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segunda-feira, 27 de março de 2023

As duas naturezas reveladas na Cruz do Calvário



Crucificação ou crucifixão é um método de pena de morte no qual a vítima é amarrada ou pregada em uma viga de madeira e pendurada durante vários dias até a eventual morte por exaustão e asfixia.

Crê-se que o método tenha sido criado na Pérsia e trazido no tempo de Alexandre para o Ocidente. Os itálicos copiaram a prática dos cartagineses. Neste ato se combinavam os elementos de vergonha e tortura, e por isso o processo de crucificação era olhado com profundo horror. O castigo da crucificação começava com a flagelação, depois do criminoso ter sido despojado de suas vestes. No azorrague os soldados fixavam os pregos, pedaços de ossos, e coisas semelhantes, podendo a tortura do açoitamento ser tão forte que às vezes o flagelado morria em consequência do açoite. O flagelo era cometido ao réu estando este preso a uma coluna.

No ato de crucificação a vítima era pendurada de braços abertos em uma cruz de madeira, amarrada ou, raramente, presa a ela por pregos perfurantes nos punhos e pés. O peso das pernas sobrecarregava a musculatura abdominal que, cansada, tornava-se incapaz de manter a respiração, levando à morte por asfixia. Para abreviar a morte os torturadores às vezes fraturavam as pernas do condenado, removendo totalmente sua capacidade de sustentação, acelerando o processo que levava à morte. Mas era mais comum a colocação de "bancos" no crucifixo, que foi erroneamente interpretado como um pedestal. Essa prática fazia com que a vítima vivesse por mais tempo. Nos momentos que precedem a morte, falar ou gritar exigia um enorme esforço.

No cristianismo a crucificação é símbolo do martírio de Jesus Cristo que expressa diversos sentimentos nos que ouvem (Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. 1 Coríntios 1:18). Na Cruz não há poderes místicos algum, todavia, a mensagem que emana da cruz é poderosa em Cristo para a salvação do vil pecador (Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Romanos 1:16). Assim esta é as boa novas que salva o perdido. Leia o texto abaixo:

Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis.

Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão.

Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

(1 Coríntios 15:1-4)

A vitória do crente é sem sombra de dúvida, a vitória sobre a sua natureza pecaminosa, é disso que se trata a pregação da Igreja de Cristo. Que vencemos o pecado pela morte de Cristo na Cruz e, que a nossa fé não é vã, pois Ele ressuscitou segundo as Escrituras. Cristo na cruz foi o cumprimento das profecias sobre o Messias. Em relação às profecias relacionadas à morte e crucificação de Cristo, o Salmo 22 e Isaías 53 certamente se destacam. Veja alguns exemplos:

Suas mãos e pés transpassados – Salmo 22:16 e João 20:25;

Seus ossos não seriam quebrados – Salmos 22:17 e João 19:33;

Os homens iriam lançar sortes pela roupa do Messias – Salmo 22:18 e Mateus 27:35;

Jesus seria rejeitado – Isaías 53:3 e Lucas 13:34;

Ele ficaria em silêncio em frente de seus malfeitores e acusadores – Isaías 53:7 e 1 Pedro 2:23;

Ele seria morto, de forma a completar a obra expiatória pelos pecados de seu povo – Isaías 53: 5-9 e 2 Coríntios 5:21;

Morreria ao lado de criminosos – Isaías 53:12 e Marcos 15:27; e

Seria sepultado com os ricos – Isaías 53: 9 e Mateus 27: 57-60.

Na Cruz houve o que era necessário para que a humanidade pudesse ser salva de seus pecados, o derramamento de sangue, pois, “é o sangue que fará expiação em virtude da vida” (Lv 17.11). Todavia, qual sangue poderia ser derramado para resgatar o ser humano da morte eterna. Leia o texto abaixo:

E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.

De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes.

Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.

E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.

(Hebreus 9:22-28)

A cruz revela a malignidade do homem e o amor de Deus. A crueldade pelo qual o Senhor Jesus foi rejeitado, humilhado, traído, escarnecido, açoitado, coroado com espinhos e crucificado totalmente despido demonstra a natureza cruel da humanidade. Tudo isso é mostrado na Cruz, pois a humanidade sem Deus é a causa da sua própria dor e ruína devido ao pecada. Paulo nos fala sobre isso em Romanos capítulo 10:

Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.

Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.

Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.

A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura.

Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.

Em seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz.

Não há temor de Deus diante de seus olhos.

Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.

Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.

Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

(Romanos 3:10-26)

Por outro lado, vimos o amor de Deus manifesto em sua plenitude grandiosa, sem reserva e cheio de graça, foi o amor de Deus que originou o plano da salvação, e sem esse Amor Jesus nunca teria morrido na cruz para nos resgatar do poder do pecado e da morte (Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16). Este amor é a manifestação da sua graça, de seu favor imerecido, mesmo nós estando ainda mergulhados em pecados fomos salvos pelo seu amor, pois Ele é cheio de ternas misericórdias (Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos) ... Efésios 2:4,5). Sim! A crucificação de Cristo ratifica todo o amor de Deus a nós (Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:8)

Concluo relatando que a cruz expressou o Amor de Deus para as nossas vidas e, este amor nos traz paz (E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Filipenses 4:7). Paz esta, por ter certeza que fomos perdoados da nossa natureza perversa em Cristo Jesus e, em resultado uma nova criação nos tornamos (Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17), assim, fomos reconciliados com Deus de forma eternal, tendo em vista que nada poderá nos separar deste Amor.

Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

(Romanos 8:37-39)


segunda-feira, 20 de março de 2023

A BESTA (Apocalipse 13)

 



13.1 VI SUBIR DO MAR UMA BESTA. O capítulo 13 descreve o conflito entre o anticristo e Deus e também o seu povo durante a tribulação. A besta que sobe do mar é o último grande governo mundial da história, e consiste em dez reinos sob o controle do anticristo (ver 17.12 nota; Dn 2.40-45 notas; Ap 7.24,25 nota; Ap 11.36-45 nota). O mar representa muitas nações (cf. Ap 17.15). Satanás concede seu poder a esse governo e o usa contra Deus e contra seu povo (v. 2). Ver Ap 17.8-11, para a explicação dada pelo anjo a respeito da besta.

13.2 BESTA... SEMELHANTE AO LEOPARDO. A besta do versículo 2 é a mesma besta do versículo 1, que representa não somente o reino gentílico mundial dos tempos do fim, mas também o rei daquele reino. Esta besta é uma pessoa cruel como uma fera, que conseguirá o domínio político e religioso do mundo daqueles tempos (ver Ap 17.13; Dn 7.4-6; 8.25; 9.27). É chamado o “homem do pecado”, em 2 Ts 2.3,4 e o “anticristo”, em 1 Jo 2.18 (“anti” quer dizer “em lugar de”; assim sendo, o anticristo afirmará ser o Cristo verdadeiro, o Messias verdadeiro, Mt 24.24,25; 2 Ts 2.3,4). Ele fará uma aliança com a nação de Israel (Dn 9.27 nota; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO)

13.3 FERIDA DE MORTE. Aparecerá ao mundo que o anticristo foi mortalmente ferido e depois revificado pelo poder miraculoso de Satanás (vv. 2,14; cf. 2 Ts 2.9; ver Ap 17.8 nota).  Conclui-se que Deus permitirá a Satanás, nesta ocasião, imitar o poder de Cristo, podendo ser este seu principal meio de enganar a raça humana (cf. 2 Ts 2.9,10).

