No
relatório bíblico, somente antes do pecado, é dito que tudo que Deus fez foi
considerado "muito bom" (Gên. 1:31). Depois que o homem desobedeceu o
mandar de Deus de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gên. 2:7)
e comeu dela (Gên. 3:6) não se acha nada na Bíblia referendo-se ao homem como
‘bom’. Isso mostra o quanto o pecado destrua, é universal e total.
Que o
homem necessita a salvação é claramente evidente por uma olhada às noticias dos
acontecimentos do homem ao redor do mundo pelos meios de comunicação.
Assassinatos, corrupções, ameaças, injustiças, preconceitos, mentiras, roubos,
fornicações, desrespeito do seu próximo e do próprio Deus e a poluição verbal e
moral são constantes de todos os povos do mundo todos os dias. A Bíblia
evidencia a dimensão do pecado no homem claramente (Ezequiel 16:4,5; Isa 1:6;
Rom. 3:10-18). Essa condição detestável e pecaminosa não é
adquirida pelo ambiente ou causada pela falta de oportunidade social ou
educacional, mas contrariamente, todo homem é pecador desde o ventre (Gên.
8:21, "a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice"
Sal 51:5, "em iniqüidade fui formado, e em pecado concebeu minha
mãe."; 58:3, "Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde
que nasceram, falando mentiras; Isa 48:8, "chamado transgressor desde o
ventre."). OBS: Não é o ato de procriação que causa o pecado, nem é a
relação conjugal, dentro dos seus limites bíblicos, pecaminosa, mas pela a
procriação ser feita entre pecadores, o homem pecador é gerado (Rom 5:12).
O
pecado destruiu totalmente a imagem de Deus no homem que existiu por
criação especial, ao ponto do homem, universalmente (Rom. 3:23; 5:12),
não querer ter nenhum conhecimento de Deus (João 5:40; Rom. 1:28; 3:11,18). Por
isso o homem pecador é "voluntariamente" ignorante da verdade (II
Pedro 3:5). A vontade do homem não foi a única parte do homem influenciada pelo
pecado, mas a sua capacidade de agradar Deus também foi destruída (Rom.
8:8; Jer 13:23). A condição do homem pecador é tão deplorável que ele não pode
vir, pelas suas próprias forças, a Cristo (João 6:44,45) e jamais, na carne,
pode agradar a Deus (Rom. 8:6-8). O entendimento do homem foi deturpado
ao ponto de ser descrito como "entenebrecido" no entendimento (Efés.
4:18; Rom. 1:21). Por isso as verdades santas e boas de Deus não são
compreendidas ao homem natural e são, para ele, escandalosas e loucuras (I Cor
1:23; 2:14). A responsabilidade da condição pecaminosa do homem é do próprio
homem. Ele mesmo busca muitas "astúcias" (Ecl. 7:29). Que os homens
não são capacitados com desejo nem com poder para o bem em nenhuma maneira é
entendido pela denominação "mortos em ofensas e pecados" (Efés. 2:1).
Por isso "nenhum homem, pela sua natureza, crê que necessita Cristo. Ele
está cegado pelos seus morais, suas intenções, sua sinceridade, sua bondade.
Ele não vê a impiedade do seu pecado nem que o seu caso é sem esperança"
(Don Chandler, citado em Leaves, Worms ..., p. 129).
O coração
do homem, a fonte da vida (Prov. 4:23), é tão enganoso que é impossível que nem
o homem conheça a sua própria perversidade (Jer 17:9). Por isso o homem é completamente
"reprovado para toda a boa obra" (Tito 1:16) fazendo que o homem
tenha inimizade contra o próprio Deus, o seu Criador (Rom. 8:7). O pecado reina
em todos os membros (físicos, mentais, emocionais, espirituais) do homem
(Rom. 7:23).
A
prova que todos os homens são pecadores é dada pelo fato que não há ninguém que obedeça
sem nenhum defeito ou omissão todos os mandamentos, e, não existe ninguém que
pode manter-se puro de todo e qualquer pecado em pensamento, palavra, ação em
coração e vida. Se o homem fosse tão onisciente quanto Deus, o homem declararia
o que o próprio Deus declarou quando olhou desde os céus para os filhos dos homens,
para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Deus, na
aquela ocasião declarou: "Desviaram-se todos e juntamente se fizeram
imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um." (Sal 114:2,3).
