II Co. 4. 4-7...nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos
incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de
Cristo, o qual é a imagem de Deus.
Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a
nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. Porque Deus, que disse: Das trevas
resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação
do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro,
para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.
Introdução:
Nesta epístola é apresentado um habito da humanidade, o de “julgar
o livro pela capa”. A igreja de Corinto parece ter cedido à impressão imediata:
que seria por aspecto, por aparência, por normas mundanas de sucesso. Hoje este
perigo assola os cristãos modernos, pois muitos começam acreditar em sua
própria notoriedade, em sua própria glória, ou ainda, crer que o sucesso é
eterno.
Corinto era estimulada humanamente a ser desta forma. Esta cidade situava-se
na principal rota marítima de Roma para o oriente, isto a transformara em uma
importante cidade da Grécia. Fazendo-a valorizar o poder do dinheiro e glória
em si mesma.
Esta Igreja foi fundada por Paulo como é relatado no livro de Atos
dos Apóstolos, contudo após um tempo o apóstolo segue a fundar outras Igrejas.
Num determinado tempo Paulo recebe notícia perturbadora concernente a esta
Igreja. Destarte a isto, escreve a primeira epistola a esta igreja. O apóstolo
retorna a segunda vez a Corinto, esta visita é chamada de “visita dolorosa”, este nome expressa os resultados desanimadores
como nos é relatado (II Co. 2:1 Portanto,
para não entristecê-los de novo, eu resolvi não ir ver vocês.). Julgando
pela aparência o apostolo Paulo fracassou, mediante a este fracasso, deixa a
cidade desencorajado e, escreve a “carta severa” que é mencionada em (II Co 2:4;
7:8-9), esta carta foi perdia. Contudo, quando é lido 2 Coríntios notamos que a “Carta Severa” produziu bons frutos, e que renovou o apóstolo a
retornar a Corinto para compartilhar sua alegria.
Entretanto, Corinto ainda tinha pessoas que estavam seguindo
pregadores mais excelentes do que Paulo (no aspecto humano), que são
denominados de “mais excelentes apóstolos”
(II Co. 11:5; 12:11). Esses mestres, impressionantes no exterior, contrapõem ao
exterior canhestro de Paulo. Sendo assim Paulo escreve segunda coríntios, que
relata primeiro as coisas óbvias, e depois o que só poderá ser percebido pelo
poder de Deus.
I) A aparência enganadora
a) A aparente força
A igreja de Corinto era engodada por “mestres que se transfiguraram em apóstolos” (II Co 11:13). Estes eram pregadores profissionais abarcados
de jargões de efeito, postura arrogante, verdadeiros profissionais que nada se
parecia com o velho Paulo, que era obcecado em anunciar o evangelho; gastando a
sua vida de um lado ao outro, apregoando a salvação em Cristo. Os “Excelentes Apóstolos”, denominados
jocosamente por Paulo, produziam magníficas cartas de recomendação colocando-os
acima de qualquer suspeita (II Co 3:1). Tais produziam elogios sobre si mesmos
(II Co 10:12), homens que se vangloriavam em sua própria força.
Esta epístola foi escrita no primeiro século e, relata a vaidade
humana de gloriar-se em si mesma, da mesma forma que é comum hoje no século 21.
O apóstolo Paulo pode se referir a se “gloriar
segundo a carne” (II Co 11:18), porque se gloriar é intemporal, ou seja, só
Deus pode se Gloriar.
b) A aparente fraqueza
O mundo real é cheio de fraquezas humanas, e de dificuldades
inevitáveis, motivo por que Paulo fala de forma enfática de seus gemidos nesse
corpo debilitante (II Co. 5: 2-4 Por isso
gememos enquanto vivemos nesta casa de agora, pois gostaríamos de nos mudarmos
já para a nossa nova casa no céu. Aquela casa será o nosso corpo celestial, e,
quando nos vestirmos com ele, não ficaremos sem corpo. Gememos aflitos enquanto vivemos nesta barraca,
que é o nosso corpo. Isso não é porque queiramos ficar livres do nosso corpo
terreno; o que desejamos é receber o corpo celestial para que a vida faça com
que o que é mortal desapareça). Neste mundo sempre a igreja irá precisar de
um Deus que lhe console (II Co 1:4 É ele
que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que
estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos
contemplados por Deus).
b.1) O Pobre, e sua aparente fraqueza
O mundo sempre teve pobres, pessoas que literalmente necessitam do
amor do próximo para sobreviver, tais são considerados aparentemente fracos.
