por Leland Ryken
Os Puritanos foram protótipos da
ação social evangélica. Preocupação pelos pobres é virtualmente a primeira
coisa que vem à nossa mente quando usamos a frase "ação social", e é
um bom lugar para iniciar uma discussão sobre a consciência social dos
Puritanos. Uma fonte de dados é um grande número de exortações em sermões e
folhetos.
De acordo com uma dessas fontes,
"um fim principal de todas nossas ações sociais, empregos políticos e
empreendimentos tangíveis em nossos chamados particulares, deve ser dar aos
pobres". Um tratado anônimo, chamado St. Paul the Tent-Maker (S. Paulo, o
Fazedor de Tenda), afirmou que "quanto mais diligentemente buscarmos
nossos diversos chamados, mais somos capacitados para estender nossa caridade
aos que encontram-se na pobreza e em apuro". William Perkins era da
opinião de que quaisquer ganhos acima de uma justa manutenção patrimonial deve
ir diretamente para "o bem dos outros,... o alívio do pobre,... a
manutenção da igreja". Thomas Lever disse num sermão que "homens
ricos deveriam guardar para si mesmos não mais do que necessitam, e dar aos
pobres tanto quanto eles necessitam".
Mas falar sai barato em tais
assuntos. O que os Puritanos realmente fizeram para ajudar aos pobres? O
teólogo anglicano Lancelot Andrews observou em 1588 que as igrejas calvinistas
de refugiados em Londres foram capazes "de fazer tanto bem que nenhum de
seus pobres é visto nas ruas a pedir", e ele lamentou que, "esta
cidade, a abrigadora e mantenedora deles, não seja capaz de fazer o mesmo
bem". W.K. Jordan reuniu uma enorme quantidade de dados sobre padrões de
filantropia na Inglaterra durante a época da Reforma. Ele contrasta tempos
medievais católicos, que "foram extremamente sensíveis às necessidades espirituais
da humanidade enquanto demonstraram apenas uma preocupação escassa e ineficaz
com o alívio" da pobreza, da miséria e da ignorância, com as notáveis
doações particulares na Inglaterra de 1480-1660. "Uma vasta porção [dos
doadores] eram Puritanos", conclui Jordan, e menciona como um dos
"grandes impulsos condutores" por trás do crescimento da caridade
voluntária "a emergência da ética protestante".
É digno de nota que pregadores
Puritanos, eles mesmos relativamente pobres, foram modelos especiais da
caridade cristã aos pobres. Samuel Ward registrou "que homem bom é o Sr.
Chadderton, que tem tão viva afeição pelos pobres, o que é sinal certo de um
cristão verdadeiro". John Foxe escreveu sobre ver na casa de John Hooper,
em Worcester, "uma mesa posta com boa quantidade de carne e cheia de
mendigos e gente pobre"; por investigação, Foxe soube que Hooper fazia do
alimentar os pobres uma prática regular. Richard Greenham elaborou um esquema
de compra cooperativa em sua paróquia para ajudar os pobres a comprarem milho
barato em tempo de crise.
Os Puritanos mostraram igual
preocupação pelos desempregados. Um século após Calvino comparecer diante do
conselho da cidade de Genebra para instar com os magistrados a acharem trabalho
para os desempregados, Samuel Hartlib, o utópico Puritano, sugeriu que se
fizesse uma clara distinção entre os incorrigivelmente ociosos e os
involuntariamente desempregados. Os "pobres sem conforto", disse ele,
"esperam por uma reforma, como os sedentos ansiavam pela chuva... e há...
grande necessidade do Parlamento encontrar modos e meios de preservar o povo da
pobreza".
Os Puritanos também encorajavam a
ação pública contra certas formas de injustiça social. Eles eram, por exemplo,
capazes de agir contra preços exorbitantes. Às vezes os Puritanos usavam o
púlpito para influenciar os preços. Em 1673 o Puritano da Nova Inglaterra,
Urian Oakes, falou contra o muito "apertar, e espremer, e moer os pobres”.
