Pesquisar este blog

segunda-feira, 30 de março de 2015

Não está morta, mas dorme. Creia somente



Marcos 5: 22-24, 35-43

O evangelista Marcos fez uma associação dos acontecimentos dos milagres da vida de Jesus Cristo.
                Neste capítulo Marcos mostra uma sequencia de milagres, que apontam para a autoridade: 1º  Sobre os espíritos opressores (5:1-14); 2º sobre as enfermidades (5:25-34); 3º e sobre a morte (5: 22-24, 35-43).
comprar Johann Friedrich Overbeck             
  No último milagre iremos ver alguns ensinamentos que irá bradar em nossos corações.
                5:22-24 A SINAGOGA era o centro cultural e religiosos de Israel e JAIRO era o principal daquela Sinagoga, apesar de leigo, tinha uma posição de grande importância. Todavia, demonstra a sua Fé e humildade ao prostrar-se aos pés de Jesus, este ato demonstra adoração e um respeito inigualável.
                A Bíblia não diz a natureza da doença da filha de Jairo, contudo, foi uma enfermidade que a deixou sem esperança e entregue a morte; entretanto Jairo já sabia a onde estava a sua esperança, pois já tinha visto o poder de Jesus (1:33-34), e quando soube que Jesus havia retornado em Cafarnaum logo se colocou dentre a multidão (5:21) para buscar o seu milagre. Este foi atrás do toque de Jesus em sua filha. Assim, Jesus foi com ele acompanhado pela numerosa multidão.
                5:35 No meio desta história Cristo se detêm para procurar a mulher que foi curada por tocar nele, e esta demora foi o suficiente para aumentar o desespero de Jairo. Pois, a sua filhinha morreu.
                5:36 Em, muito momento parece que Jesus está demorado em nos socorre, e nesta espera parece que Deus nos largou a nossa própria sorte, apesar disso, temos de ouvir a voz de Cristo a dizer: Não temas, crê somente. Jairo ao ouvir isto, deve ter imaginado: “Senhor, que pretendes”. Deus sempre surpreende o homem em seus anseios.
                5:37 Dentre, o sofrimento de Jairo e a curiosidade da multidão, depois de ter presenciado o milagre da cura da Mulher do Fluxo de Sangue, Jesus sensível ao sofrimento de Jairo não permitiu que alguém o seguisse. Ele pretendia ressuscitar a menina, todavia este milagre seria um milagre particular, em secreto apenas para os mais próximos e Jairo.
                5:38 Havia naquele lugar um grande alvoroço e choravam muito e pranteavam dominavam toda a esfera do lugar. Em, varias circunstâncias todos se desesperam e não conseguem ver uma saída milagrosa. Destarte, Deus escolhe sempre os que nele esperam com confiança para confundir a todos.
                5:39 Jesus contraria a sabedoria humana quando declara que a menina não esta morta, mas dorme. Creio que todos estranharam tal declaração, pois sabia todos diferenciar a morte de um sono. A menina estava totalmente morta, não havia esperança; acabou tudo em que Jairo esperava, já não esperava mais. Jesus, porém iria fazer além do que foi lhe solicitado.
                5:40 O milagre é para quem crer. Os lamentadores ridicularizaram a palavra de Jesus, pois eles apenas viam a menina morte, e não o poder de Jesus, então Jesus toma apenas aqueles que queriam o milagre.
                5:41 O milagre ocorre de forma simples, Jesus estende a mão e toca a menina, um procedimento proibido aos judeus. Jesus, antes tinha sido tocado por uma mulher com o fluxo de sangue e agora toca a menina morta, demonstrando que a Misericórdia de Deus é maior que a Lei de Moisés. Jesus libera então suas palavras de vida: Menina, a ti te digo: levanta-te.
                5:42 Este milagre deixou os pais assombrados e com grande espanto. Deus é que nos surpreende. 5:43 E a jovem menina pode voltar a sua vida normal.

