Introdução:
• 3 pilares da Reforma
Protestante: sola Scriptura, sola fide, sola gratia;
• Mesmo em forma de afirmação,
cada pilar também é negação. Por exemplo, a expressão, sola Scriptura, é uma
negação da preeminência da tradição da
igreja e um protesto contra o uso da tradição como uma norma para a fé
de igual valor que a Bíblia. Por isso, somos fundamentalmente “protestantes”
não porque descartamos o valor da tradição, mas porque entendemos que a
autoridade das Escrituras é suprema em relação às nossas interpretações. A
expressão, sola fide, nega a intermediação dos sacerdotes como necessário para
se chegar a Deus, e enfatiza que este acesso é unicamente pela fé, isto é pela
crença. Por isso assumimos o nome de “crentes”. E a expressão, sola gratia,
nega as obras como mérito da salvação entendendo que o evangelho se revela a
nós unicamente pela graça de Deus. Por isso, somos também conhecidos como
“evangélicos”.
• Cada pilar também gera uma nova
base para a igreja e a sociedade que esta influencia. A ênfase na autoridade
das escrituras (sola Scriptura) lançou o movimento da tradução das Escrituras
nas diversas línguas mundiais enquanto promoveu a alfabetização das suas
inúmeras culturas e o sistema de educação moderna. A ênfase no sacerdócio dos
santos (sola fide) corroeu definitivamente o governo da igreja e da sociedade
que age de cima para baixa e contribuiu mais para o estabelecimento da
democracia no mundo hoje que a filosofia grega aonde a idéia da democracia
nasceu. Finalmente, a ênfase na graça e no evangelho de Deus (sola gratia)
lançou nada menos que o movimento missionário moderno, que desde o século XVIII
contribuiu mais para a transformação do mundo que qualquer outra filosofia ou
religião poderia jamais esperar. Eu estou aqui hoje como missionário por causa
do grito reformado de sola gratia, e a Igreja Presbiteriana Independente do
Brasil, apesar da sua sola Scriptura independência inicial dos missionários
estrangeiros, existe também hoje por causa do mesmo grito.
• Antes de todos estes princípios
está o princípio protestante mestre (principium
theologiae): solus Christus.
• A minha pergunta hoje é esta:
se este movimento transformou tanto, somos ainda os légitimos herdeiros deste
movimento pela força da nossa diferença?
Ou como a Igreja Católica, somos meros promotores do status quo, sem sal
ou luz neste mundo? Somos diferentes por causa do evangelho? Ou mantemos os
mesmos valores que o catolicismo?
• 3 princípios nos distinguem.
Queremos considerar um deles hoje à noite, o
princípio de sola Scriptura.
• Uma das características dum
despertamento é a exposição ousada e transparente da Bíblia.
1. A pregação das Escrituras é a
base dum despertamento duradouro. Por que? Cada
despertamento por definição provoca uma reação de “ahá!” , como quando
finalmente conseguiu entender uma verdade bíblica que nunca conseguiu antes
perceber. Já reparou que pessoas que procurem andar bem próximo de Deus tem
muitos “aás” na sua caminhada? Por que? Porque a compreensão vem pela renovação
e pelo Espírito de Cristo.
Então Jesus disse para os que
creram nele: - Se vocês continuarem na minha
Palavra, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a
verdade os libertará. João 8.31-32’
Em toda a história, sempre que a
igreja se renova, ela vem a ter nova compreensão, ou uma compreensão renovada.
Por isso somente as Escrituras podem ter a prioridade na interpretação da nossa
fé porque somente as Escrituras despertadas na nossa vida pelo derramar do
Espírito de Deus, podem desafiar a nossa orientação, às vezes certa em outra
ocasião ou época. São as Escrituras, pela sua pregação, que desloca velhas
idéias e a vozes humanas para deixar espaço para sola Scriptura o Espírito de
Deus agir entre nós.
Lembram-se da hístória do profeta
Samuel e o rei Saul”? O rei não conseguia receber a Palavra de Deus anunciada
pela boca do profeta Samuel. Então Samuel recebia a desagradável incumbência
seguinte...
Samuel respondeu: - O que é que o
SENHOR Deus prefere? Obediência ou oferta de sacrifícios? É melhor obedecer a
Deus do que oferecer-lhe em sacrifício as melhores ovelhas. A revolta contra o
SENHOR é tão grave como a feitiçaria, e o orgulho é pecado como é pecado a
idolatria. O SENHOR o rejeitou como rei
porque você rejeitou as ordens
dele. - Eu pequei! - respondeu Saul.
