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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Os cristãos na Coreia do Norte


Como está escrito:Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia;Somos reputados como ovelhas para o matadouro. (Romanos 8:36)
Os cristãos na Coreia do Norte enfrentam estupros, torturas, escravidão e são mortos simplesmente por causa da sua fé, comprova um novo e contundente relatório da Christian Solidarity Worldwide (CSW).
A CSW, ONG inglesa que luta pela liberdade publicou este mês o relatório “Total Negação: Violações de Liberdade de Religião ou Crença na Coreia do Norte”, que mostra como não existe liberdade de religião ou crença no país liderado pelo ditador Kim Jong-Un.
“As crenças religiosas são vistas como uma ameaça à fidelidade exigida pelo Líder Supremo, então qualquer pessoa que mantenha a fé acaba sendo severamente perseguida”, afirma o documento. “Os cristãos sofrem de modo significativo por que o partido comunista que lidera o país os rotula como antirrevolucionários e imperialistas.”
Entre os casos documentados de violência contra os cristãos há casos de pessoas “colocadas em uma cruz com uma fogueira embaixo, esmagados por um rolo compressor, jogados de cima de pontes e pisoteados até a morte”.
Outros crimes bárbaros incluem “execuções sem julgamento, extermínio, escravidão/trabalho forçado, transferência forçada de população, prisões arbitrárias, torturas, perseguição, sequestros, estupro e violência sexual, entre outros atos similares”.
Existe uma política de “culpa por associação”, em muitos casos, fazendo com que os parentes dos cristãos também sejam presos, mesmo que não professem a fé cristã, ressalta o relatório.
Embora oficialmente sejam conhecidos apenas 13.000 cristãos na Coreia do Norte, acredita-se que o número real seja muito maior. Existem 121 locais de culto religioso na Coreia do Norte, afirma o Centro de Dados dobre Direitos Humanos da Coreia do Norte, incluindo 64 templos budistas, 52 templos Cheondoista, três igrejas protestantes, uma catedral católica e uma igreja ortodoxa russa.
As cinco igrejas ficam na capital, Pyongyang, no entanto, analistas acreditam que elas servem apenas para tentar mostrar uma boa imagem da Coreia do Norte diante da comunidade internacional, pois não há cultos.
Segundo informações de missões, existem 500 igrejas domésticas na Coreia do Norte, formadas principalmente por pessoas cujas famílias eram cristãos antes de 1950 – início da Guerra da Coreia que dividiu o país. No entanto, eles não poderão estabelecer líderes nem usar materiais religiosos.
O ministério Cornerstone International, que trabalha com os cristãos naquela região, estima que existam entre 200 e 300 mil cristãos norte-coreanos vivendo no país, que não são reconhecidos pelo governo, a verdadeira igreja subterrânea.
Eles são obrigados a praticar sua fé em segredo, pois se forem pegos, serão enviados para campos de trabalhos forçados, bastante conhecidos pela população. Um homem que conseguiu fugir de um deles explicou à CSW que conheceu um prisioneiro que foi enviado para o campo simplesmente porque tinha passado um mês na China estudando a Bíblia.

Templos abertos, mas vazios

Os cristãos não são o único grupo religioso a sofrer sob o regime comunista. Budistas e Cheonistas [crença tradicional coreana] também são tratados como inimigos da revolução, embora a CSW acredite que “o regime pode ter um maior grau de tolerância com as crenças consideradas nativas da Ásia ou da península coreana”. Um dos principais argumentos contra as igrejas é que elas fariam parte de uma tentativa de dominação estrangeira.
Segundo o extenso relatório do CSW, os templos abertos parecem mais com museus que com   prédios de atividades religiosas. “Estas instalações, organizações e instituições permanecem abertas para mostrar a existência de pluralismo religioso e aceitação, mas a realidade é outra”, sublinha o material.
A CSW pede que a comunidade internacional apoie o encaminhamento da Coreia do Norte para o Tribunal Penal Internacional, onde será investigada todas as suas violações de direitos humanos.
Sua petição diz que “Muitos norte-coreanos estão sofrendo por causa de sua fé, e a comunidade internacional precisa agir urgentemente para acabar com a impunidade e garantir a prestação de contas… Todo esforço deve ser feito para buscar a responsabilização e justiça para o povo da Coreia do Norte, que sofre abusos dos direitos humanos em uma escala sem paralelo no mundo moderno”.Com informações de Christian Today

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Deus Proverá o Cordeiro Para Si


       
     Como pode ser compreendida a vontade de Deus? Compreender Deus, só é possível pela revelação de Deus à humanidade, esta revelação não é apenas para que a humanidade venha obter o conhecimento teórico do Senhor, mas, sim para obter o conhecimento de si mesma. Nas Santas Escrituras são mencionadas vários episódios que Deus ao se revelar mostra a peculiaridade do ser humano e, traz a este o conhecimento de suas incertezas e inseguranças, ao fazer isto o ser humano é confrontado com a sua necessidade de Deus, e aprende o grande propósito de Deus para a sua vida.