A
condição deplorável do pecador não quer dizer que ele não tem uma
consciência, nem da possibilidade de exercitar a sua mente e a sua vontade ou
determinar ações pelo seu raciocínio. Assim que o pecado apareceu no mundo, a
consciência do homem foi ofendida ("conheceram que estavam nus") e, sendo
assim, operou segundo a sua própria deplorável determinação e lógica
pecaminosa, e, em prova disso, escondeu-se de Deus. Apesar da presença do
pecado e toda a sua natureza de destruição no homem, "os olhos" que
enxergam a condição da alma (a consciência), não somente existiram, mas eram
ativos (Gên. 3:7,8). O Apóstolo Paulo, pela inspiração do Espírito Santo,
ensina que os pagãos tenham uma consciência ativa e por ela acusa suas ações ou
defenda-os (Rom. 2:14,15). Veja também João 8:9 para um exemplo que o homem
pecador tenha uma consciência e é capaz de agir conforme o seu raciocínio.
Mesmo que existem tais qualidades (uma consciência viva), a condição deplorável
do pecador influi a operação da sua consciência, da sua lógica e da sua vontade
ao ponto de não buscar a Deus (Rom. 3:11), não amar a luz (João 3:19) e não
compreender as coisas do Espírito de Deus (I Cor 2:14). A consciência existe
mas ela é influenciada pelo que o que o homem é, um pecador.
A
condição abominável do pecador não quer ensinar que o homem não pode
fazer uma escolha livre. O homem pecador pode determinar o que ele quer
escolher. Somente pelo fato do homem uniformemente preferir a iniqüidade em vez
do bem não quer ausentar o fato que ele tem uma escolha. O homem tem uma
escolha sim e ele faz a sua escolha continuamente. Mas devemos frisar que a
mera possibilidade de fazer uma escolha não automaticamente ensina que o homem
tem a capacidade necessária a fazer uma escolha santa ou aquilo que agrada a
Deus. Todos de nós temos a livre escolha de trabalhar e ser milionários,
mas essa liberdade não nos faz capazes. Mesmo possuindo a qualidade da livre
escolha, o homem pecador é incapaz de escolher o bem para agradar a Deus pois a
inclinação da sua carne é morte (Rom. 8:6-8). O arbítrio do homem, contudo, não
é livre. Mesmo que a capacidade do homem escolher é livro, contudo, o seu
arbítrio (Resolução que depende só da vontade, Dicionário Aurélio Eletrônico) é
servo da sua vontade, e, portanto, não é livre. O arbítrio do homem faz o que a
sua vontade dita. Mas, falando da sua escolha, essa é livre. O homem
indo a uma sorveteria tem livre escolha entre os sabores. Essa situação mostra
que ele tem livre escolha. Todavia, o homem somente pede o sabor predileto pois
o seu desejo, a sua vontade pessoal leva ele assim a escolher, e, o seu
arbítrio, que é servo da sua vontade, pede aquele sabor. Nisso entendemos que a
escolha é livre mas não o arbítrio.
A
condição depravada do pecador não quer significar que homem nenhum
pratica boas obras. Os homens não regenerados são verdadeiramente capazes de
fazer tanta religião quanto os fariseus que dizimaram até as mínimas coisas
para com Deus (Mat. 23:23; Luc 11:42). Todavia, todas as boas obras que o
pecador faz é somente para dar "fruto para si mesmo" (Oséias 10:1) e
não para a glória de Deus. O homem pode se ocupar esforçadamente no guardar dos
mandamentos, ser sincero para com tudo que é religioso e ser generoso nas obras
da caridade (Mar 10:17-20, "tudo isso guardei desde a minha
mocidade"). Todavia, a sua condição depravada faz que nada disso se torna
a ser agradável a Deus (Isa 64:6; Rom. 8:7,8).
A
condição terrível de pecador não quer insinuar que todos os homens
revelam todo o pecado que podem manifestar. Há os que rejeitem Cristo que
jejuam duas vezes na semana (Luc 18:12). Há os pecadores que Deus nunca
conheceu mas dizem "Senhor, Senhor!" e profetizam no nome do Senhor
Jesus (Mat. 7:22). Existe os outros pecadores que escarnecem do Santo (Mar
15:29-31) ou são malfeitores (Luc 23:41). Comparando pecador com pecador alguns
parecem mais refinados e outros mais bárbaros. Todavia todo o homem é pecador e
qualquer pecado merece a separação eterna da presença de Deus (Ezequiel 18:20;
Rom. 6:23; Tiago 2:10). "A manifestação do pecado aumenta a medida que os pensamentos
ímpios são guardados, os hábitos imorais são praticados e os ensinamentos da
verdade são ignorados" (Rom. 1: 28; Boyce, p. 245).
