-11.15

h) A sétima trombeta (Ap 11.15-19)

A sétima trombeta, como o sétimo selo, é seguida pelo advento do reino de Deus. Uma vez que o soar da sétima trombeta pretenda introduzir o terceiro ai (14), mas não se descreve nenhuma calamidade, evidente se torna que mais tarde devemos esperar mais elucidação quanto à matéria. Tal expansão provê-se em Ap 14.19-20 e cap. 18. Entrementes, grandes vozes proclamam, "Os reinos do mundo vieram a ser do nosso Senhor e do seu Cristo" (15), um reino conjunto que não deve conhecer fim; significa o reino milenário fundindo-se na bem-aventurança eterna da nova criação (20-22). O atributo costumeiro de Deus é abreviado de modo significante; jamais se diz que ele "há de vir", porque ele "tem vindo". Tomaste o teu grande poder e reinaste (17); o eterno reino tem começado ao se iniciar um novo exercício da soberania de Deus sobre o homem, uma soberania que em nenhum tempo da história tem sido abandonada, mas que, na sua sabedoria, tem sido voluntariamente limitada. O cântico de ação de graças (17-18) marca um ordenado progresso de pensamento que mais tarde se observa no livro: Deus tem começado o seu reino eterno, isto é, o reino milenário (Ap 20.4-6); as nações se enraiveceram, levantando-se em rebelião (Ap 20.8-9); a ira de Deus se manifestou em juízo (Ap 20.9); os mortos foram julgados (Ap 20.10-15); os santos galardoados na cidade de Deus (Ap 21) e os pecadores destruídos no lago de fogo (Ap 20.15-21.8).

>Ap-11.19

O templo no céu se abre para revelar a arca do concerto (19). A manifestação aos homens da arca neste ponto sugere que o alvo do concerto, que é a promessa do reino, está agora no ato de se cumprir. Relâmpagos, terremoto e saraiva etc., testificam que tem chegado a consumação (cfr. Ap 8.5, 16.17-21)


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Uma morada em Deus


Texto: II Cor. 5:1-5

Ausentes do corpo e presentes com o Senhor, é como os cristãos devem viver o dia a dia de suas vidas, contudo nestes últimos tempos esta filosofia tem se mostrado “démodé” e, os que buscam a vida dentro da vontade divina vivem a margem de um cristianismo falso que busca as dádivas deste Mundo, com isto, todos que se adequam a esta forma carnal de evangelho, tornam-se miseráveis em suas vidas cristãs (1 Coríntios 15:19).

                O verdadeiro cristianismo visualiza vitória sim! Mas, contra os verdadeiros inimigos da humanidade, a saber: o pecado e a morte (1 Coríntios 15:55-57). Quando é compreendida a verdadeira guerra do cristianismo, que é contra as opressões espirituais (Efésios 6:12); é, então revelado a primazia do pensamento cristão, a vida na eternidade (Filipenses 3:20). Assim, o texto de II Cor. 5:1-5 ganha o entendimento claro, e objetivo do anseio da eternidade da igreja primitiva.

                No texto é descrito casa terrestre que é claramente ligado ao corpo físico. Um corpo perecível sujeito a corrupção (2 Coríntios 4:16) e ao sofrimento (2 Coríntios 4:16-17). A esperança da igreja é que temos uma certeza que vai além das expectativas terrenas a ponto de considerar tudo como desprezível (Filipenses 3:8) pelo o amor da obra do Senhor. Verdadeiramente teremos um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus, o cristão é chamado para semear (1 Coríntios 15:42-44), semear para eternidade, casas feitas pela mão de Deus (Hebreus 9:24).

                A caminhada dos cristãos não é fácil, e em meio à caminhada gememos, pois nos sentimos amarrados as nossa infameis paixões (Rom 8:22-23). Estas paixões colocam a humanidade sujeita a ira de Deus (Efésios 2:3), sendo assim, destinados à morte (Romanos 6:23), e detentor de toda a miséria espiritual, temporais e eternas (Ef. 4:18).


                Mas, o querer cristão é além das suas forças e de suas capacidades (II Cor. 3:4-6), por este motivo o apóstolo Paulo ansiava para que o seu corpo fosse revestido, ou seja, um corpo ressuscitado, livre de toda a fraqueza (II Cor. 5:4). A esperança da igreja não é temporal, mas eterna, de um corpo ressurreto livre de todo o pecado e dor (Rm 6.4), pela fé em Jesus Cristo. Cremos então, que em Deus fomos escolhidos para este propósito pelo penhor do Espírito Santo em habitar em Deus eternamente.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Um Lar Para o Coração