 

            No livro do Gênese é explicado o início de tudo; inclusive do princípio do propósito de Deus para a salvação da humanidade decaída e, é declarado de forma clara que a humanidade só compreenderia este propósito quando a mesma vivesse este propósito. A revelação é dada de maneira empírica, movendo o ser em si mesmo para que este alce o valor do saber divino. Este valor quando entendido resultará no absorver da mente de Deus, isto irá trazer uma expectativa pelo cumprir de Deus em sua vida. Deus demonstra isto no monte Moriá, donde a história é um drama de um pai e de seu filho, que foram confrontados com um pedido arrasador, e o pai foi provado a oferecer seu filho ao sacrifício. Um pedido dorido, um único filho da mulher amada, fruto de um milagre, Deus o pediu em sacrifício (Gn. 22: 2  Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.).

 

            Abraão é chocado com os sentimentos mais diversos naquele momento, se era para o seu filho morrer, para que então Deus lhe proporcionara a alegria de tê-lo em idade avançada? Abraão escolhe se libertar de si mesmo e obedece a Deus, acorda pela manhã e vai cortar o lenho para o sacrifício (Gn. 22. 3 ¶ Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado), um pai rachando o madeiro para o sacrifício do seu próprio filho, em cada lenha partida era como coração sendo partido, um coração partido de dor e desespero.

 

            Um olhar de longe e uma esperança de salvação, mas chegando ao terceiro dia foi Abraão a sentir o prenuncio da dor que chegaria um dia ser a dor de Deus (Gn. 22: 4  Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe.), um lugar de onde Deus apontaria o propósito para a vida do pecador. Naquele dia a Bíblia nos conta uma das histórias mais dramáticas do Antigo Testamento. O pai demonstra sua esperança em aguardar um grande livramento do Grande Deus Altíssimo quando pede aos seus servos para os aguardá-los (Gn. 22: 5  Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós.), apesar de ter o mandado do Senhor em holocausto de seu filho ele cria na esperança de Salvação de Seu Deus. Pondo em andar cresce a dor, mas, contudo, também cresce a fé (Gn. 22: 6 Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos.), a expectativa de um homem levando seu filho ao sacrifício, aumenta mediante a pergunta de seu filho (Gn 22: 7  Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?), Abraão reporta a única resposta possível para os que creem em um Deus de livramento (Gn 22: 8  Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos.). Ali no lugar que Deus marcou para um encontro de grande importância não apenas para Abraão, mas para toda humanidade; então Abraão faz apenas que lhe resta ergue a mão para sacrificar o seu próprio filho (Gn. 22: 10 e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho.).

 

            Naquele dia as vidas de um homem e de um rapaz estavam prestes a mudar e, um grande propósito estava a ser anunciado aos que precisavam. Uma intervenção é anunciada a aquele que creu (Gn. 22: 11 ¶ Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! 12  Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.), que palavras de alívio as almas de um pai e de um filho. A Bíblia relata que o filho escapou e o cordeiro foi imolado em seu lugar (Gn. 22:13 Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.), Deus proveu o sacrifício para a libertação de seu filho.

 

            No Moría Deus aponta que sem sangue, sem entrega não a libertação (Hebreus 9:22  Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.), remissão esta que aconteceria mais adiante, em um sacrifício de graça amor (Efésios 2:5  e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos, Efésios 5:2  e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.), sem nenhum questionamento foi Cristo morrer no lugar do filho do homem (Isaías 53:7  Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.), , um sacrifício vivo e vicário para salvar a todos que creram em seu nome, este imolar inaudito preparado antes de tudo existir (1 Pedro 1:19-20  mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,  conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós), aqui o cordeiro se livrou e o Filho de Deus foi quem se ofereceu a morte para salvar a humanidade caída.


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Fé e Obras



Texto: São Tiago 2:14-26

O caráter da resposta propõe que São Tiago está respondendo a uma pergunta feita concernente a fé e as obras. São Tiago tenta então afirmar de forma pastoral que tanto uma como a outra devem serem feitas (Tiago 2:26 Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.), apesar desta epístola não falar do nome de Jesus os ensinamentos de Cristo é notório (Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Mateus 5:44), os salvos fazem boas obras, pois tem o caráter cristão, logo, a Fé sem obras é morta.

