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segunda-feira, 17 de abril de 2023

A Grande Prostituta (Apocalipse 17)

 



O livro do Apocalipse não está escrito em estrita ordem cronológica. Portanto, os eventos registrados no livro não estão necessariamente na ordem em que ocorrem. Alguns dos capítulos anteriores forneceram um breve resumo do que alguns dos capítulos posteriores fornecem em detalhes. Apocalipse 17 não é uma sequência dos capítulos anteriores, mas ocorreu durante os capítulos anteriores. Trata-se de um poder maligno chamado “prostituta” (Apocalipse 17:1) que foi usado para elevar os poderes políticos, mas foi rejeitado quando os poderes políticos não quiseram mais prestar lealdade a ela. Geralmente os estudiosos da Bíblia consideram o poder representado pela prostituta como uma poderosa organização religiosa apóstata que foi adotada pelos governos para ajudá-los a avançar no poder, mas quando os governos ganharam seu poder, eles descartaram a “prostituta”. O princípio desta prática é muito comum. Por exemplo, um político muitas vezes finge religião para obter votos. Uma vez que ele tem os votos e é eleito, ele ignora a religião. A aplicação deste princípio é infinita. Apocalipse 17 pode ser dividido em três partes principais, como segue:

A. A Descrição da Prostituta (Apocalipse 17:1–6)

B. A Definição da Prostituta (Apocalipse 17:7-15, 18)

C. O Descarte da Prostituta (Apocalipse 17:16, 17)


A. A DESCRIÇÃO DA PROSTITUTA

Apocalipse 17:1–6

João, o apóstolo, foi levado para onde podia ter uma boa visão da mulher má e então a descreve neste texto.

1. A Comunicação para a Descrição (Apocalipse 17:1)

“Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças e falou comigo, dizendo-me: Vem cá; Eu te mostrarei o juízo da grande prostituta” (Apocalipse 17:1). João recebe comunicação sobre outra visão.

• A fonte da comunicação. “Um dos sete anjos que tinham as sete taças... falou comigo.” O apóstolo João deve receber outra visão envolvendo o julgamento divino. Esta comunicação sobre esta visão é de um anjo que estava envolvido nas sete taças.

• A época da comunicação. “Eu vou mostrar.” Este capítulo não está em sequência ao capítulo anterior na cronologia dos eventos. No entanto, é uma sequência no tempo da revelação. João tinha acabado de receber a revelação das sete taças, agora ele receberá a revelação da grande prostituta. A sequência da revelação das visões nem sempre corresponde à sequência dos eventos reais.

• A frase na comunicação. “Mostra-te o julgamento da grande prostituta.” Muito antes de acontecer, a sentença divina de julgamento para o sistema religioso perverso é revelada. Deus está executando o show como Ele havia planejado.

2. As Circunstâncias na Descrição (Apocalipse 17:1, 3)

“A grande prostituta que está sentada sobre as águas... vi uma mulher sentada sobre uma besta escarlate, cheia de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres” (Apocalipse 17:1, 3). A prostituta está sentada em duas entidades. Diz-se que ela está sentada sobre “as águas” e “sobre uma fera de cor escarlate”. A linguagem aqui significa que a mulher estava sentada em uma besta que estava localizada na água. A ênfase nesta visão é poder e autoridade. A mulher, sentada sobre a besta e as águas, está no lugar de poder e autoridade tanto sobre os príncipes ( “besta” – Apocalipse 17:3) quanto sobre o povo ( “águas” – Apocalipse 17:1; cp. Apocalipse 17:15).

3. A corrupção na descrição (Apocalipse 17:2)

“Fornicação... embriagada com o vinho da sua fornicação” (Apocalipse 17:2). A apostasia na religião é muitas vezes retratada na Bíblia como imoralidade. Aqui a religião falsa afetou tanto os seguidores e adeptos que se diz que eles estão “embriagados” com sua maldade. A prostituta corrompe. A religião falsa corrompe. Mas a verdadeira religião eleva o padrão.

4. A roupa na descrição (Apocalipse 17:4)

“vestido de púrpura e escarlate” (Apocalipse 17:4). Roxo fala de realeza e autoridade. Scarlet fala de crueldade sangrenta. A roupa mostrava que a prostituta era poderosa e cruel. A religião falsa muitas vezes se torna um poder cruel e dominador sobre as pessoas, e no fim dos tempos um sistema religioso falso estará presente, cruel e dominador.