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(Jo 14.2 Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.)
Jesus Cristo após o capítulo de número 13 aonde fala de sua morte para confortar os discípulos menciona as moradas celestiais, e as ratificas com as suas palavras; isso para aqueles discípulos tinha muito valor, haja vista, que estes discípulos testificaram diversos milagres pela sua palavra: 01- Transformação de Água em Vinho João 2.1-11; 02 - Cura do filho do Oficial João 4.46-54; 03 - Cura do paralítico de Betesda João 5.1-9; 04 - Primeira Pesca Lucas 5.1-11; 05 - Libertação do Endemoninhado Marcos 1.23-28; Lucas 4.31-36; 06 - Cura da sogra de Pedro Mateus 8.14,15; Marcos 1.29-31; Lucas 4.38,39; 07 - Purificação do leproso Mateus 8.2-4; Marcos 1.40-45; Lucas 5.12-16; 08 - Cura do paralítico Mateus 9.2-8; Marcos 2.3-12; Lucas 5.18-26; 09 - Cura da mão ressequida Mateus 12.9-13; Marcos 3.1-5; Lucas 6.6-10; 10 - Cura do criado do centurião Mateus 8.5-13; Lucas 7.1-10; 11 - Ressurreição do filho da viúva de Naim Lucas 7.11-15; 12 - Cura de um endemoninhado mudo Mateus 12.22 e Lucas 11.14; 13 - Acalma a tempestade Mateus 8.18,23-27; Marcos 4.35-41; Lucas 8.22-25; 14 - Cura do endemoninhado geraseno Mateus 8.28-33; Marcos 5.1-14; Lucas 8.26-39; 15 - Cura da mulher enferma Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34; Lucas 8.43-48; 16 - Ressurreição da filha de Jairo Mateus 9.18, 23-26; Marcos 5.22-24, 35-43; Lucas 8.41,42,49-56; 17 - Cura de dois cegos Mateus 9.27-31; 18 - Cura do mudo endemoninhado Mateus 9.32,33; 19 - Primeira multiplicação de pães Mateus 14.14-21; Marcos 6.34-44; Lucas 9.12-17; João 6.5-13; 20 - Anda sobre as águas Mateus 14.24-33; Marcos 6.45-52; João 6.16-21; 21 - Cura da filha da Cananéia Mateus 15.21-28; Marcos 7.24-30; 22 - Cura de um surdo e gago Marcos 7.31-37; 23 - Segunda multiplicação de pães Mateus 15.32-39; Marcos 8.1-9; 24 - Cura do cego de Betsaida Marcos 8.22-26; 25 - Cura do jovem possesso Mateus 17.14-18; Marcos 9.14-29; Lucas 9.38-42; 26 - Pagamento do Imposto Mateus 17.24-27; 27 - Cura de um cego João 9.1-7; 28 - Cura de uma mulher enferma Lucas 13.10-17; 29 - Cura de um hidrópico (Acumulação anormal de líquido seroso em tecidos ou em cavidade do corpo) Lucas 14.1-6; 30 - Ressurreição de Lázaro João 11.17-44; 31 - Cura dos leprosos Lucas 17.11-19; 32 - Cura do cego Bartimeu Mateus 20.29-34; Marcos 10.46-52; Lucas 18.35-43; e 33 - A figueira é amaldiçoada Mateus 21.18,19; Marcos 11.12-14 Então, para eles a palavra de Cristo era poderosa e verdadeira; sendo assim como Cristo falou, assim o era.
Contudo, este conforto só poderia ser possível para aqueles que creram em Cristo Jesus (João 1:12), haja vista, que o Senhor os passaria vê-los como filhos de seu Amor, e não mais como filhos da sua ira (Ef 2.3 entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais), pois como há uma morada donde há de se desfrutar a bondade de Deus, haverá outra que fará desfrutar o ódio de Deus a todos que preferiram viver na prática do pecado (Mateus 25:46 diz: “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”). Então poderemos perguntar se há em Deus ódio pelo pecador?
                É muito comum ouvirmos que Deus odeia o pecado e ama o pecador. Mediante as Santas Escrituras isto é uma meia verdade, pois, Deus odeia ambos; o autor de Hebreus em 1:8,9 menciona o ódio ao pecado citando Provérbios 6:16-19, mas em outros trechos veremos Deus odiando o pecador:
 Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã apresentarei a ti a minha oração, e vigiarei.
Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal.
Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.
Destruirás aqueles que falam a mentira; o Senhor aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento.
Salmos 5:3-6
O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma.
Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo.
Porque o Senhor é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os retos.
Salmos 11:4-7
E esse não foi o único caso; também os filhos de Rebeca tiveram um mesmo pai, nosso pai Isaque.
Todavia, antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má — a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse,
não por obras, mas por aquele que chama — foi dito a ela: "O mais velho servirá ao mais novo".
Como está escrito: "Amei Jacó, mas rejeitei (no gr. Odiar) Esaú".
E então, que diremos? Acaso Deus é injusto? De maneira nenhuma!
Pois ele diz a Moisés: "Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão".
Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus.
Pois a Escritura diz ao faraó: "Eu o levantei exatamente com este propósito: mostrar em você o meu poder, e para que o meu nome seja proclamado em toda a terra".
Romanos 9:10-17
                Nas Escrituras Sagradas há 33 textos que falam do ódio de Deus, e em apenas 11 textos diz que Deus odeia o pecado nos outros 22 textos Deus odeia quem comete o pecado. Nos textos acima há uma nítida diferença entre o justo e o injusto, é demonstrado sem reservas que existe uma morada para o justo (Apocalipse 21:2) e outra para o injusto (Mateus 25:46).
                A diferença entre o justo e o injusto é somente o sangue de Cristo, que declara os eleitos justos diante de Deus (Rom. 5:9), a diferença não são os atos, pois todos pecaram e estão destituídos de Deus (Romanos 3:23), mas o Senhor demonstrando a sua misericórdia escolheu alguns da massa caída para a salvação em Cristo Jesus, antes de qualquer obra existir (Efésios 1:4-5). Logo, quando Deus olha para os que Jesus morreu, não sente ódio, pois o sangue de Cristo pagou toda a dívida (Efésios 2:4-5). Assim quando Jesus menciona as moradas nos céus os seus eleitos podem descansar em Sua Palavra.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Jesus Chama Paulo

Sermão pregado na A.D. Hagnos no dia 01/11/2015

Resultado de imagem para Encontro de Paulo com Jesus

Texto: (Atos 9:1-6)

Jesus chama Paulo, quem era este ainda jovem Paulo? Saulo apareceu nas Santas Escrituras no apedrejamento de Estevão (Atos 7:8). Este nasceu em Tarso e recebeu instruções aos pés de Gamaliel (Atos 22:3). Saulo, a saber, Paulo era o que parece coparticipante de outras mortes (Atos 22:4; 26:10). Todavia, em Atos 9:3-5 Paulo tem um encontro com Jesus Cristo, o perseguidor, o assassino agora convertido aos pés de Cristo.

            Mesmo sendo Paulo uma pessoa sendo perseguidor do Cristo místico (Fil. 3:6), é denominado por este como sendo um instrumento escolhido (Atos 9:15). Isto aponta para a escolha do Senhor a um homem que contribuiu com o primeiro martírio da igreja cristã há uma vida submissa separada e consagrada ao serviço de Deus (II Tim. 2:20-21), limpo de tudo que teria cometido contra o Reino de Deus. Assim, o que era antes um homem que carregava as marcas de seu judaísmo farisaico (Fil. 3:5) agora foi chamado para ser um portador do nome (pessoa) de Cristo (I Cor. 11:1); sendo assim, se enxergando como um vaso vazio de si mesmo, mas cheio do Espírito (Gal. 2:20).

            Então Cristo chama a Paulo para experimentar os seus sofrimentos (Atos 9:16). O sofrimento de Paulo, e da igreja faz parte da identidade do Cristianismo e é essencial para o avanço da igreja (Col. 1:24; II Cor. 11:23ss). Desta feita, Paulo tem um encontro que lhe provocou um aborto (I Cor. 15:8) em tudo àquilo que ele pensava que era (Fil. 3:4), para ser uma nova criatura em Cristo Jesus (II Cor. 5:17). Ou seja, através de Cristo a redenção é a restauração e o cumprimento dos propósitos de Deus na criação, e isso acontece em Cristo, por quem foram criadas todas as coisas (João 1:3; Col. 1:16; Heb. 1:2), e em quem todas as coisas são restauradas ou criadas de novo (Rom. 8:18-23; Ef. 2:10).

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Ressurreição de Jesus Cristo

