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sexta-feira, 25 de maio de 2012

AS CARTAS ÀS SETE IGREJAS Ap 2.1-3.2



É da opinião de alguns que estas cartas foram escritas antes do corpo principal do livro e foram enviadas separadamente às diferentes igrejas; mais tarde foram ampliadas e compiladas a fim de todas as igrejas tirarem proveito. A teoria não é impossível, porém é duvidosa, pois as cartas estão intimamente relacionadas com o início e o fim do livro; e, se eliminarem as passagens em apreço, o que restar constituirá mensagens bem abrutas. Cada carta se endereça ao "anjo" da igreja e começa com uma descrição de Cristo, tirada da visão introdutória, tendo os pormenores que se mencionam especial relevância à igreja sob consideração. A designação de Cristo na carta aos Laodicenses constitui uma exceção, sendo uma reminiscência da saudação com que o Apocalipse começa. Semelhantemente, cada carta conclui com uma promessa no tocante a galardões a serem distribuídos no segundo advento; de modo geral, estas promessas têm uma especial aptidão para cada igreja individualmente-e é-lhes dada uma encarnação visionária nos capítulos finais do livro.

a) A carta à igreja em Éfeso (Ap 2.1-7)

Éfeso era a maior cidade da Ásia e o centro da administração romana daquela província. Tomou o título de "Guardiã do Templo", originalmente em referência ao famoso templo de Ártemis, posteriormente, porém estende-se aos dois ou três templos devotados ao culto dos imperadores. Paulo fundou aqui a igreja que se tornou o centro para a evangelização do resto da província e aqui residia o apóstolo João. A igreja em Éfeso, consequentemente, deve ter-se tornado a principal do leste, com a possível exceção de Antioquia. Kiddle sugere que esta carta foi colocada em primeiro lugar, não tanto pela importância da igreja, como pela advertência que lhe foi entregue. (Por semelhante razão, a carta aos Laodicenses foi colocada por último).

A designação de Cristo em vers. 1, tanto é um encorajamento como é uma advertência. As sete estrelas estão na sua mão (isto é, Ele mantém a vida espiritual delas), e a sua presença é coextensiva a todas as igrejas. Mas o poder que sustêm é também competente para a remoção judicial; assim o título prepara o ouvinte para o vers. 5. Eu sei (2) declara uma verdade de semelhante importância dupla. A frase encabeça cada uma das sete cartas, ora proporcionando conforto (#Ap 2.9; #Ap 2.13, etc.), ora envergonhando (#Ap 3.1-15). Aqui ela precede uma recomendação. As obras dos efésios são trabalho e paciência (2); aquela se manifesta nos esforços para vencer os falsos mestres (2), esta na resignação paciente frente à oposição, quer dos falsos apóstolos, quer de outras fontes (3). Os maus são aqueles que se chamam profetas e não o são. Comparar predições de Paulo em #At 20.29-30; #1Tm 4.1-3. É possível que os principais ofensores sejam os nicolaítas mencionados no vers. 6.

A falta dos efésios é talvez a perversão de sua principal virtude; sua oposição aos falsos irmãos os conduzia a repreensão e dissensão dentro da igreja, levando-as assim a deixar o seu primeiro amor. Isto interpretaria o "amor" a que se faz referência como sendo o amor fraternal. Pode, contudo, se referir ao amor a Deus; compare #Tg 2.2-5, visto que uma manifestação deste amor é impossível sem a outra, podemos talvez incluir ambas em nosso texto (cfr. #Mc 12.30-31 com #1Jo 4.20). Brevemente a ti virei (5) significa que o Senhor "virá" numa visitação de juízo. Ver também #Ap 2.16. Um exemplo da sua "vinda" em bênção se acha em #Ap 3.20. Tais afirmações de maneira nenhuma entram em choque com a verdade de sua vinda final, fato este que os teólogos não têm sempre reconhecido quando falam da "vinda" de Cristo ao crente e dos seus "adventos" na história, como se o reconhecimento desses aparecimentos secundários de algum modo-invalidassem a verdade do aparecimento supremo.

Os nicolaítas eram julgados logo cedo como adeptos de Nicolau de Antioquia, um dos sete (#At 6.5). Deduzimos de #Ap 2.14-15 que eles mantinham o mesmo erro que os balaamitas, a saber: ensinar a comer coisas sacrificadas aos ídolos e a adulterar. Foram estas as principais matérias condenadas por decreto do concílio apostólico (#At 15.29). É notável que os nomes de Balaão e Nicolau são cognatos (Balaão-"Ele tem consumido o povo"; Nicolau-"Ele vence o povo"). Se este ensino foi tão energicamente repelido pelos efésios (vers. 2), concluímos que se espalhava muito. A injunção: Quem tem ouvidos... (7) repete-se em conexão com as promessas ao vencedor em todas as sete cartas. Está freqüentemente nos lábios do nosso Senhor através dos quatro Evangelhos (#Mt 13.9-43, etc.).

O Espírito é o Espírito Santo, se bem que o orador seja Cristo. Para semelhante fenômeno comparar #Rm 8.9-11 e #2Co 3.17. "Vencedor" retrata o cristão como fiel batalhador de Cristo, "membro da igreja militante, vitorioso, não obstante as circunstâncias" (Swete). Parece haver pouca justificativa em limitar o termo, como quereriam alguns, somente aos mártires, ainda que seja verdade que o vencedor só pode demonstrar sua vitória absoluta sendo fiel até a morte.

Comer da árvore da vida (7) é participar da plenitude da vida eterna; a árvore se encontra "no meio do paraíso de Deus", a Jerusalém celestial, que deverá manifestar-se na terra para o homem redimido (ver #Ap 21.10-22.2). As bênçãos da primeira criação, perdidas pelo homem, serão restauradas em escala ainda maior na "regeneração" (#Mt 19.28).

>Ap-2.8

b) A carta à igreja em Esmirna (Ap 2.8-11)

Esta cidade era uma das mais prósperas na Ásia Menor e tomou o nome de "Metrópole". Ali os judeus constituam uma colônia excepcionalmente numerosa e próspera; seu antagonismo à igreja cristã, aparece, não somente nesta carta, mas também na de Inácio aos esmirnenses. O título dado a Cristo (8) reaparece em #Ap 1.17. Esta igreja, prestes a ser severamente provada, necessitava relembrar que o seu Salvador era o Senhor da história e conquistador da morte (cfr. vers. 10).

Contrastar a condição dos cristãos em Esmirna com a riqueza material e a pobreza espiritual dos laodicenses (#Ap 3.17). A blasfêmia dos judeus (9) seria dirigida principalmente contra Jesus, mas eram capazes de blasfemar mesmo contra o Deus que eles confessavam. Os cristãos de Esmirna mais tarde relataram como os judeus se aliaram aos pagãos em reivindicarem a morte de Policarpo, Bispo de Esmirna, na base de sua oposição à religião estatal. Desse modo, em vez de constituírem uma assembléia de Deus, eles haviam-se tornado a sinagoga de Satanás (9; ver também #Ap 3.9). Uma vez que se nega que os judeus tivessem o direito de manter o seu nome nacional, torna-se evidente que os cristãos se consideram os legítimos herdeiros de Abraão, como em #Rm 2.28.

>Ap-2.10

As coisas que esses crentes brevemente têm de sofrer podem ter relação com a oposição dos judeus. Tal aflição terá a duração de dez dias (10), isto é; um período abreviado. Às vezes acredita-se ser idêntico à "grande tribulação" de #Ap 7.14, mas parece mais provável ser alusão a uma perseguição local. O diabo ("caluniador") será então o agente utilizado para provar os cristãos; tal provação por meio de perseguição se distingue da que se menciona em #Ap 3.10, onde lemos da hora da tentação que deverá vir sobre o mundo inteiro, pois desta última os cristãos serão preservados (cfr. #Ap 7.2-12.6). A coroa da vida (10) alude-se à grinalda conferida ao vencedor nos jogos, "a coroa que consiste de vida". Swete lembra que a coroa não é diadema, mas o emblema de festividade, nesse caso a grinalda é um apto símbolo de vida, pois esta última tem que ser compreendida à luz das descrições finais do livro, uma vida de sagrado privilégio, gozo e de galardões destinguidos (#1Co 9.25-27). A segunda morte (11). Em #Ap 21.8 define-se como "o lago que arde com fogo e enxofre". É uma frase rabínica; comparar o muito citado Targum de Jerusalém sobre #Dt 33.6, "Que viva Rúben nesta época e não morra a segunda morte de que morrem os injustos no mundo vindouro". Charles aptamente compara I Enoque 99.11, "Ai de vós que propagas o mal para o vosso próximo, pois perecereis em seol", conceito este que não implicava em aniquilamento, como torna claro I Enoque 109.3.