13.7 FAZER GUERRA AOS SANTOS. Durante a tribulação, o povo terá de escolher entre a nova, popular e fácil religião, ou crer em Cristo e permanecer fiel. (1) Quem permanecer fiel a Deus e à sua Palavra será perseguido e talvez morto (ver Ap 6.9 nota; Ap 7.9 nota). (2) Satanás vence-los-á, não no sentido de destruir a sua fé, mas causando a morte de muitos (6.9-11). Durante “quarenta e dois meses” o anticristo perseguirá os santos (v. 5).


13.8 ADORARAM-NA TODOS. O anticristo se apresentará como se fosse Deus com poder sobrenatural demoníaco (2 Ts 2.4,9). Isso levará o povo a adorá-lo. A religião do anticristo ensina a divinização da humanidade como está divulgando a Nova Era (Gn 3.5). Ao invés da verdade de que em Cristo Deus se tornou homem (Jo 1.14), o Anticristo propaga a mentira de que, nele mesmo a humanidade é parte de Deus (2 Ts 2.4). Atualmente, a Nova Era já enfatiza claramente a doutrina do Anticristo, sem dúvida preparando as massas para a aceitação posterior e final dessa doutrina.

13.8 CORDEIRO QUE FOI MORTO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO. A morte redentora de Cristo, pela salvação da humanidade, foi determinada por Deus desde o início da criação do mundo (ver 17.8 nota; Gn 3.15; 1 Pe 1.18-20).

13.11 OUTRA BESTA. Esta outra besta ajudará a primeira (ver v. 2 nota) a preparar o mundo para adorar o anticristo (v. 12) e a enganar a humanidade mediante a operação de grandes milagres (vv. 13,14; cf. Dt 13.1-3; 2 Ts 2.9-12). Esta outra besta trata-se do “falso profeta” (19.20; 20.10). Uma imagem do anticristo será colocada no templo de Deus (Dn 9.27; Mt 24.15). Seus “dois chifres semelhantes aos de um cordeiro” simbolizam seu esforço para enganar o povo, fingindo ser amoroso, manso e solícito. Na realidade, porém, seu caráter nada tem de cordeiro, mas de dragão (cf. Mt 7.15).

13.12 ADOREM A PRIMEIRA BESTA. A segunda besta liderará uma falsa igreja ecumênica que adorará o anticristo. Isso será efetuado, em grande parte, mediante grandes sinais e maravilhas (vv. 13,14). Sua atuação, em certos aspectos, será uma imitação do ministério sobrenatural do Espírito Santo (cf. 2 Ts 2.9,10).

13.15 MORTOS TODOS OS QUE NÃO ADORASSEM A IMAGEM DA BESTA. Será baixado um decreto ordenando a morte de todos que se recusarem a adorar o governante mundial e sua imagem. Noutras palavras, muitos que resistirem ao anticristo e permanecerem fiéis a Jesus, selarão sua fé com suas vidas (ver Ap 6.9 nota; Ap 14.12,13; 17.9-17).

13.16 UM SINAL. O Anticristo procurará obter o total controle econômico do mundo. Todo mundo será obrigado a adorá-lo e a receber um sinal na mão ou na testa, a fim de poder comprar ou vender (vv. 16,17), identificando, assim, os adeptos dessa religião mundial do anticristo. Quem recusar aceitar o sinal será procurado para ser morto (v. 15).

13.18 SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS. No Apocalipse, o Anticristo tem um nome: “a besta”, mas ele também tem um número: 666. Muitos comentaristas estão de acordo  que, nas Escrituras, “seis” é o número do homem e “três” é o número de Deus. Sendo assim, três vezes seis deve referir-se a um homem que se apresenta como se fosse Deus. Assim como os imperadores romanos e muitos outros, antes e depois deles, o anticristo julga-se um deus (ver v. 8 nota; 2 Ts 2.4).


O compromisso do Estudante da Bíblia




O estudante das Santas Escrituras é escolhido por Deus para trazer aclaramento a congregação e, quiçá, a comunidade onde está inserido, pois ...Enviou a sua palavra, e os sarou; e os livrou da sua destruição (Salmos 107:20). Vivemos em uma época de muita dificuldade; numa época que a Palavra de Deus tem sido desprezada e deturpada de todas as formas, as santas doutrinas nunca foram tão desprezadas e os cristões, que dizem ser, buscam invenções humanas para saciar seus anseios meramente humanos (Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. 2 Timóteo 4:3,4). Nunca na história da Igreja o Ministério de Mestre como está descrito em Efésios 4:11 foi tão necessário para manter a saúde espiritual do corpo eclesiástico, para pregar e anunciar as Santas Doutrinas (Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. Tito 2:1).

Deus planejou revelar-se aos seres humanos e reconciliar-se conosco, por isso, guardou e preservou a Bíblia Sagrada soberanamente para que qualquer pessoa possa chegar ao conhecimento do Seu Amor (E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Efésios 3:19); ao conhecimento da fé (De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Romanos 10:17); e ao conhecimento da esperança (Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. Romanos 15:4), pois todos estes ensinos são procedentes das Escrituras. Ao desprezar todas as fábulas e mentiras criadas para engodar os seres humanos em seus desejos infameis e autolatria, deverá o “teólogo” pregar somente as Escrituras Sagradas que são o registro da mensagem de Deus, deixada para todos nós e mantida pela Sua providência aos longos milhares de anos, para que as pessoas cheguem ao Seu conhecimento (Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. 1 Timóteo 2:4) e assim possam obter a salvação. 

É sabido que há uma chaga putrificada no Mundo que afasta os seres criados do seu Criador (Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos de iniquidade; os vossos lábios falam falsidade, a vossa língua pronuncia perversidade. Isaías 59:1-3), e só a Palavra de Deus poderá curar, libertar e salvar da morte os cativos dos pecados como está escrito em (Cf.: Salmos 107:20). Visando a salvação daqueles que ainda estão no estado de ignorância concernente a Deus, Este deixa em Sua Palavra 5 ordens específicas no Novo Testamento para que a Sua Igreja fosse levar o Evangelho a toda gente (Cf.: Mateus 28:19-20; Marcos 16: 15-16; Lucas 24:47; João 20:21; e Atos 1:8), notar-se-á que o plano da salvação inicia com a apresentação do Evangelho, a saber, Jesus Cristo, para que haja arrependimento dos pecados (...e em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. Lucas 24:47), a mensagem que um vero estudante da Bíblia tem com sua congregação e comunidade é a Mensagem da Cruz (Cf.: 1 Coríntios 1: 18-25), uma mensagem que ainda hoje para os apóstatas é loucura e fraqueza, todavia, para todos que se dedica de inteireza de coração ao estudo das Santas Escrituras é o Poder de Deus Para a Salvação.

Repousa em nós uma sublime responsabilidade de anunciar as virtudes de Jesus Cristo para um Mundo sem, ou com pouca virtude (Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, PARA QUE ANUNCIEIS AS VIRTUDES daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz... 1 Pedro 2:9). Tais virtudes não podem vir de pregações cheias de doutrinas humanas, contudo, unicamente virá quando a pregação da igreja retornar a anunciar o Reino de Deus e sua Justiça, vale apena para o estudante das Santas Escrituras se valer do conselho de Cristo aos seus Discípulos (E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Mateus 10:7). Para à humanidade só existe uma única salvação, como foi dito ousadamente por Pedro e João sem temer por suas vidas (Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. Atos 4:10-12), por isso, que temos de Pregar o Evangelho, tendo em vista, que a salvação é dada pelo um arrebatamento do pecador de sua situação de prática do pecado pelo arrependimento e, isso é feito exclusivamente pelo poder de Deus (Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé". Romanos 1:16-17). Assim, cabe ao estudante das Santas Escrituras está pronto a falar dela a todo o instante, crendo que é dela que virá o conhecimento que salvará todo aquele que crer (Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. 2 Timóteo 4:2).