Na visão de São Tiago não coloca a Obra como ponte de Salvação, mas diz que aqueles que não a praticam, não poderiam ter sidos justificados (Tiago 2:24), pois, não nasceram de novo; e, o que nasce de novo tem a mesma preocupação de Jesus Cristo (
Mateus 14:14-21). Na visão do evangelho de Jesus não há apenas a mensagem espiritual de poder e salvação, mas há também a mensagem de caridade, misericórdia e amor fraternal; que é desprezada pela igreja. Uma Fé que é egoísta, que não se preocupa com o próximo ela é identifica a Fé dos demônios em Cristo Jesus (Tiago 2:19). Os demônios creem em Cristo mais nunca serão alcançados por uma fé transformadora, continuaram a serem malignos. Assim, entende que é uma fé morta, é o tipo de fé que diz (E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí Tiago 2:15,16).

Assim o cristianismo tem o que chamamos de obras de misericórdia, a onde o cristão convertido demonstra o seu novo nascimento. Estas ações expressam condescendência, e são, portanto, deverão ser realizadas por cristãos a medida que possível “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.” (Mateus 5:7). Eles também são obrigados por uma questão de obediência ao segundo dos dois grandes mandamentos: "(….)Amarás ao teu próximo como a ti mesmo." (Mateus 22:39). Em Mateus 25:34-46, Jesus insiste na necessidade de observar as seis primeiras obras de misericórdia corporais.


Ser cristão é ter a natureza de Cristo, e procurar sempre transformar o Mundo pela renovação de sua mente (Rom. 12:1-2). A igreja precisa mudar a sua cosmovisão, e absorver que ela é o sal da terra, de modo se o sal não tiver gosto de nada serve (Mateus 5:13), o que a igreja está fazendo, como aquela que muda o Mundo? O Mundo continua em trevas de dores morais e sociais, precisamos ser novamente a Luz do Mundo (Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. Mateus 5:16).

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Violência contra as Crianças





Mateus 19
13Então, trouxeram-lhe algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Os discípulos, contudo, os repreendiam. 14Mas Jesus lhes ordenou: “Deixai vir a mim as crianças, não as impeçais, pois o Reino dos céus pertence aos que se tornam semelhantes a elas”. 15E, depois de ter-lhes imposto as mãos, partiu dali. Dificilmente os ricos serão salvos



 Estudo do Secretário-Geral das NU revela a natureza, extensão e causas da violência contra as crianças, e propõe recomendações para a adepção de medidas destinadas a prevenir e responder às situações em que ocorrer.

Muitos atos de violência perpetrados contra as crianças continuam escondidos e têm muitas vezes a aprovação da sociedade, segundo o Estudo do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre a Violência contra as Crianças apresentado ontem à Assembleia Geral. Pela primeira vez, um único documento apresenta uma visão global sobre os diversos tipos e a escala da violência contra as crianças no mundo.

A violência contra as crianças inclui violência física, psicológica, discriminação, negligência e maus-tratos. Ela vai desde abusos sexuais em casa a castigos corporais e humilhantes na escola; do uso de restrições físicas em casa à brutalidade cometida pelas forças da ordem, de abusos e negligência em instituições até às lutas de gangues nas ruas onde as crianças brincam ou trabalham; do infanticídio aos chamados «crimes» de honra.

“A melhor forma de tratar do problema da violência contra as crianças é impedir que acontecesse,” diz o Professor Paulo Sérgio Pinheiro, perito independente nomeado pelo Secretário-Geral para liderar o Estudo. “Todas as pessoas têm um papel a desempenhar nesta causa, mas cabe aos Estados assumir a principal responsabilidade. Isso significa proibir todas as formas de Violência contra as Crianças, onde quer que aconteça e independentemente de quem a pratica, e investir em programas de prevenção para enfrentar as causas que lhe estão subjacentes”.

O Estudo debruça-se sobre cinco «ambientes» em que a violência ocorre: em casa e na família, na escola e ambiente.

Embora inúmeros casos de violência continuem escondidos e por reportar – e, por esse motivo, os números ficam muito aquém da dimensão do problema - as estatísticas incluídas no relatório revelam um panorama alarmante. Por exemplo:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2002, cerca de 53.000 crianças entre os 0-17 anos de idade foram vítimas de homicídio; segundo as últimas estimativas da Organização Mundial do Trabalho (OIT), 5.7 milhões de crianças realizavam trabalhos forçados ou em regime de servidão, 1.8 milhões estavam envolvidas na prostituição e pornografia, e 1.2 milhões foram vítimas de tráfico no ano 2000.