>Ap-2.12

c) A carta à igreja em Pérgamo (Ap 2.12-17)

Pérgamo era descrita por Aretas como "dada à idolatria mais do que toda a Ásia". Atrás da cidade situava-se uma colina, mais de 300 metros de altitude, coberta de templos pagãos. Entre eles o mais destacado de todos era o grande altar de Zeus, colocado sobre uma plataforma, esculpido na rocha, dominando a cidade. O culto ao imperador foi estabelecido ali primeiro que em Éfeso ou Esmirna, de sorte que posteriormente, Pérgamo se tornou o reconhecido centro do culto na Ásia. Daí dizia-se desta igreja, que habitava onde está o trono de Satanás (13). Este fator explicava a causa das dificuldades peculiares dos cristãos de Pérgamo.

O título no vers. 12 tem eco em #Ap 1.16 e antecipa #Ap 2.16. A minha fé (13) abrevia "fé em mim". A informação dada sobre o ensino de Balaão é tirada dos dois trechos, #Nm 25.1-2 e #Nm 31.16. O cristão que correspondia a Balaão provavelmente desprezava a carne, e deste modo descontava a importância da pureza física, justificando suas ações talvez, pela perversão do ensino de Paulo (repudiado por este em #Rm 3.8 e #Rm 6.1). "Permaneçamos no pecado, para que abunde a graça". O sentido de vers. 15 é ou, "Vós também tendes entre vós os nicolaítas, que vos ensinam assim como Balaão ensinava a Israel", ou "Vós também, como os efésios (6), tendes convosco os nicolaítas", sendo implícita a comparação com Balaão. Parece preferível aquele sentido. O vers. 16 apresenta a "vinda preliminar" de Cristo para o juízo se os pergamenses não se arrependerem. Ver 2.5 n. A promessa ao vencedor (17) alude à corrente expectação judaica de que desceria novamente do céu o maná quando se manifestasse o Messias. Ver II Baruque 29.8. Aqui o maná tipifica a vida espiritual, assim como "água da vida" e "fruto da árvore da vida" (#Ap 22.17-19). A promessa é especialmente apta para os que eram tentados a participar de festividades em que se comiam alimentos sacrificados aos ídolos. Abstendo-se dessas iguarias, os cristãos podiam antecipar um banquete mais farto no reino de Deus.

>Ap-2.17

A pedra branca (17) é de difícil interpretação devido aos diversos fins para os quais seixos foram empregados pelo mundo da antigüidade, cada um dos quais dava um excelente sentido simbólico. Assim uma pedra branca entregue por um júri significava ao réu sua absolvição, uma preta, culpabilidade. O seixo do vencedor outorgava-lhe ingresso a todas as festividades públicas. O tessern hospitalis estava em duas partes, inscritas com dois nomes cujos donos trocaram partes de maneira que cada pessoa tinha um convite aberto para a casa da outra. O Sumo Sacerdote levava doze pedras no seu peitoril inscritas com os nomes das doze tribos de Israel. Isto de modo nenhum exaure todas as possíveis interpretações. A nossa interpretação será em parte condicionada na nossa compreensão do novo nome escrito na pedra. Se o nome é de Cristo ou de Deus (cfr. #Ap 3.12 e #Ap 19.12), então pode haver uma alusão ao conceito do poder inerente ao nome de Deus; o cristão participa do poder de Deus e apropria para si de um modo que nenhum outro o pode fazer. Se o nome é um novo nome conferido ao crente, então a alusão é ao hábito de conferir novos nomes às pessoas que atingiram um novo estado, como Abrão e Jacó se tornaram Abraão e Israel; a pedra branca então significa o direito do vencedor de entrar no reino de Deus em um caráter todo próprio, moldado nele pela graça de Deus.

>Ap-2.18

d) A carta à igreja em Tiatira (Ap 2.18-29)

Tiatira era a menor das sete cidades. Não tinha nenhum templo devotado ao culto dos imperadores, de sorte que os cristãos não eram tão perturbados por aquele culto como as igrejas precedentes. O problema desta igreja centralizava-se nas situações comprometedoras criadas pelos interesses comerciais. Tiatira era uma cidade industrial, célebre pelos seus muitos grêmios comerciais. Era tão necessário unir-se a essas sociedades como é para o artesão hodierno, ser membro do seu determinado sindicato comercial; de outra forma, envolvia um ostracismo que tornaria quase impossível seu negócio. A dificuldade no caminho do cristão que se unia a tais grêmios era a necessidade de participar das periódicas refeições comuns quando se comia carne que fora dedicada à deidade pagã (talvez o padroeiro do seu grêmio). Pode-se entender que certos cristãos liberais não hesitariam em participar de tais festividades, alegando que "um ídolo não é nada" (#1Co 8.4). Logo, a desculpa podia achar-se pela licenciosidade em que muitas vezes estas refeições culminavam; e o próximo passo seria participar da devassidão geral. Isto era geralmente aconselhado pelos nicolaítas, e pode-se entender como isto encontrava fácil aceitação em Tiatira, onde a frase "negócio é negócio" seria bem aceita. O título provém de #Ap 1.14-15, Filho de Deus (18) sendo talvez sugerido por #Sl 2.7, uma vez que este salmo posteriormente é muito citado. Note-se que os olhos como chama de fogo antecipam o vers. 23, e os pés reluzentes, o vers. 27. Charles alega que as tuas obras (19) são definidas pelas qualidades que se seguem, "o teu amor, o teu serviço, a tua fé e a tua paciência" se esta interpretação é correta, é importante no esclarecimento do que o escritor quer significar com a expressão "julgado segundo as obras" (#Ap 20.12-14). A profetiza que propaga o ensino dos nicolaítas é simbolicamente chamada Jezabel, pois a rainha daquele nome tentou estabelecer um culto idólatra em lugar do culto a Jeová e ela mesma foi acusada de prostituição e feitiçaria (#2Rs 9.22). Note-se a inserção curiosa em alguns manuscritos de "tua mulher Jezabel" que implica ser o "anjo" da igreja, o seu administrador. No vers. 21 deduzimos que "Jezabel" anteriormente tinha sido advertida, sem resultado, ou por João ou por algum outro líder cristão. A "cama" em que Jezabel seria prostrada corresponde à grande tribulação (22), de sorte que é uma cama de sofrimento que está em mente aqui. O idiotismo é hebraico e ocorre em 1Mac 1.5 e Judite 8.3. É possível que aqueles que com ela adulteram (22) devem ser distintos dos seus filhos (23), no sentido que aqueles foram suficientemente influenciados por Jezabel, a ponto de comprometerem a sua lealdade cristã, enquanto estes abraçaram inteiramente a sua doutrina; aqueles deveriam ser castigados, estes exterminados. Por tais juízos as igrejas reconhecerão que Cristo sonda os rins e os corações (23). No uso hebraico, os rins são a sede das emoções, enquanto o coração é a sede do intelecto. As profundezas de Satanás (24) podem ser uma alusão satírica à pretensão gnóstica de conhecer exclusivamente as profundezas de Deus. Tal sabedoria não é divina, mas satanicamente inspirada. De outra forma, reflete o ensino nicolaíta que o cristão deve participar afoitamente dos excessos do paganismo e demonstrar que é imunizado de sua poluição. Os cristãos que assim procederam gabaram-se do seu conhecimento das profundezas de Satanás e, assim, desdenharam os seus irmãos mais escrupulosos. Para outra carga comparar #At 15.28-29; os dois preceitos principais do concílio apostólico foram abstenção de coisas sacrificadas aos ídolos e ao adultério. O vencedor aqui se define como o que guardar até ao fim as minhas obras (26). Ele deverá receber uma delegação da autoridade de Cristo sobre as nações (26) e participar do seu triunfo sobre os povos rebeldes (27); esta função faz parte daquela autoridade e antecipa a vinda de Cristo para o juízo (#Ap 19.11) e não o reino milenário, propriamente dito (#Ap 20.4-6). O verbo traduzido "regerá" no vers. 27 deve ser "destruirá". A estrela da manhã (28) parece ser o próprio Cristo (como em #Ap 22.16); maior do que o privilégio de reinar por Cristo será o irrestrito gozo de plena comunhão com Ele.