Concluo esta mensagem, afirmando que para exercer esta vocação com galhardia o estudante das Santas Escrituras deverá ser um com ela, e para isso deverá meditar nela de dia e de noite (Cf.: Josué 1:8), somente assim, poderá ter palavras e pensamentos aprovados por Deus (Cf.: Salmos 19:14). A alegria daquele que ensina a Palavra de Deus é viver a Palavra de Deus, para que a sua vida seja também uma pregação do evangelho e, mais uma vez só encontrará isso se meditar nas Escrituras Sagradas de dia e de noite (Cf.: Salmos 1:1-2). Assim resta a todo o vocacionado a pregoar a Palavra do Senhor, se dedicar a entendê-las para que possam transmiti-las sem dúvida alguma (Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 2 Timóteo 2:15), antes com toda certeza de que está a falar das coisas dos céus.


terça-feira, 14 de março de 2023

Sacrifício de Amor

 



TEXTO AUREO: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1 Co 15.3).

O maior sacrifício foi o sacrifício de Jesus na cruz. Por causa desse sacrifício, todos os nossos pecados são perdoados. Agora não precisamos mais oferecer sacrifícios para obter o perdão de Deus.

Agora todo sacrifício que oferecemos é um sacrifício de gratidão. O sacrifício que agrada a Deus é uma vida de obediência e gratidão a ele. Sacrificamos nosso desejo de pecar e oferecemos nosso coração a Deus.

No início de tudo Deus fez o ser humano perfeito, mas o ser humano buscou pecar contra Deus (Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias. Eclesiastes 7:29); o pecado é a chaga que matou e mata o homem a cada dia e momento (Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor. Romanos 6:23), pois este mal, o distancia de Deus a todo o instante da vida dele (Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Isaías 59:2) desta feita, a morte está mui presente, tendo por certo, que o mesmo está a se esconder de Deus, como Adão e Eva (E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. Gênesis 3:8). Quando se afastasse de Deus, afastasse da vida que o Senhor tem para ele (O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. João 10:10).

No Éden o pecado ao entrar no mundo faz entrar também a morte e o aprisionamento dos seres humanos em fortalezas espirituais da maldade “Pois as armas da nossa guerra não são terrenas, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas! Destruímos vãs filosofias e a arrogância que tentam levar as pessoas para longe do conhecimento de Deus” (2 Co 10.4,5). Uma fortaleza consiste em um conjunto de ideias que estão de acordo com as mentiras e acusações de Satanás contra a verdade de Deus (versículo 5). São mentiras sobre Deus, sobre quem Ele é e sobre o que Ele diz que fará, como também mentiras sobre quem somos em Cristo e como Ele nos vê. E, quando aceitamos essas mentiras, elas aprisionam os nossos corações em trevas. De forma mui simples, poder-se-á dividir em três aprisionamentos nestas fortalezas:

1) Fortalezas pessoais da mente, que prendem as pessoas em maneiras de

pensar e estilos de vida pecaminosos. 

2) Fortalezas culturais ou valores da nossa sociedade, que estão de acordo com as trevas. As fortalezas culturais são acordos com os valores de Satanás na nossa sociedade de maneira geral. Há muitas formas pelas quais as pessoas concordam com ele e mantêm esses valores entrincheirados.

3) Fortalezas cósmicas, que são potestades e principados demoníacos nos ares, são anjos demoníacos ou hostes demoníacas. 

Todo o mal que assola a humanidade é culpa da vida pecaminosa do homem; para que o inimigo de vossa alma possa atuar na sua vida, no seu lar ou no seu trabalho, o Adversário necessita de legalidade e que você se distancie de Deus, isso só é possível pelo pecado. Por causa do pecado, a terra ficou amaldiçoada. A terra perdeu sua perfeição e se tornou um lugar difícil de viver (Gênesis 3:17-18). Surgiu o sofrimento, a dor e o conflito entre pessoas. A vida na terra ganhou muitas dificuldades. 

A separação eterna da presença de Deus é a pior consequência de todo pecado (Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus...Romanos 3:23). Quem peca se rebela contra Deus. O inferno é uma eternidade sem Deus. A Bíblia diz que outras consequências do pecado no mundo são:

1) A doença – agora nossos corpos são vulneráveis a todo tipo de doença e, um dia, todos temos que morrer (mas atenção: a doença não é sempre consequência de pecado individual; é consequência da existência de pecado no mundo);

2) Desastres naturais – fomes, dilúvios e outros desastres são produto da maldição da terra; e

3) Relacionamentos difíceis – tornou-se muito mais difícil ter relacionamentos harmoniosos com outras pessoas.

Cada pessoa também sofre as consequências de seu próprio pecado. Algumas consequências do pecado podem ser:

1) Culpa – a culpa corrói a vida sem oferecer uma solução; a pessoa se condena, mas não sabe como mudar de vida;

2) Falta de sensibilidade – é o contrário da culpa; a pessoa perde noção de certo e errado e continua pecando sem entender as consequências;

3) Humilhação – o pecado leva à desgraça dos arrogantes e orgulhosos; e

4) Castigo da lei – alguns pecados são crimes e podem levar vários tipos de castigo aplicado pela justiça humana.

O pecado traz muito sofrimento ao pecador. Deus retribui a cada um de acordo com suas ações (Romanos 2:6-11). 

O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:

A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego; Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Romanos 2:6-11

Mas existe uma esperança, que é a morte vicária de Jesus que não foi um mero incidente histórico, pois já havia sido predita no jardim do Éden (E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Gênesis 3:15). Portanto, não se tratava apenas da morte de um justo, mas de um sacrifício vivo e perfeito, como oblação pelos nossos pecados, recebido por Deus como propiciação pelas nossas ofensas (Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. Romanos 3:25,26).

 A reconciliação pelo sangue. O Antigo Testamento anunciava a vinda de Jesus, sua paixão e morte, apresentando também a importância do sangue, no sacrifício do Calvário: “… é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). Isso é confirmado no Novo Testamento: “… sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22). Expiação significa “remir a culpa”, e, por extensão, “reconciliação”. É a restauração de uma relação quebrada. Na cruz fomos reconciliados com Deus (Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. 2 Coríntios 5:19)

 Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;

Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.

Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.

Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.

E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto; Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.

Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus... (Efésios 2:11-19)

A provisão de Deus para a salvação. A Bíblia ensina que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e que o homem é incapaz de salvar-se (Is 64.6; Ef 2.8,9) e de ir para o céu pela sua própria força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de maneira que a paz e a justiça se encontrassem (Sl 85.10). O sacrifício de Jesus satisfez toda a justiça da Lei e dos profetas. Pois, em tudo que foi mostrado neste sermão sobre o pecado é que somente em Cristo Jesus temos vitória sobre o pecado em Seu sacrifício de amor (Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados. 1 Pedro 2:24).


Assim Brilhe a sua luz

 



Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus".

Mateus 5:16


Assim como a luz brilha a partir de um pedestal, os discípulos de Cristo devem deixar sua luz brilhar perante as outros...”para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus”  Jesus deixou bem claro que não haveria nenhum erro quanto à fonte de boas obras de um crente , A luz do crente não brilha para ele mesmo; essa luz deve ser refletida em direção ao Pai Levando as Pessoas a Ele.

Não existe cristianismo sem ter a prática das boas obras, é Deus que inspira o salvo a fazer tais ações que expressam o reino dos céus na Terra, ou seja, as mesmas obras de Jesus Cristo (Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz. João 13:15), as pisadas de Cristo é o exemplo do ministério cristão.