Sermão pregado na A.D. Ministério Hagnos no dia 18/10/2015


Texto: Mateus 28:2-10

A morte de Jesus Cristo para os discípulos marcou a dor de ver os sonhos indo embora. A falta de esperança era tão grande que o medo tomou conta deles, e na prisão de Jesus Cristo se colocaram a distância para estarem seguros, e não serem aprisionados pelos opositores de Cristo (Marc. 14:50 Então todos o abandonaram e fugiram). Não há na Bíblia como os discípulos se comportaram mediante a crucificação de Jesus Cristo, mas São Lucas nos informa que este a assistiram a crucificação a distancia (Mas todos os que o conheciam, inclusive as mulheres que o haviam seguido desde a Galiléia, ficaram de longe, observando essas coisas. Lucas 23:49). Fica claro que a maioria dos seus discípulos não teve uma identificação com a sua crucificação, e isto fica ratificado quando o estrangeiro Simão de Cirene foi constrangido em carregar a cruz de Cristo, quando ele tombou com a cruz (Luc. 23:26). As escrituras apontam apenas para um discípulo que ficou ao lado de Cristo em sua paixão, a saber, São João (João 19:26). Nem o sepultamento de seu corpo foi preocupação de seus discípulos, e sim de um membro do Sinédrio (Marc. 15:43). Naquele momento ninguém queria ainda o destino de seu Senhor. Concernente ao túmulo vazio, nem foi os discípulos que o descobriu, e sim, as mulheres; estes estavam escondidos, com medo, em algum lugar (João 20:19). Cristo morreu e junto com ele as esperanças de seus discípulos. O Reino de Deus era para eles uma grande ilusão junto ao túmulo de Jesus Cristo (Luc. 24:21 e nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu). Quando e lido esta frase podemos então entender as palavras de São Paulo que diz: nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios 1 Coríntios 1:23. Por definição o Cristo era soberano e não um criminoso crucificado.
                Em poucos dias foi demonstrada uma mudança incrível na atitude dos discípulos. Em Atos é demonstrado de forma bem clara esta mudança: a) Eles passam a pregar que Jesus é  o verdadeiro Messias (Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Atos 2:36); b) Que apesar de ser um assassinato indesculpável, humanamente falando, Deus queria a morte de Cristo (A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos Atos 2:23); c) Atribuem com intrepidez que os judeus assassinaram a Cristo, e passam a declarar que Ele era o Príncipe da vida (E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas. Atos 3:15); e d) proclamaram que toda a promessa anoso testamentária foi cumprida em Cristo (E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. Atos 3:20,21).
                Podemos então nos perguntar: “Qual foi o motivo que proporcionou esta mudança?” A resposta é bem clara e objetiva. Foi a ressurreição de Jesus Cristo, São Paulo afirma que: 1Co 15.14 E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. Jesus ao ressuscitará, ressuscitou a toda a esperança morta destes homens e mulheres. Jesus Cristo em sua ressureição foi o dynamo a Fé verdadeira da sua igreja, haja vista que todos então ressuscitaram com Ele e, buscam coisas novas (Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Colossenses 3:1).
                O fato é que a ressurreição é o centro da pregação do evangelho. A primeira pregação da Igreja foi sobre a importância da ressurreição (At. 2:14-36). Nesta mensagem não houve quase apontamento sobre o caráter terreno de Jesus Cristo, mas sim que foi morto e ressuscitou ao terceiro dia (At. 2:24-32). A mensagem foi pautada na vitória de Cristo sobre a morte, e baseado nisso São Pedro convida a todos a se arrependerem e serem batizados no nome de Jesus Cristo (At. 2:38).

                A ressurreição de Jesus Cristo é a nossa vitória (Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos Romanos 6:8), pois quando Ele venceu a morte proporcionou a cada um de nós a vitória (1Co 15.53-58 Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graça a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor), e pelo testemunho de sua ressureição somos constantes até a sua vinda.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O Arrependimento do Malfeitor da Cruz

Sermão pregado na A.D.Hagnos no dia 04/10/2015


Texto: Lucas 23:39-43

Uma história singular nas Escrituras Sagradas que mostra um arrependimento nos últimos instantes da vida, o Malfeitor da Cruz, um homem que viu a sua salvação juntamente com a sua morte. Mas, poder-se-ia o homem se salvar no ultimo instante? O homem arrependido no último instante herdaria a salvação? Quais as palavras que tocaram o coração de Jesus Cristo?

                A crucificação de Jesus é o relato mais cruento da humanidade, não pela atrocidade em si, mas, pela injustiça derramada sobre ele. Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito (1 Pedro 3:18). Cristo se deu por cada um dos pecadores eleitos na face da Terra de todas as Eras, logo em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados (1 Coríntios 15:22). Aquele homem na Cruz era a salvação de todos os tipos de pessoas (Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. Gálatas 3:28; Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos. Colossenses 3:11). O nosso Senhor veio salvar o que havia perdido, ou seja, os que vivem na prática dos pecados, e “não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu (Jesus) não vim para chamar justos, mas pecadores" (Marcos 2:17). Quem seria mais doente do que um homem no fim de sua vida, donde o filme de sua vida só o condenava?

                Todavia, seria de bom tom dizer que este homem alcançou verdadeiramente o arrependimento, haja vista, que ele não teve tempo de demonstrá-lo? Antes de responder tal pergunta podemos remeter o nosso pensamento no que seria o arrependimento para a vida. Primeiro que o arrependimento é uma graça evangélica (Luc. 24:47 e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém). A dor provocada pelo o arrependimento é pelo reconhecimento de sua natureza pecaminosa e sentimento de ser um pecador, e isto junto com uma consternação de ver que o seu pecado é totalmente contrário à natureza de Deus, tendo ódio da sua vida de pecado; como ocorreu com o malfeitor da Cruz (Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: "Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal". Lucas 23:40,41). Abrangendo a misericórdia divina despontada em Cristo aos reconhecidos pecadores, o pecador por meio do arrependimento, de tal caráter sente e amofina os seus pecados, que, deixando-os, se volta para Deus, planejando e buscando andar com ele em todos os caminhos dos seus mandamentos (Que fruto colheram então das coisas das quais agora vocês se envergonham? O fim delas é a morte! Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida eterna. Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 6:21-23). As criaturas não devem se satisfazer com um arrependimento genérico, mas é dever de todos procurar arrepender-se particularmente de cada um dos seus pecados (a mim que anteriormente fui blasfemo, perseguidor e insolente; mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância e na minha incredulidade; contudo, a graça de nosso Senhor transbordou sobre mim, juntamente com a fé e o amor que estão em Cristo Jesus. Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior. 1 Timóteo 1:13-15). Segundo a Confissão de Westminster Capítulo XV sessão IV diz:

Como todo o homem é obrigado a fazer a Deus confissão particular das suas faltas, pedindo-lhe o perdão delas, fazendo o que, achará misericórdia, se deixar os seus pecados, assim também aquele que escandaliza a seu irmão ou a Igreja de Cristo, deve estar pronto, por uma confissão particular ou pública do seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu arrependimento aos que estão ofendidos; isto feito, estes devem reconciliar-se com ele e recebê-lo em amor.

                Aquele homem na Cruz tocou o coração de Jesus Cristo, não porque seu compadeceu dEle, mas, sim porque reconheceu que Ele era o Cristo Filho de Deus (Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Respondeu Jesus: "Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus. Mateus 16:16,17), e confessou que este estava em carne para o salvar de seu destino merecido (pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus Romanos 3:23), e isto só poderia ser declarado pelo o Espirito Santo Deus (Vocês podem reconhecer o Espírito de Deus deste modo: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne procede de Deus. 1 João 4:2), destarte tal declaração apontaria para uma nova criação (Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! 2 Coríntios 5:17), que só seria possível pelo novo nascimento (Em resposta, Jesus declarou: "Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo". João 3:3) que é direcionado aos que si tornaram filhos de Deus (Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus. João 1:12,13). Como os trabalhadores da vinha (Mateus 20:1-16), este homem não teve tempo de trabalhar como os outros, mas a salvação é um ato de Deus para o homem e não do homem para Deus (Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado. Efésios 1:5,6). Assim o Irmão da Cruz alcançou a graça proveniente aos que Deus os Elegeu a serem conforme a imagem de seu Filho (Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Romanos 8:29).

Glória a Deus que Salvou da Perdição eterna!!!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

A demonstração do Amor de Deus a Humanidade

Sermão pregado na AD Salém em Realengo dia 27/09/2016


Texto: 1Jo 3.16 Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos.