Ap-3.1

e) A carta à igreja de Sardes (Ap 3.1-6)

Sardes era uma cidade de glória delustrada. Outrora tinha sido a capital do antigo reino da Lídia, mas entrou em ocaso, depois da conquista persa, até que Tibério a reconstruiu depois de um terremoto. A cidade era célebre por duas coisas: a sua indústria de tintura e lã, e a libertinagem. A igreja em Sardes parece refletir a história da cidade. Houve tempos quando tinha um nome para progresso espiritual, mas agora era sem vida (1); a libertinagem caracterizava tanto os cristãos como os pagãos, de sorte que ali havia poucas pessoas que não tinham contaminado os seus vestidos (4), isto é, manchado a sua profissão cristã. Consequentemente, ela foi censurada com uma severidade igualada somente na carta aos laodicenses. O título reflete #Ap 1.4 e #Ap 1.16. Cristo se apresenta como o possuidor dos sete espíritos, possivelmente para representar o Seu perfeito conhecimento dos feitos da igreja (veja vers. 6), se bem que isto possa sugerir os dons espirituais que ele deseja conferir-lhe em contraste ao estado desanimado da igreja. Para as sete estrelas (1) ver #Ap 1.4; #Ap 1.20. Note-se que embora alguns cristãos permaneçam fiéis ao seu Senhor (4), a igreja como tal é caracterizada como morta; por estarem nesta condição todos são tidos como responsáveis. Com a primeira parte do vers. 2, comparar #Mt 24.42; com a segunda parte, comparar #Dn 5.27. Os tempos dos verbos no vers. 3 são descomunalmente variados: "Lembra-te (presente), pois, do que tens recebido (perfeito) e ouvido (aoristo); e guarda-o (presente), e arrepende-te (aoristo). E, se não vigiares (3) relembra #Mt 24.43-44 e se refere ao Advento final. Alguns estudiosos consideram que #Ap 16.15 tem sido deslocado e deve ser inserido logo antes desta afirmação. É fato que a situação de #Ap 16.15 no contexto atual é curiosa e fica melhor aqui, mas a deslocação do texto não passa de ser pura conjetura. O seu nome (5). Segundo certo uso da época o nome era sinônimo de "pessoa". É de supor que os cristãos contaminavam os seus vestidos acomodando-se aos costumes pagãos dos seus próximos. Aquele que mantinha o seu caráter e testemunho imaculados haveria de acompanhar a Cristo num vestuário de glória. Andarão comigo (5); Swete compara o convívio dos doze com Ele, nos dias do seu ministério terrestre. O vencedor recebe a dupla promessa deste privilégio. A literatura apocalíptica, contemporânea considerava o corpo da ressurreição como um vestuário de glória. A idéia é usada por Paulo (ver #2Co 5.4), e se revela neste livro também (ver #Ap 4.4). Porém #Ap 7.13-14 e #Ap 19.8 parecem salientar a pureza moral no uso deste símbolo, enquanto que, segundo Swete, o uso de branco às vezes denota festividade (#Ec 9.8) e vitória (2Mac 11.8). Parece que várias idéias se associam com este quadro; é bom aceitar e ao mesmo tempo reconhecer que o elemento ético predomina.

O riscar do livro da vida (5) recorda #Êx 32.32, onde o livro mencionado é um registro dos cidadãos do reino teocrático, aqui trata-se do registro de reino eterno, como em #Dn 12.1 e muitas passagens neotestamentárias (ver por exemplo, #Lc 10.20; #Fp 4.3; #Hb 12.23). Ver #Ap 20.12,15, onde isto se explica. Para a confissão do vencedor, comparar #Mt 10.32.

>Ap-3.7

f) A carta à igreja em Filadélfia (Ap 3.7-13)

Devido a freqüentes terremotos, a população de Filadélfia era pequena. A igreja parece ter sido numericamente fraca (vers. 8, "tendo pouca força"). Não há nenhuma alusão à perseguição das autoridades pagãs nem a heresias dentro da igreja; como em Esmirna, os judeus criavam um problema (9). Em contraste notável à carta que precede e à que se lhe segue, não há repreensão nem advertência do Senhor para esta igreja, mas apenas encômio e exortação. Os predicados santo e verdadeiro (7), aplicados aqui a Cristo, são usados em #Ap 6.10 em referência a Deus, assim dando uma das muitas indicações neste livro de que os atributos de Deus são compartilhados por Cristo. Jesus é verdadeiro no sentido de "fiel a sua palavra". Isto se diz em conexão com a sua posse da chave de Davi (7), uma frase que recorda #Ap 1.18, mas que, na realidade, cita #Is 22.22; reivindica para Cristo o direito de ingressar ou fechar ao homem a cidade de Davi, a nova Jerusalém, o reino messiânico. A relevância deste poder se manifesta no trecho entre parênteses, vers. 8-9.

>Ap-3.9

Os judeus de Filadélfia não eram mais dignos do nome do que os seus compatriotas em Esmirna e, como estes, são designados a sinagoga de Satanás (9). Este versículo declara que um dia, presumivelmente ao estabelecer-se o reino messiânico, eles serão obrigados a reconhecer que estes cristãos desprezados são na realidade os companheiros do Filho do Homem, os herdeiros do reino de Deus. É claro que os judeus ainda negavam esta última reivindicação. "Vós cristãos", diziam eles, "sois excluídos do reino; é para nós, os judeus". "Assim não", declara o Senhor; "Eu sou fiel à minha promessa. Só eu tenho a chave do reino. Tenho posto diante do meu povo, uma porta aberta que ninguém pode fechar. Eles entrarão no reino, e a homenagem que vós, judeus, esperais receber dos gentios (#Is 60.14), vós tereis que prestar a eles". Esta interpretação coaduna afirmações aparentemente sem nexo e concorda com a promessa do vers. 12. A fidelidade desta fraca comunidade cristã (8) receberá a sua devida compensação. A hora da tentação ("provação"), de que o Senhor guardará estes cristãos, não se refere ao prazo em que os juízos de Deus cairão sobre a terra, mas às próprias tribulações. Cfr. #Mc 14.35, onde a "hora" representa os horrores da cruz e as circunstâncias concomitantes. A tribulação mencionada aqui se aplica àqueles que habitam na terra (10), a frase técnica neste livro para os descrentes do mundo (cfr. #Ap 11.10). Para uma representação pictórica desta promessa ver #Ap 7.1-4.

>Ap-3.12

O vencedor será na nova era uma coluna no templo (12); #Ap 21.22 torna claro que não haverá outro templo na Jerusalém celeste senão Deus e o cordeiro. Esta promessa assegura nossa indissolúvel união com Deus para todo sempre. Escreverei sobre ele o nome do meu Deus (12). Caso esta frase se usar com a mesma metáfora a inscrição seria na coluna e não na testa do vencedor.

I Macabeus 19.26-48, relata como os feitos de Simão Macabeus foram inscritos sobre tábuas de bronze; estas foram fixadas "sobre colunas no monte de Sião", "dentro do recinto do santuário, num lugar conspícuo". Destarte foram conservados permanentemente os anais das façanhas de Simão. O motivo de orgulho do vencedor, contudo, não deverá ser nos seus feitos, mas antes no fato de que ele leva o nome do seu Deus, e da cidade de Deus, e o novo nome de Cristo; isto é; ele pertence a Deus e a Cristo revelado em glória (#Ap 19.12); é cidadão da nova Jerusalém, o eterno reino de Deus (#Ap 21.2).