Nos capítulos 8 e 9 de sua segunda epístola aos coríntios, Paulo expressa sua
preocupações com os pobres de Jerusalém, e conclama os irmãos da Turquia e
Grécia a participarem de coletas para ajudar os menos afortunados de Jerusalém
e, faz referencia à pobreza dos irmãos da Macedônia que ajudaram na coleta.
1. Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida
às igrejas da Macedônia; 2. porque, no meio de muita prova de tribulação,
manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em
grande riqueza da sua generosidade. 3.
Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima
delas, se mostraram voluntários, 4.
pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência
aos santos. (II Co. 8: 1-4)
As aparentes fraquezas da pobreza dos macedônios não o impediram
de darem uma ajuda abundante aos necessitados.
b.2) Paulo, e sua aparente fraqueza
O apostolo Paulo ao contrário dos que se vangloriavam e se
colocavam em estado de perfeição absoluta, reconhecia o seu estado de aparente
fraqueza. Logo no primeiro capítulo ele declara (II Co. 1:8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da
tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a
ponto de desesperarmos até da própria vida). Mais adiante no quarto
capítulo da mesma epístola, Paulo lança mão de palavras desesperada em relação
a si (II Co. 4:8-10 Em tudo somos atribulados... perplexos...abatidos... e trazendo
sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no
nosso Corpo...), mais à frente no versículo (17) Paulo refere a esta
lista como sua “tribulação”. A
declaração de Paulo nada aprecia com as
dos Hiper
Apóstolos, no capítulo 7:5 diz: “Porque,
mesmo quando chegamos à Macedônia, a
nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora
combate, temores por dentro” , não há segredo da fraqueza humana em Paulo.
Paulo, era fraco corporalmente pois foi surrado (II Co 11:24) e a
sua reputação estava em frangalho pois sofreu prisões, perseguições e
difamações (II Co. 6:4-8); e ainda tinha
um sofrimento que lhe atribuía o perpétuo estado de fraqueza, descrito como um “espinho
na carne” (II Co 12:7-8). Entretanto, Paulo era o que representava melhor a
Cristo e não os “Hiper Apóstolos”. O aparente fraco Paulo declara em (II Co
5:20a De sorte que somos embaixadores da
parte de Cristo, como se Deus por nós
rogasse...), Deus escolheu o fraco Paulo em vez dos fortes aos seus
próprios olhos. Mas será que Deus escolheria um vaso fraco, em vez de um forte?
b.3) Deus, e sua aparente fraqueza
Parece absurdo a conjectura de uma aparente fraqueza de Deus,
todavia Paulo chocou os leitores com algumas declarações quando compartilha as
suas provações. Logo no primeiro capítulo é expresso “Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte (II Co. 1:9a)”, uma frase tão obscura, mas que é reescrita
com algumas modificações no quarto capítulo (II Co 4:10a levando sempre no corpo o morrer de Jesus...), que emana a
compreensão, de que Paulo carrega em seu corpo a exposição da morte de Jesus
para que todos vejam. É imprescindível responder a pergunta: Por quem e, para
quê, Paulo foi enviado? Paulo foi enviado por Cristo, para ser seu
representante e anunciar as Boas Novas de salvação. Representar a Cristo é
representar a “mansidão e benignidade de
Cristo (II Co 10:1)”, isto quer dizer que deve seguir a aparente fraqueza
de Deus (II Co 8:9 pois conheceis a graça de nosso Senhor
Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua
pobreza, vos tornásseis ricos) .
