3:1 Sardes, situada a 50 km a sudeste de Tiatira, era a capital de Lídia. A adoração ao imperador romano e a Ártemis, deusa da guerra e da fertilidade, era efetiva ali. Os sete espíritos podem ser um símbolo do Espírito Santo [e da plenitude do conhecimento divino], ou, talvez, sete anjos (Ap 1.4). As sete estrelas são os anjos das sete igrejas (Ap 1.20).
3:2 As obras do homem não são completamente perfeitas diante de Deus (Rm 3:23). Os incrédulos, aqueles cujos nomes não estão escritos no livro da vida (Ap 20.15), serão julgados somente de acordo com as suas obras (Ap 20.12, 13).
3:3 A advertência de Cristo de que Ele vira de modo inesperado, como um ladrão, reforça a repetitiva ênfase em Mateus 24-36-25.13: estejam alertas e prontos para a vinda de Jesus (Ap 16.15).
3:4 Aqueles que não contaminaram suas vestes são os que permaneceram fieis a Cristo. Diferente de alguns cristãos, eles venceram o pecado e demonstraram uma retidão pratica. O Senhor promete que as pessoas que não contaminarem as suas vestiduras andarão de branco, porquanto são dignas disso. Provavelmente, essas roupas ilustram os atos de justiça, e não a justiça imputada por Cristo (Ap 19.8).
3:5, 6 As vestes brancas podem simbolizar o reconhecimento do Senhor quanto ao caráter reto e ao serviço fiel dos cristãos (v. 4; 6.11; 19.7-8). Branco e a cor das vestes que o redimido vestira na presença do Senhor (Ap 7.13, 14). O Livro da vida e a lista dos redimidos eternamente (Ap 20.12, 15). Não riscar o nome e um modo do Senhor dizer que Ele conservara a memoria dos redimidos; a cidadania celestial, bem como os direitos e privilégios que eles terão em Seu Reino. Cristo garantira que o nome e as obras do crentes não sejam apagados, mas lembrados e honrados.
Já o ato de riscar o nome provavelmente faz alusão ao texto em Êxodo 32.32, 33, passagem na qual Deus diz que riscara o nome dos pecadores, mas não dos fieis como Moisés, de Seu Livro. Confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. O texto não declara que qualquer cristão terá seu nome riscado do Livro da Vida (Lc 10.20). Mas o fiel terá o seu nome confessado diante dos santos, dos anjos e do Pai pelo Filho (Mt 10.32, 33; 2 Tm 2.12, 13).
3:7 Filadélfia, que, em grego, significa amor fraternal, era uma pequena cidade localizada a cerca de 65km a sudeste de Serdes. Sua localização, o cultivo de vinhas e a produção de vinho fizeram dela uma cidade rica e comercialmente importante. A chave de Davi representa a autoridade daquele que abre e fecha a porta no Reino [eterno] de Davi (Is 22.22), uma prerrogativa de Cristo como o justo Filho de Davi (Mt 1.1).
3:8 A porta aberta que ninguém pode fechar parece, nesse contexto, ser a entrada para o céu e para a Nova Jerusalém (v. 12, 21, 22). E possível que essa porta seja também uma abertura para o testemunho ou serviço (Cl 4-3). Apesar de terem pouca forca, os cristãos de Filadélfia haviam guardado a Palavra de Cristo obedientemente (Ap 1.3; Mt 28.20) e não tinham negado o Seu nome.
3:9 No final, aqueles de Filadélfia que pertenciam a Satanás, embora alegassem ser judeus [não sendo verdadeiramente adoradores de Deus] (Rm 2.28, 29), seriam forcados a adorar prostrados diante da Igreja, reconhecendo que Cristo ama os Seus (Ap 20.4, 6).
3:10 A garantia de que Cristo ira guardar os fie da hora da tentação parece uma promessa de que Ele os arrebatara antes do tempo da grande tribulação. No entanto, para alguns comentaristas bíblicos, essa promessa não significa que os cristãos serão arrebatados, e sim protegidos durante esse período de angustia na terra. A hora da tentação e outra maneira de referir-se ao inigualável juízo durante a grande tribulação (Ap 7.14), profetizado em Daniel 12.1 e em Mateus 24.21.
3:11 O cristão deve estar sempre preparado para a volta de Jesus (v. 3). A forma surpreendente como se dará essa volta incentiva-nos a perseverança no amor, na fé e no serviço fiel. Por meio de um comportamento improprio, pode-se perder a coroa que foi previamente conquistada (2 Jo 8), a qual indica a autoridade real dada aos vitoriosos coerdeiros do Senhor Jesus. O tribunal de Cristo será uma ocasião de recompensa, ou punição; alegria, ou pesar (2 Co 5.10).