>Ap-3.14

g) A carta à igreja em Laodicéia (Ap 3.14-22)

Laodicéia era situada à margem dum rio e ficava no entroncamento de três estradas que atravessavam a Ásia Menor. De modo natural, ela se tornou um grande centro comercial e administrativo. Três fatos que se conhecem acerca da cidade, lançam luz sobre esta carta: era um centro bancário de fabulosas reservas financeiras; as indústrias principais eram de tecidos e tapetes de lã; possuía também uma faculdade de medicina. A igreja não era acusada de imoralidade, nem de idolatria, nem tão pouco de franca apostasia (perseguição era desconhecida em Laodicéia). A terrível condenação que se pronunciava sobre ela era devido ao orgulho e auto-satisfação do elemento pagão dentro da igreja de sorte que sua comunhão com Cristo se enfraqueceu tragicamente. A severa descrição da sua condição espiritual (17) e a admoestação ao arrependimento (18), são apresentados em termos das três ocupações da cidade.

Na qualidade de o Amém (14) Jesus é a encarnação da verdade e fidelidade de Deus (ver #Is 65.16); o uso cristão do Amém acrescenta a idéia de que Ele é também cumpridor fiel dos propósitos declarados de Deus. Nesta designação achamos um contraste singular com a infidelidade dos laodicenses. Semelhantemente o título o princípio da criação de Deus (14) exalta a Cristo como Criador acima das pequeninas criaturas orgulhosas que se gabam da sua auto-suficiência. No vers. 16, se encontra uma censura sem igual no Novo Testamento, como expressão do aborrecimento de Cristo. A referência prende-se ao último juízo (cfr. #Lc 13.25-28). Os vers. 17 e 18 formulam uma só afirmação: Pois dizes: ... Aconselho-te que compres... A pretensão dos laodicenses não é apenas que eles de nada carecem, mas que a sua riqueza, tanto moral como material se deve completamente aos seus próprios esforços. Revela-se a sua verdadeira condição de pobreza, apesar de possuir dinheiro; de nudez, a despeito da sua abundância de vestidos; de cegueira, embora haja nela muitos médicos. Esta igreja, portanto é a única de todas as sete, a ser chamada de miserável. O seu recurso é "comprar" (cfr. #Is 55.1) de Cristo o ouro fino de um espírito regenerado, de pureza de coração, que possa levá-la à glória da ressurreição (#Ap 7.13-14) e da graça pela qual possa apropriar as realidades espirituais (cfr. #1Co 3 e #2Co 4). A condição repugnante dos laodicenses não extinguiu o amor de Cristo para com eles; a escorchante censura não é senão a expressão do seu profundo afeto que os possa levar ao arrependimento. O gracioso convite que se segue dirige-se, não à igreja coletivamente (que exigiria "se ouvirdes" a minha voz, mas a cada membro individualmente. Cristo deseja participar com eles mesmo nas atividades mais comuns da vida. Coincidente com o alto privilégio que se oferece a estes cristãos quase apóstatas é a promessa que transcende às que foram aplicadas às outras igrejas. Assim como o crente pede a Cristo que compartilhe consigo tudo quanto tem vida transitória, de igual modo, o Senhor o convida, se ele permanecer até o fim, a compartilhar o trono dos séculos vindouros dado pelo Pai. O cumprimento da promessa do reino milenar é descrito em #Ap 20.4-6, e do reino eterno da nova Jerusalém em #Ap 22.5.

IGREJA GAY LANÇA CAMPANHA CONTRA “HOMOFOBIA” DOS QUE REJEITAM “CASAMENTO” GAY



Defender o Casamento Apenas Entre um Homem e Uma Mulher é Agora Também “Homofobia”.


Júlio Severo

A igreja gay Comunidade Cidade de Refúgio, fundada em São Paulo pela apóstata Lanna Holder, lançou nessa quinta-feira (17), Dia Internacional de Combate à Homofobia, uma campanha para combater a “discriminação” da sociedade brasileira que resiste reconhecer as duplas homossexuais como “casal”. A iniciativa visa, ostensivamente, redefinir Deus como criando o casamento não somente de homem com mulher, mas também de mulher com mulher e de homem com homem.

A campanha, liderada pela autoproclamada “pastora” lésbica Lanna Holder, foi lançada na internet e se estenderá também à distribuição de materiais de divulgação como material de apoio à Parada Gay de São Paulo, que será realizada no dia 10 de junho.

Na campanha, imagens de uma dupla normal de homem e mulher juntamente com uma dupla gay e outra lésbica aparecem com o título “Criação de Deus”, dando a entender que Deus criou todos, inclusive homossexuais e lésbicas, para o casamento.

Ao centro, dupla lésbica, onde no fundo está Lanna Holder. Para Holder, Deus criou o casamento também para os homossexuais.



A empolgação de Lanna Holder com a ideia de que o Deus da Bíblia pudesse ter criado o casamento também para homossexuais e lésbicas vem da recente declaração em que o presidente americano Barack Obama apoiou o “casamento” gay com base na sua interpretação de que o próprio Jesus teria dado tal apoio.



A declaração “pró-casamento” gay de Obama foi também saudada pelo deputado gayzista Jean Wyllys.

Obama não teve apoio da grande maioria da população dos EUA para sua ousada postura ideológica a favor de um “casamento” gay com base em Cristo, mas a imprensa americana e internacional, enojada com as atitudes anti-“casamento” gay do povo da Carolina do Norte, que aprovou uma emenda à constituição estadual proibindo todas as uniões gays, festejou a declaração de Obama, o primeiro presidente casamenteiro gay da história dos EUA.

De forma semelhante no Brasil, a grande mídia, eterna e incondicional apoiadora do “casamento” gay, anda infeliz com a resistência do povo brasileiro às uniões gays, mas ao mesmo tempo festeja cada passo que Lanna Holder, uma apóstata evangélica, dá. Grandes jornais do Brasil deram destaque quando Holder abriu, numa garagem simples de outro estado, uma igreja gay, tratando o evento como se fosse à inauguração de uma catedral luxuosa.

Holder e Obama apenas aproveitam esse espaço de glória que a grande imprensa garante aos que promovem, junto com eles, depravações e deturpações, em nome de Cristo, à instituição mais sagrada que Deus criou neste mundo: o casamento e a família natural.

sábado, 12 de maio de 2012

Pentecostalismo


Pentecostalismo é um movimento de renovação de dentro do cristianismo, que coloca ênfase especial em uma experiência direta e pessoal de Deus através do Batismo no Espírito Santo.[1] O termo Pentecostal é derivado Pentecostes, um termo grego que descreve a festa judaica das semanas. Para os cristãos, este evento comemora a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus Cristo, conforme descrito no Livro de Atos, Capítulo 2.[2] Pentecostais tendem a ver que seu movimento reflete o mesmo tipo de poder espiritual, estilo de adoração e ensinamentos que foram encontrados na Igreja primitiva. Por este motivo, alguns pentecostais também usam o termo Apostólica ou Evangelho Pleno para descrever seu movimento.

O pentecostalismo é um termo amplo que inclui uma vasta gama de diferentes perspectivas teológicas e organizacionais. Como resultado, não existe nenhuma organização central ou igreja que dirige o movimento. Os pentecostais podem ser inseridos em mais de um grupo cristão, indo do trinitariano até o não-trinitariano.[3] Muitos grupos pentecostais são afiliados ao Conferência Mundial Pentecostal. No Brasil é comum os pentecostais se auto-identificarem com termo evangélico.