Cristo se fez pobre (II Co 8:9). Ele sofreu por todos (II Co 1:5).
Ele morreu por todos (II Co 5:14). Ele foi crucificado em fraqueza (II Co 13:4 Porque, de fato, foi crucificado em
fraqueza; contudo, vive pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos
nele, mas viveremos, com ele, para vós outros pelo poder de Deus.). Paulo afirma que ele expõe isto em seu próprio corpo.
Este Deus aparentemente fraco, fortalece toda a humanidade que
crer, por esta ser, co-participante em seus sofrimentos.
II) O poder de Deus nos tornando perceptivo
O mundo é compreendido mediante o poder de Deus que cura a
cegueira que o diabo coloca nos olhos da humanidade para que não resplandeça a
luz da glória de Deus (II Co 4: 4), é impossível compreender a verdadeira força
e a glória de Deus se não for por fé (II Co 5:7 visto que andamos por fé e não pelo que vemos.). Este poder faz com
que os que estão em Cristo enxergue que nas aparentes fraquezas se revelam o
poder e a Glória, como naquele Cristo, que morre em fraqueza ressuscitou em
glória (II Co 5:16 Assim que, nós, daqui
por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo
segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo). Quando o poder de
Deus é derramado, é demonstrado que a guerra espiritual não é vencida segundo a
fortaleza da carne, mas sim, segundo o poder de Deus (II Co 10:3-4
Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são
carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós
sofismas...), isto ocorre, pois o poder de Deus nos torna perceptivo a
natureza da verdadeira força e da Glória de Deus.
a)
Percebendo a natureza da verdadeira
força
A verdadeira força não procederá da ausência de tribulação, mas
sim no compreender que usará tais tribulações para a glória do nome dEle (II Co
1:4 É ele que nos conforta em toda a
nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia,
com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus), a
verdadeira força esta na compreensão do Deus que ressuscita os mortos (II Co
1:9-10), e permanecer em pé em meio às dores pela fé em Deus (II Co 1:24),
o cristão não é suficiente em si mesmo,
mas no Deus que lhe salvou.
O cristianismo é o ato do fraco confiar em Cristo, então todo
cristão é fraco, pois ele depende exclusivamente de Deus para vencer a sua
batalha. Quando alguém reconhece ser
fraco, Deus o fortalece (II Co. 12:10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas
injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de
Cristo. Porque, quando sou fraco, então,
é que sou forte). Esta certeza
de Paulo deve-se a compreensão de que se ele vence os percalços desta vida, vence mediante
a glória de Deus em sua vida (II Co 10:17
Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor). A verdadeira força vem do Senhor!!!
b)
Percebendo a Glória de Deus
A glória de Deus é a realidade
intrínseca e, a manifestação exterior do poder e do caráter de Deus. Esta
glória, e poder é manifesta através de todos que vivem de acordo com o
evangelho de Deus (II Co 3: 18 E todos nós, com o rosto desvendado,
contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de
glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito).
Deus quer que os que se aproximam dEle, se lancem em seus braços,
e se tornem dependentes do seu poder mesmo que estes sejam frágeis como vaso de
barro (II Co 4:7 Temos, porém, este
tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de
nós), isto para sabermos que a
glória de Deus se manifesta nos simples de coração. Esse é o ponto desta epístola.
Conclusão
A aparente fraqueza torna fortaleza quando o cristão compreende
que Jesus morreu por ele (II Co 5:14-15 Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando
nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos,
para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por
eles morreu e ressuscitou.), ao viver para Deus, somo inseridos em sua
força e em sua Glória. E será ouvida de Deus a minha graça te basta (II Co 12: 9 Então, ele me disse: A minha graça te basta,
porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me
gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo), pois é esta graça a
virtude do poder e da Glória de Deus em
Cristo.