Em 16 países em desenvolvimento analisados no âmbito de um Inquérito Mundial sobre Saúde realizado nas escolas, a percentagem de crianças em idade escolar que afirmaram ter sido vítimas de bullying (intimidação) verbal ou física na escola nos 30 dias anteriores à entrevista oscilava entre os 20% em alguns países e 65% noutros; segundo o Estudo, as crianças que se encontram em centros de detenção são frequentemente vítimas a atos de violência por parte do pessoal da instituição, por vezes como forma de controlo ou castigo, na maior parte dos casos por infracções menores. Em 77 países, os castigos corporais e outras formas de punição violentas são aceites como medidas disciplinares legais em instituições penais.

As marcas físicas, emocionais e psicológicas da violência podem ter sérias implicações no desenvolvimento da criança, na sua saúde e capacidade de aprendizagem. Alguns estudos mostraram que o facto de ter sofrido atos de violência na infância está relacionado com comportamentos de risco no futuro, tais como o consumo de tabaco, o abuso de álcool e drogas, inatividade física e obesidade. Por outro lado, estes comportamentos contribuem para algumas das principais causas de doença e de morte, nomeadamente para certos cancros, depressão, suicídio e problemas cardiovasculares.

“A violência tem consequências duradoiras não apenas paras as crianças e seus familiares, mas também para as comunidades e países” afirmou a Diretora Executiva da UNICEF Ann M. Veneman. “Consideramos este Estudo sobre as consequências da violência nas crianças da maior importância e oportunidade.”

O relatório apresentado à Assembleia Geral recomenda que seja tomado um amplo leque de medidas para prevenir e responder à violência contra as crianças em todos os locais e ambientes em que ocorre. As doze recomendações de carácter geral contidas no Estudo abordam sectores como estratégias e sistemas nacionais, recolha de dados e a garantia da responsabilização.

Em nível global, o relatório recomenda a nomeação de um Representante Especial para a Violência contra as Crianças, com um mandato inicial de quatro anos, cuja missão consistirá em defender a causa ao mais alto nível, promovendo a prevenção e eliminação de todos os tipos de violência contra as crianças e incentivando a cooperação e o seguimento neste domínio.

Acerca do Estudo do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Violência contra as Crianças


Em 2001, a Assembleia Geral pediu ao Secretário-Geral que conduzisse um Estudo aprofundado sobre a questão da violência contra as crianças. Mais tarde, foi nomeado um perito independente, o Professor Paulo Sérgio Pinheiro, para liderar o Estudo em colaboração com o Alto Comissariado para os Direitos Humanos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

domingo, 4 de setembro de 2016

Ação Social Puritana




por Leland Ryken

Os Puritanos foram protótipos da ação social evangélica. Preocupação pelos pobres é virtualmente a primeira coisa que vem à nossa mente quando usamos a frase "ação social", e é um bom lugar para iniciar uma discussão sobre a consciência social dos Puritanos. Uma fonte de dados é um grande número de exortações em sermões e folhetos.
De acordo com uma dessas fontes, "um fim principal de todas nossas ações sociais, empregos políticos e empreendimentos tangíveis em nossos chamados particulares, deve ser dar aos pobres". Um tratado anônimo, chamado St. Paul the Tent-Maker (S. Paulo, o Fazedor de Tenda), afirmou que "quanto mais diligentemente buscarmos nossos diversos chamados, mais somos capacitados para estender nossa caridade aos que encontram-se na pobreza e em apuro". William Perkins era da opinião de que quaisquer ganhos acima de uma justa manutenção patrimonial deve ir diretamente para "o bem dos outros,... o alívio do pobre,... a manutenção da igreja". Thomas Lever disse num sermão que "homens ricos deveriam guardar para si mesmos não mais do que necessitam, e dar aos pobres tanto quanto eles necessitam".