A ênfase do pentecostalismo sobre o charisma o coloca dentro do cristianismo carismático, um enorme agrupamento de cristão que tem aceitado alguns ensinamentos pentecostais sobre o batismo no Espírito e dons espirituais. O pentecostalismo está teologicamente e historicamente próximo ao Movimento Carismático, influenciando tão significativamente o movimento, que às vezes os termos pentecostal e carismático são usados indistintamente. Todo o movimento pentecostal no mundo inclui cerca de 588 milhões de pessoas

Origem do Pentecostalismo



O Pentecostes em grego pentekostos (cinqüenta), foi um feriado anual judaico, também conhecido como a Festa das Semanas, festa dos primeiros frutos da colheita. Ela é celebrada cinqüenta dias depois da Páscoa.[5] O livro bíblico de Levítico descreve-o como segue:

Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até ao dia imediato ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então, trareis nova oferta de manjares ao SENHOR. Das vossas moradas trareis dois pães para serem movidos; de duas dízimas de um efa de farinha serão; levedados se cozerão; são primícias ao SENHOR. Com o pão oferecereis sete cordeiros sem defeito de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao SENHOR, com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR. Também oferecereis um bode, para oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano, por oferta pacífica. Então, o sacerdote os moverá, com o pão das primícias, por oferta movida perante o SENHOR, com os dois cordeiros; santos serão ao SENHOR, para o uso do sacerdote. No mesmo dia, se proclamará que tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as vossas moradas, pelas vossas gerações. Quando segardes a messe da vossa terra, não rebuscareis os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas da vossa sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixareis. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.

Levítico 23:15-22 ARA

As igrejas pentecostais fazem alusão a este acontecimento como um símbolo para todos os que se converteram ao cristianismo no dia de Pentecostes, seriam os primeiros frutos da colheita de uma grande parte dos milhões de almas.

Antecedentes bíblicos (visão pentecostal)



A Revelação a João Batista


O evangelho de João, menciona um sucessor, o qual é revelado a João Batista, que cumpriria a promessa de derramar o Espirito Santo sobre os crentes. Ele diz: "Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo". João 1:33 ARA, a pessoa sob a qual o Espírito desceu foi Jesus Cristo. João Batista testemunhou que quem viria depois dele iria batizar com o Espírito Santo (Mateus 3:11).

Jesus Cristo e da promessa do Pai


Depois que Jesus Cristo ressuscitou ordenou a seus apóstolos e discípulos a permanecer em Jerusalém até serem revestidos de poder do alto. (Lucas 24:49) Do mesmo modo, em Marcos 16:17, Jesus diz a seus discípulos que em seu nome expulsariam os demônios e falariam novas línguas. No livro de Atos, o autor Lucas fala de um mandato mais específico que Jesus disse aos seus discípulos, descrevendo-o como segue:

mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

Atos 1:8 ARA

Neste capítulo de Atos, Jesus disse aos seus seguidores que João Batista pregou antes de finalmente cumprido dentro de poucos dias que Jesus chamou a promessa do Pai.

O derramamento do Espírito Santo


Dez dias depois Jesus subiu ao céu, chegou o dia de Pentecostes, cento e vinte pessoas estavam esperando no cenáculo unânime a promessa de Jesus Cristo tinha feito antes.

de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles.

Atos 2:2-3 ARA

Isso ocorreu há cerca de nove horas da manhã e havia testemunhas de várias nacionalidades, como medos, partos, africanos, egípcios, judeus, árabes e galileus que ouviram falar das maravilhas de Deus. No entanto, houve muitos que pensavam que estavam bêbados. Após o evento, o apóstolo Pedro explica a profecia de Joel preenchidas para a igreja cristã. Durante muitos anos o derramamento do Espírito Santo havia sido reservada exclusivamente para os líderes nacionais e espirituais de Israel, mas na época foi concedido a "toda carne".

A Igreja do Novo Testamento cristão


O Novo Testamento relata que a igreja primitiva acreditava no batismo no Espírito Santo (Atos 11:15-16). Os escritores cristãos do segundo século usaram a palavra grega χάρισμα ou carisma, o que significa "presente" ou "dom divino" para se referir a estes dons, isto é, a mesma palavra que ele usou o apóstolo Paulo em sua lista de dons do Espírito, que incluía o falar em línguas (1 Coríntios 12). Assim como os cristãos do primeiro século praticavam a imposição das mãos para a ocorrência dessa experiência nos crentes (Atos 8:14-17). A seguir estão vários eventos realizados em igrejas cristãs do Novo Testamento:

A casa de Cornélio

De acordo com Atos 10:46 em uma visão que teve o apóstolo Pedro no telhado de uma casa em Jope, Deus revelou que devia amar seus companheiros, apesar de não-judeus, porque diante de Deus não há acepção de pessoas. O centurião Cornélio da coorte italiana, enviados por ele para chegar a Cesaréia. Pedro concordou em ir à Cesaréia por ordem de Deus, e chegou à casa de Cornélio. Quando Pedro começou seu discurso, o Espírito Santo desceu sobre os presentes e começaram a falar em línguas, glorificando a Deus.

A Igreja em Éfeso

Quando o apóstolo Paulo chegou a Éfeso, ele encontrou uma situação muito comprometedora. Os cristãos da igreja que tinham sido batizados pelo batismo de João e nem sequer sabiam que existia o Espírito Santo, depois de Paulo batizou-os na ordenança de Jesus e colocando as mãos sobre eles veio o Espírito Santo e falaram em línguas e profetizaram. (Atos 19:5).

A Igreja na Samaria

Pedro e João tinham chegado a Samaria, onde havia um grupo de cristãos batizados em água, mas não tinham sido batizados com o Espírito Santo. É por isso que Pedro e João impuseram suas mãos sobre eles (Atos 8:17). Esta é a única passagem em Atos que não menciona que os crentes têm falado em novas línguas e é muito discutido. No entanto, muitos grupos pentecostais modernos, acreditam que se o fizessem, porque Simão o Mago, que quis comprar o dom do Espírito Santo tinha visto um grande milagre.

Antecedentes históricos



São várias as instâncias de fenômenos que historiadores pentecostais (como Allan Anderson) interpreta como predecessores do pentecostalismo.

  • Inácio de Antioquia 67-110 d.C. afirmou em sua carta aos filadelfienses (Inácio aos filadelfienses 7:01) que profetizou pelo Espírito: "Estando no meio de vós gritei, disse em alta voz, uma voz de Deus:'Permanecei unidos (…)'. Aqueles suspeitaram que eu disse isso porque previa a divisão de alguns, mas aquele pelo qual estou acorrentado é minha testemunha que eu não sabia através da carne. Foi o Espírito que me anunciou, dizendo: '(…), guardai vosso corpo como templo de Deus, amai a união, fugi das divisões, sede imitadores de Jesus Cristo, como ele também é do seu Pai". [6]

Em sua carta a Policarpo, ele também declara: "Quanto as coisas invisíveis, pode que te sejam manifestadas a ti, para que nada te falte e tenhas abundância em todo dom espiritual". [7][8]

  • Policarpo de Esmirna 70-160 d.C. teve uma revelação de Deus de como morreria. "Orando, ele teve uma visão, três dias antes de o prenderem: viu seu travesseiro queimado pelo fogo. Voltando-se para seus companheiros, disse: 'Devo ser queimado vivo!'.[9]
  • Justino Mártir 110-165 d.C. em seu diálogo contra o judeu Trifo recorda que os dons do Espírito Santo, incluindo exorcismo, ainda estão em uso: "Recebendo uma vez o espírito de discernimento, outro um conselho, outro uma cura, outro de poder, outro de presciência, outro de ensino e outro de temor a Deus. Os dons proféticos permanecem conosco até o presente tempo. Para alguns (crerem) certamente em expulsar demônios, (…). Outros tem conhecimento daquilo que vai acontecer; eles tem visões e pronunciam expressões proféticas". [10]
  • Irineu de Lião 130-202 d.C.. "De igual modo nós todos ouvimos que muitos dos irmãos na igreja que têm dons proféticos, e que falam em todas as línguas por intermédio do Espírito, e que também trazem a luz os segredos dos homens para benefício dos homens, e que expôem os mistérios de Deus."[11][12]
  • Tertuliano 160-220 d.C. ao falar de Marcião, declarou o seguinte: "Para provar o que os profetas têm falado, e não pelo sentimento humano, mas pelo Espírito de Deus, como aqueles que previram o futuro e revelaram os segredos do coração, que apresentam um salmo, uma visão, uma oração, que é apenas pelo Espírito em um extase, ou seja, em um rapto ou num arrebatamento toda vez que uma interpretação tem ocorrido." Aparentemente Tertuliano descreveu parte da vida comum da Igreja Ortodoxa e recomendou buscar o dom do Espírito Santo de profecia.[11]
  • Pacômio 292-348 d.C. depois de momentos especiais podia, sob o poder do Espírito falar os idiomas grego e latim que jamais havia aprendido."[13]
  • Agostinho de Hipona 354-430 d.C. mencionou: "Fazemos todavia o que os Apóstolos fizeram quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espirito Santo. Mediante a imposição de mãos esperamos que os crentes falem em novas línguas."[11]
  • Simão o Novo Teólogo 949–1022 d.C. talvez o mais famoso cristão carismático da igreja Ortodoxa. Seus relatos declaram muitas experiências espirituais, isto inclui um 'batismo no Espírito Santo' acompanhado por dons de copiosos prantos, compunção, e visões de Deus.[14]