Jesus ensinou, pregou, curou os enfermos, libertou os oprimidos pelo Inimigo e logo “a sua fama correu por todas as terras em derredor” (Lucas 4.14). Jesus foi bem-sucedido em seu ministério e tudo o que Ele realizou foi “pela virtude do Espírito Santo”. O ministério de Jesus causou um impacto sobre o seu povo, os judeus. Jesus em João 8:12 disse “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". Esta luz era a pregação do seu evangelho aos que estavam em trevas vivendo sem luz. As trevas nada mais é que a ausência de luz. Trevas é escuridão total, falta de orientação e perdição. Quem anda em trevas, anda sem direção, pois não tem uma fonte de luz para se guiar. Quem aceita a Cristo, anda na luz e passa a refletir a Sua luz (Falando novamente ao povo, Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". João 8:12).

Por isso, a importância do nosso testemunho para iluminar este mundo tão sombrio (Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz... Efésios 5:8). Não há como unir a luz com as trevas, a simples presença da luz dissipa as trevas. Nenhuma escuridão é capaz de resistir a luz (A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram. João 1:5). Quando colocamos as nossas trevas na maravilhosa luz de Cristo, toda escuridão é aniquilada e assim podemos caminhar em retidão. (Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados. Colossenses 1:13-14)



Minha vocação vem do Senhor, a Glória é somente dEle!

 



Texto: Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! (1 Coríntios 9:16)


Todo cristão é chamado por Deus para transmitir os ensinamentos do Reino de Deus (E disse-lhes: "Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas”. Marcos 16:15), é salutar que a missão basilar de todo aquele que é nascido de novo, é continuar a obra de Cristo neste Mundo (De fato, vocês se tornaram nossos imitadores e do Senhor, pois, apesar de muito sofrimento, receberam a palavra com alegria que vem do Espírito Santo. 1 Tessalonicenses 1:6). O Ministério de Jesus Cristo era pautado em cumprir a vontade de seu Pai (Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. João 6:38) e quando entendemos a nossa vocação vemos que fomos enviados por Jesus Cristo e logo o nosso exemplo é o próprio Cristo (Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. João 20:21); não somos de nós mesmos, mas pertencentes a Cristo Jesus (1 Coríntios 3:23) e desta forma, em nós haverá a mente de Cristo para o comprimento da missão (Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. 1 Coríntios 2:16).

Ter a Mente de Cristo reflete em anunciar o Reino de Deus como Jesus Cristo anunciou. Jesus Cristo anunciou o Evangelho do Reino dos Céus (Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.  Mateus 4:17). Mas qual era a mensagem do Reino dos Céus? A mensagem do Reino de Deus inicia a um chamamento ao arrependimento, é esta a mensagem do pregoeiro da Palavra do Senhor, pois esta era a pregação dos Apóstolos (Atos 3:19 “Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados…”). Toda promessa divina a humanidade inicia com o arrependimento dos pecados cometidos. Assim entendemos São Paulo quando diz: “...não tenho de que me gloriar...”. Pois, a principal obra que emana do anseio missionário não vem da perspicácia humana, mas sim, do poder do Espírito de Deus (E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. Zacarias 4:6), então não há glória no vocacionado, a glória é pertencente unicamente a Deus (Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém. Romanos 11:36).

Nos é imposto pregar a Palavra de Deus pelo Senhor Jesus Cristo, fica implícito na Grande Comissão (Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. Mateus 28:19,20). Isso nos leva a uma consideração dos termos da Grande Comissão. Qual foi a comissão que o Senhor Jesus deu ao seu povo? Não pode haver dúvida de que a maioria de suas versões (pois parece que ele repetiu a comissão de várias formas e em várias ocasiões) dá ênfase ao evangelismo. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” é o mandamento familiar da “longa conclusão” do Evangelho de Marcos que parece ter sido adicionada mais tarde por outra pessoa, após a conclusão original ter sido perdida (Mc 16.15). “Ide […] fazei discípulos de todas as nações, batizando-os […], ensinando-os” é a forma que Mateus escolheu (Mt 28.19-20), enquanto Lucas registra, no final de seu evangelho, as palavras de Cristo de que “em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações” e no início de Atos, de que seu povo receberia poder para se tornar testemunha até os confins da terra (Lc 24.47; At 1.8). A ênfase cumulativa parece clara. Ela é colocada na pregação, testemunho e discipulado, e muitos deduzem disso que a missão da igreja, de acordo com as especificações do Senhor ressurreto, seja exclusivamente uma missão de pregação, conversão e ensino. Contudo, a mais para aqueles que se dedicam a obra de missões.

A forma crucial como a Grande Comissão foi entregue a nós (apesar de ser a mais negligenciada, por ser a mais custosa), é a joanina. Jesus havia antecipado isso em sua oração no cenáculo quando disse ao Pai: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo” (Jo 17.18). Agora, provavelmente no mesmo cenáculo, mas depois de sua morte e ressurreição, ele transforma sua oração-declaração em uma ordem e diz: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21). Nessas duas sentenças, Jesus fez mais do que traçar um paralelo vago entre sua missão e a nossa. Precisa e deliberadamente, ele fez de sua missão um modelo para a nossa, dizendo: “assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. Portanto, nossa compreensão da missão da igreja deve ser deduzida da nossa compreensão da missão do Filho. Por que e como o Pai enviou o Filho?

É claro que o propósito principal da vinda do Filho ao mundo foi singular. Talvez seja parcialmente por essa razão que os cristãos hesitam em pensar a respeito de sua missão como comparável à dele em qualquer sentido. Pois o Pai enviou o Filho para ser o Salvador do mundo, e, com esse propósito, fazer expiação pelos nossos pecados e nos dar a vida eterna (1Jo 4.9-10, 14). Na verdade, ele mesmo disse que havia vindo para “buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10). Não podemos copiá-lo nessas coisas. Não somos salvadores. Todavia, tudo isso ainda é uma declaração inadequada para explicar por que ele veio. Todavia, o evangelho vai além de pregar, mas de servir a todos os que necessitam “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.45). A oferta redentora pelo pecado era um sacrifício que somente ele poderia oferecer; isso seria o clímax de uma vida de serviço e por isso nós também devemos servir. “No meio de vós”, ele disse em outra ocasião, “eu sou como quem serve” (Lc 22.27). Assim, ele entregou-se a si mesmo em um serviço abnegado pelos outros e seu serviço teve uma ampla variedade de formas segundo as necessidades dos homens. Certamente ele pregou, proclamando as boas novas do reino de Deus e ensinando sobre a vinda e a natureza do reino, como entrar nele e como este reino seria espalhado. Porém, ele serviu por meio de obras, assim como por palavras, e seria impossível, no ministério de Jesus, separar suas obras de suas palavras. Ele alimentou bocas famintas, lavou pés sujos, curou os enfermos, confortou os abatidos e até ressuscitou os mortos e, trouxe isso em Mateus 25:35-40 como sendo uma característica de missões.

Quando não anunciamos o Evangelho de Cristo deixamos de ser o amor de Deus nas vidas das pessoas que mais necessitam desse amor. Vivemos em um Mundo que jaz do maligno (1 João 5:19), mas como diz o versículo nós somos de Deus e por sermos de Deus, iluminamos este mundo em trevas por com sua Luz (Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte... Mateus 5:14). Temos uma grande missão de levar a luz para este mundo onde pessoas estão presas em fortalezas espirituais da maldade (Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo... 2 Coríntios 10:3-5). O missionário ele entra nos centros de aflições e dores e com a Palavra de Deus, com o Poder de Deus e com o Amor de Deus levará libertação; cura; alento; cuidado; e salvação pelo nome de Jesus Cristo. 