A afirmativa de João nos faz tremer dentro de nosso ser, haja vista, que este texto é para os conhecem o amor de Cristo, e conhecer o amor dEle não é simplesmente declarar com os lábios que o ama (Mc 7.6 Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os [lábios]; o seu coração, porém, está longe de mim), há exigência para o amor de Deus se manifestar em nossa vida, uma destas exigência é guarda os mandamentos dEles (Jo 15.10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor); amar a Deus é obedecê-lo e guardar os seus mandamentos (Jo 14.15 Se me amardes, guardareis os meus mandamentos, Jo 14.21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Jo 14.23 Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me amar, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada. Jo 15.14 Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando). Então primeiramente para declarar que “nisto conhecemos o amor”, temos de estarmos inseridos inteiramente na vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável para os que o buscam (Rm 12.2 E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a [boa], agradável, e perfeita vontade de Deus). Mas, fazer a vontade de Deus é transformar o Mundo que está rejeitando a Deus em todo o momento, desde o nascimento de Cristo (Jo 1.10 Estava ele no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, e o mundo não o conheceu).
            A cruz é a demonstração do amor de Deus ao Mundo caído, pois na cruz é dado a entender o sentido mais amplo do amor de Deus que está implícito em João 3:16. Algumas pessoas enxergam este amor aos eleitos apenas, contudo este amor é os que estão num sistema corrupto e de dor (1Jo 5.19 Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno). Este sentimento é demonstrado em muitos pontos, mas com maior veemência pode ser vista no chamamento de Moisés para liberta o povo de Israel do Egito (Êx 3.7-8 Então disse o Senhor: Com efeito tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os seus sofrimentos; 8 e desci para o livrar da mão dos egípcios, e para o fazer subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel; para o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu). Nem todos que saíram do Egito entraram na Terra Prometida, mas a mensagem de Deus chegou até eles, mesmo estes em sua maioria pertencendo ao Mundo cruel. Todavia, o sacrifício de Cristo deve ser entendido a todas as nações da Terra, donde há os seus eleitos (1Jo 2.2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo). Este sacrifício anuncia que Cristo é o único que sofreu pelo pecado do homem (1Pe 2.24 levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados).
            A Palavra declara que nós devemos dar a vida pelos irmãos, remete ao IDE joanino (Jo 20.21 Disse-lhes, então, Jesus segunda vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós), pregar a Cristo é pregar a cruz como o próprio Senhor a pregou. Quando o foco é pregar a Cruz de Cristo compreendemos que o evangelho é o poder para salvar o pecador (1Co 1.17-18 Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo. 18 Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus). Pregar a Cruz é proclamar a redenção proveniente por Jesus Cristo através da morte e ressureição. Mas há uma mensagem secundária em pregar a Cruz que é o ato de abnegação (Mt 16.24 Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me).
                A cruz na vida de um missionário alude perseguição (Gl 5.11 Eu, porém, irmãos, se é que prego ainda a circuncisão, por que ainda sou perseguido? Nesse caso o escândalo da cruz estaria aniquilado. Gl 6.12 Todos os que querem ostentar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo); a Cruz na vida do missionário é a renuncia para pregar o evangelho verdadeiro (Gl 6.14 Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo).

                Assim, se identificar com Cristo implicará identificar com a sua Cruz, e encontrar Jesus carregando a Cruz é vê-lo morrer pelo pecado do Mundo, com poder para salvá-lo (Hb 7.25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles). Chamado missionário passa pelo mesmo sofrimento de Jesus; quem não passa pela Cruz omite o arrependimento, encoraja uma crença irreal, e não oferece um alicerce estável para o serviço cristão. O missionário está fora da ordem Mundial, e inserido ao Reino futuro, que já invadiu o mundo atual e logo virá em plenitude de poder (Fp 3.20 Mas a nossa pátria está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo). Desta feita o missionário cumprirá os dois mais importantes mandamentos (Mc 12.30-31 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. 31 E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses).

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A Prisão de Jesus

Sermão pregado na Assembleia de Deus Ministério Hagnos no dia 20/09/2012



João 18:4-8

Neste texto é demonstrado o poder de Cristo, a soberania de Deus e a influência maligna que o Adversário de nossas almas tem sobre os que praticam a iniquidade (João 13:2). O nosso Senhor já havia predito que seria traído (Luc 22:21. Mas eis que a mão daquele que vai me trair está com a minha sobre a mesa), e também que seria negado por Pedro (João 13:36-38); a prisão de Cristo não foi surpresa para o nosso Senhor, pois tudo estava sobre o seu controle.

                A narrativa demonstra o traidor conduzindo os opressores de Cristo a detê-lo. O que denota atenção é o número de soldados romanos que foram designados para esta missão, o número foi de 600 soldados (uma corte), e dois oficiais do Templo. Os religiosos tinham os guardas do Templo para efetuarem pequenas prisões, mas o que parece eles temia a Cristo, ou a multidão que o acompanhava. Contudo, Cristo não os temia e toma a primeira iniciativa perguntando “a quem buscais?” Jesus Cristo veio ao Mundo com a missão de se entregar para resgatar os eleitos da perdição eterna (Apocalipse 13:8), a missão de Cristo era se entregar pelos pecadores, ou seja, a morte de Cristo foi vicária (Gal. 3:13, Rom. 5:8). Não foram eles que levaram a Cristo, foi o próprio Cristo que se entregou (João 18:8), Ele mesmo declarou que veio dar a sua vida em resgate de muitos (Mat. 20:28; João 10:11).

                O poder de Jesus é sobre todos (Efésios 1:20-23), não há soberania que esteja acima de Cristo ou ao seu lado. Neste texto o Senhor Jesus declara que ele “É” (João 18:6 Quando Jesus lhe disse: SOU EU, recuaram e caíram por terra); e quando todos caem por terra é demonstrado que não há poder maior do que o de Jesus Cristo, logo, todos foram colocados de joelhos perante o Senhor, antevendo o que irá acontecer no futuro (Rom. 14:11); Jesus veio glorificar o nome do Pai (João 13:31-32) em sua obra de salvação (II Tess. 1:10-12). Só em Cristo as obras das trevas poderiam ser destruídas (Col. 1:11), e as fortalezas espirituais que nos prendiam destruídas (II Cor. 10:4), e saqueadas (Mat. 12:29) pelo poder de Cristo.

                No versículo de número oito do texto selecionado, o nosso Salvador se certifica de que todos ficariam em segurança, e depois disto se entrega, no próprio texto explica esta atitude, quando no versículo nove no diz: para se cumprir a palavra que dissera: Não perdi nenhum dos que me deste. Jesus em sua oração sacerdotal expressa ser não apenas o provedor da salvação, mas, também o que sustenta o salvo em sua caminhada (João 17:12). A Bíblia nos ensina que Ele é fiel para nos conduzirmos até ao fim (Filp. 1:6), esta é a certeza que todo o sofrimento; toda a traição; que toda a dor que Jesus passou não foi em vão (Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito 1 Pedro 3:18). Todo o Sangue de Cristo foi completamente direcionado aos eleitos nEle antes da criação de tudo e todos (Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado. Efésios 1:4-6). A prisão de Jesus foi o princípio da libertação de todos os seus eleitos de todas as Eras (Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão 1 Pedro 3:18,19).
                