Mas falar sai barato em tais assuntos. O que os Puritanos realmente fizeram para ajudar aos pobres? O teólogo anglicano Lancelot Andrews observou em 1588 que as igrejas calvinistas de refugiados em Londres foram capazes "de fazer tanto bem que nenhum de seus pobres é visto nas ruas a pedir", e ele lamentou que, "esta cidade, a abrigadora e mantenedora deles, não seja capaz de fazer o mesmo bem". W.K. Jordan reuniu uma enorme quantidade de dados sobre padrões de filantropia na Inglaterra durante a época da Reforma. Ele contrasta tempos medievais católicos, que "foram extremamente sensíveis às necessidades espirituais da humanidade enquanto demonstraram apenas uma preocupação escassa e ineficaz com o alívio" da pobreza, da miséria e da ignorância, com as notáveis doações particulares na Inglaterra de 1480-1660. "Uma vasta porção [dos doadores] eram Puritanos", conclui Jordan, e menciona como um dos "grandes impulsos condutores" por trás do crescimento da caridade voluntária "a emergência da ética protestante".
É digno de nota que pregadores Puritanos, eles mesmos relativamente pobres, foram modelos especiais da caridade cristã aos pobres. Samuel Ward registrou "que homem bom é o Sr. Chadderton, que tem tão viva afeição pelos pobres, o que é sinal certo de um cristão verdadeiro". John Foxe escreveu sobre ver na casa de John Hooper, em Worcester, "uma mesa posta com boa quantidade de carne e cheia de mendigos e gente pobre"; por investigação, Foxe soube que Hooper fazia do alimentar os pobres uma prática regular. Richard Greenham elaborou um esquema de compra cooperativa em sua paróquia para ajudar os pobres a comprarem milho barato em tempo de crise.
Os Puritanos mostraram igual preocupação pelos desempregados. Um século após Calvino comparecer diante do conselho da cidade de Genebra para instar com os magistrados a acharem trabalho para os desempregados, Samuel Hartlib, o utópico Puritano, sugeriu que se fizesse uma clara distinção entre os incorrigivelmente ociosos e os involuntariamente desempregados. Os "pobres sem conforto", disse ele, "esperam por uma reforma, como os sedentos ansiavam pela chuva... e há... grande necessidade do Parlamento encontrar modos e meios de preservar o povo da pobreza".

Os Puritanos também encorajavam a ação pública contra certas formas de injustiça social. Eles eram, por exemplo, capazes de agir contra preços exorbitantes. Às vezes os Puritanos usavam o púlpito para influenciar os preços. Em 1673 o Puritano da Nova Inglaterra, Urian Oakes, falou contra o muito "apertar, e espremer, e moer os pobres”. Increase Mather exortou seus congregados assim:

O homem pobre chega entre vós e necessita uma mercadoria a qualquer preço, e você o fará pagar o que satisfaz você, e porá qualquer preço que lhe agrade sobre o que ele tem a oferecer... sem respeitar o justo valor da coisa.

Há o comentado caso de Robert Keayne, de Boston. De acordo com o jornal de Winthrop, Keayne era um comerciante que "era notoriamente acima dos outro observado e censurado” porque cobrava preços excessivos. "Sendo discutida a questão pela igreja, alguns acharam que devia ser excomungado, mas a maioria pensou que a admoestação seria suficiente". Keayne foi multado em duzentas libras pelo magistrado, embora sua defesa de si mesmo em seu último testamento deixa impressão de que a sociedade Puritana havia sido excessivamente zelosa em proteger os direitos do consumidor.
Na Inglaterra, Richard Baxter mostrou uma preocupação semelhante com relação aos abusos econômicos na sociedade em geral. Incluídos numa lista de práticas comerciais que ele proibiu, estavam: ganhar mais pelos bens do que eles valem fazer um produto parecer melhor do que é, esconder falhas no produto, pedir um preço tão alto quanto se pensa poder conseguir, e tirar vantagem das necessidades dos outros.
A consciência social Puritana não estava limitada aos cristãos em necessidade, mas estendia-se a toda a sociedade. Baxter disse que "tamanha é a ternura de um olho santo que ele tem lágrimas para derramar até pelos inimigos". John Preston, ao responder à questão "Você nos 'faria amar a ninguém, senão a santos?", replicou: "Devemos amar todos os outros com um amor de piedade, devemos mostrar abundância deste amor a toda humanidade". E Thomas Doolittle disse a seus companheiros Puritanos, na Londres assolada da peste; a "ter um sentimento de companheirismo em relação às misérias com as quais os outros são incitados... e isto independe de sua condição espiritual".
A caricatura comum dos Puritanos como preocupados apenas com os pecados particulares e despreocupados com os pecados sociais é inexata. Quando William Perkins pregou na Feira Rural de Sturbridge, por volta de 1592, denunciou os pecados da sua cultura. A lista resultante incluía tanto pecados pessoais como sociais: "Ignorância da vontade de Deus e do culto", "desprezo pela religião cristã", "blasfêmia", "profanação do domingo", "acordos injustos nos negócios entre homem e homem", "assassinatos, adultérios, usuras, subornos, extorsões".