Uma Videira (Ezequiel 15)

 




Uma videira é boa apenas para dar frutos; não é bom para fazer móveis ou mesmo um pequeno pino. Se foi carbonizado no fogo, é ainda mais inútil. Em certo sentido, a videira é o povo de Jerusalém (v. 6). Deixando de dar frutos para Deus, eles foram carbonizados pelo fogo da invasão babilônica. Mas em um sentido mais amplo, a videira representa toda a nação, incluindo Israel e Judá (v. 4). A extremidade norte do ramo foi carbonizada pelos assírios. O extremo sul foi carbonizado pelos egípcios. E agora o meio, isto é, Jerusalém, seria carbonizado pelos babilônios (veja 2 Reis 25:9). O segundo fogo do versículo 7 retrata o cativeiro daqueles que escaparam. Deus determinou tornar a terra desolada (v. 8).


Como crentes, temos altos privilégios, mas também a responsabilidade de produzir frutos para a glória de Deus. Se não O glorificamos com nossa vida, nossa existência é vã e inútil. É como a videira sem fruto, e nosso testemunho será destruído (cf. João 15:6). Como ramos em Cristo, a Videira Verdadeira, nossa principal função é dar frutos para Deus. Principalmente isso significa o desenvolvimento do caráter cristão como visto no fruto do Espírito.


15:1-5 A vindicação do julgamento de Deus contra Judá continua em Ezequiel 15-17, mas a natureza da defesa muda. Ezequiel usa parábolas nestes capítulos para retratar a ingratidão, o pecado e a rebelião do povo de Deus. Ele descreve:


1. a videira inútil (Ezequiel 15:1-8);

2. a mulher infiel (Ezequiel 16:1-43);

3. a irmã profundamente afundada (Ezequiel 16:44-63);

4. a videira humilde (Ezequiel 17:1-21);

5. o cedro majestoso (Ezequiel 17:22-24).


Ezequiel 15 trata da opinião que prevalece entre o povo de que é impossível que o SENHOR os abandone, Seu povo escolhido. Eles acreditam que sua eleição é baseada na preferência que o SENHOR tem por eles, porque são melhores do que outras nações. Por esta razão, eles não acreditam na mensagem de Ezequiel. Portanto, Ezequiel deve falar do SENHOR a parábola da videira inútil. Eles devem se lembrar bem de que não podem ser o prazer de Deus se não derem frutos.


A imagem da videira é perfeitamente adequada para ilustrar essa mensagem. Essas pessoas pensam que por causa de seu nascimento são ramos da verdadeira videira que nunca podem ser destruídos. Ezequiel usa a videira brava para mostrar como esse pensamento é totalmente infundado.


Mais tarde, o grande Filho do Homem também usará a parábola da videira para explicar seu verdadeiro propósito (Jo 15:1-2). Ele mostra que a única maneira pela qual alguém pode dar fruto é tendo comunhão com Ele (Jo 15:4). Isso se aplica tanto pessoalmente quanto a Israel e à igreja.


A palavra vem a Ezequiel novamente (Ez 15:1). Ezequiel é novamente chamado de “filho do homem” (Ez 15:2). O SENHOR lhe faz algumas perguntas sobre a madeira da videira. A primeira questão é qual é a excelência dessa madeira sobre outra madeira que é um ramo. As árvores da floresta representam as nações (Is 10:33-34). Comparado com as nações, Israel nada mais é do que uma videira.


A segunda questão é se da madeira de uma videira pode ser tirado algo útil para alguém, como pregar um prego para pendurar algo (Ez 15:3; cf. Is 22:23-25; Zc 10:4) . Fazer a pergunta é respondê-la. A madeira da videira é uma madeira feia e inútil para tirar dela qualquer coisa útil.


A única coisa para a qual a madeira da videira ainda é útil é para ser usada como combustível. Se o fogo consumiu uma videira dos dois lados e ainda resta um pequeno pedaço do meio, esse pedaço do meio está carbonizado (Ez 15:4). Isso ainda pode ser usado para algo útil? Se a madeira lisa já não serve para nada, então a madeira que esteve no fogo não pode mais ser usada para nada (Ez 15:5).


O valor da videira está no fruto que deveria estar sobre ela, mas isso não é falado aqui. Pela videira se entende, como de costume, Israel (Sl 80:9-17; Jr 2:21; Os 10:1Os 14:8). Deus esperava frutos de Israel. Esse fruto é que eles O honraram como sacerdócio real e nação santa (Êx 19:5-6). Mas Israel recusou-se a dar-Lhe o Seu fruto (Is 5:1-7; Mt 21:33-41).


Para Deus, Israel não tem valor em si mesmo. Assim como a madeira da videira não vale mais do que outras madeiras, Israel não vale mais do que as outras nações. Ele os escolheu em Seu amor generoso para ser Seu povo a ser servido e glorificado por eles e por meio deles tornar Seu Nome grande na terra (Dt 7:7-8).


15:6-8 O valor da videira para o Senhor está em dar frutos para Ele, e Israel falhou culposamente em fazer isso. Portanto, Ele entrega os habitantes de Jerusalém como combustível para o fogo (Ez 15:6). Ele já entregou “as duas extremidades” (Ez 15:4) ao fogo. Aqui podemos pensar no transporte das dez tribos em 722 aC e no transporte de algumas pessoas ilustres das duas tribos por volta de 606 aC.


A parte do meio carbonizada (Ez 15:3) são os habitantes que permaneceram no meio de Jerusalém. Eles escaparam de um só fogo, mas o Senhor se voltou contra eles e também queimará aquela parte do meio com fogo (Ez 15:7). Nisto conhecerão que Ele é o Senhor.


Isso acontecerá quando Nabucodonosor tomar a cidade e a destruir completamente (Ez 15:8). A causa deste incêndio é que eles “agiram de forma infiel”. Pisaram na fidelidade que prometeram solenemente, dizendo que farão tudo o que o Senhor ordenou. A infidelidade conjugal é uma das coisas mais chocantes que podem acontecer a uma pessoa. Israel não foi infiel apenas uma vez, mas toda a sua história é de infidelidade e engano.


Também somos infiéis quando nosso interesse está no mundo e nas coisas mundanas. Isso é uma infidelidade conjugal espiritual. Nós então não respondemos ao propósito, que estamos aqui para dar frutos para Deus. Não estamos neste mundo para viver de acordo com nossos próprios desejos e ideias. O Filho criou todas as coisas para Si mesmo (Cl 1:16), incluindo nós. Portanto, não podemos mais viver para nós mesmos, mas para Aquele que morreu e ressuscitou em nosso favor (2Co 5:15). O Senhor Jesus nos diz: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi a vocês, e os designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15:16).


Notas Adicionais:


N. Hom. 15.1-8 Em toda a história de Israel, a videira tem sido o símbolo deste povo. Transplantada por Deus da terra da escravidão (o Egito) para a Terra Prometida (a Palestina) ficara bela e frutífera. Mas, a videira que não se poda e não se aduba, logo torna a ser um cipó inútil, com bagos amargos, cuja madeira é inútil, que nem sequer serve para se fazer estacas. Inútil é a nação ou a pessoa que despreza a assistência de Deus; torna-se duplamente inútil quando cai debaixo do castigo divino, o fogo do julgamento. Assim também a comunhão com Cristo faz o ser humano belo, útil, frutífero e forte, mas a interrupção desta dependência do divino Mestre torna, o digno, de merecida destruição pelo fogo (Jo 15.1-11). A graça de Deus escolhe o objeto mais fraco, para ser transformado de glória em glória, o qual precisa aceitar estes cuidados, em arrependimento e fé.