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração


Pano de fundo e Introdução


Em toda a minha vida adulta, até o momento em que encarei a necessidade de lidar com divórcio e novo casamento no contexto pastoral, sustentei a visão protestante prevalecente, que afirma que o novo casamento após o divórcio é sancionado biblicamente em casos em que o divórcio foi resultado de uma deserção ou de adultério persistente. Somente quando eu fui compelido, alguns anos atrás, ao estudar Lucas, a lidar com a afirmação absoluta de Jesus em Lucas 16.18, comecei a questionar esta posição inerente.
Eu senti um peso imenso por ter de ensinar à nossa congregação qual a vontade revelada de Deus neste assunto de divórcio e novo casamento. Eu não estava desavisado que entre meu povo haviam aqueles que se divorciaram-se e casaram-se novamente, aqueles que se divorciaram e permaneceram descasados, e aqueles que estavam em processo de divórcio ou contemplando isto como uma possibilidade. Eu sabia que isto não seria um exercício acadêmico, mas que de imediato afetaria várias pessoas muito profundamente.
Eu também estava ciente das horrendas estatísticas em nosso próprio país, assim como em outros países ocidentais, a respeito do número de casamentos que terminam em divórcio, e do número de pessoas que estão no segundo e terceiro casamentos. Em meu estudo de Efésios 5, fui cada vez mais convencido que há uma profunda significação na união de marido e mulher em “uma só carne” como parábola do relacionamento entre Cristo e sua igreja.
Todas as coisas conspiravam para criar um sentimento de solenidade e seriedade enquanto eu pesava o significado e a implicação dos textos bíblicos sobre divórcio e novo casamento. O resultado desta experiência crucial foi a descoberta do que eu creio, uma proibição neotestamentária de todo novo casamento, exceto no caso em que o cônjuge faleceu. Eu não afirmo que encontrei ou disse a última palavra nesta questão, nem que eu estou além de correção caso prove-se que estou errado. Estou ciente de que homens mais piedosos que eu tiveram opiniões diferentes. Entretanto, todas as pessoas e igrejas devem ensinar e viver de acordo com o que dita sua própria consciência informada por um sério estudo da Bíblia.
Como conseqüência, este documento é uma tentativa de afirmar meu próprio entendimento deste assunto e seu fundamento na Escritura. Serve, portanto, como uma explanação bíblica do por que me sinto constrangido a tomar as decisões que tomo a respeito daqueles casamentos que realizarei e que tipo de disciplina eclesiástica parece-me apropriada em questões de divórcio e novo casamento.
Se eu desse uma exposição exaustiva de cada texto relevante, esta declaração viraria um gigantesco livro. Assim, o que planejo é trazer algumas explanações breves de cada um dos textos cruciais, como alguns argumentos exegéticos chaves. Haverão, sem dúvida, muitas questões que podem ser levantadas, e eu espero ser capaz de aprender com estas questões, e fazer o meu melhor para respondê-las na discussão que seguirá a esta declaração.
Parece que a forma mais eficiente de iniciar esta questão é simplesmente dar uma lista de razões, baseadas em textos bíblicos, com motivos para eu crer que o Novo Testamento proíbe todos os novos casamentos, exceto quando o cônjuge faleceu. O que se segue é uma lista desses argumentos.

Onze razões para eu crer que todo novo casamento após o divórcio é proibido enquanto os cônjuges estiverem vivos

1) Lucas 16.18 nos diz que todo novo casamento após o divórcio é adultério
Lucas 16.18: Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também.
1.1) Este verso mostra que Jesus não reconhece o divórcio como o término de um casamento aos olhos de Deus. A razão para o segundo casamento ser chamado de adultério é porque o primeiro é considerado ainda válido. Assim, Jesus está tomando uma posição contra a cultura judaica, em que considerava-se que todo divórcio levava ao direito de um novo casamento.
1.2) A segunda metade do versículo mostra que não apenas o homem divorciado é culpado de adultério quando ele casa-se novamente, mas também qualquer homem que casa-se com uma mulher divorciada.
1.3) Uma vez que não há exceções mencionadas no verso, e uma vez que Jesus está claramente rejeitando o conceito cultural comum de que o divórcio inclui o direito ao novo casamento, os primeiros leitores deste evangelho teriam uma grande dificuldade em argumentar qualquer exceção baseada na ideia de que Jesus compartilhava a premissa de que o divórcio por infidelidade ou deserção liberava um cônjuge para um novo casamento.

2) Marcos 10.11-12 chama todo novo casamento após o divórcio de adultério, seja o marido ou a esposa quem se divorcia
Marcos 10.11-12: E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.
2.1) Esse texto repete a primeira metade de Lucas 16.18, mas vai além e diz que está cometendo adultério não apenas o homem que divorcia, mas também a mulher que divorcia, e então casa-se novamente.
2.2) Como em Lucas 16.18, não há exceção mencionada a esta regra.

3) Marcos 10.2-9 e Mateus 19.3-8 ensinam que Jesus rejeitou a justificativa dos fariseus para divórcio em Deuteronômio 24.1 e reafirma o propósito de Deus na Criação, de que nenhum ser humano separe o que Deus uniu.
Marcos 10.2-9: E, aproximando-se dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher? 3 Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? 4 E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar. 5 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento; 6 Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. 7 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, 8 E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Mateus 19.3-9: Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, 5 E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? 6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? 8 Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. 9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
3.1) Tanto em Mateus quanto em Marcos, os fariseus vêm a Jesus e o provam ao perguntá-lo se é lícito a um homem divorciar-se de sua esposa. Eles evidentemente tinham em mente a passagem em Deuteronômio 24.1, que simplesmente descreve o divórcio, ao invés de dar qualquer legislação a favor disto. Eles se perguntam como Jesus se posicionará a respeito desta passagem.
3.2) A resposta de Jesus é “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres” (Mt 19.8)
3.3) Mas então Jesus critica a falha dos fariseus em reconhecer nos livros de Moisés a intenção original e mais profunda de Deus para o casamento. Então ele cita duas passagens de Gênesis. “Homem e mulher [Deus] os criou... Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 1.27; 2.24)
3.4) Destas passagens de Gênesis, Jesus conclui: “Assim não são mais dois, mas uma só carne”. E então, ele faz sua afirmação decisiva: “O que Deus ajuntou não o separe o homem”
3.5) A implicação é que Jesus rejeita o uso de Deuteronõmio 24.1 dos fariseus e apresenta o padrão de casamento para seus discípulos na intenção original de Deus na Criação. Ele diz que nenhum de nós deveria tentar desfazer a relação “uma só carne” que Deus uniu.
3.6) Antes de pularmos para a conclusão de que esta afirmação absoluta deveria ser qualificada em vista da cláusula de exceção (“não sendo por causa de prostituição”) mencionada em Mateus 19.9, devemos seriamente aceitar a possibilidade de que a cláusula de exceção em Mateus 19.9 deveria ser entendida à luz da afirmação absoluta de Mateus 19.6, (“não o separe o homem”), especialmente porque os versículos que seguem esta conversação com os fariseus em Marcos não contêm qualquer exceção quando condenam um novo casamento. Mais sobre isso abaixo.