5. O Custo na Descrição (Apocalipse 17:4)

“A mulher estava… ornada de ouro, pedras preciosas e pérolas” (Apocalipse 17:4). Essas “pedras preciosas” revelam a riqueza dessa prostituta. A Igreja Católica Romana sabe algo sobre riqueza. Esses falsos sistemas religiosos não têm papas na pobreza.

6. A Taça na Descrição (Apocalipse 17:4)

“Tendo na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição” (Apocalipse 17:4). A taça representa o caráter do mal. É imundo por dentro ( “cheio de abominações e imundícies”), mas muito atraente por fora (“ouro”). Com essa prostituta representando um grande sistema religioso iníquo, somos devidamente avisados de que a religião falsa pode seduzir as pessoas a levar uma vida muito iníqua.

7. A Quirografia na Descrição (Apocalipse 17:5)

“Na sua testa estava escrito um nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das meretrizes e das abominações da terra” (Apocalipse 17:5). O nome (não capitalizamos o nome, como fazem algumas traduções, pois o grego não o distingue dessa forma) escrito na cabeça da prostituta revela o verdadeiro caráter da prostituta. “Mistério” na Bíblia “significa o que agora é revelado… até então era um segredo” (Scott).

• A cidade no nome. “Babilônia, a grande.” O nome Babilônia nas Escrituras está associado aos grandes males do mundo. A cidade original da Babilônia e o império da Babilônia, mencionados nas Escrituras, defendiam grande maldade, e assim o nome se tornou sinônimo de grande maldade. No fim dos tempos, o nome é usado para o grande sistema religioso perverso que domina o mundo e também para o grande caráter comercial e cultural perverso do mundo. O sistema religioso é exposto e julgado neste capítulo de Apocalipse e o sistema comercial e cultural no próximo capítulo.

• A corrupção no nome. “Mãe de meretrizes e abominações.” A religião no fim dos tempos será poderosa e usada para perpetrar o mal.

8. A Crueldade na Descrição (Apocalipse 17:6)

“Embriagado com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus” (Apocalipse 17:6). Muitos equiparam essa prostituta com uma poderosa Igreja Católica Romana no fim dos tempos, especialmente em sua crueldade sangrenta. Seu passado indica que eles sabem muito sobre crueldade sangrenta. “Sir Robert Anderson, famoso pela Scotland Yard, estimou que Roma era culpada pela morte de 50.000.000 cristãos” (Strauss). A religião muçulmana, que hoje pode ou é mais dominante que o catolicismo romano, pode dar à RCC muita competição em quem pode matar mais cristãos.

9. A Contemplação da Descrição (Apocalipse 17:6)

“Maravilhei-me com grande admiração” (Apocalipse 17:6). “Grande admiração” não é uma boa tradução e é muito enganosa. João não admirava essa prostituta. As palavras indicam que ele ficou surpreso e maravilhado com o que viu. As palavras também implicam que João ficou intrigado com o que viu e o versículo seguinte confirma essa perplexidade na mente de João sobre a visão.


B. A DEFINIÇÃO DA PROSTITUTA

Apocalipse 17:7–15, 18

João precisava de ajuda para entender o que viu, então o anjo, que o levou para ver esse personagem perverso, explicou e definiu o que João havia visto.

1. O Mistério (Apocalipse 17:7)

“Disse-me o anjo... Eu te contarei o mistério [segredo] da mulher e da besta que a traz” (Apocalipse 17:7). O anjo vai ajudar João a entender o que ele viu. O céu está interessado em nossa compreensão da verdade divina. Muitas vezes, no entanto. parece que o homem não está interessado em entender a verdade divina - então ele não estuda sua Bíblia, nem aproveita as oportunidades para aprender da Palavra de Deus.

2. O Monstro (Apocalipse 17:8–14)

“A besta que viste” (Apocalipse 17:8). A primeira explicação do anjo se concentrou na besta sobre a qual a prostituta estava sentada.