                Aprendemos com este relato histórico da vida de Jesus Cristo, que em situações difíceis devemos procurar a ele, que é detentor de todo O Poder, e indiferente de quem nós venhamos a ser, deveremos nos despir de todo o nosso garbo, e nos jogar aos pés de Cristo. Ele atenderá as nossas súplicas, todavia em seu tempo, desta feita, temos de ter fé para aguardá-lo mesmo que a situação fique pior, haja vista, que isto só indica que Deus quer realizar um milagre maior. Todavia, haverá pessoas que não acreditaram que Deus irá realizar algo, mas nós deveremos ficar sempre firmes na promessa de Jesus Cristo, que ressuscitará a nossa pequena menina

terça-feira, 24 de março de 2015

A missão integral de Jesus

René Padilla
 
Basta um estudo superficial de como Jesus desenvolveu seu ministério terreno para comprovar que para ele todas as necessidades humanas eram uma oportunidade de serviço. Nos Evangelhos não há a menor evidência de que ele pusesse as necessidades espirituais acima das corporais nem estas acima daquelas. Segundo o testemunho de Mateus, “percorria Jesus todas as cidades e aldeias da província da Galileia, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (9.35). 
 
Seu ensinamento, de um alto conteúdo ético, se resume no Sermão do Monte (Mt 5–7) e deixa claro que o que Deus requer de seus filhos não se limita a deveres religiosos na área da relação com ele, mas se estende a todos os aspectos da vida humana, sem exceção. Além da relação com Deus, abarca a relação com o próximo e com a criação de Deus. Como sugere o Pai-Nosso, se orienta para “o cumprimento da vontade de Deus na terra” da mesma maneira como essa boa e soberana vontade se cumpre no céu. O ministério de Jesus inclui, portanto, o ensino da lei de Deus e dos valores do reino: paz, justiça, reconciliação, atitude em relação aos bens terrenos. 
 
Vinculada estreitamente com o ensino, “a proclamação do reino de Deus” é um aspecto essencial do ministério de Jesus. Com efeito, o estudo deste conceito nos Evangelhos nos permite afirmar, sem medo de errar, que este foi o tema fundamental da pregação de Jesus. Não é à toa que a expressão reino de Deus (ou seu equivalente “reino dos céus”, no Evangelho de Mateus) se repete com tanta frequência nos Evangelhos. O de Marcos capta a importância desta proclamação quando resume as boas novas anunciadas por Jesus nestes termos: “O reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho” (1.15b). Em um ambiente de expectativas messiânicas, como o que reinava entre os judeus naquele tempo, Jesus anuncia o cumprimento das profecias do Antigo Testamento. Não em termos do advento de um messias conquistador que vem libertar a nação de Israel de seus opressores, mas sim em sua própria pessoa e obra. Ele é o rei-servo que veio para estabelecer um reinado de paz e justiça! Como ele mesmo afirma no sermão inaugural (baseado em Isaías 61.1-2), na sinagoga de Nazaré da Galileia, no começo de seu ministério, referindo-se ao Messias enviado por Deus para anunciar boas novas aos pobres, proclamar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, por em liberdade os oprimidos e pregar o ano aceitável do Senhor: “nele se cumpre esta Escritura” na presença de seus ouvintes. E estes experimentam a presença do reino em suas vidas, na medida em que respondem a ele em arrependimento e fé.
 
O ensino e a proclamação do reino de Deus são acompanhados pela ação de Jesus em termos de “cura de toda enfermidade e de toda dor”. Os quatro Evangelhos demonstram essa maravilhosa liberação de poder milagroso em resposta às necessidades corporais de multidões submetidas à pobreza, sobretudo na província da Galileia. É óbvio que para Jesus o corpo humano não é menos digno de atenção e cuidado que o espírito. 
 