Increase Mather exortou seus congregados assim:
O homem pobre chega entre vós e
necessita uma mercadoria a qualquer preço, e você o fará pagar o que satisfaz
você, e porá qualquer preço que lhe agrade sobre o que ele tem a oferecer...
sem respeitar o justo valor da coisa.
Há o comentado caso de Robert
Keayne, de Boston. De acordo com o jornal de Winthrop, Keayne era um
comerciante que "era notoriamente acima dos outro observado e censurado”
porque cobrava preços excessivos. "Sendo discutida a questão pela igreja,
alguns acharam que devia ser excomungado, mas a maioria pensou que a
admoestação seria suficiente". Keayne foi multado em duzentas libras pelo
magistrado, embora sua defesa de si mesmo em seu último testamento deixa
impressão de que a sociedade Puritana havia sido excessivamente zelosa em
proteger os direitos do consumidor.
Na Inglaterra, Richard Baxter
mostrou uma preocupação semelhante com relação aos abusos econômicos na
sociedade em geral. Incluídos numa lista de práticas comerciais que ele
proibiu, estavam: ganhar mais pelos bens do que eles valem fazer um produto
parecer melhor do que é, esconder falhas no produto, pedir um preço tão alto
quanto se pensa poder conseguir, e tirar vantagem das necessidades dos outros.
A consciência social Puritana não
estava limitada aos cristãos em necessidade, mas estendia-se a toda a
sociedade. Baxter disse que "tamanha é a ternura de um olho santo que ele
tem lágrimas para derramar até pelos inimigos". John Preston, ao responder
à questão "Você nos 'faria amar a ninguém, senão a santos?",
replicou: "Devemos amar todos os outros com um amor de piedade, devemos
mostrar abundância deste amor a toda humanidade". E Thomas Doolittle disse
a seus companheiros Puritanos, na Londres assolada da peste; a "ter um
sentimento de companheirismo em relação às misérias com as quais os outros são
incitados... e isto independe de sua condição espiritual".
A caricatura comum dos Puritanos
como preocupados apenas com os pecados particulares e despreocupados com os
pecados sociais é inexata. Quando William Perkins pregou na Feira Rural de
Sturbridge, por volta de 1592, denunciou os pecados da sua cultura. A lista
resultante incluía tanto pecados pessoais como sociais: "Ignorância da
vontade de Deus e do culto", "desprezo pela religião cristã",
"blasfêmia", "profanação do domingo", "acordos
injustos nos negócios entre homem e homem", "assassinatos,
adultérios, usuras, subornos, extorsões".
A Base Moral e Teológica para a
Ação Social Cristã
O que estava por trás deste
posicionamento Puritano pela ação social? A resposta é tanto moral como
teológica. No lado moral, os Puritanos estavam convencidos de que os cristãos
são responsáveis por aqueles em necessidade. Sua ação social estava arraigada
na consciência moral cristã. "A verdadeira moralidade, ou a ética
cristã", escreveu Baxter, "é o amor a Deus e ao homem, incitado pelo
Espírito de Cristo pela fé; e exercido nas obras de piedade, justiça, caridade
e temperança". Noutro lugar Baxter advertiu: "Cuidado para não perder
aquele amor comum que deves à humanidade". Para William Ames: "servir
ou beneficiar os outros é um dever que pertence a todos os homens... Amor a
Deus não pode subsistir sem esta caridade pelo nosso próximo nem o pode
qualquer verdadeira religião".
Houve também um lado teológico do
envolvimento social Puritano. Em contraste com as perspectivas católicas das
boas obras como algo que ajuda a assegurar a salvação, os Puritanos acreditavam
que o Novo Nascimento resulta em preocupação social. A piedade genuína produz
boas obras, que são atos de gratidão, não de mérito. Cotton Mather disse de seu
pai:
Uma nobre demonstração deu ele de
que aqueles que fazem boas obras porque já são justificados, não farão menos do
que aqueles que fazem boas obras para que possam ser justificados; e que
aqueles que renunciam a toda pretensão de mérito por suas boas obras, abundarão
mais em boas obras do que os maiores negociantes de méritos no mundo.