A Mulher e o Dragão (Apocalipse 12)

 


12:1 Em Apocalipse, um sinal é uma pessoa ou um acontecimento que parece ter um significado maior do que ele mesmo. No Evangelho de João, cada sinal aponta para a divindade de Cristo (Jo 2.11). Em Apocalipse, além dos grandes sinais adicionais no céu (Ap 12:3; 15.1), existem sinais demoníacos na terra (Ap 13.13, 14; 16.14; 19.20). A mulher vestida do sol é interpretada por alguns estudiosos como a Igreja, por outros como os judeus cristãos e, por outros como israelitas, os descendentes humano de Abraão, Isaque e Jacó. A coroa de doze estrelas é uma referência às doze tribos de Israel, ou talvez aos doze apóstolos (Ap 21.12-14). As estrelas lembram a visão de José (Gn 37.9-11), que significava a supremacia deste sobre seus irmãos.


12:2 A descrição de dores de parto antes de dar à luz a Criança que se torna o regente das nações (v.5) pode referir-se especificamente a Maria, mãe de Jesus (Mq 5.3; Lc 2.5-7). Detalhes posteriores (Ap 12:6, 13-17), no entanto, sugerem que a mulher provavelmente tem uma referência mais ampla. Como uma representação semelhante é usada em relação a Israel em Miquéias 4.9-10, pode ser uma representação da nação judaica ou do remanescente fiel dentro da nação. Além disso, a primeira profecia da Bíblia, Gênesis 3.15, serve como um lembrete da batalha entre a Semente da mulher e Satanás.


12:3 O sinal do grande dragão vermelho é interpretado no versículo 9 como Satanás, que inicialmente aparece nas Escrituras como uma serpente no jardim do Éden (Gn 3). A imagem está de acordo com o Antigo Testamento e com o uso extrabíblico (Is 27.1). O dragão com sete cabeças e dez chifres se refere a Satanás e ao império sobre o qual ele governa durante o curso de tempo.


Sete cabeças, dez chifres e sete diademas referem-se ao esplendor, ao poder e à glória de Satanás (v.9) como deus deste século (2 Co 4.4). Essa descrição é quase idêntica à da besta que subiu do mar em Apocalipse 13.1.


12:4 A referência à terça parte das estrelas do céu pode ligar esse acontecimento ao juízo das trombetas no qual a terça parte é a proporção característica de destruição (Ap 8.7), incluindo a terça parte das estrelas (v.12). No entanto, também é entendida como uma referência à rebelião da terça parte dos anjos que seguiram Satanás. A tentativa do dragão de tragar o Cristo recém nascido revela que a estratégia de Herodes para matar Jesus, quando este era um bebê (Mt 2.3-16) foi satanicamente inspirada.


12:5 O varão que há de reger [...] com vara de ferro é uma figura messiânica do Salmo 2.8, 9; no entanto, a essa altura, não existe nenhum regente terreno acima de todas as nações. Da perspectiva desse cenário celestial, o Filho Regente é logo arrebatado para o trono de Deus, aparentemente, referindo-se à ascensão de Cristo (At 1.9).


12:6 O deserto aqui é um lugar de proteção preparado por Deus (Os 2.14) para a mulher. A referência ao Senhor alimentando a mulher no deserto lembra a provisão milagrosa dele para Israel no deserto do Sinai (Êx 16). Mil duzentos e sessenta dias é o período de provisão e proteção para a mulher no deserto. A maneira detalhada na qual esse mesmo período de tempo é expresso (um tempo, e tempos, e metade de um tempo, no v. 14) sugere metade de um período literal de sete anos de tribulação (Dn 9.27).


12:7, 8 Miguel é um arcanjo (Jd 9). De acordo com Daniel 12:1, ele é um anjo guardião especial da nação de Israel. Aparentemente, comanda um exército de anjos. Miguel e os exércitos celestiais são vitoriosos, deixando Satanás e seus demônios fora dos limites do céu.


12:9 A expulsão do diabo para a terra significa que esse mundo se tornou a sua base de operações e que a sua ira é descarregada em direção aos habitantes da terra (v. 12). Desse modo, é provável que o fim dos tempos seja o período de guerra espiritual mais acirrada da história (Ef 6.10-18).


12:10, 11 A derrota final de Satanás (v.7-9) é acompanhada da referência a outras derrocadas dele pela crucificação de Cristo (o sangue do Cordeiro), pela a palavra do seu testemunho e pelo testemunho fiel de alguns dos irmãos que mesmo sendo martirizados não negaram a verdade. Todos esses acontecimentos precedem a vinda do reino do nosso Deus.


12:12 Aqueles que estão nos céus têm um bom motivo para se alegrarem por causa da expulsão permanente do diabo. Por outro lado, a terra e o mar (criação natural), agora, têm um ai adicional (Ap 8.13; 9.12; 11.14) para enfrentar, a grande ira do diabo, que sabe que pouco tempo lhe resta. Logo, Satanás será amarrado no abismo por mil anos (Ap 20.1-3).


12:13-16 Muitas das representações nesses versículos parecem um paralelo com o período que antecedeu o êxodo, quando Israel foi perseguido por Faraó e seu exército (Êx 14). A referência posterior ao cântico de Moisés (Êx 15), em Apocalipse 15.3, oferece apoio a essa interpretação.


12:13 O derrotado dragão, precipitado na terra (Ap 12:9), persegue agora o povo que pertence ao Messias representado pela mulher que deu à luz o filho varão regente (Ap 12:1, 2, 4, 5). É provável que seja o povo judeu, ou, se esse grupo for o citado em Apocalipse 12:10, 11 refere-se aos cristãos.


12:14 A mulher (v.1-6) é, de alguma forma, levada para o seu lugar de proteção contra a serpente, o deserto, como se fosse carregada pelas asas de uma grande águia. Isso faz lembrar como Israel escapou dos egípcios e chegou ao monte Sinai (Êx 19.4; Dt 32.11, 12). Um tempo provavelmente equivale a um ano; então, o período de proteção aqui é de três anos e meio, que corresponde ao período do testemunho das duas testemunhas em Apocalipse 11.3. É equivalente também ao período da autoridade da besta, quarenta e dois meses (Ap 13.5), que inclui a sua habilidade para fazer guerra aos santos e vencê-los (Ap 13.7; Dn 7.25; 12:7).


12:15, 16 O perigo da água como um rio para a mulher é afastado quando a terra se abre, talvez da mesma forma que se abriu para o rebelde Corá e seus seguidores em Números 16.30-33. Não há um modo de determinar se esse é o relato de uma enchente real ou a descrição figurativa de um ataque de Satanás contra os protegidos por Deus.


12:17 Irado por sua incapacidade para destruir a mulher, Satanás, o dragão, apela para fazer guerra contra um grupo próximo. O resto da semente dela são os crentes em Cristo, já que são eles que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo. Não está claro se são cristãos judeus (filhos naturais da mulher) ou cristãos gentios (filhos espirituais; Gl 3.29). Em desespero, o diabo opõe-se a todo e qualquer traço de fé orientada em Jesus.


terça-feira, 7 de março de 2023

Ezequiel 14

 



1 - 7 Convite ao Arrependimento 


14.1-3 Deus revelou a Ezequiel que o grupo de anciãos de Israel era composto de pessoas de coração dividido (1 Rs 18.21; Mt 6.24; Tg 1.5-8). Aparentemente, eles buscavam a mensagem divina por intermédio do profeta Ezequiel, mas, em seu íntimo, desejava adorar outros deuses. Devo eu ser interrogado por eles? Deus conhece a mente e o coração de todos (Sl 139.1-6), e faz uma pergunta retórica a Ezequiel, questionando se Ele deveria oferecer direcionamento por meio de revelações a tais religiosos hipócritas (v. 4,5).