Se algo está claro a partir da descrição do ministério de Jesus é que para ele a unidade do ser humano é uma premissa fundamental e, consequentemente, a missão de Deus aponta para a restauração da totalidade da pessoa em comunidade, segundo o propósito que estabeleceu originalmente na criação. Assim, hoje tomamos parte nisso como continuadores da missão integral de Jesus, na medida em que orientamos nosso ministério para a satisfação de necessidades humanas de pessoas indivisíveis.
 
Traduzido por Wagner Guimarães 
 
C. René Padilla • é fundador e presidente da Rede Miqueias, e membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-Americana e da Fundação Kairós. É autor de O Que É Missão Integral?.

segunda-feira, 16 de março de 2015

O Corpo e Seus Membros

O plano de Deus é que deveria existir uma dependência mútua entre os crentes; contudo a Bíblia ensina isso primariamente em relação ao ministério público, e não à fé do indivíduo. Diz-se frequentemente, de uma forma ou de outra, que um cristão que está desvinculado de uma comunidade está fadado ao fracasso, mas esse ensino é mais autobiográfico do que bíblico, e é manipulador ao invés de encorajador. Ele é difundido por pessoas fracas ou por líderes que preferem ameaçar pessoas em vez de aprimorar seus próprios ministérios. Ao enfatizarem fé e adoração coletivas, ainda que sua intenção seja supostamente de fortalecer a igreja e seus membros, na verdade seu erro tem sido um fator importante para se perpetuar nos crentes a falta de vigor e compromisso.
O problema é que a sua doutrina equivale a uma negação da plenitude e suficiência de Cristo. Jesus Cristo é suficiente para sustentar e nutrir cada crente em particular totalmente à parte de qualquer outro crente. Há somente um Pai e um mediador entre Deus e o homem, Jesus Cristo. A igreja não é nossa mãe e nosso sacerdote. Antes, cada cristão é um sacerdote divinamente ordenado para a sua posição com plenos direitos de aproximar-se do trono dos céus e receber e administrar tudo o que Deus tem a oferecer por meio de Jesus Cristo. O cristão pode receber tudo de Cristo por meio da fé e pelo contato direto com Deus, sem a assistência da igreja e muito menos a sua permissão. Qualquer doutrina diferente disso é um ataque à suficiência e mediação de Cristo e deve ser considerada heresia.
O foco aqui é o princípio, e não que uma fé isolada é sempre preferível ou que a pessoa deveria deliberadamente buscar esse tipo de fé. E quando a preocupação tem a ver com o princípio, devemos insistir que a doutrina popular que faz da comunidade uma questão de necessidade é uma doutrina que não vem da revelação de Deus, mas da incredulidade e de suposições pessimistas sobre o potencial de um indivíduo perante Cristo. Quando se assume que comunidade é algo necessário para o florescimento ou mesmo para a sobrevivência da fé do indivíduo, encorajar a fé coletiva se torna a mesma coisa que encorajar a fraqueza pessoal. Isso é também um desserviço à comunidade, porque em vez de se reunir por amor, um bando de covardes se reúne agora por necessidade de se deixar arrastar pelos outros.
Jeremias era extremamente solitário, e Paulo teve às vezes de encarar as maiores provações sozinho, mas Jesus Cristo estava com eles e era suficiente para eles. Você diz: “Mas eu não sou Jeremias ou Paulo”. Certo, e enquanto continuar pensando dessa forma você nunca será qualquer coisa parecida com eles. Você não é Jeremias ou Paulo, mas confia no mesmo Jesus Cristo, que é o mesmo ontem, hoje e sempre, e assim não existe nenhuma diferença. Logo, jamais devemos sacrificar a suficiência de Cristo para preservar a importância da comunhão na igreja. E se você não pode passar o dia sem depender de outro homem para sustentá-lo, ao menos não infecte os outros com a sua incredulidade e fraqueza. Assim também, pregadores que negam a suficiência de Cristo para o indivíduo a fim de preservar a importância da comunidade deveriam ser repelidos. A igreja é de fato plano de Deus, mas não para o propósito de sobrevivência espiritual do indivíduo. Jesus Cristo é suficiente ― mais que suficiente ― para cada pessoa à parte da comunidade. Isso é inegociável.