4) Mateus 5.32 não ensina que o novo casamento é lícito em alguns casos. Pelo contrário, reafirma que casamento pós-divórcio é adultério, mesmo para aqueles que divorciaram-se inocentemente, e que um homem que divorcia-se de sua esposa é culpado de adultério do segundo casamento dela, a não ser que ela já tenha se tornado adúltera antes do divórcio.
Mateus 5.32: Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
4.1) Jesus assume que em muitas situações naquela cultura, a esposa que foi repudiada por um marido será encaminhada para um segundo casamento. No entanto, a despeito desta pressão, Jesus chama este segundo casamento de adultério.
4.2) O que chama atenção na primeira metade deste versículo é que o novo casamento de uma esposa que foi inocentemente repudiada é ainda assim um adultério: “qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela (a esposa inocente que não foi infiel) cometa adultério”. Esta é uma afirmação clara, como me parece, de que o novo casamento é errado não simplesmente quando uma pessoa é culpada no processo de divórcio, mas também quando uma pessoa é inocente. Em outras palavras, a oposição de Jesus ao novo casamento parece ser baseada na indestrutibilidade da união do casamento, a não ser pela morte.
4.3) Eu deixarei minha explanção da cláusula de exceção (“a não ser por causa de prostituição”) para mais adiante na declaração, mas por enquanto, é suficiente dizer, sobre a interpretação tradicional da cláusula, que simplesmente significa que um homem faz de sua esposa uma adúltera exceto no caso em que ela fez a si própria uma.
4.4) Eu assumo que, uma vez que uma esposa inocente que é divorciada comete adultério quando ela casa-se novamente, segue-se que uma esposa culpada que casa-se novamente após o divórcio torna-se muito mais culpada. Se alguém argumentar que esta esposa culpada é livre para casar-se novamente, enquanto a inocente que foi repudiada não é, já que o adultério da culpada quebrou o relacionamento de “uma só carne”, então esta pessoa deve colocar-se na inconveniente posição de dizer à divorciada inocente que “se agora você cometer adultério, será lícito você casar-se novamente”. Isto parece ser errado por pelo menos duas razões.
4.4.1) Isto parece elevar o ato físico de relação sexual ao elemento decisivo em união e separação conjugal.
4.4.2) Se a união sexual com outro quebra os laços de casamento e legitima o novo casamento, então dizer que uma divorciada inocente não pode casar-se novamente (como Jesus realmente diz) assume que o marido divorciado dela não está se divorciando para ter relações sexuais com outra. Isto signifca assumir uma postura muito improvável. Mais provável é que Jesus assuma que alguns desses maridos divorciados terão relações sexuais com outra mulher, mas ainda assim as esposas de quem eles se divorciaram não podem casar-se novamente. Portanto, adultério não anula o relacionamento de “uma só carne” do casamento, e tanto o cônjuge culpado quanto o inocente são proibidos de casar-se novamente em Mateus 5.32.

5) 1 Coríntios 7.10-11 ensina que o divórcio é errado, porém se é inevitável, a pessoa que se divorcia não deve casar-se novamente.
1 Coríntios 7.10-11: Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. 11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.
5.1) Quando Paulo diz que esta ordem não é sua, mas do Senhor, eu acredito que ele quer dizer que está ciente de um específico dito do Jesus histórico que trata desta questão. Como prova, estes versos parecem-se muito com Marcos 10.11-12, porque é destinado tanto ao marido quanto à esposa. Além disso, o novo casamento parece ser excluído do verso 11, da mesma forma que é excluído em Marcos 10.11-12
5.2) Paulo parece saber que a separação será inevitável em alguns casos. Talvez ele tenha em mente uma situação de um adultério sem arrependimento, ou deserção, ou brutalidade. Mas em um caso assim, ele diz que a pessoa que se sente constrangida à separar-se não deveria procurar um novo casamento e deveria permanecer solteira. E ele reforça a autoridade desta instrução ao dizer que ele tem uma palavra do Senhor. Portanto, a interpretação dos dizeres de Jesus é que um novo casamento não deve ser procurado.
5.3) Como em Lucas 16.18, Marcos 10.11-12 e Mateus 5.32, o texto não explicita consideração sobre a possibilidade de qualquer exceção à proibição do novo casamento.

6) 1 Coríntios 7.39 e Romanos 7.1-3 ensinam que o novo casamento é lícito somente depois da morte do cônjuge.
1 Coríntios 7.39: A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.
Romanos 7.1-3: Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? 2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. 3 De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.
6.1) Em ambas as passagems (1 Coríntios 7.39; Romanos 7.2) é dito explicitamente que uma mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Nenhuma exceção é explicitamente mencionada que sugeriria que ela pudesse ser livre de seu marido e casar-se com outro usando outra base.

7) Mateus 19.10-12 ensina que uma graça cristã especial é dada por Deus a discípulos que sustentam-se na vida de solteiro, quando renunciam casar-se novamente de acordo com a lei de Cristo.
Mateus 19.10-12: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. 11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. 12 Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.
7.1) Logo antes desta passagem, em Mateus 19.9, Jesus proibiu todos casamento após o divórcio (eu lidarei com o significado de “não sendo por causa de prostituição” abaixo). Isto pareceu como uma proibição intolerável aos discípulos de Jesus: se você fechar qualquer possibilidade de novo casamento, então você faz o casamento tão arriscado que seria melhor não casar-se, uma vez que ou você está “preso” a viver como um solteiro o resto de sua vida ou você estará “preso” em um casamento ruim.
7.2) Jesus não nega a tremenda dificuldade deste mandamento. Pelo contrário, ele diz no verso 11 que a capacidade de cumprir o mandamente de não casar-se novamente é um dom divino aos seus discípulos. Verso 12 é um argumento de que uma vida assim é de fato possível, porque existem pessoas que por amor ao Reino, e também por razões menores, dedicaram-se a si mesmas para viver uma vida de solteiro.
7.3) Jesus não está dizendo que alguns de seus discípulos têm a habilidade de obedecer este casamento de não casar-se novamente e outros não. Ele está dizendo que a marca de um discípulo é que eles receberão um dom de contigência, enquanto não-discípulos não. A evidência para isto é que 1) o paralelo entre Mateus 19.11 e 13.11; 2) O paralelo entre Mateus 19.12 e 13.9,43 e 11.15; e 3) o paralelo entre Mateus 19.11 e 19.26.

8) Deuteronômio 24.1-4 não legisla base para o divórcio, mas ensina que o relacionamento “uma só carne” estabelecido pelo casamento não é destruído pelo divórcio e mesmo pelo novo casamento.
Deuteronômio 24.1-4: Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 E este também a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, 4 Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.
8.1) O que chama atenção nestes quatro versos é que, enquanto o divórcio é garantido, ainda assim a mulher divorciada torna-se “contaminada” por seu novo casamento (verso 4). Pode muito bem ser que, quando os fariseus perguntaram a Jesus se o divórcio era legítimo, ele baseou sua resposta negativa não somente na intenção de Deus expressa em Gênesis 1.27 e 2.24, mas também em Deuteronômio 24.4, em que o novo casamento pós-divórcio contamina a pessoa. Em outras palavras, existiam várias pistas na lei mosaica de que a concessão do divórcio era baseada na dureza do coração humano, e realmente não tornavam o divórcio e o novo casamento legítimos.
8.2) A proibição da esposa retornar ao seu primeiro marido mesmo depois que o segundo marido morrer (porque é uma abominação) sugere muito fortemente que nem o segundo casamento deveria ser rompido a fim de restaurar o primeiro (para a explanação de Heth e Wenham disto, veja Jesus and Divorce, p. 110).

9) 1 Coríntios 7.15 não quer dizer que, quando um cristão é abandonado por um cônjuge incrédulo, ele está livre para casar-se novamente. Significa que o cristão não está obrigado a lutar a fim de preservar a união. Separação é permissível se o parceiro incrédulo insiste nisso.
1 Coríntios 7.15: Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.
9.1) Existem muitas razões para que a frase “não está sujeito à servidão” não deveria ser construída para significar “é livre para casar-se novamente”
9.1.1) Casamento é uma ordenança da Criação ligando todas as criaturas humanas de Deus, a despeito de sua fé ou falta de fé
9.1.2) A palavra usada para “servidão” (douloo) no verso 15 não é a mesma palavra usada no verso 39, em que Paulo diz: “A mulher casada está ligada (deo) pela lei todo o tempo que o seu marido vive”. Paulo consistentemente usa deo quando fala do aspecto legal de ser ligado a um cônjuge (Romanos 7.2; 1 Coríntios 7.39), ou comprometido com alguém (1 Coríntios 7.27). Mas quando ele refere-se a uma esposa abandonada não estar ligada em 1 Coríntios 7.15, ele escolhe uma palavra diferente (douloo), que esperaríamos que ele fizesse já que ele não está dando a um cônjuge abandonado a mesma liberdade para casar-se novamente como ele dá ao cônjuge cujo parceiro morreu (verso 39).
9.1.3) A última frase do verso 15 (“Deus chamou-nos para a paz”) suporta o verso 15 melhor se Paulo está dizendo que um parceiro abandonado não é “obrigado a fazer guerra” contra o incrédulo desertor para que ele ou ela permaneça. Me parece que a paz que Deus tem nos chamado é a paz da harmonia matrimonial. Portanto, se o parceiro incrédulo insiste em afastar-se, então o parceiro crente não está obrigado a viver em conflito perpétuo com o cônjuge incrédulo, mas é livre e inocente para deixá-lo(a) partir.
9.1.4) Esta interpretação também preserva uma harmonia fiel com a intenção dos versos 10-11, em que a separação inevitável não resulta no direito de um novo casamento.