14.1 Em pelo menos um aspecto, o exílio na Babilônia tornou-se uma bênção o povo judeu por estimular um novo tipo de judaísmo, o transcultural, mais versátil e mais receptivo, diferente do que o que vinha sendo professado em Judá. Um dos principais fatores para esse desenvolvimento foi a criação das sinagogas [centros de estudo do judaísmo, muito parecido com nossas igrejas hoje]. Em Judá, os israelitas viam o templo de Jerusalém como o centro de sua vida cultural e religiosa. Entretanto, com a destruição daquele edifício em 587 a.C., foi necessário estipular um novo local para os mestres da Torá ensinarem as Escrituras ao povo, preservando assim a identidade cultural e religiosa judaica. Como a ideia de construir um templo na Babilônia não era viável, os cativos começaram a reunir-se em assembleias locais para adorar, estudar as Escrituras e debater questões políticas. Provavelmente, foram os líderes de um ou mais desses grupos que se reuniram com Ezequiel. Em pouco tempo, esses grupos, conhecidos como sinagogas, o termo grego para reunião ou assembleia, assumiram a responsabilidade formal ao receberem autoridade das comunidades judaicas no exílio.


14.2-4 Responderei conforme a multidão dos seus ídolos. Deus responde aos hipócritas permitindo que eles experimentem as consequências da descrença e da desobediência deles. A idolatria consistia não apenas num erro teológico de adorar outros deuses, mas trazia também a imoralidade, o resultado natural de as pessoas se afastarem do Deus vivo. O Senhor nunca causa o mal (Sl 5.4), mas permite o sofrimento que o mal traz ao mundo (Jó 1; Rm 6.23). Por esse processo, aqueles que não se arrependem são punidos, os pecadores são estimulados a arrependerem-se (v. 5), e os justos são purificados (Tg 1.2-4).


14.5 Apanhar a casa de Israel no seu coração. Essas palavras declaram o propósito de Deus de restaurar o povo (Pv 3.12; Ap 3.19), ao permitir que o pecado produzisse suas funestas consequências.


14.6, 7 Qualquer tipo de idolatria era condenado, quer fosse praticado por israelitas (membros do povo escolhido por Deus) ou por estrangeiros (gentios) que estivessem vivendo em Israel. Pessoas de qualquer cultura que recebessem revelações específicas a respeito de Deus eram consideradas responsáveis pela maneira como reagiam à verdade.


8 - 11 Palavra contra a idolatria 


14:8 Os idólatras que não se arrependessem seriam separados não apenas de Deus, mas também do povo de Deus (Ez 13.9). Essa experiência seria um sinal sobre como o Senhor honrou Sua promessa de punir a desobediência com maldições (Lv 20.1-7).


14.9-11 A ligação entre a soberania de Deus e a responsabilidade dos seres humanos está implícita nesses versículos. O Senhor permite que as revelações mentirosas, anunciadas pelos falsos profetas, tenham continuidade por propósitos que apenas Ele conhece, mas o pseudo profeta terá de prestar contas pelo conteúdo de suas mensagens. Esses falsos profetas israelitas deliberadamente ignoravam a verdade e misturavam-na com falsidades. Sua punição seria a mesma do que perguntava (os anciãos). Entretanto, caso se convertessem, estariam sujeitos ao plano redentor divino (v. 5).


12 - 20 Noé, Daniel e Jó


14.12-20 A infidelidade de Jerusalém era tão ofensiva a Deus que a presença de gigantes espirituais [como Noé, Jó e Daniel em Jerusalém] não poderia impedir o juízo divino sobre a cidade, que acarretaria a morte de muitos judeus pela fome, pelo ataque de animais selvagens, pelas invasões militares (espada) ou por doenças (peste). Noé, Daniel e Jó. Compare-se com Jeremias 15.1, onde os nomes de Moisés e Samuel são invocados de maneira semelhante. Nessa lista, a citação do nome de Daniel parece estranha, pois este não era um patriarca, como Noé e Jó, e sim um contemporâneo de Ezequiel, que estava entre os primeiros líderes israelitas deportados para a Babilônia (Dn 1), um reino cujos grandes feitos ainda estavam para ser manifestos.


A grafia do nome de Daniel, em hebraico, no livro de Ezequiel é Dan-El, em vez de Daniel, levantando dúvidas se o profeta estaria referindo-se a outro indivíduo. Isso porque existem alguns relatos preservados sobre um herói da Antiguidade chamado Dan-El, porém este era um adorador de Baal; logo não poderia ser considerado um justo, de acordo com os padrões divinos, ressaltados por Ezequiel. É possível que os primeiros ouvintes da mensagem de Ezequiel estivessem familiarizados com outro temente a Deus que desconhecemos [ou se trate do mesmo Daniel que escreveu o texto que recebeu seu nome e compõe o AT].


21 - 23 Os quatro juízos


14.21 Esses juízos, embora proclamados hipoteticamente até o momento, realmente sobreviveram a Jerusalém (Lv 26.22-26).


14.22, 23 Alguns seriam levados para fora. Quando os exilados observassem o seu caminho e os seus feitos — ou seja, suas atitudes malignas, seriam relembrados a respeito da justiça e da graça de Deus. Esse é um modo notável para se falar do remanescente. Originalmente, o conceito dizia respeito aos justos. Aqui é usado como uma amostra do povo ímpio, cujos atos justificavam as ações de Deus em Seu julgamento soberano: não fiz sem razão tudo quanto tenho feito nela.


Apocalipse 11

 



11.1 João recebeu uma cana semelhante a uma vara, muito parecida com aquela usada por Ezequiel (Ez 40.3,5) em sua visão das medidas do templo (Ez 40—48). Mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. Esse é o templo do período da tribulação que em algum momento será edificado (Ap 13.14,15; Dn 9.27; Lc 21.24; 2Ts 2.4). A medida dos que nele adoram pode significar avaliação daqueles que prestam adoração ao Senhor no templo, bem como proteção para os fiéis e juízo, para os infiéis.


11.2 Em Lucas 21.24, é profetizado que os gentios pisarão a Cidade Santa até que os tempos dos gentios se completem. Aparentemente, o período de quarenta e dois meses é a conclusão do tempo dos gentios. A palavra gentios aqui pode ser traduzida também como nações (Ap 11.9; 10.11).


11.3 Quarenta e dois meses (v.2) é o mesmo período que mil duzentos e sessenta dias (Ap 12.6). E quase certo que um tempo, e tempos, e metade de um tempo (v.14) seja também um período de três anos e meio formado por quarenta e dois meses lunares. Essas expressões também se encontrem nas profecias em Daniel (Dn 12.6,7,11,12).


As duas testemunhas profetizarão durante 1260 dias com impressionante poder (Ap 11.5,6). Então, parece que o período de dominação da besta (v.7; 13.5) sé dá durante a missão das testemunhas, cada uma ocupando em termos gerais metade do período da tribulação. As duas testemunhas sem nome são extraordinariamente semelhantes a Elias e Moisés (ver Êx 7-11; 1 Rs 17; Ml 4.5), que apareceram com Cristo no monte da transfiguração (Lc 9.29-32).