Este tema de piedade produzindo
moralidade foi um dos tópicos mais comuns entre os Puritanos. "Preceitos
sem padrões farão pouco bem", escreveu Eleazar Mather; "deve-se...
falar pela vida assim como pelas palavras; deve-se viver a religião, tanto
quanto falar em religião”. William Ames concordou: "Obediência interna não
é suficiente por si, porque todo o homem deve sujeitar-se a Deus. Nossos corpos
devem ser oferecidos a Deus".
Ação Social Pessoal em vez de
Institucional
Os Puritanos tinham muito mais
confiança na responsabilidade social individual do que nas agências
governamentais e sociais. Para eles, a ação social eficaz começava com o
indivíduo. Richard Greenham escreveu:
Certamente se os homens fossem
cuidadosos em reformar a si mesmos primeiro, e então suas próprias famílias,
veriam as múltiplas bênçãos de Deus na nossa terra e sobre a igreja e a
comunidade. Pois de pessoas particulares vêm famílias; de famílias, cidades; de
cidades, províncias e de províncias, regiões inteiras.
Tal declaração é uma rejeição
implícita à posição liberal moderna de que o modo de combater os males sociais
é multiplicar agências sociais. Que as pessoas como indivíduos são decaídas os
Puritanos sabiam tão bem quanto nós, mas eles também sabiam que as instituições
não escapavam aos efeitos da Queda e são, de fato, o produto de pessoas
decaídas. M.M. Knappen resume a teoria Puritana quando escreve:
Quando o Puritanismo é comparado
com os sistemas modernos coletivistas, seu individualismo também aparece. Os
pensadores do século dezesseis não depositavam fé no Estado como tal. A
integridade de um sistema não salvaria alguém. Integridade deve haver, mas
também deve haver cooperação pessoal e responsabilidade pessoal.
Os Puritanos eram igualmente
individualistas em sua abordagem da ajuda financeira. Eles opunham-se à
caridade indiscriminada e insistiam que ajuda fosse dada apenas àqueles em
genuína necessidade. William Perkins pode ser considerado como típico quanto ao
pensamento Puritano a respeito de mendigos e vagabundos. Perkins disse que eles
"são (na maior parte) uma geração maldita", "pragas e
chatos" tanto para a igreja quanto para o Estado. "É a boa lei da
nossa terra", acrescentou ele, "agradável à lei de Deus, que ninguém
deveria pedir, se é capaz de trabalhar". A injunção de Paulo de que
"se alguém não quer trabalhar, que não coma" (2 Tessalonicenses 3.10)
foi um dos textos citados mais freqüentemente entre os Puritanos.
Christopher Hill resume a atitude
Puritana como uma questão de pensar que "a caridade indiscriminada... era
uma ameaça social. Ela impedia o pobre de realizar suas responsabilidades e
seriamente procurar emprego". Como resultado, muitos Puritanos preferiam
que as igrejas tomassem conta dos pobres em suas próprias paróquias, onde
julgariam entre a necessidade genuína e a fraudulenta.
O plano positivo de contra-ataque
ao dolo era pôr as pessoas para trabalhar e torná-las membros produtivos da
sociedade. Richard Stock reivindicou que esta é a melhor caridade, aliviar os
pobres, ao fornecer-lhes trabalho. Beneficia ao doador tê-los a trabalhar;
beneficia a comunidade não sofrer parasitismos, nem nutrir qualquer ociosidade;
beneficia aos próprios pobres.
Quando Hugh Peter retornou à
Inglaterra da América, disse ao Parlamento num sermão: "Tenho vivido num
país onde em sete anos nunca vi um pedinte, nem ouvi palavrões, nem olhei para
um bêbado; por que deveria haver mendigos na sua Israel, onde há tanto trabalho
a fazer?” Richard Baxter, pastor em Kidderminster, empreendeu um programa
bem-sucedido para capacitar os pobres para trabalhar na indústria têxtil.
Os Puritanos estavam
profundamente preocupados com a qualidade da sua sociedade. Increase Mather
resumiu seus pontos de vista quando disse que o propósito da Bíblia é
mostrar-nos "como devemos servir a Deus, e como devemos servir à geração
na qual vivemos". Servir à geração na qual vivemos: este sempre tem sido o
lema dos cristãos que estão preocupados em viver sua fé no mundo.