• A história da besta. “Era, e não é, e ainda é” (Apocalipse 17:8). A besta representa um império (muitos pensam que o império romano). Há um estado triplo na história desta besta. Primeiro, o passado. “Foi.” O império romano, é um “era” na história, pois o império morreu aproximadamente em 475 aC Segundo, o presente. “Não.” O império não existe hoje em seu poder. Terceiro, a perspectiva. “Ainda é.” O império não está morto, mas um dia no futuro se manifestará novamente em grande poder.

• A casa da besta. “Subirá do abismo” (Apocalipse 17:8). A casa da besta é o “poço sem fundo”, o que significa que é um monstro controlado por Satanás. Tem o caráter de Satanás e a condenação de Satanás.

• O futuro da besta. “Ir para a perdição” (Apocalipse 17:8, 11). Muito antes de acontecer, Deus disse que este império do mal irá para a perdição, o que significa julgamento divino.

• As cabeças da besta. “As sete cabeças” (Apocalipse 17:9). Essa monstruosidade tem sete cabeças e o anjo explica o que elas representam. Primeiro, as montanhas. “As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada” (Apocalipse 17:9). Roma é historicamente conhecida como a cidade das sete colinas. O poeta romano antigo Sextus Propertius falou dela como “'a cidade elevada em sete picos que governa o mundo'“ (Strauss). Essa alusão a Roma é uma das fortes razões pelas quais muitos acreditam que essa mulher representa o catolicismo romano.

Em segundo lugar, os monarcas. “Há sete reis” (Apocalipse 17:10, 11). Os sete chifres também representam sete reis. Esses reis são divididos em cinco e um e um. Os “cinco já caíram, e um existe, e o outro ainda não veio; e quando ele vier, ele deve continuar por um curto espaço” (Apocalipse 17:10). Esses números se encaixariam no império romano que começou com Júlio César, seguido por Tibério, Calígula, Cláudio e Nero (estes são os cinco primeiros). Aquele que “é” seria o governante presente na vida de João, a saber, Domiciano, o sexto na linhagem de Júlio César. A sétima não dura muito ( “continue por pouco tempo” ) e é substituída pela besta que é na verdade a “oitava” (Apocalipse 17:11) … [mas é considerada] das sete” (Apocalipse 17:11). Isso sugere que os reis são governantes do império romano que serão revividos no poder no fim dos tempos.

• Os chifres da besta. “Os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam reino; mas recebam poder como reis uma hora com a besta” (Apocalipse 17:12). Esses dez chifres representam dez monarcas que são todos futuros, pois eles “ainda não receberam reino” (na vida de João). Eles podem estar relacionados aos reinos de dez dedos da imagem de Daniel 2.

• A harmonia com a besta. “Estes têm uma mesma mente e darão à besta o seu poder e força” (Apocalipse 17:13). “Estes” refere-se aos dez reinos. Eles se unirão em submissão à besta no fim dos tempos.

• As hostilidades da besta. “Eles guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá; porque ele é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis, e os que estão com ele são chamados, eleitos e fiéis” (Apocalipse 17:14). O Cordeiro é, naturalmente, Jesus Cristo. O caráter dessas nações aparece claramente aqui como sendo contra Cristo. Cristo é a questão principal. É o Seu triunfo sobre o mal e governar o mundo que é o assunto do Apocalipse. Primeiro, o desafio do Cordeiro. “Fará guerra com o Cordeiro.” Essas nações, como muitas têm sido em todas as épocas, serão contra Cristo e tanto que guerrearão contra Ele em confrontos militares, bem como de muitas outras maneiras. Segundo, a derrota pelo Cordeiro. “O Cordeiro os vencerá; porque ele é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis”. Ninguém jamais vencerá uma guerra com o Cordeiro, pois Ele é o Deus Todo-Poderoso. Terceiro, os devotos do Cordeiro. “Os que estavam com ele são chamados, e escolhidos, e fiéis”. Em contraste com aqueles que fazem guerra contra Cristo são Seus devotos. Eles estão “com ele” em apoio e presença e, portanto, em comunhão. Aqueles que estão “com ele” são favorecidos (abençoados) pelo céu ( “chamados” e “escolhidos” ) e “fiéis” ao céu. A comunhão com Cristo é essencial para os favores divinos e para ser fiel a Ele.

