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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Perseguição aos cristãos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
Uma mulher cristã é martirizada sob Nero numa recriação do mito de Dirce (pintado por Henryk Siemiradzki, 1897, Museu Nacional de Varsóvia).

Perseguição aos cristãos é o nome dado aos maus tratos físicos ou psicológicos, incluindo agressões e mortes sofridas por cristãos por causa da sua na pregação de Jesus. Estas perseguições foram levadas a cabo na Antiguidade não somente pelos judeus, de cuja religião o Cristianismo era visto como uma ramificação, mas também pelos imperadores do Império Romano, que controlava grande parte das terras onde o Cristianismo primitivo se distribuiu, e onde era considerado uma seita. Tal perseguição pelos imperadores teve fim com a legalização da religião cristã por Constantino I, no início do século IV.
Nos últimos séculos, os cristãos foram perseguidos por outros grupos religiosos, incluindo muçulmanos e hindus, e por Estados ateístas como a União Soviética e a República Popular da China.
Perseguições aos cristãos também vem ocorrendo em dezenas de países [1] como Irã, Uzbequistão, Maldivas, Cuba e Eritreia.[2]

Perseguição judaica

O Novo Testamento informa que os cristãos primitivos sofreram perseguição nas mãos das lideranças judaicas de seu tempo, começando pelo próprio Jesus Cristo.
Os primeiros cristãos nasceram e se desenvolveram sob o judaísmo, na medida em que o cristianismo começa como uma seita do judaísmo. As primeiras perseguições judaicas aos cristãos devem ser entendidas, então, como um conflito sectário – judeus perseguindo judeus por causa da heterodoxia. Várias outras seitas judaicas da época, no entanto, como os essênios, foram tão heterodoxas quanto a seita cristã.
De acordo com os textos do Novo Testamento, a perseguição aos seguidores de Jesus continuou após a sua morte. Pedro e João foram presos por lideranças judaicas, incluindo o sumo-sacerdote Anás, que os libertou mais tarde (Atos 4.1-21). Numa outra ocasião, todos os apóstolos foram presos pelo sumo-sacerdote e outros saduceus, mas, segundo o relato neotestamentário, teriam sido libertados por um anjo (Atos 5.17,18). Após escaparem, os apóstolos foram novamente capturados pelo Sinédrio, mas, desta vez, Gamaliel – um fariseu bem conhecido da literatura rabínica – convenceu o concílio a libertá-los (Atos 5.27-40).
No século VI Dhu Nwas, rei judeu do Himyar (no Yemen), moveu um massacre contra os cristãos da península Arábica em 518 (ou 523) d.C., destruindo as cidades cristãs de Zafar e Najaran e queimando suas igrejas e matando quem não renunciasse ao cristianismo. O evento diminuiu consideravelmente a população cristã na região, perecendo talvez 20 mil pessoas [3] e foi lembrada na época de Maomé, sendo referida no Alcorão (al-Buruj:4).

Perseguição romana

 Perseguições narradas no Novo Testamento

De acordo com o Novo Testamento, a crucificação de Jesus foi autorizada por autoridades romanas e executada por soldados romanos. Há também o registro de que Paulo, em suas viagens missionárias, foi várias vezes preso por autoridades romanas. O texto do Novo Testamento não relata o que aconteceu com Paulo, mas a tradição cristã afirma ter sido ele decapitado em Roma, sob o Imperador Nero no ano de 54

Perseguição sob o Império Romano

Perseguição sob Nero, 54-68

Cristãos sendo usados como tochas humanas, na perseguição sob Nero, por Henryk Siemiradzki, Museu Nacional, Cracóvia, Polônia, 1876.

O primeiro caso documentado de perseguição aos cristãos pelo Império Romano direciona-se a Nero. Em 64, houve um grande incêndio em Roma, destruindo grandes partes da cidade e devastando economicamente a população romana. Nero, cuja sanidade já há muito tempo havia sido posta em questão, era o suspeito de ter intencionalmente ateado fogo. Em seus Annales, Tácito afirma que "para se ver livre do boato, Nero prendeu os culpados e infligiu as mais requintadas torturas em uma classe odiada por suas abominações, chamada cristãos pelo populacho"[4].
Ao associar os cristãos ao terrível incêndio, Nero aumentou ainda mais a suspeita pública já existente e, pode-se dizer, exacerbou as hostilidades contra eles por todo o Império Romano. As formas de execução utilizadas pelos romanos incluíam crucificação e lançamento de cristãos para serem devorados por leões e outras feras selvagens. Os Annales de Tácito informam: "... uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio mas por ódio contra a raça humana. E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz noturna".[5]