É possível também que essas duas testemunhas simbolizem todos os crentes fiéis [do AT e do NT] (bem como a Lei e os Profetas) testificando durante a tribulação. Vestidas de pano de saco significa que as testemunhas estão de luto pelo mundo que não expressa arrependimento (Mt 11.21).


11.4 As testemunhas são descritas como duas oliveiras e dois castiçais, associando-as à visão em Zacarias 4, sobre os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra (Zc 4-14). Lá, os dois ungidos são Zorobabel e Josué, o sacerdote. Mas o princípio universal para essas e todas as outras testemunhas do Senhor é que o testemunho delas pela verdade não é por força, nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor (Zc 4.6).


11.5 O fogo saindo da boca das duas testemunhas para que, se alguém se opuser a elas, seja morto é parecido com a descrição da praga de morte trazida pelo exército de cavaleiros em Apocalipse 9.16-18. Aparentemente, a missão delas é impossível de ser interrompida durante três anos e meio (Ap 11.3) até quando acabarem o seu testemunho (v.7). O fogo também lembra dois dos milagres de Elias (1 Rs 18; 2 Rs 1).


11.6 As duas testemunhas têm a autoridade para impedir a chuva durante os dias da sua profecia, identificando-as com Elias, cuja oração fez com que não chovesse durante três anos e meio (Tg 5.17). Transformar as águas em sangue (Êx 7.17-21) e assolar a terra com pragas (Êx 7—11) lembra a experiência vivenciada por Moisés no Egito.


11.7, 8 O verbo traduzido como acabar é o mesmo que Jesus usou quando gritou triunfantemente na cruz: Está consumado (Jo 19.30). A besta tem a permissão para matar as duas testemunhas na cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito. A besta, que vem à tona como um governante mundial satanicamente autorizado nos capítulos 13 e 17, emerge do abismo, assim como a praga dos gafanhotos demoníacos da quinta trombeta (Ap 9.1-10). A grande cidade no Apocalipse geralmente é a Babilônia (Ap 14.8), que provavelmente representa Roma[ou qualquer grande império mundial, ou sistema satânico] (l Pe 5.13).


Porém, a descrição mais adiante, de onde o seu Senhor também foi crucificado, parece referir-se a Jerusalém. Alguns estudiosos entendem a frase como simbólica, significando o mundo pecaminoso no qual Cristo foi crucificado. Sodoma foi o primeiro modelo de degeneração moral em uma grande cidade (Gn 19); o Egito era o protótipo da idolatria desenfreada e da escravidão imposta.


11.9, 10 Povos, e tribos, e línguas, e nações são aqueles para quem o testemunho do evangelho deve continuar até à consumação dos séculos (Mt 28.19,20). Os que habitam na terra são aqueles sobre quem o juízo de Deus recairá (Ap 6.10; 8.13). Estar morto por três dias e meio lembra os três anos e meio da missão das testemunhas (v.3). A morte das duas testemunhas (v.7) iniciará uma celebração global entre os infiéis que odiaram a mensagem verdadeira delas.


11.11 O espírito de vida, vindo de Deus, lembra a profecia dos ossos secos (Ez 37). Uma ressurreição pública assim poderia causar um grande temor por todo o mundo se fosse transmitido com a ajuda da tecnologia moderna de satélites. A sequência completa dos acontecimentos servirá para lembrar Israel da missão de Jesus Cristo — Sua morte, ressurreição e ascensão.


11.12 “Subi cá” é a mesma ordem dada a João em Apocalipse 4.1. Subiram ao céu em uma nuvem lembra a descrição da ascensão de Cristo (At 1.9) e o ensino de Paulo sobre o arrebatamento, em 1 Tessalonicenses 4.17. Alguns estudiosos acreditam que o arrebatamento da Igreja acontecerá nesse momento. Mas é difícil conciliar essa descrição de morte e ressurreição (At 11.9-11) com o recolhimento dos crentes vivos (quer dizer, o arrebatamento).


11.13 E naquela mesma hora. Logo após as duas testemunhas ascenderem ao céu, um grande terremoto (Ap 6.12) destruirá a décima parte da cidade, resultando em sete mil mortes. Aqueles que sobreviverem ficarão apavorados e glorificarão a Deus.


11.14 O segundo ai inclui a sexta trombeta (Ap 9.12-21) e um segundo interlúdio (Ap 10.1—11.13). O terceiro ai, ao que tudo indica, é a sétima trombeta (v.15-19), pois é dito que cedo virá e, como Apocalipse 8.13, relacionados aos ais aos três últimos sopros de trombeta. O último ai pode estender—se, já que a palavra ai aparece novamente em Apocalipse 12.12.


11.15 Nosso Senhor reinará para todo o sempre antecipa o retorno de Cristo (Ap 6.12-17; 19.11-21).


11.16-18 Os vinte e quatro anciãos foram previamente vistos adorando a Deus (Ap 4-10,11) e ao Senhor Jesus (Ap 5.8-10) continuamente. Aqui, a ação de graças deles ao Senhor Deus todo-poderoso entra em uma nova fase: eles glorificam o poder e a ira de Deus e a correspondente distribuição de galardão e juízo. Essa estrofe de ações de graças parece refletir no cumprimento da grande profecia messiânica no Salmo 2.


11.17 “Reinaste” pode referir-se a um governante atual no céu, ou ao fato de Cristo já ter vindo à terra para subjugar as nações (v.18) a essa altura. Também é possível que o tempo verbal no passado aluda à certeza, um acontecimento futuro tão certo quanto outros planos de Deus cumpridos para o mundo. Por exemplo, em Romanos 8.30, é dito que o crente é justificado e já está glorificado (tempo passado), embora a glorificação de fato acontecerá mais tarde, quando o cristão entrar na presença de Jesus, com um corpo incorruptível.


11.18 Veio a tua ira (Ap 6.16,17). A ira de Satanás também será vista em Apocalipse 12.12, mas a ira divina não pode ser rivalizada (Ap 14-19). O tempo dos mortos inclui a entrega dos galardões ao povo de Deus, Seus profetas, servos e santos (2 Co 5.10), e o pronunciamento do castigo eterno das nações infiéis (Mt 25.46). Isso é pelo que os mártires oraram em Apocalipse 6.10; não está terminado até Apocalipse 20.12-15. Aqueles que temem o nome de Deus são os que responderam com fé ao evangelho eterno (Ap 14.6,7), possivelmente incluindo os que temeram e glorificaram a Deus no versículo 13.


11.19 O templo de Deus, nesse caso, não é o mesmo dos versículos 1 e 2. Aquele templo terreno tinha um átrio externo dado às nações (v.2); este templo está no céu. Uma arca do concerto é citada aqui, embora a arca do concerto feita por Moisés, ao que tudo indica, foi destruída pelos babilônios quando eles saquearam e queimaram o templo em Jerusalém (2 Cr 36.18,19). A arca representava a presença, liderança e proteção de Deus sobre Israel no deserto (Nm 10.33-36) e na Terra Prometida (Js 3.3,15-17). Aqui, a arca pode representar bênçãos parecidas relacionadas ao novo concerto e à volta de Cristo (Hb 9.1,4,11,23-28). Pode também antecipar a proteção divina à mulher que deu à luz o Messias no deserto em Apocalipse 12.5, 6, 14. Relâmpagos e trovões provinham do trono de Deus no céu (Ap 4.5) e foram lançados sobre a terra no início do juízo anunciado pelas trombetas (Ap 8.5), juntamente com terremotos (v.5) e a saraiva (v.7).