Nenhum Povo Pequeno: A Tendência
à Igualdade no Puritanismo
Apesar de toda sua ênfase na
comunidade, o Puritanismo também é conhecido como um movimento que defendia o
individualismo. A base teológica desse individualismo era o sacerdócio de todos
os crentes. Este individualismo não era o humanístico da Renascença, o qual era
uma forma de auto realização baseada na bondade inerente em cada pessoa. Era ao
invés disso um "individualismo... para o homem comum".
Este individualismo pode ser
visto no impulso "nivelador" dos Puritanos de tratar todas as pessoas
como iguais diante de Deus e proteger a importância de cada indivíduo. Para
ilustrar, considere as seguintes declarações representativas que cobrem uma
variedade de situações:
A pessoa mais desprezada na região
deve ser tratada como se fosse um irmão do rei e membro-companheiro com ele no
reino de Deus e de Cristo. Que o rei, portanto, não se considere bom demais
para prestar serviço a tais pessoas humildes.
O mais pobre lavrador é em Cristo
igual ao maior príncipe.
Nenhum homem deverá firmar-se no
seu nascimento ilustre, ou gloriar-se em seu parentesco pela nobreza e pelo bom
sangue, mas apenas regozije-se nisto: que foi retirado do reino das trevas.
Um povo não é feito para regras,
mas regras para um povo.
Todos os cristãos... são feitos
sacerdotes igualmente para Deus; e assim não há entre eles clero ou laicato,
mas os ministros são aqueles escolhidos pelos cristãos...; eles não têm nem
direito nem autoridade alguma neste ofício, senão pelo consentimento da igreja.
Todas estas frases tendem na
direção de pôr as pessoas em pé de igualdade, especialmente em assuntos
espirituais. Todas elas desafiam séculos de pensamentos, nos quais a sociedade
havia automaticamente concedido alguns privilégios e poderes a uma elite
exaltada. Lawrence Stone escreveu sobre "o efeito da consciência Puritana
em solapar o respeito por posição e títulos em todos os níveis da hierarquia
social". Um resultado desta tendência era exaltar a dignidade e o valor da
cada indivíduo. Um estudioso moderno crê que "o mais profundo laço entre o
Puritanismo e a democracia é seu respeito comum por todo indivíduo humano,
independente do seu lugar em qualquer instituição eclesiástica, política,
econômica, ou outra". Isto não é para alegar, é claro, que os Puritanos
poderiam ter vislumbrado as instituições democráticas que eventualmente se
originariam de seu pensamento.
Os Puritanos estavam todos
cientes de que havia algo revolucionário em sua ênfase sobre a pessoa comum.
Cromwell organizou o New Model Army (Exército Novo Modelo) com base no mérito
em vez de status; ele escreveu: "Os oficiais não são de melhor família do
que os soldados comuns". Outro Puritano escreveu:
A voz de Jesus Cristo reinando em
sua igreja vem primeiro das... pessoas comuns... Deus usou o povo comum e a
multidão para proclamar que o Senhor Deus Onipotente reina... Vocês que são da
ordem inferior, povo comum, não sejam desencorajados; pois Deus pretende fazer
uso do povo comum na grande obra de proclamar o reino de seu Filho.
De acordo com John Benbrigge, uma
marca essencial de um verdadeiro convertido é que ele ou ela "estima o
homem ou a mulher mais pobre que é rico(a) em Cristo", e denunciou pessoas
que preferem "ricos mundanos a cristãos pobres".
Tais atitudes sobre igualdade
eram inerentes na teologia Reformada. Ao atribuir primazia a assuntos
espirituais em vez de externos, os Puritanos abriram a porta para o
enfraquecimento de qualquer privilégio baseado exclusivamente em nascimento ou
posição. Isto, por sua vez, foi unido à doutrina do sacerdócio de todo crente.
Em tal clima de pensamento, cada santo torna-se igual ao outro e superior às
pessoas cuja única reivindicação de status é social ou institucional. De acordo
com William Dell, é uma regra na igreja manter a igualdade entre cristãos.