Embora não haja registros ou indícios de derramamento do Espírito Santo durante a Idade Média, alguns autores mencionam que o valdenses, albigenses, e os frades mendicantes, falaram em línguas na Europa Meridional.[15]

  • Jansenitas 1640-1801 fizeram parte de um movimento agostiniano radical na Igreja Católica Romana (seu adepto mais famoso foi o cientista e apologista francês Blaise Pascal), alguns de seus adeptos em Port Royal ficaram conhecidos pelos seus sinais e prodígios, dança espiritual, curas, e elocuções proféticas. Alguns dizem que falaram em línguas estranhas e interpretaram as línguas que lhes foram endereçadas.[14]
  • Serafin de Sarov 1759-1833 líder carismático da igreja ortodoxa russa, afirmou que o objetivo da vida cristã é a recepção do Espírito Santo. Serafim também é lembrado pelo dom de cura.[14]

Os Huguenotes foi o nome dado ao calvinistas da França, houve manifestações carismáticas entre eles em Cevennes, durante a perseguição determinada por Louis XIV. Em seguida, uma nota sobre os huguenotes:

Respeitando as manifestações físicas, há pouca discrepância entre os relatos de amigos e inimigos. As pessoas atingidas eram homens e mulheres, idosos e jovens. Muitos eram crianças com idades entre os nove ou dez anos. Eles emergiram do povo, disseram seus inimigos, da massa de ignorantes e sem cultura; sem poder ler e escrever, em sua maioria, e falando o jargão da província diariamente, que era a única coisa que poderia usar para falar. Tais pessoas caíam repentinamente para atrás e, permaneciam estendidas na terra, experimentavam contorções estranhas e aparentemente involuntárias; seus peitos pareciam inchar-se e seus estômagos inflar-se. Ao sair de tal condição, gradualmente voltavam a ganhar o poder da fala instantaneamente. Começavam, muitas vezes, com uma voz interrompida por soluços e logo derramavam torrentes de palavras, clamores de misericórdia, chamados ao arrependimento, exortações aos espectadores para que parassem de frequentar as missas, admoestações à igreja de Roma e profecias relativas ao juízo vindouro. Da boca de crianças emergiam textos da Escritura e discursos em um francês muito bom e fácil de entender, um [francês] que nunca usavam quando estavam conscientes. Quando o transe terminava, declaravam que não se lembravam de nada do ocorrido de que haviam dito. Em raras ocasiões recordavam impressões vagas e gerais, mas nada a mais. Não havia aparência de engano, nem indicação de que ao pronunciar suas predições com relação a eventos futuros, tivessem alguma idéia de prudência ou dúvida tocante a veracidade do que haviam predito.

Os Huguenotes[16]

Um dos principais líderes desta igreja foi George Fox, que pregou uma mensagem sobre a nova era do Espírito Santo, ele em seu diário, diz o seguinte:

No ano de 1648, enquanto estva sentado na casa de um amigo em Notinghamshire (porque desta vez o poder de Deus tinha aberto os corações de alguns para receber a Palavra de vida e de reconciliação), vi que havia uma grande fenda que passava por toda a terra, e um grande humo iba a medida que a fenda se abria caminho; depois da fenda, ocorria uma grande terremoto. Esta era a terra que havia nos corações das pessoas, a qual tinha que ser sacudida antes que a semente de Deus fora levantada da tumba. E assim sucedia: pois o poder de Deus começou a sacudi-los e grandes ministrações de adoração eram conduzidas, de tal maneira, que poderosas obras do Todo-Poderoso eram realizadas entre os crentes para o assombro, tanto das gentes como dos sacerdotes.

George Fox[17]

Quando os cristãos hussitas foram perseguidos na Boêmia, encontraram em Dresden, Alemanha um refúgio no qual podiam procurar a Deus. Em 1727 o conde Ludwig Graf de Zinzendorf começou a organizar aos crentes desta corrente cristã em uma única igreja. Durante o mês de julho criou reuniões e vigílias de oração com os jovens, posteriormente encontrou um livro chamado Ratio Disciplinae o qual relatava como a igreja de Irineu se unia para buscar a presença de Deus. Os morávios dizem que o Espírito desceu sobre eles, e grandes sinais e maravilhas foram realizadas entre os irmãos naqueles días, prevalecendo uma maravilhosa graça entre si, e em todo o país."[18]

John Wesley ministro anglicano e pai da igreja Metodista registra muitas histórias extraordinárias em seus diários, tais como a cura de pessoas, de animais, e do poder do Espírito Santo através da oração.[19]

Primeiro (c. 1730–1755)
Segundo (c. 1790–1840)
Terceiro (c. 1850–1900)
Quarto (c. 1960–1980)
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O Grande Despertamento foi um fenômeno espiritual que impactou a Inglaterra e Estados Unidos entre os anos 1735 e 1750. Durante este período teve grandes pregadores que influenciaram o pentecostalismo moderno.

  • George Whitefield 1714-1770. Ministro que aos 21 anos foi ordenado para pregar na Inglaterra. Chegou aos Estados Unidos por mais de 9 ocasiões ensinando desde Georgia hasta Nova Inglaterra.[20]
  • Jonathan Edwards 1703-1758. Aos seus 19 anos começou a pregar numa igreja em Nova Iorque, depois foi ministro numa igreja de Yale e em 1726 foi pastor associado da igreja de Northampton, Massachusetts, donde seria pastor por mais de 25 anos, sendo uma das pessoas mais importantes do Grande Despertamento. Se diz que quando foi pregar em uma vila, as tabernas quebraram vazias e durante seus cultos ou reuniões, as pessoas gemíam e choravam devido as pregações.[21]
  • Charles Finney 1792-1875. Foi um ministro proeminente e representativo dessa época, realizava grandes atividades evangelísticas. Implementava práticas metodistas dentro de igrejas presbiterianas e congregacionalistas. Pregava pontos wesleyanos como a santificação, e a perfeição cristã dada unicamente pelo Espírito Santo.
  • Dwight L. Moody 1875. Ministro que pregava na cidade de Chicago e de Nova Iorque, mencionou numa ocasião que tinha uma especial investidura de poder do alto, um batismo claro e inequívoco do Espírito Santo.[22]

O Movimento de Santidade foi um movimento que dava muita ênfase que nesta vida presente pela fé, é possível obter a inteira santificação, ou perfeição cristã através do Espírito Santo. A partir de 1840 se iniciou a pregar sobre o batismo no Espírito Santo, seu principal contribuidor foi John Morgan, o qual escreveu: "O dom do Espírito Santo, em sua plenitude pentecostal, não devia restringir-se a igreja apostólica; é o privilégio compartilhado por todos os crentes.[carece de fontes?]