10) 1 Coríntios 7.27-28 não ensina o direito das pessoas divorciadas a casarem-se novamente. Ensina que virgens noivos devem seriamente considerar a vida de solteiro, mas que eles não pecam se se casarem.
1 Coríntios 7.27-28: Estás ligado à mulher? não busques separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher. 28 Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia os tais terão tribulações na carne, e eu quereria poupar-vos.
10.1) Recentemente algumas pessoas têm argumentado que esta passagem lida com pessoas divorciadas, porque no verso 27 Paulo pergunta: “Estás livre de mulher?”. Alguns assumem que ele quer dizer “Estás divorciado?”. Portanto o que ele estaria dizendo no verso 28 é que não é pecado quando pessoas divorciadas casam-se novamente. Existem muitas razões para esta interpretação ser a mais improvável.
10.1.1) O verso 25 sinaliza que Paulo está começando uma nova seção e lidando com uma nova questão. Ele diz “Ora, quanto às virgens (ton parthenon) não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel”. Ele já lidou com o problema das pessoas divorciadas nos versos 10-16. Agora ele toma uma nova questão, sobre aqueles que ainda não são casados, e ele sinaliza isso ao dizer “Ora, quanto às virgens”. Portanto, é muito improvável que as pessoas referidas nos versos 27 e 28 sejam as divorciadas.
10.1.2) Uma afirmação simples de que não é pecado para as pessoas divorciadas casarem-se novamente (verso 28) contradiz o verso 11, em que é dito que uma mulher que se separou de seu marido deveria permanecer solteira.
10.1.3) Verso 36 certamente está descrevendo a mesma situação em vista nos versos 27 e 28, mas claramente refere-se a um casal que ainda não é casado. “Mas, se alguém julga que trata indignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não peca; casem-se”. Isto é o mesmo do verso 28, em que Paulo diz “Mas, se te casares, não pecas”.
10.1.4) A referência no verso 27 a ser ligado à “mulher” pode ser mal-entendida porque pode sugerir que o homem já é casado. Mas no grego, a palavra para esposa é simplesmente “mulher” e pode referir-se tanto à noiva de um homem quanto à sua esposa. O contexto dita que a referência é à noiva virgem de um homem, não à sua esposa. Assim, “Estás ligado à mulher” e “Estás livre de mulher?” tem de fazer referência a uma pessoa que é noiva ou não.
10.1.5) É significante que o verbo que Paulo usa para “estás livre” (luo) não é uma palavra que ele usa para divórcio. As palavras de Paulo para divórcio são chorizo (versos 10,11,15; cf. Mateus 19.6) e aphelia (versos 11,12,13).

11) A cláusula de exceção de Mateus 19.9 não precisa implicar que o divórcio em caso de adultério libera uma pessoa a casar-se novamente. Todo o peso das evidências dadas pelo Novo Testamento nos dez pontos anteriores é contra esta visão, e existem várias formas de fazer um bom julgamento deste verso, de forma que ele não entre em conflito com o ensinamento geral do Novo Testamento de que um novo casamento após o divórcio está proibido.
Mateus 19.9: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
11.1) Há muitos anos atrás eu ensinei nossa congregação em dois cultos noturnos a respeito do meu entendimento deste verso e argumentei que “não sendo por causa de prostituição” não se refere ao adultério, mas à fornicação sexual antes do casamento que um homem ou uma mulher descobre no noivo. Desde que descobri outras pessoas que sustentam essa visão e que deram uma exposição muito mais acadêmica que eu fiz, tenho também descoberto numerosas outras formas de entender que este verso também exclui a legitimidade do novo casamento. Muitas delas estão sumarizadas em Jesus and Divorce, William Heth e Gordon J. Wenham (Nelson:1984).
11.2) Aqui eu simplesmente darei um resumo breve de meu próprio ponto de vista de Mateus 19.9 e como cheguei a ele.
Eu comecei, primeiramente, ao ser incomodado pela forma absoluta da denúncia de Jesus contra o divórcio e o novo casamento em Marcos 10.11,12 e Lucas 16.18 não está preservado em Mateus, se na verdade esta cláusula de exceção é uma brecha para o divórcio e novo casamento. Eu estava incomodado pela simples ideia que tantos escritores fazem, de que Mateus simplesmente está tornando explícito algo que era implicitamente entendido pelos ouvintes de Jesus ou os leitores de Marcos 10 e Lucas 16.
Eles realmente teriam assumido que as afirmações absolutas incluíam exceções? Eu duvido muito, e portanto minha inclinação é questionar se de fato ou não a exceção de Mateus conforma-se com o absoluto de Marcos e Lucas.
A segunda coisa que começou a me incomodar foi a questão – Por que Mateus usa a palavra porneia (“não sendo por causa de prostituição”) ao invés da palavra moicheia , que significa adultério? Quase todos os comentaristas parecem simplesmente presumir que porneia significa adultério neste contexto. A questão que persistia era por que Mateus não usaria a palavra para adultério, se isto fosse o que ele realmente queria dizer.
Então notei algo muito interessante. O único outro lugar, além de 5.32 e 19.9, em que Mateus usa a palavra porneia é em 15.19, onde é usada ao lado de moicheia . Portanto, é a evidência contextual primária para o uso de Mateus é que ele concebe porneia como algo diferente de adultério. Poderia isto significar, então, que Mateus concebe porneia em seu sentido normal de fornicação ou incesto (1 Coríntios 5.10), ao invés de adultério?
A. Isaksson concorda com esta visão de porneia e apresenta sua pesquisa, parecida com esta, nas páginas 134 e 135 de Marriage and Ministry :
Portanto, não podemos fugir do fato de que a distinção entre o que era considerado como porneia e o que era considerado como moicheia foi minuciosamente mantido na literatura judaica pré-cristã e no NT. Porneia pode, é claro, denotar diferentes formas de relações sexuais proibidas, mas não podemos encontrar exemplos inequívocos do uso desta palavra para denotar o adultério conjugal. Sob estas circunstâncias dificilmente poderíamos assumir que esta palavra significa adultério na cláusula em Mateus. A logica do divórcio foi escrita como um parágrafo da Lei, intentando ser obedecida pelos membros da Igreja. Debaixo destas circunstâncias é inconcebível que, em um texto desta natureza, o autor não tivesse mantido uma clara distinção entre o que era a falta de castidade e o que era adultério: moicheia e não porneia seria usada para descrever o adultério da esposa. Do ponto de vista filológico existem argumentos fortíssimos contra esta interpretação da cláusula permitindo divórcio no caso da esposa ser culpada de adultério.
A próxima pista de minha busca por uma explicação veio quando estudei sobre o uso de porneia em João 8.41, em que os líderes judeus indiretamente acusam Jesus de ser nascido de porneia . Em outras palavras, uma vez que eles não aceitava o nascimento virginal, assumem que Maria havia cometido fornicação, e Jesus era resultado deste ato. Com base nesta pista, eu voltei para estudar o registro de Mateus do nascimento de Jesus em Mateus 1.18-20. Isto foi extremamente elucidador.
Nesses versos, José e Maria são referidos como marido ( aner ) e esposa ( gunaika ). Ainda assim, eles são descritos como noivos somente. Isto provavelmente vem do fato de que as palavras para marido e esposa eram simplesmente homem e mulher, e do fato de que o noivado era um comprometimento muito mais significante do que é hoje. No verso 19, José resolve “divorciar-se” de Maria. A palavra para “deixá-la” é a mesma palavra de Mateus 5.32 e 19.9. Mas, mais importante que tudo, Mateus diz que José foi “justo” ao tomar a decisão de divorciar-se de Maria, presumivelmente por causa de porneia , fornicação.
Portanto, enquanto Mateus procede em construir a narrativa de seu Evangelho, ele encontra-se no capítulo 5 e depois no capítulo 19 precisando proibir todo casamento pós-divórcio (como ensinado por Jesus) e ainda permitir “divórcios” como aquele que José considerou como possibilidade, por pensar que sua noiva era culpada de fornicação ( porneia ). Assim, Mateus inclui a cláusula de exceção em particular para exonerar José, mas também no geral para apresentar que o tipo de “divórcio” que alguém talvez procure durante um noivado por causa de fornicação não está incluído na proibição absoluta de Jesus.
Uma objeção comum a esta interpretação é que em Mateus 19.3-8 e Mateus 5.31-32, a questão que Jesus responde é sobre casamento e não sobre noivado. O argumento é que “não sendo por causa de prostituição” é irrelevante no contexto do casamento.
Minha resposta é que esta irrelevância é simplesmente o ponto aonde Mateus quer chegar. Podemos ter por certo que o rompimento de um casal de noivos por causa de fornicação não é um “divórcio” ruim e não proibi um outro casamento. Mas não podemos assumir que os leitores de Mateus tinham isso por certo
Mesmo em Mateus 5.32, que parece sem importância para nós excluir o caso da fornicação (uma vez que não podemos ver como uma virgem noiva poderia ser feita adúltera), isto poderia não ser inútil para os leitores de Mateus. Na verdade, não deveria ser sem importância para nenhum leitor: se Jesus tivesse dito “todo homem que se divorciar de sua mulher faz dela uma adúltera”, um leitor legitimamente poderia perguntar “Então José estava pra fazer de Maria uma adúltera?”. Podemos dizer que esta questão não é razoável, uma vez que acreditamos que você não pode fazer mulheres solteiras serem adúlteras. Mas, certamente isto não é sem propósito ou, talvez para alguns leitores, inútil, pois Mateus fez explícita a óbvia exclusão do caso de fornicação durante o noivado.
Esta interpretação da cláusula de exceção tem sérias vantagens:
  1. Não força Mateus a contradizer o significado claro e absoluto de Marcos e Lucas, e o inteiro ensinamento do Novo Testamento apresentado nas seções 1-10, incluindo o próprio ensinamento absoluto de Mateus em 19.3-8
  2. Provê uma explicação de por que a palavra porneia é usada na cláusula de exceção de Mateus ao invés de moicheia .
  3. Concorda com o uso do próprio Mateus de porneia para fornicação em Mateus 15.19
  4. Encaixa-se com a necessidade do contexto maior de Mateus a respeito de José considerar o divórcio
Desde a primeira vez que escrevi esta exposição de Mateus 19.9 descobri um capítulo com esta visão em Heth e Wenham, Jesus and Divorce , e uma defesa acadêmica disto em A. Isaksson, Marriage and Ministry in New Temple (1965).