A Base Moral e Teológica para a Ação Social Cristã

O que estava por trás deste posicionamento Puritano pela ação social? A resposta é tanto moral como teológica. No lado moral, os Puritanos estavam convencidos de que os cristãos são responsáveis por aqueles em necessidade. Sua ação social estava arraigada na consciência moral cristã. "A verdadeira moralidade, ou a ética cristã", escreveu Baxter, "é o amor a Deus e ao homem, incitado pelo Espírito de Cristo pela fé; e exercido nas obras de piedade, justiça, caridade e temperança". Noutro lugar Baxter advertiu: "Cuidado para não perder aquele amor comum que deves à humanidade". Para William Ames: "servir ou beneficiar os outros é um dever que pertence a todos os homens... Amor a Deus não pode subsistir sem esta caridade pelo nosso próximo nem o pode qualquer verdadeira religião".
Houve também um lado teológico do envolvimento social Puritano. Em contraste com as perspectivas católicas das boas obras como algo que ajuda a assegurar a salvação, os Puritanos acreditavam que o Novo Nascimento resulta em preocupação social. A piedade genuína produz boas obras, que são atos de gratidão, não de mérito. Cotton Mather disse de seu pai:
Uma nobre demonstração deu ele de que aqueles que fazem boas obras porque já são justificados, não farão menos do que aqueles que fazem boas obras para que possam ser justificados; e que aqueles que renunciam a toda pretensão de mérito por suas boas obras, abundarão mais em boas obras do que os maiores negociantes de méritos no mundo.
Este tema de piedade produzindo moralidade foi um dos tópicos mais comuns entre os Puritanos. "Preceitos sem padrões farão pouco bem", escreveu Eleazar Mather; "deve-se... falar pela vida assim como pelas palavras; deve-se viver a religião, tanto quanto falar em religião”. William Ames concordou: "Obediência interna não é suficiente por si, porque todo o homem deve sujeitar-se a Deus. Nossos corpos devem ser oferecidos a Deus".

Ação Social Pessoal em vez de Institucional

Os Puritanos tinham muito mais confiança na responsabilidade social individual do que nas agências governamentais e sociais. Para eles, a ação social eficaz começava com o indivíduo. Richard Greenham escreveu:
Certamente se os homens fossem cuidadosos em reformar a si mesmos primeiro, e então suas próprias famílias, veriam as múltiplas bênçãos de Deus na nossa terra e sobre a igreja e a comunidade. Pois de pessoas particulares vêm famílias; de famílias, cidades; de cidades, províncias e de províncias, regiões inteiras.
Tal declaração é uma rejeição implícita à posição liberal moderna de que o modo de combater os males sociais é multiplicar agências sociais. Que as pessoas como indivíduos são decaídas os Puritanos sabiam tão bem quanto nós, mas eles também sabiam que as instituições não escapavam aos efeitos da Queda e são, de fato, o produto de pessoas decaídas. M.M. Knappen resume a teoria Puritana quando escreve:
Quando o Puritanismo é comparado com os sistemas modernos coletivistas, seu individualismo também aparece. Os pensadores do século dezesseis não depositavam fé no Estado como tal. A integridade de um sistema não salvaria alguém. Integridade deve haver, mas também deve haver cooperação pessoal e responsabilidade pessoal.

Os Puritanos eram igualmente individualistas em sua abordagem da ajuda financeira. Eles opunham-se à caridade indiscriminada e insistiam que ajuda fosse dada apenas àqueles em genuína necessidade. William Perkins pode ser considerado como típico quanto ao pensamento Puritano a respeito de mendigos e vagabundos. Perkins disse que eles "são (na maior parte) uma geração maldita", "pragas e chatos" tanto para a igreja quanto para o Estado. "É a boa lei da nossa terra", acrescentou ele, "agradável à lei de Deus, que ninguém deveria pedir, se é capaz de trabalhar". A injunção de Paulo de que "se alguém não quer trabalhar, que não coma" (2 Tessalonicenses 3.10) foi um dos textos citados mais freqüentemente entre os Puritanos.

Christopher Hill resume a atitude Puritana como uma questão de pensar que "a caridade indiscriminada... era uma ameaça social. Ela impedia o pobre de realizar suas responsabilidades e seriamente procurar emprego". Como resultado, muitos Puritanos preferiam que as igrejas tomassem conta dos pobres em suas próprias paróquias, onde julgariam entre a necessidade genuína e a fraudulenta.