Kittim Silva comenta que no ano de 1894 uns cem crentes foram batizados com o Espírito Santo na Carolina do Norte, falando em novas línguas. Eles perteneciam a um grupo religioso chamado União Cristã, Igreja da Santidade e em 1907 mudaram para Igreja de Deus. Esta igreja é conhecida como Igreja de Deus de Cleveland, por ser o lugar donde adquiriu mais força.[23]

Pentecostalismo moderno



Se chama pentecostalismo histórico ou moderno o conjunto de igrejas cristãs que a partir do século 20 começaram enfatizar o sentir da presença do Espírito Santo e a praticar a glossolalia. Veja abaixo a sua descrição:



Pentecostalismo Clássico



O Pentecostalismo clássico é o que começou em 1901 entre cristãos que se reuníam na rua Azusa em Los Angeles, EUA e simultaneamente em vários outros lugares na América do Norte. É a maior corrente pentecostal entre todas as demais, pois está conformada por organizações religiosas que se formaram naqueles anos e mantém manifestações espirituais e doutrinas similares.[24]

Dentro do pentecostalismo clássico norte-americano existem três orientações principais: Santidade-Wesleyana, Vida Superior e Unitários.[25] Exemplos de denominações wesleyanas de santidade inclui a Igreja de Deus em Cristo (IDC) e a Igreja Pentecostal Internacional de Santidade (IPIS). A Igreja do Evangelho Quadrangular é um exemplo do ramo Vida Superior, enquanto as Assembléias de Deus (AD) foi influenciada pelos dois grupos.[25][26] Algumas igrejas unitárias inclui a Igreja Internacional Pentecostal Unida (IPU), Assembleia Pentecostal do Mundo (APM), e Assembléias do Senhor Jesus Cristo (ASJC). Muitas igrejas pentecostais são afiliadas com a Conferência Mundial Pentecostal. O pentecostalismo reivindica cerca de 588 milhões de adeptos no mundo inteiro.[4]

História de 1900



O movimento pentecostal de hoje traça seus vestígios da sua comunidade a uma reunião de oração no Colégio Bíblico Betel em Topeka, Kansas em 1° de janeiro de 1901.[27] Ali, muitos chegaram à conclusão de que falar em línguas era o sinal bíblico do Batismo no Espírito Santo. Charles Parham, o fundador desta escola, que mais tarde passaria a Houston, Texas. Apesar da segregação racial em Houston, William J. Seymour, um pregador negro, foi autorizado a assistir a aulas bíblicas de Parham. Seymour viajou para Los Angeles, onde sua pregação provocou o Avivamento da Rua Azusa em 1906. Apesar do trabalho de vários grupos wesleyanos avivalistas, como Parham e D. L. Moody, o início do movimento pentecostal difundido nos Estados Unidos, é geralmente considerado como tendo começado com Seymour no avivamento da rua Azusa.[28]

O avivamento na rua Azuza foi o primeiro avivamento pentecostal a receber atenção significativa, e muitas pessoas de todo o mundo tornaram-se atraídas pora ele. A imprensa de Los Angeles deu muita atenção ao aviamento de Seymour, o que ajudou a alimentar o seu crescimento.[29] Um número de novos grupos menores iniciou-se, inspirado nos acontecimentos deste avivamento. Os visitantes internacionais e missionários pentecostais acabariam por trazer estes ensinamentos para outras nações, de modo que praticamente todas as denominações pentecostais clássicas hoje traçam suas raízes históricas no avivamento da rua Azusa.

Logo cedo os pentecostais foram incentivados por seu entendimento de que todo o povo de Deus poderia profetizar nos últimos dias antes da segunda vinda de Cristo. Eles olharam para as passagens bíblicas sobre o Pentecostes no segundo capítulo de Atos, em que Pedro citou a profecia contida em Joel 2: "Nos últimos dias, Deus diz: Eu derramarei meu Espírito sobre todos os povos. Vossos filhos e filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, vossos velhos terão sonhos. "(NVI) Assim, quando a experiência de falar em línguas espalhou-se entre os homens e mulheres da rua Azusa, um sentido de urgência tomou conta, quando eles começaram a olhar para o Segunda Vinda de Cristo. No início os pentecostais se viam como peregrinos na sociedade, dedicando-se exclusivamente a preparar o caminho para a volta de Cristo.[30][31]

O Pentecostalismo, como qualquer outro movimento importante, deu origem a um grande número de organizações com diferenças políticas, sociais e teológicas. O movimento inicial foi contracultural: Afro-americanos e as mulheres foram importantes líderes do avivamento da rua Azusa, o que ajudou a espalhar a mensagem Pentecostal muito além de Los Angeles. Com o avivamento começando a diminuir, no entanto, diferenças doutrinárias começaram a surgir como a pressão da evolução social, cultural e político da época começou a afetar a igreja. Como resultado, mais divisões, isolacionismo, sectarismo e mesmo o aumento do extremismo eram aparentes.

Influências



Alguns líderes cristãos que não faziam parte do início do movimento pentecostal mantinham um alto respeito pelos líderes pentecostais. Albert Benjamin Simpson tornou-se estreitamente envolvido com o crescente avivamento pentecostal. Era comum aos pastores pentecostais e missionários receberm a sua formação no Missionary Training Institute fundado por Simpson. Devido a isso, Simpson e a Aliança Missionária e Cristã (C & MA), o qual Simpson também fundou, teve uma grande influência sobre o pentecostalismo, em particular, as Assembléias de Deus e a Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular. Essa influência inclui a ênfase evangelística, doutrina da (C & MA), hinos e livros de Simpson, bem como a utilização do termo "Evangelho Tabernáculo", que evoluiu nas igrejas pentecostais tornando-se "Evangelho Pleno Tabernáculo". Charles Price Jones, um líder Santidade afro-americano e fundador da Igreja de Cristo, é outro exemplo. Seus hinos são amplamente cantados em convenções nacionais da Igreja de Deus em Cristo e em muitas outras igrejas pentecostais.



Afro-americanos



Os afro-americanos desempenharam um papel importante no início do movimento pentecostal. A primeira década do pentecostalismo foi marcada por reuniões interraciais, "… os brancos e os negros se misturam em um frenesi religioso", observou um jornal local, numa época quando as instalações do governo eram separadas racialmente e leis de Jim Crow estavam prestes a ser codificadas. Enquanto as assembléias interraciais que caracterizava a rua Azusa continuou por vários anos, mesmo no sul segregado, o entusiasmo e apoio para estes conjuntos, eventualmente caiu.



Mulheres



Início das funções



As mulheres foram o catalisador inicial do movimento pentecostal.[32] visto que os Pentecostais creem na presença e interação do Espírito Santo em seus cultos, e que os dons vieram sobre homens e mulheres, o uso dos dons espirituais foram incentivados em todos. O intenso ambiente inconvencional e emocional generado no culto Pentecostal encontra-se duplamente promovido, e foi por si mesmo criado outras formas de participação tal como testemunho pessoal, oração espontânea e canto. Mulheres não foram proibidas de entrar nesse fórum, e no início do movimento a maioria dos convertidos e seguidores da igreja eram mulheres.[33] Desde que o movimento contou com a esforços ea participação de membros leigos, tanto dentro como fora da igreja, as mulheres ganharam grande influência cultural no pentecostalismo e ajudaram a moldá-lo. Mulheres escreveram canções religiosas, editaram jornais pentecostais, ensinaram e dirigiram escolas bíblicas.[34] A preponderância de seus adeptos do sexo feminino podem resultar da disponibilidade de tais oportunidades para as mulheres desde o início do movimento. Além disso, as provas de três dos mais antigos grupos pentecostais, Assembléia de Deus, a Igreja de Deus (Cleveland, Tennessee) e a Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular, mostra um número de mulheres atuando como clero e missionárias. Pouco depois das Assembléias de Deus, formada em 1914, a listas do clero mostram que um terço dos seus ministros eram mulheres. Em 1925, embora o número de ministros do sexo feminino caiu significativamente, de dois terços de seus missionários estrangeiros ainda eram mulheres. Quando a Igreja de Deus foi formada em 1906, um terço dos seus fundadores eram mulheres. Quando Aimee Semple McPherson começou a Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular em 1923, as mulheres só estavam servindo um terço dos ramos da igreja, como pastores e casais atuou como co-pastores para outra congregações dezesseis anos.[35]

Outros aspectos do pentecostalismo também promoveu a participação das mulheres. Apontando para proclamação de Pedro da profecia bíblica Joel 2:28, Pentecostais focaram sua atenção sobre o fim dos tempos, durante o qual Cristo iria retornar. Dado que o batismo do Espírito Santo levou ao falar em línguas, quem foi abençoado com este dom que têm a responsabilidade de usá-lo para a preparação para a segunda vinda de Cristo.[31][36] Devido a esta responsabilidade, as restrições que a cultura ou de outras confissões sobre as mulheres eram frequentemente ignoradas durante a parte inicial do movimento. Joel 2:28 também especificamente incluíu as mulheres, dizendo que ambos os filhos e filhas e servos do sexo masculino e feminino receberiam o Espírito Santo, e profecia no fim dos tempos. Assim, o foco sobre os dons espirituais, a natureza do ambiente de adoração, e o pensamento dispensacionalista incentiava todas as mulheres a participar em todas as áreas do culto.