Perseguição até o início do quarto século

Em meados do século II, não era difícil encontrar grupos tentando apedrejar os cristãos, incentivados, muitas vezes, por seitas rivais. A perseguição em Lyon foi precedida por uma turba violenta que pilhava e apedrejava casas cristãs [6]. Luciano de Samósata fala-nos de um elaborado e bem-sucedido embuste perpetrado por um “profeta” de Asclepius, no Ponto, fazendo uso de uma cobra domesticada. Quando os rumores estavam por desmascarar sua fraude, o espirituoso ensaísta nos informa, sarcasticamente:
...ele promulgou um edito com o objetivo de assusta-los, dizendo que o Ponto estava cheio de ateus e cristãos que tinham a audácia de pronunciar os mais vis perjúrios sobre ele; a estes, ele os expulsaria com pedras, se quisessem ter seu deus gracioso.
Luciano de Samósata[7],
As perseguições estatais seguintes foram inconstantes até o terceiro século, apesar do Apologeticum de Tertuliano (197) ter sido escrito ostensivamente em defesa de cristãos perseguidos e dirigido aos governantes romanos.
A primeira perseguição que envolveu todo o território imperial aconteceu sob o governo de Maximino, apesar do fato de que apenas o clero tenha sido visado. Foi somente sob Décio, em meados do segundo século, que a perseguição generalizada – tanto ao clero quanto aos leigos – tomou lugar em toda a extensão do Império. Gregório de Tours trata deste tema em sua História dos Francos, escrita no final do século VI:
Sob o imperador Décio, muitas perseguições se levantaram contra o nome de Cristo, e houve tamanha carnificina de fiéis que eles não podiam ser contados. Bábilas, bispo de Antioquia, com seus três filhos pequenos, Urbano, Prilidan e Epolon, e Sisto, bispo de Roma, Laurêncio, um arquidiácono, e Hipólito tornaram-se perfeitos pelo martírio porque confessaram o nome do Senhor.
Gregório de Tours[8],
Apesar de confundir as épocas de perseguição (pois menciona, ao mesmo tempo, personagens que foram martirizados sob Maximino, Valeriano e Décio), o testemunho de Gregório mostra o quanto o tema da perseguição marcou o imaginário da Igreja nos primeiros séculos.
A última prece dos mártires cristãos, de Jean-Léon Gérôme (1883).
O clímax da perseguição se deu sob o governo de Diocleciano e Galério, no final do século terceiro e início do quarto. Esta é considerada a maior de todas as perseguições. Iniciando com uma série de quatro editos proibindo certas práticas cristãs e uma ordem de prisão do clero, a perseguição se intensificou até que se ordenasse a todos os cristãos do Império que sacrificassem aos deuses imperiais, sob a pena de execução, caso se recusassem. No entanto, apesar do zelo com que Diocleciano perseguiu os cristãos na parte oriental do Império, seus co-imperadores do lado ocidental não seguiram estritamente seus éditos, o que explica que cristãos da Gália, da Espanha e da Britânia praticamente não tenham sido molestados.
No início do quarto século em 210 o imperador Geta mandou perseguir os cristãos,tortura-los e puni-los com morte.
A perseguição continuou até que Constantino I chegasse ao poder e, em 313, legalizasse a religião cristã por meio do Édito de Milão, iniciando-se a Paz na Igreja. Entretanto, foi somente com Teodósio I, no final do século quarto, que o cristianismo se tornaria a religião oficial do Império.
Edward Gibbon, em seu Declínio e Queda do Império Romano, estima que o número de mortos nesta última perseguição tenha chegado a mil e quinhentos, "num sacrifício anual de 150 mártires".

Perseguição fora do Império Romano (até o séc. V)

Entre os persas

Em virtude das hostilidades entre o Império Romano e o Império Sassânida, os cristãos acabaram por ser perseguidos pelos persas a partir do ano 337, por serem tidos como traidores amigos de uma Roma cada vez mais cristianizada. Em 341, Sapor II ordenou o massacre de todos os cristãos na Pérsia.

Entre os godos

Nos séculos terceiro e quarto, missionários cristãos (especialmente Ulfilas) levaram muitos godos à conversão ao cristianismo ariano. Isto provocou uma reação em favor da religião gótica. Assim, o rei gótico Atanarico iniciou uma política de perseguição aos cristãos, levando muitos deles à morte[9].

Perseguição Hindu aos cristãos da Índia

 
Uma menina cristã que foi queimada durante violência religiosa em Orissa[10]

Na Índia, há um aumento na quantia de violência perpetrada por Nacionalistas Hindus contra cristãos, reproduzindo os princípios que assentam os conflitos religiosos: duas crenças distintas.[11] o aumento da violência anticristã na Índia tem uma relação direta com a ascendência do Partido Bharatiya Janata (BJP).[12] Incidentes de violência contra os cristãos têm ocorrido em muitas partes da Índia. É especialmente prevalente nos Estados de Gujarat, Maharashtra, Uttar Pradesh, Madhya Pradesh e Nova Deli.[12] O Vishva Hindu Parishad (VHP), o Bajrang Dal, e os Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS) são as organizações mais responsáveis pela violência contra os cristãos.[13] Essas organizações, muitas vezes referidas coletivamente sob o nome de sua organização encoberta, o Sangh Parivar e meios de comunicação locais estaiveram envolvidos na promoção de propaganda anticristã em Gujarat.[13] O Sangh Parivar e organizações relacionadas afirmaram que a violência é uma expressão de "raiva espontânea" de "vanvasis" contra "conversões forçadas" através de atividades realizadas pelos missionários. Estas alegações foram contestadas pelos cristãos[14] descrito como uma crença mítica[15] e propaganda por Sangh Parivar;[16] os objetos Parivar em qualquer caso, todas as conversões como uma "ameaça à unidade nacional".[17]