Quando se trata do contexto público, como em uma reunião de igreja ou tarefas cotidianas da comunidade, o plano de Deus é de fato a dependência mútua, e nenhuma pessoa pode representar todo o corpo ou realizar todas as suas funções. Antes, cada pessoa é posta em seu próprio lugar de acordo com a vontade de Deus. Como escreve Paulo, “De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade”. Não se espera que façamos todos as mesmas coisas ou foquemos igualmente as mesmas coisas. Eventualmente um evangelista poderia enfatizar tanto a primazia do evangelismo que leva todas as outras pessoas se sentirem culpadas por não fazerem tanto quanto ele. Mas ele não está alimentando nenhum órfão. Então aquele que não faz nada mais que alimentar órfãos aparece e faz o evangelista parecer um hipócrita de coração frio. Deus nos colocou em nossas próprias posições, e não devemos definir o corpo como um todo por nenhuma função pela qual estamos obcecados: “Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, há muitos membros, mas um só corpo”.
É aqui que a distinção entre a fé do indivíduo e o ministério público se torna essencial. Como indivíduo, posso realizar em uma pequena escala quase qualquer função no corpo de Cristo, ainda que esse não seja o meu ministério principal. Isto é, posso não ter sido chamado a liderar um projeto nacional para alimentar os famintos, mas eu seria negligente se um pedinte morresse de fome na soleira de minha porta. No entanto, só porque devo alimentar o pedinte na soleira de minha porta, isso não significa que eu deveria liderar um esforço nacional de combate à fome. Em vez disso, talvez Deus tenha me chamado para combater essa confusão ridícula sobre fé pessoal e fé coletiva. Em outras palavras, cada pessoa deveria ser uma crente completa, mas nenhuma pessoa precisa ser uma igreja inteira.
Você pode não pensar em seu dedo mindinho a todo o momento, mas se alguma vez você já o torceu, subitamente percebeu que depende dele o tempo todo. Agora ele dói quando você se levanta, quando se vira, quando caminha. O que acontece se um papel fino corta o seu dedo? Ele dói quando você faz quase qualquer coisa ― dói quando você escreve, quando você dirige, quando você cozinha, quando você lança uma bola ― de modo que “quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele” (v. 26). Da mesma forma, a pessoa que lida com processos burocráticos na igreja, ou talvez faz a contabilidade, recebe pouca atenção; mas imagine o caos se ela for subitamente removida, ou se ela é incompetente ou desonesta.
Para enfatizar uma vez mais o ponto anterior, se você prega na igreja e alguém outro limpa o chão, isso não significa que essa pessoa também limpa o seu chão quando você vai para casa. E se você limpa o seu próprio chão em casa, isso não significa que você deve limpá-lo na igreja, a menos que esse seja o seu emprego. Novamente, Cristo é suficiente para todo crente, para que todo crente pudesse ser completo, mas cada crente não desempenha todas as funções na igreja, de forma que há uma dependência mútua na igreja. Uma teologia da igreja que em qualquer grau compromete a suficiência total de Cristo ou o potencial e a responsabilidade do indivíduo é uma doutrina falsa.
Ora, uma pessoa pode crescer em proficiência, e um dom pode crescer em poder através da oração, do estudo e do uso regular, mas a capacidade parecerá nativa para ela, e não artificial ou forçada. Uma pessoa que não pode desempenhar, digamos, deveres administrativos pode muito bem receber a capacidade após a conversão, mas isso se tornará natural para ela dali em diante. Um olho é um olho porque Deus o fez um olho. Assim também, para um olho ser um olho, basta apenas ele ser ele mesmo. Ele não tem de ser algo que ele não é nem deveria ser invejoso ou fingir ser outro membro no corpo. É assim que ele funcionará de acordo com o seu verdadeiro propósito e potencial.
Autor Vicent Cheng