3:12 A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus. Cristo promete que o fiel será uma coluna, a parte mais estável e permanente de uma construção. Ser uma coluna no templo indica ter um lugar de honra, autoridade e estabilidade devido à fidelidade e firmeza demonstrada no serviço proeminente prestado ao Reino de Cristo (Is 22.23; Lc 19.16-19). [Também indica unidade, comunhão profunda e íntima com Deus; infusão da natureza divina na humana, pela habitação do Espírito.] A quem vencer, [...] escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém. Sobre o vencedor [uma coluna no templo] será inscrito o nome de Deus (símbolo de identificação e pertencimento), o nome da Nova Jerusalém (indicando a nova cidadania) e o novo nome de Cristo (indicando a revelação completa de Sua pessoa e natureza). [Nos templos antigos eram gravados, além dos nomes das divindades ali adoradas, os nomes dos sacerdotes, heróis e outros personagens importantes.] O vencedor e associado Ao Rei dos reis, Seus governantes e ao centro governamental do Reino por toda a eternidade (Ap 21.9-22.21).
3:13 Quem tem ouvidos ouça. Aqui, notamos que a receptividade as verdades da Palavra de Deus e uma necessidade para que se compreenda o destino especial dos cristãos vitoriosos.
3:14 Laodiceia ficava 75km a sudeste de Filadélfia e 145km a leste de Éfeso. Era uma cidade rica, com bancos prósperos, uma indústria têxtil e uma escola de Medicina. No entanto, apesar de desenvolvida, também era conhecida por sua escassez no abastecimento de água. Essas características são mencionadas na mensagem de Cristo para a Igreja (v. 15-18). Referencias a Cristo como o Amem [o que confirma a mensagem do evangelho e o ministério da Igreja; o Deus que confirma, diz amem (ver Is 65.16)], a testemunha fiel e verdadeira, o principio da criação de Deus [o Criador]; logo a letárgica igreja de Laodiceia deveria prestar atenção as palavras dele e corrigir-se.
A frase sobre a criação tem sido interpretada por alguns para ensinar que Jesus e o primeiro ser que Deus criou, o que, certamente, não e comprovado pela gramatica grega e contraria outras passagens bíblicas. Cristo e descrito em outras passagens do Novo Testamento como eterno (Jo 1.1-3); o próprio Deus (Jo 8.58; Fp 2.6; Tt 2.13). Em Apocalipse, ha referencia a Ele como o Primeiro e o Ultimo, o Alfa e o Ômega, o Principio e o Fim. Na verdade, a palavra grega arche, nesse versículo, traduzida como principio, significa originador, criador; assim, a frase poderia ser melhor traduzida como: “Aquele que origina a criação”.
3:15, 16 Água fria e refrescante, e água quente e útil para aplicações medicas, mas a água morna não e nem uma coisa nem outra. Por analogia, as obras da igreja de Laudiceia fizeram com que Cristo quisesse vomitar os pseudocristãos para fora. Falando claramente, o Senhor rejeita as tentativas de cristãos satisfeitos, indiferentes, mornos espiritualmente, superficiais e apáticos, que não fazem diferença alguma no mundo.
3:17, 18 A igreja de Laudiceia era espiritualmente morna e autoiludida. Como era rica, achava que não precisava de nada, quando, na realidade, era espiritualmente empobrecida. Acreditava que, como possuía vestes caras, estava bem vestida, quando, na verdade, encontrava-se espiritualmente nua. Ela cria que a visão física indicava a habilidade de enxergar espiritualmente, quando, de fato, era cega para as realidades espirituais. Felizmente, Cristo oferece a todos que se arrependerem ouro espiritual, vestes brancas celestiais (Ap 7.13, 14; 19.7, 8) e colírio restaurador (v. 18).
3:19 O amor de Deus por Seus filhos se manifesta ate em repreensão e castigo quando estes se desviam do caminho (v. 15-18). O objetivo da correção do Senhor e para o nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade (Hb 12.10). A reação adequada a disciplina amorosa do Pai e o arrependimento (a mudança de nossa percepção errada), bem como o zelo para se afastar da perigosa e morna condição espiritual (v. 15, 16).
3:20 Eis que estou à porta e bato retrata o Senhor Jesus procurando entrar em sua própria Igreja (v. 14), com o proposito de renovar a comunhão. Embora seja normalmente entendido apenas no sentido individual, como Cristo batendo a porta do coração de uma pessoa. Mas o sentido de ambos e o mesmo: a busca pela comunhão vital com aqueles que lhe derem ouvidos.
3:21, 22 Ao que vencer. A promessa para o cristão fiel atingira o clímax quando ele compartilhar o trono com Jesus. Aqueles que partilham a experiência vitoriosa de Cristo na terra obterão vitória parecida com a dele. A vitória do Salvador o conduziu a Sua atual posição a destra de Deus, no céu, enquanto o triunfo dos crentes os conduzira ao privilegio de compartilhar o trono terreno do próprio Cristo (Ap 2.26, 27; Lc 19.16-19; 2 Tm 2.12). Jesus venceu por meio da obediência humilde ate a morte (Fp 2.6-8). Como resultado, o Senhor, que se assentou em seu trono, será soberanamente exaltado (v. 9-11). Assim como Cristo alcançou a vitória por meio da obediência, hoje, Seu servo que vencer pela fé humilde e obediência ira assentar-se com Cristo em Seu trono (Ap 20.4, 6). O proposito de Deus com a Igreja e levantar coerdeiros que compartilharão da autoridade de Cristo no Seu Reino. Esses devem vencer como Jesus venceu: perseverando na fé, apesar do sofrimento (Rm 8.17; 2 Tm 2.12).
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