Pois, embora de acordo com nosso primeiro nascimento,., há grande
desigualdade... entretanto, de acordo com nosso novo ou segundo nascimento,
pelo qual somos nascidos de Deus, há exata igualdade, pois aqui não há melhor
ou pior, maior ou menor.
Thomas Hooker fez uma
reivindicação semelhante:
Tome o santo mais inferior que já
respirou sobre a terra, e o mais bem preparado e estudado erudito...; a mais
inferior alma ignorante, que é quase um tolo natural; esta alma sabe e entende
mais sobre a graça e a misericórdia em Cristo do que todos os mais sábios e
entendidos no mundo, do que todos os grandes eruditos.
Para que não pensemos que isto é
simplesmente uma preferência pela pessoa ignorante, podemos emparelhá-la com a
frase do mais conhecido de todos os poetas ingleses, John Milton: "Um mero
homem inculto, que vive por aquela luz que ele tem, é melhor e mais sábio e
edifica aos outros mais na direção de uma vida mais santa e feliz" que um
clérigo treinado em todas as universidades. Como fundamento de todas estas
frases está o princípio de que o cristianismo introduz todo um novo conjunto de
critérios pelos quais julgar o valor de uma pessoa.
A direção mais obviamente
"democrática" que o pensamento Puritano tomou foi uma nova ênfase no controle
pelo consentimento daqueles que são governados. No século dezessete, as pessoas
progressivamente presumiram que tinham um direito de rejeitar o governo de
magistrados ou oficiais da igreja, cujas decisões não gozassem do apoio da
maioria das pessoas. Onde quer que os Puritanos ganhem certo domínio, as
congregações tinham uma voz na escolha de seus ministros.
No âmbito político, John Winthrop
teorizou que as pessoas não deveriam ser submetidas ao governo de ninguém,
exceto "de acordo com sua vontade e pacto", e considerava como
ilegítima qualquer situação "onde um povo tem homens dominando sobre eles
sem sua escolha ou permissão". John Davenport disse, num sermão sob o tema
de eleição, que o povo consente com um governo "condicionalmente... de forma
que, se a condição for violada, eles podem retomar seu poder de escolher a
outro". Na Inglaterra, John Milton defendeu a deposição do rei sob
exatamente a mesma base:
Visto que o rei ou magistrado
mantém sua autoridade pelo povo..., então pode o povo, com a frequência com que
o julgar para melhor, ou escolhê-lo ou rejeitá-lo, retê-lo ou depô-lo...,
meramente pela liberdade e o direito de homens nascidos livres de serem
governados como melhor lhes parece.
Estas aspirações democráticas não
eram necessariamente baseadas em fundamentos bíblicos ou teológicos. Num
tratado que leva título re-levador The Throne Established by Righteousness (O
Trono Estabelecido pela Justiça), John Barnard negava que qualquer instituição
política, por si mesma, garanta o sucesso de uma sociedade:
Não sei de qualquer forma
particular de governo civil que o próprio Deus tenha designado, direta ou
imediatamente, em qualquer revelação clara de sua mente e sua vontade, a
qualquer povo que seja.
Os Puritanos foram responsáveis
pela ascensão da democracia moderna? Toda sua situação política era tão
diferente da nossa própria que é difícil responder a essa questão. No mínimo,
eles produziram um clima de pensamento e prática que tornou possível o
desenvolvimento da democracia. Alguém falou a respeito do Puritanismo da Nova
Inglaterra que poucas sociedades, na cultura ocidental, jamais dependeram mais
inteiramente e mais auto-conscientemente do consentimento de seus membros do
que as alegadamente repressivas "teocracias" da Nova Inglaterra
antiga... Cada aspecto da vida pública na Nova Inglaterra exigia o assentimento
formal do público. Membros de igreja elegiam seus ministros; associações
comunitárias, seus homens seletos; homens livres, seus delegados e magistrados;
e os militares, seus oficiais.
Certamente o espírito da
democracia era inerente ao pensamento Puritano.
***
Fonte: Santos No Mundo - Leland
Ryken - Editora Fiel.
Via: Bom Caminho