A
condição detestável e completa do homem pecador também não minimiza a
responsabilidade do pecador para com Deus. Todo homem é responsável para
com Deus porque a sua incapacidade não veio por uma imposição ou causa divina
mas porquê ele mesmo voluntariamente pecou e trouxe sobre si a condenação
divina (Gên. 2:17; 3:6,17). Todo o homem deve ocupar-se em não pecar e deve
preocupar-se em agradar o seu Criador e juiz. Essas ocupações são exigidas por
sua condição de ser a criatura e por Deus ser o Criador (Ecl. 12:13). Alguns
podem duvidar se somos responsáveis pessoalmente por termos uma natureza
pecaminosa vindo de Adão (Rom. 5:12), mas, de fato, somos responsáveis pela
expressão dela (Ezequiel 18:20; I João 2:16; 3:4). A responsabilidade para com
Deus é entendida em que não somos forçados a pecar mas pecamos pela ação da
nossa própria vontade (Gên. 3:6,17; João 5:40). Não é a incapacidade de
obedecer tudo que nos separa de Deus mas os próprios pecados do homem que fazem
a separação dele de Deus (Isa 59:1-3; Efés. 1:18). A incapacidade natural
(Rom. 3:23) e moral (Tito 1:15) nunca descarta a responsabilidade
particular de nenhum a não pecar. Qual cidadão racional escusa o homicídio
culposo pela razão de ser praticado quando bêbedo; ou desculpa um crime por ser
praticado por um desequilibrado pela raiva; ou justifica os crimes por serem
simplesmente pela paixão, etc.? A bebida, a ira e a paixão podem levar o homem
a agir irracionalmente, mas é ele que bebe descontrolado, se ira e deixa-se a
ser levado pela paixão. Por isso o homem é responsável pelas suas ações quando
nestas condições se encontra. O fato que o homem deve se arrepender (Mat. 3:2;
Atos 17:30) revela que Deus sabe que o homem é responsável a responder
positivamente a Ele. O primeiro homicídio foi castigado (Gên. 4:11) como todos
os pecados serão (Apoc 20:11-15), convencendo todos, com isso, que a expressão
do pecado é da responsabilidade daquele que comete tal ação (Ezequiel 18:20;
Rom. 3:23; 5:12). Não obstante a sua responsabilidade de amar a Deus de todo o
coração e de se arrepender pelo pecado cometido, o homem natural, o primeiro
Adão, é tão desfeito pelo pecado que não pode fazer, com seu próprio poder, o
que ele sabe que deve fazer para agradar a Deus (Rom. 8:7; II Cor 2:14). Mas,
mesmo sendo incapaz, ele é, completa e universalmente responsável pela
obediência da Palavra de Deus em tudo (Ecl. 12:13, "o dever de todo o
homem").
A
incapacidade do pecador não desqualifica os meios que devem ser empregados
tanto pelo pecador para sua salvação quanto pelo salvo em pregar aos perdidos. Tanto
o pecador quanto o salvo devem ocuparem-se de usar todos os recursos que
biblicamente têm à mão. A impossibilidade de produzir um efeito não é razão
suficiente para ser irresponsável no dever. O fazendeiro jamais pode produzir
uma safra qualquer nem efetuar a chuva cair na terra ou fazer o sol brilhar.
Essa incapacidade não desqualifica-o de semear e regar a semente. O mandamento
de Deus é que o pecador deva se arrepender e crer (Atos 17:30). O
mandamento de Deus é que o crente ore e pregue (Sal 126:6; Mat. 28:18-20). Por
serem mandados, os mandamentos devem ser obedecidos não obstante a condição
natural do homem. Os meios têm um fim. Para ceifar é necessário
primeiramente semear (Gal 6:7-10). É verdade que Deus dê o crescimento, mas é
somente depois de semear e de regar (I Cor 3:6). O receber depende do pedir; o
encontrar depende do buscar; o abrir vem somente depois de bater (Mat. 7:7).