O plano positivo de contra-ataque ao dolo era pôr as pessoas para trabalhar e torná-las membros produtivos da sociedade. Richard Stock reivindicou que esta é a melhor caridade, aliviar os pobres, ao fornecer-lhes trabalho. Beneficia ao doador tê-los a trabalhar; beneficia a comunidade não sofrer parasitismos, nem nutrir qualquer ociosidade; beneficia aos próprios pobres.

Quando Hugh Peter retornou à Inglaterra da América, disse ao Parlamento num sermão: "Tenho vivido num país onde em sete anos nunca vi um pedinte, nem ouvi palavrões, nem olhei para um bêbado; por que deveria haver mendigos na sua Israel, onde há tanto trabalho a fazer?” Richard Baxter, pastor em Kidderminster, empreendeu um programa bem-sucedido para capacitar os pobres para trabalhar na indústria têxtil.

Os Puritanos estavam profundamente preocupados com a qualidade da sua sociedade. Increase Mather resumiu seus pontos de vista quando disse que o propósito da Bíblia é mostrar-nos "como devemos servir a Deus, e como devemos servir à geração na qual vivemos". Servir à geração na qual vivemos: este sempre tem sido o lema dos cristãos que estão preocupados em viver sua fé no mundo.

Nenhum Povo Pequeno: A Tendência à Igualdade no Puritanismo

Apesar de toda sua ênfase na comunidade, o Puritanismo também é conhecido como um movimento que defendia o individualismo. A base teológica desse individualismo era o sacerdócio de todos os crentes. Este individualismo não era o humanístico da Renascença, o qual era uma forma de auto realização baseada na bondade inerente em cada pessoa. Era ao invés disso um "individualismo... para o homem comum".

Este individualismo pode ser visto no impulso "nivelador" dos Puritanos de tratar todas as pessoas como iguais diante de Deus e proteger a importância de cada indivíduo. Para ilustrar, considere as seguintes declarações representativas que cobrem uma variedade de situações:

A pessoa mais desprezada na região deve ser tratada como se fosse um irmão do rei e membro-companheiro com ele no reino de Deus e de Cristo. Que o rei, portanto, não se considere bom demais para prestar serviço a tais pessoas humildes.
O mais pobre lavrador é em Cristo igual ao maior príncipe.
Nenhum homem deverá firmar-se no seu nascimento ilustre, ou gloriar-se em seu parentesco pela nobreza e pelo bom sangue, mas apenas regozije-se nisto: que foi retirado do reino das trevas.
Um povo não é feito para regras, mas regras para um povo.
Todos os cristãos... são feitos sacerdotes igualmente para Deus; e assim não há entre eles clero ou laicato, mas os ministros são aqueles escolhidos pelos cristãos...; eles não têm nem direito nem autoridade alguma neste ofício, senão pelo consentimento da igreja.

Todas estas frases tendem na direção de pôr as pessoas em pé de igualdade, especialmente em assuntos espirituais. Todas elas desafiam séculos de pensamentos, nos quais a sociedade havia automaticamente concedido alguns privilégios e poderes a uma elite exaltada. Lawrence Stone escreveu sobre "o efeito da consciência Puritana em solapar o respeito por posição e títulos em todos os níveis da hierarquia social". Um resultado desta tendência era exaltar a dignidade e o valor da cada indivíduo. Um estudioso moderno crê que "o mais profundo laço entre o Puritanismo e a democracia é seu respeito comum por todo indivíduo humano, independente do seu lugar em qualquer instituição eclesiástica, política, econômica, ou outra". Isto não é para alegar, é claro, que os Puritanos poderiam ter vislumbrado as instituições democráticas que eventualmente se originariam de seu pensamento.

Os Puritanos estavam todos cientes de que havia algo revolucionário em sua ênfase sobre a pessoa comum. Cromwell organizou o New Model Army (Exército Novo Modelo) com base no mérito em vez de status; ele escreveu: "Os oficiais não são de melhor família do que os soldados comuns". Outro Puritano escreveu:

A voz de Jesus Cristo reinando em sua igreja vem primeiro das... pessoas comuns... Deus usou o povo comum e a multidão para proclamar que o Senhor Deus Onipotente reina... Vocês que são da ordem inferior, povo comum, não sejam desencorajados; pois Deus pretende fazer uso do povo comum na grande obra de proclamar o reino de seu Filho.

De acordo com John Benbrigge, uma marca essencial de um verdadeiro convertido é que ele ou ela "estima o homem ou a mulher mais pobre que é rico(a) em Cristo", e denunciou pessoas que preferem "ricos mundanos a cristãos pobres".

