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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A Lição da Figueira

(Mat. 21:18-22)

Depois de passarem a noite em Betânia (21:17), Jesus e os discípulos se levantaram e voltaram para Jerusalém. Betânia ficava a cerca de três quilômetros de Jerusalém, o que o tornava um subúrbio daquela cidade.
Neste trecho um pouco enigmático parece à figura de uma figueira. A figueira do figo comestível (Ficus carica) é a primeira planta descrita na Bíblia, quando Adão se veste com suas folhas, ao notar que está nu (Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se. Gênesis 3:7). A origem da espécie parece ser do Oriente Médio.
                O figo comestível era cultivado em todas as civilizações do Mediterrâneo na antiguidade, incluindo os povos egípcios, judeus, gregos e romanos. O figo comestível tinha a vantagem de poder ser secado e se manter adequado à alimentação durante meses. Para atravessar o deserto, os povos antigos do Oriente Médio e norte da África utilizavam frutas secas, entre elas o figo, ricas em nutrientes e fáceis de conservar.
O figo é considerado um fruto sagrado para os judeus. Ele faz parte dos sete alimentos que crescem na Terra Prometida, segundo a Torá (Deut. 8), o Antigo Testamento. São eles: trigo, cevada, uva, figo, romã, oliva e tâmara (representando o mel).
As figueiras davam frutos da seguinte forma: em março, tinham pequenos botões comestíveis; em abril, vinham grandes folhas verdes; então em maio os botões caiam e eram substituídos por figos comestíveis. Este evento provavelmente ocorreu em Abril, então Jesus esperava se alimentar daquela figueira, que, contudo, havia várias folhas verdes, mas era infrutífera. (Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas nada encontrou, a não ser folhas. Então lhe disse: "Nunca mais dê frutos! " Imediatamente a árvore secou. Mateus 21:19)
O grande ensinamento desta parábola passa pela primeira vez que Jesus usou o seu poder para o juízo, demonstrando que o Deus Salvador é também juízo bem presente (Porque o nosso Deus é um fogo consumidor. Hebreus 12:29).
Nesta parábola a figueira simboliza Israel, um povo separado e escolhido por Deus (Porque povo santo és ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra. Deuteronômio 7:6); esta escolha era para que Israel pudesse dar frutos entre as nações da Terra, contudo Israel despreza sua missão (Assim diz o Soberano Senhor: Eu a tratarei como merece, porque você desprezou o meu juramento ao romper a aliança. Ezequiel 16:59), e Deus então a julga com fervor. Israel passa a ter uma religião frívola, vazia perante o Deus Eterno (O Senhor diz: "Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é feita de regras ensinadas por homens. Isaías 29:13), e este fato na época de Cristo era ainda mais notório, tanto que o próprio Cristo ratifica a profecia de Isaías em Marcos 7: 6-7.
Esta religião era muita vistosa, pois era cheia de tradições humanas (Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens".Marcos 7:8), Deus nunca quis isto para o seu povo, mas sempre quis protegê-los, todavia, sempre fugiram da presença do Senhor (Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. Mateus 23:37), mas estes eram como sepulcro caiado (Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Mateus 23:27). Assim, a parábola começa a fazer sentido.
Jesus viu aquela formosa figueira cheia de folhas, e deduziu que esta já esta com os seus pequenos frutos para alimentá-lo (Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas nada encontrou, a não ser folhas. Mateus 21:19a); houve uma grande decepção em Cristo por não se saciar dos frutos da figueira, então só lhe restou amaldiçoa-la (Então lhe disse: "Nunca mais dê frutos! " Imediatamente a árvore secou Mateus 21:19b).
Esta parábola aponta para necessidade de não termos uma vida de uma religião aparente e vazia. Este paradigma reflete em uma ocasião futurística agora relacionada à igreja de Laodicéia:
Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva: Estas são as palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus.
Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente!
Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca.
Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu.
Dou-lhe este conselho: Compre de mim ouro refinado no fogo e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar.
Apocalipse 3:14-18
Esta igreja é a expressão de Israel figurado pela figueira. Laodicéia era uma cidade que era suprida por águas de outra cidade, Colossos, que tinha suas águas geladas, pois viam das montanhas, e que saciavam a sede dos viajantes. Existia também outra cidade chamada Hierápolis, que tinham fontes de águas termais, que aliviava as dores dos corpos dos que se banhavam nelas. Todavia, Laodicéia tinha uma verdadeira inutilidade de suas águas, que chegavam mornas e provocavam vômitos em que bebiam, ou seja, nenhuma utilidade apesar de ser rica; porém, era  miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu. Uma igreja sem identidade; uma figueira afrontosa cheia de folhas, mas sem frutos.
Deus quer que nós venhamos a reconhecer a nossa miséria espiritual e que não vivamos uma vida religiosa de aparência. E, que possamos produzir verdadeiro fruto do Espírito.
Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.
Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos.
Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito.
Não sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e tendo inveja uns dos outros.
Gálatas 5:22-26

Assim, na vinda do Senhor não o frustraremos, e iremos saciar a sua vontade de habitar com a sua igreja eternamente.

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