Desobedeci às ordens de Deus, o
SENHOR, e às instruções que você deu. Fiquei com medo do povo e fiz o que eles
queriam. 1 Samuel 15.22-24 Saul perdeu a
bênção de Deus e perdeu a sua posição dada por Deus porque não conseguia ser
renovado através da palavra anunciada por Samuel. Jesus teve que lamentar,
Assim vocês desprezam a palavra de Deus, trocando-a por ensinamentos que passam
de pais para filhos. E vocês fazem muitas outras coisas como esta. Marcos 7.13.
Necessitamos das Escrituras, mas
não secas e nuas, e sim, vistas por olhos renovados pela graça e pelo Espírito
de Deus. Assim, o despertamento poderá fluir. O despertamento vem quando o povo
de Deus consegue ouvi-la com uma nova clareza do Espírito Santo. Podemos ouvir?
Quantos vezes já ouviu estas palavras?: Pois toda a Escritura Sagrada é
inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir
as faltas e ensinar a maneira certa de viver. 2 Timóteo 3.16.
As tuas leis são o meu prazer;
não esqueço a tua palavra. Senhor, trata com bondade este teu servo, para que
eu possa continuar vivo e obedecer à tua palavra! Salmo 119.16-17 Todos os que
temem e obedecem ao SENHOR, escutem as suas palavras. Isaías 66.5a. Então Jesus
disse para os que creram nele: - Se vocês continuarem a obedecer aos meus
ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a
verdade os libertará. João 8.31-32 A pessoa que é de Deus escuta as palavras de
Deus. João 8:47a A pregação das
Escrituras é a base dum despertamento duradouro quando conseguimos ouvi-la.
2. A pregação das Escrituras
serve tanto para encorajar quanto para corrigir. No dia de Pentecostes, Pedro
se levantou e para explicar o que ocorrera, pregou um sermão baseado no Profeta
Joel, mas centralizada em Cristo (Atos 2.16-36). Era uma mensagem desafiadora
pedindo para toda a casa de Israel se definir em relação ao sacrifício e à
posição atual de Cristo (veja também Atos 4.31, 33). A Bíblia diz que “muitos
acreditaram na mensagem de Pedro”, deixando a entender que nem todos
acreditaram (Atos 2.41; veja também v. 44). Pedro pregava com transparência,
ousadia e definição clara sobre a fé em relação à obra de Cristo. Não podemos
abrir mão da exposição transparente e ousada da Palavra de Deus. Paulo exortou
Timóteo a insistir na pregação da Palavra “seja no tempo certo ou não. Procure
convencer, repreenda, anime e ensine com toda a paciência” (2Timóteo 4.2). Esta
é a natureza profética da pregação da Palavra.
A palavra de Deus é viva e
poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados. Ela vai até o lugar
mais fundo da alma e do espírito, vai até
o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas. Hebreus 4.12 .
Em outras palavras, o anúncio da
Escrituras esclarece, não somente a mente, como também o coração e as intenções
de outra sorte cobertas. O anúncio das Escrituras nos deixa transparentes
diante de Deus. Veja o caso do rei Davi
diante da palavra profética de Natã: Por que é que você desobedeceu aos meus
mandamentos e fez essa coisa tão horrível? Você fez com que Urias fosse morto
na batalha; deixou que os amonitas o matassem e então ficou com a esposa dele!
2 Samuel 12.9
Mas os que vivem de acordo com a
verdade procuram a luz, a fim de que possa ser visto claramente que as suas
ações são feitas de acordo com a vontade de Deus. João 3.21
As Escrituras desafiam nossa
duplicidade escondida e exigem a integridade transparente. Temos a coragem de
receber a Palavra de Deus? A pregação das Escrituras é incumbência especial da
liderança da igreja. A razão pelo
surgimento dos diáconos em Atos 6 era de permitir que os apóstolos se
dedicassem mais a pregação da Palavra de Deus. Expor corretamente a Bíblia era
incumbência especial da liderança da igreja. Entre os atributos da liderança da igreja em Tito
1.7-9, está o apego à Palavra fiel. Para um destes líderes, Paulo
foi bem claro.
Faça todo o possível para
conseguir a completa aprovação de Deus, como um trabalhador que não se
envergonha do seu trabalho, mas ensina corretamente a verdade do evangelho (“a
palavra da verdade”, RA) 2Timóteo 2.15.
Ser corrigido pela pregação da
Palavra é um dos maiores privilégios que nós na liderança gozamos. Preciso ouvir
para ter autoridade para falar. Se não me corrijo, não posso corrigir os
outros. Eu gostaria de poder dizer junto com o apóstolo: Nós não somos como
muitas pessoas que entregam a mensagem de Deus como se estivessem fazendo um
negócio qualquer. Pelo contrário, foi Deus quem nos enviou, e por isso
anunciamos a sua mensagem com sinceridade na presença dele, como mensageiros de
Cristo. 2Coríntios 2.1
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