Portanto, os meios devem ser empregados apesar da incapacidade total do pecador
ou das fraquezas dos salvos. Os meios são a única maneira ao fim esperado. Apenas
existe o receber enquanto haja o pedir (Mat. 7:7). Paulo pergunta: "como
crerão naquele de quem não ouviram?" (Rom. 10:13-15). Por ter fruto
somente depois de semear; por ter a salvação somente depois de crer, os meios
bíblicos devem ser empregados se quer ter o fim esperado. Também devemos usar
os meios disponíveis por ter a promessa de Deus. Deus promete fruto se a
semente for semeada. A promessa de Deus anima o semeador de ter longa paciência
na sua esperança de uma safra eventual (Tiago 5:7). A promessa diz que
eventualmente haverá uma safra (Sal 126:5,6) e um aumento (Efés. 4:11-16).
Apesar da incapacidade do homem pecador a crer e da impossibilidade do pregador
convencer qualquer dos seus pecados existe a necessidade de empregar
zelosamente todos os meios que Deus designou nas Escrituras Sagradas.
A
incapacidade do homem pecador não deve incentivar a sua demora em vir a
Cristo ou deve desculpar a sua desobediência aos mandamentos de Deus.
Quanto incapaz o homem a crer mais ele deve procurar a graça de Deus em
misericórdia para crer (Mar 9:24). O doente precisa do medico é fato. Quanto
mais severa a doença mais urgente o socorro. Se o pecador entenda a sua
situação deplorável, pode se prostrar diante de Deus clamado pela sua ajuda
(Mar 9:4) pedindo de Deus: "Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador!" (Luc 18:13; 11:13). O mandamento não é de esperar por uma
sensação, visão ou qualquer outro sinal. Cristo já foi dado e declarado (I Cor
3:11). O mandamento de Deus é: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não
endureçais os vossos corações" (Heb 3:13,15). Se o salvo entenda a sua
responsabilidade, o mandamento de Deus é: "Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda criatura" (Mar 16;15), ame a Deus de todo o coração (Mar
12:30) e "crescei na graça e no conhecimento de Cristo" (II Pedro
3:18). Quanto mais que sentirmos fracos em obedecer, mais esforçadamente
devamos procurar a Sua graça. É Deus que opera em nós tanto o querer como o
efetuar segunda a sua vontade (Fil. 2:13). Isto deve encaminhar-nos a Ele a
buscar a Sua graça para obedecermos o Seu mandar.
Somente
a salvação pela graça capacitará o pecador a entrar no reino de Deus (João
3:3,5; II Cor 3:5). A própria condição deplorável do homem mostra a sua
necessidade da salvação. O homem é sem a justiça necessária (Rom. 3:10), sem
Cristo, separado de Deus, sem nenhuma esperança (Efés. 2:12) e sem esforço
(Rom. 5:6; 7:18). Ele está com a maldição da lei (Gal 3:10) e sobre ele
permaneça a ira de Deus (Rom. 3:36). A condição abominável do homem assegura
que ele necessita de salvação, aquela que vem exclusiva e completamente de
Deus. Por isso pregamos a salvação somente pela graça. Se o homem tivesse uma
mínima condição para ajudar-se, a sua salvação não seria totalmente de graça. A
depravação da sua condição totalmente e universalmente pecaminosa, estabeleça o
fato que a salvação eterna é, em todas as suas partes, divina e inteiramente
graciosa (Efés. 2:8,9). Assim Cristo ensinou quando comparou a relação que
existe entre Ele e o Seu povo usando a videira e as varas. E ele disse:
"sem mim nada podeis fazer." (João 15:4,5). Que Deus abençoe os
salvos a pregar tal graça e os pecadores a buscá-la antes que seja tarde
demais.
Que a
mensagem clara da condição abominável do pecador, da realidade da sua
incapacidade de fazer o bem e a verdade que todos são responsáveis diante de
Deus incentive todos os pecadores a clamarem pela misericórdia de Deus para o
perdão dos seus pecados e pela fé necessária para crerem em Cristo Jesus para a
salvação! E, que clamem até conhecerem Cristo pessoalmente. Tal salvação é a
sua responsabilidade e necessidade e o encontro de tal salvação é o nosso
desejo para com você.
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