3. A Multidão (Apocalipse 17:15)

“As águas que viste” (Apocalipse 17:15). As águas sobre as quais a prostituta estava sentada representavam as multidões de pessoas do mundo. Mostrou seu grande poder dominador sobre muitas pessoas do mundo.

4. A Metrópole (Apocalipse 17:18)

“A mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra” (Apocalipse 17:18). O poder da mulher é declarado aqui. A mulher governava esta cidade e a cidade governava os governantes da terra. Mas o governo da mulher terminou sem cerimônia, pois uma vez que os governantes da terra conseguiram o que queriam mostrando fidelidade à mulher, então eles a descartaram como veremos a seguir.


C. O DESCARTE DA PROSTITUTA

Apocalipse 17:16, 17

“Os dez chifres… odiarão a prostituta, e a farão assolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo” (Apocalipse 17:16). A grande prostituta serviu como um trampolim para as potências mundiais, e uma vez que eles alcançaram seu objetivo fingindo amizade e lealdade a ela, eles a descartaram.

1. A impureza no descarte (Apocalipse 17:16)

A brutalidade com que as nações descartaram a prostituta é descrita de forma quíntupla.

• Desprezo. “Odiará” (Apocalipse 17:16). Antes que a brutalidade física comece, há atitudes e articulações brutais.

• Separação. “Faça-a desolada” (Apocalipse 17:16). Essas nações se separaram dela e a deixaram desolada (sozinha) sem amigos ou ajuda. Ela havia servido a seu propósito e agora estaria sem a amizade dos governantes.

• Vergonha. “Faça-a... nua” (Apocalipse 17:16). Isso fala da vergonha total que eles trouxeram sobre a mulher. Por meio de propaganda e revelações de sua corrupção, essas nações manchariam sua reputação e revelariam sua verdadeira vida.

• Roubar. “Coma a carne dela” (Apocalipse 17:16). Isso não significa canibalismo, mas o consumo de seus bens. Eles pegariam suas riquezas e a deixariam sem nada. Que ela tinha riquezas a serem tomadas foi evidenciado em sua aparência (Apocalipse 17:4), como observamos anteriormente.

• Chamuscar. “Queime-a com fogo” (Apocalipse 17:16). “A ruína social e política total é indicada aqui” (Scott). Isso fala da grande destruição de seu sistema pelos governos. Eles vão proibir a religião que a mulher representa. Eles vão acabar com isso e fazer da religião uma decisão política.

2. O Cumprimento no Descarte (Apocalipse 17:17)

“As palavras de Deus serão cumpridas” (Apocalipse 17:17). “A ira do homem te louvará” (Salmo 76:10). Como a Assíria foi usada para castigar e punir Israel por Deus (Isaías 10:5), então essas nações ao descartar a prostituta foram usadas por Deus para trazer julgamento merecedor sobre a prostituta. Isso não torna essas nações santas ou justifica sua maldade, mas simplesmente mostra que Deus controla as ações na terra. “Deus colocou em seus corações para cumprir a sua vontade” (Apocalipse 17:17). Deus não perde o controle quando homens e nações iníquos se enfurecem. Ele está simplesmente usando-os para cumprir Sua vontade na questão do julgamento. Grandes guerras, como nossas Guerras Mundiais, que destruíram terras e pessoas, têm mais a ver com o julgamento divino do que a maioria das pessoas está disposta a admitir. Deus simplesmente usa a beligerância das nações para fazer Sua obra de julgar as nações por seus caminhos profanos. Todas as nações em uma guerra sofrem e esse sofrimento pode ser conectado ao julgamento Divino para todas as nações, não apenas para os perdedores. Esse princípio também funciona dentro de uma nação. Como exemplo, Deus usará a política maligna de uma nação para afligir seu próprio povo no cumprimento do julgamento de Deus sobre o povo da nação por seus maus caminhos. Então, quando o julgamento terminar, Deus levará os agentes de Seu julgamento ao depósito de lenha para puni-los por sua maldade (Isaías 10:12). Nossa própria terra está passando por tempos difíceis por causa de erros políticos e beligerância. Esses tempos difíceis podem ser o julgamento divino e um precursor de mais julgamento.


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