Tais atitudes sobre igualdade eram inerentes na teologia Reformada. Ao atribuir primazia a assuntos espirituais em vez de externos, os Puritanos abriram a porta para o enfraquecimento de qualquer privilégio baseado exclusivamente em nascimento ou posição. Isto, por sua vez, foi unido à doutrina do sacerdócio de todo crente. Em tal clima de pensamento, cada santo torna-se igual ao outro e superior às pessoas cuja única reivindicação de status é social ou institucional. De acordo com William Dell, é uma regra na igreja manter a igualdade entre cristãos. Pois, embora de acordo com nosso primeiro nascimento,., há grande desigualdade... entretanto, de acordo com nosso novo ou segundo nascimento, pelo qual somos nascidos de Deus, há exata igualdade, pois aqui não há melhor ou pior, maior ou menor.

Thomas Hooker fez uma reivindicação semelhante:

Tome o santo mais inferior que já respirou sobre a terra, e o mais bem preparado e estudado erudito...; a mais inferior alma ignorante, que é quase um tolo natural; esta alma sabe e entende mais sobre a graça e a misericórdia em Cristo do que todos os mais sábios e entendidos no mundo, do que todos os grandes eruditos.

Para que não pensemos que isto é simplesmente uma preferência pela pessoa ignorante, podemos emparelhá-la com a frase do mais conhecido de todos os poetas ingleses, John Milton: "Um mero homem inculto, que vive por aquela luz que ele tem, é melhor e mais sábio e edifica aos outros mais na direção de uma vida mais santa e feliz" que um clérigo treinado em todas as universidades. Como fundamento de todas estas frases está o princípio de que o cristianismo introduz todo um novo conjunto de critérios pelos quais julgar o valor de uma pessoa.

A direção mais obviamente "democrática" que o pensamento Puritano tomou foi uma nova ênfase no controle pelo consentimento daqueles que são governados. No século dezessete, as pessoas progressivamente presumiram que tinham um direito de rejeitar o governo de magistrados ou oficiais da igreja, cujas decisões não gozassem do apoio da maioria das pessoas. Onde quer que os Puritanos ganhem certo domínio, as congregações tinham uma voz na escolha de seus ministros.

No âmbito político, John Winthrop teorizou que as pessoas não deveriam ser submetidas ao governo de ninguém, exceto "de acordo com sua vontade e pacto", e considerava como ilegítima qualquer situação "onde um povo tem homens dominando sobre eles sem sua escolha ou permissão". John Davenport disse, num sermão sob o tema de eleição, que o povo consente com um governo "condicionalmente... de forma que, se a condição for violada, eles podem retomar seu poder de escolher a outro". Na Inglaterra, John Milton defendeu a deposição do rei sob exatamente a mesma base:

Visto que o rei ou magistrado mantém sua autoridade pelo povo..., então pode o povo, com a frequência com que o julgar para melhor, ou escolhê-lo ou rejeitá-lo, retê-lo ou depô-lo..., meramente pela liberdade e o direito de homens nascidos livres de serem governados como melhor lhes parece.

Estas aspirações democráticas não eram necessariamente baseadas em fundamentos bíblicos ou teológicos. Num tratado que leva título re-levador The Throne Established by Righteousness (O Trono Estabelecido pela Justiça), John Barnard negava que qualquer instituição política, por si mesma, garanta o sucesso de uma sociedade:

Não sei de qualquer forma particular de governo civil que o próprio Deus tenha designado, direta ou imediatamente, em qualquer revelação clara de sua mente e sua vontade, a qualquer povo que seja.

Os Puritanos foram responsáveis pela ascensão da democracia moderna? Toda sua situação política era tão diferente da nossa própria que é difícil responder a essa questão. No mínimo, eles produziram um clima de pensamento e prática que tornou possível o desenvolvimento da democracia. Alguém falou a respeito do Puritanismo da Nova Inglaterra que poucas sociedades, na cultura ocidental, jamais dependeram mais inteiramente e mais auto-conscientemente do consentimento de seus membros do que as alegadamente repressivas "teocracias" da Nova Inglaterra antiga... Cada aspecto da vida pública na Nova Inglaterra exigia o assentimento formal do público. Membros de igreja elegiam seus ministros; associações comunitárias, seus homens seletos; homens livres, seus delegados e magistrados; e os militares, seus oficiais.

Certamente o espírito da democracia era inerente ao pensamento Puritano.

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Fonte: Santos No Mundo - Leland Ryken - Editora Fiel.

Via: Bom Caminho