Conclusão e Aplicação
No Novo Testamento, a questão sobre o novo casamento pós-divórcio não é determinada por:
  1. A culpa ou inocência de qualquer cônjuge
  2. Nem se qualquer cônjuge é crente ou não
  3. Nem pelo caso do divórcio ter acontecido antes ou depois da conversão de qualquer dos cônjuges
  4. Nem pela facilidade ou dificuldade de viver como solteiro pelo resto da vida na Terra
  5. Nem se há adultério ou deserção envolvidos
  6. Nem pela realidade da dureza do coração humano
  7. Nem por permissividade cultural da sociedade em redor
Pelo contrário, é determinado pelo fato de que:
  1. Casamento é um relacionamento de “uma só carne” estabelecido por Deus e de extraordinária significância aos olhos de Deus (Gênesis 2.24; Mateus 19.5; Marcos 10.8)
  2. Somente Deus, não o homem, pode terminar esta relação de “uma só carne” (Mateus 19.6; Marcos 10.9 – isto é porque o novo casamento é chamado de adultério por Jesus: ele assume que o primeiro casamento ainda está valendo, Mateus 5.32; Lucas 16.18; Marcos 10.11)
  3. Deus termina o relacionamento de “uma só carne” somente por meio da morte de um dos cônjuges (Romanos 7.1-3; 1 Coríntios 7.39)
  4. A graça e o poder de Deus são prometidos e são suficientes para capacitar um cristão divorciado e fiel a ser solteiro por toda sua vida terrena, se necessário (Mateus 19.10-12,26; 1 Coríntios 10.13)
  5. Frustrações temporárias e desvantagens são muito mais preferíveis que a desobediência do novo casamento, e produzirá profunda e duradoura alegria tanto nesta vida como na vida porvir.
Aos que já casaram-se novamente:
  1. Devem reconhecer que a escolha de casar-se de novo e o ato de entrar em um segundo casamento foi um pecado, confessá-lo como tal e buscar perdão
  2. Devem não tentar retornar ao seu primeiro parceiro após entrar numa segunda união (veja 8.2 acima)
  3. Devem não se separar e viver como solteiros pensando que isto resultaria em menos pecado porque todas as suas relações sexuais são adultério. A Bíblia não dá prescrições para este caso particular, mas trata o segundo casamento como tendo significância aos olhos de Deus.Isto é, existem promessas feitas e uma união foi formada. Não deveria ter sido formada, mas foi. Isto não deve ser tomado levianamente. Promessas existem para serem mantidas, e a união deve ser santificada a Deus. Embora não seja o estado ideal, permanecer em um segundo casamento é a vontade de Deus para um casal e suas relações seguintes não devem ser vistas como adúlteras.


Nota: Os leitores desta declaração devem ter certeza de consultarem a declaração oficial do Concílio de Diáconos da Igreja Batista Bethlehem, intitulado A Statement on Divorce and Remarriage in the Life of Bethlehem Baptist Church. Este documento, datado de 2 de maio de 1989, apresenta a posição sobre divórcio e novo casamento que guiará a igreja em questões de membresia e disciplina. A declaração que você tem em mãos NÃO é a posição oficial da igreja sobre divórcio e novo casamento. É o meu próprio entendimento das Escrituras e portanto as linhas-mestras para minha própria vida, ensinamentos e envolvimento ministerial em casamentos. Mas eu pretendo respeitar a declaração oficial (cujo primeiro rascunho foi escrito por mim mesmo) como nosso guia em questões de membresia e disciplina. Eu faço esta declaração acessível para que a base de certas afirmações da declaração oficial possam ser facilmente obtidas.

Enviado por John Piper