Notas

  1. Jornal Livre - A perseguição aos cristãos no mundo. Página visitada em 07/04/2011.
  2. Portas Abertas - A igreja sofre a pior perseguição da história. Página acessada em 20/04/2011.
  3. Salo Baron, A Social and Religious History of the Jews, Second Edition, Jewish Publication Society of America and Columbia University Press, New York and Philadelphia, 1957, vol. III, pp. 66-69.
  4. Tácito, Annales, XV.
  5. Tácito, Annales, XV.44.
  6. Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica 5.1.7
  7. Luciano de Samósata, Alexandre, o monge-oráculo, pp. 223-224.
  8. Gregório de Tours, Historia Francorum, I.30.
  9. Heather, Peter & Matthews, John, Goths in the Fourth Century, pp. 96ss.
  10. Voilência em Orisssa ( slide 8 of 30 - A Christian girl whose face was burnt during the recent religious violence, sits in a shelter at Raikia village in Orissa August 31, 2008. ). Página visitada em 2008-10-10.
  11. Anti-Christian Violence on the Rise in India.
  12. a b Anti-Christian Violence in India.
  13. a b Anti-Christian Violence on the Rise in India.
  14. Low, Alaine M.; Brown, Judith M.; Frykenberg, Robert Eric (eds.). Christians, Cultural Interactions, and India's Religious Traditions. Grand Rapids, Mich: W.B. Eerdmans, 2002. 134 p. ISBN 0-7007-1601-7. Página visitada em 2008-02-23.
  15. Ram Puniyani. Communal Politics: Facts Versus Myths. [S.l.]: SAGE, 2003. p173 p. ISBN 0761996672
  16. Ram Puniyani. Communal Politics: Facts Versus Myths. [S.l.]: SAGE, 2003. p176 p. ISBN 0761996672
  17. Subba, Tanka Bahadur; Som, Sujit; Baral, K. C (eds.). Between Ethnography and Fiction: Verrier Elwin and the Tribal Question in India. New Delhi: Orient Longman, 2005. ISBN 8125028129. Página visitada em 2008-02-23.

Referências

  • DANIEL-ROPS, Henri. História da Igreja de Cristo. Tradução de Henrique Ruas; revisão de Emérico da Gama - São Paulo: Quadrante, 2006 (coleção). ISBN 85-7465-002-1
  • DREHER, Martin. A Igreja no Império Romano. São Leopoldo: Sinodal, 1993.
  • GIBBON, Edward. Declínio e Queda do Império Romano. São Paulo: Companhia de Bolso, 2005.
  • GONZÁLEZ, Justo L. A Era dos Mártires. São Paulo: Vida Nova, 2002.
  • GREGÓRIO de Tours. História dos Francos.
  • GREGÓRIO de Tours. Libri Historiarum. (em latim)
  • HEATHER, Peter & MATTHEWS, John. Goths in the Fourth Century. Liverpool: Liverpool University Press, 1991.
  • LUCIANO de Samósata. "Alexander The Oracle-monger". In The Works of Lucian of Samosata, vol. II. Trad. H. W. Fowler and F. G. Fowler. Oxford: The Clarendon Press, 1905.
  • TÁCITO. Annales. (em latim)
  • TÁCITO. Annales. (em inglês)

2 comentários:

  1. prezado Pr. MD> Diretor deste abencoado Site , confesso que estou feliz meu Pr. em ser um dos seguidores do mesmo, Gostaria de pedir um presnte ao nobre Pr. de um livro Evangelico, se possivel dessas Historias do Cristianismo desses Martires, ou outro qualquer de sua escolha, Sou aposentnado e gosto de ler bons livfros, so que no momento meu Prt, estou passando certa dificuldades referente a um problema de saude na minha prostata, peco que ore por minha vida, Favor enviar aesse presente p/RN, na RUa.Baia de Madureira, 16. Nova Parnamriim, Cidade de PArnamirim/RN. CEP. 59153-010, ficarei feliz, abracos. JONAN

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  2. prezado Pr. MD> Diretor deste abencoado Site , confesso que estou feliz meu Pr. em ser um dos seguidores do mesmo, Gostaria de pedir um presnte ao nobre Pr. de um livro Evangelico, se possivel dessas Historias do Cristianismo desses Martires, ou outro qualquer de sua escolha, Sou aposentnado e gosto de ler bons livfros, so que no momento meu Prt, estou passando certa dificuldades referente a um problema de saude na minha prostata, peco que ore por minha vida, Favor enviar aesse presente p/RN, na RUa.Baia de Madureira, 16. Nova Parnamriim, Cidade de PArnamirim/RN. CEP. 59153-010, ficarei feliz, abracos. JONAN

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