Mesmo antes da rua Azusa, as mulheres levaram seus próprios aviavamentos como um resultado de Agnes Ozman falando em línguas no colégio bíblico de Parham. A Sra. Waldron e uma Sra, Hall, por exemplo, trouxeram a mensagem pentecostal de Kansas a Zion, Illinois, onde elas ministraram e mais tarde Parham foi convidado a falar.[37] Agnes Ozman evangelizou completamente o Centro-Oeste depois de sair do Kansas[31] Quando Parham mudou o seu ministério para Houston, Texas, oito dos seus quinze trabalhadores eram mulheres.[31]

Outras mulheres que participaram do Colégio Bíblico Betel, também convidadas, ou foram enviadas para missões ou a igrejas por Parham, para ajudar a fortalecer os avivamentos locais[37] Além disso, dos doze anciãos que Parham inicialmente apontou para ir a rua Azusa, seis eram mulheres.[38] Enquanto William J. Seymour é normalmente considerado como o líder do avivamento da rua Azusa, um número significativo de mulheres também contribuíu para o avivamento, dependendo de quais contas são consideradas de primeira mão, a liderança das mulheres no avivamento ou é negligenciada ou enfatizada. Mais relatos históricos foram disponibilizados aos homens, e estes autores tendem a representar William J. Seymour como o líder principal, com outros homens como Charles Fox Parham e Edward Lee em importantes papéis de apoio. No entanto, mulheres como Julia Hutchins, Lucy Farrow e Neely Terry, foram importantes em suass próprias atribuições, muitas vezes foram desenfatizadas. Por outro lado, o relato da mãe Emma Cotton, pastora de uma grande Igreja de Deus em Cristo, congregação em Los Angeles, inverteu a importância relativa dos homens com as mulheres. Independentemente de quem teve a maior participação na liderança do avivamento, parece geralmente seguro para concluir que a liderança global no avivamento da rua Azusa foi partilhada entre homens e mulheres.[39] É preciso também ter em mente que a idéia de liderança humana no sistema de crença pentecostal é um pouco equivocada, os participantes consideraram o Espírito Santo o verdadeiro líder, e apenas a si mesmos como os vasos por onde ele trabalha.[40]

Mulheres, de conduta, também saíram do avivamento da rua Azusa. Florença Crawford foi uma proeminente convertida da rua Azusa. Enquanto na Missão Azusa, ela era ativa no jornal da A Fé Apostólica e se tornou uma das primeiras da rua Azusa a evangelizar, principalmente através do Meio-Oeste dos Estados Unidos. Mais tarde, ela se mudou para Portland, onde ela estabeleceu a Missão de Fé Apostólica e ministrou. Clara Lum também foi uma figura importante da rua Azusa. Aqui, ela co-editou A Fé Apostólica com Seymour. Ophelia Wiley também trabalhou para A Fé Apostólica escrevendo artigos. Ela pregou na rua Azusa e evangelizou todo o noroeste dos Estados Unidos. Jennie Moore era uma líder ativa do avivamento da rua Azusa que se casou com Seymour e ajudou a liderar a congregação. Abundio e Rosa Lopez estavam ativas na rua Azusa e mais tarde levaram o culto nas ruas das seções hispânica de Los Angeles.[38][41]

Outras evangelistas e missionárias da rua Azusa incluem Ivey Campbell que pregou ao longo de Ohio e Pensilvânia, Louisa Condit foi para Oakland, Califórnia, e em seguida em Jerusalém; Lucy Leatherman evangelizado em Israel, Egito, Chile e Argentina; Julia Hutchins evangelizou na Libéria; E G.W. Daisy e Batman eram missionárias na Libéria. Globalmente, cerca da metade dos missionários, evangelistas e viajantes no exterior eram mulheres.[41][38][42]

Mudanças nos papéis das mulheres



Apesar da liderança das mulheres no início do movimento, muitos tinham dúvidas sobre os papéis de mulheres realizada neste momento, e assim hesitaram em sua luta para avaliar o próprio papel e a posição das mulheres dentro das igrejas pentecostais. Em Mulheres no pentecostalismo, diz Edith Blumhofer da participação das mulheres: "o pastorado, não o púlpito, foi historicamente sido o maior obstáculo para as mulheres pentecostais pede o reconhecimento do ministério completo."[43]

A liberdade que as mulheres tiveram no início domovimento pentecostal aos cargos de liderança mais autoritários ou posições de lideranças oficial diminuiu por um número de razões. Durante o inicio do movimento, a ideologia restauracionista estimulou os pentecostais a restaurar o cristianismo a uma definição do Novo Testamento, sugeriu-se ambos papéis liberado e restrito para as mulheres.[44] Enquanto o restauracionismo enfatizou o papel do Espírito Santo e a igualitária profecia de Joel, eles também tiveram de considerar os escritos do Apóstolo Paulo no Novo Testamento. Ao fazer isso, o restauracionismo também destacou o carácter aparentemente contraditório da teologia a respeito dos papéis das mulheres. Por um lado, as instruções de Paulo sobre a propriedade de culto em 1 Coríntios 11 parecia admitir a existência de mulheres profetizando e orando na igreja. No entanto, em outras passagens, ou seja, 1 Timóteo 2:12, ele alertou que "eu não permito que a mulher ensine ou tenha autoridade sobre um homem, ela deve ficar em silêncio." (NIV)[45][46]

Assim, enquanto o imediatismo e o fervor da atmosfera do início do avivamento foram cedendo, as questões de autoridade e organização de igrejas surgiram. O institucionalismo se enraizou. Quando ficou claro que ambos os homens e as mulheres falavam em línguas, muitos começaram a ver isso como um presente de um não-intelectual,[47] sustentando que atos mais intelectuais, como a pregação, deve ser realizada apenas por mulheres em condições controladas pelos líderes do sexo masculino. O retrocesso do início do movimento pentecostal permitiu uma abordagem mais socialmente conservadora as mulheres em acomodação, e como um resultado da participação feminina foi dirigida a uma maior solidária e papéis tradicionalmente aceitos. O institucionalismo trouxe a segregação de gênero e as Assembléias de Deus, juntamente com outros grupos pentecostais, criaram organizações de mulheres auxiliares. Nessa época, as mulheres se tornaram muito mais provavelmente em missionárias ou evangelistas que pastores, quando elas eram pastores, muitas vezes eram co-pastores com seus maridos. Isso também se tornou a norma para os homens para manter todas as posições oficiais: os membros do conselho, os presidentes da faculdade, e administradores nacionais. Enquanto o início do movimento evitou o denominacionalismo por causa da espiritualidade morta vistas em outros segmentos protestantes, posteriormente as igrejas pentecostais começaram a se espelhar na tradição comum da comunidade evangélica. Assim, a forma mais democrática de se abordar outras coisas, seja homem ou mulher, leigo ou líder, ou como "irmão" ou de "irmã", deu lugar a mais títulos regulares como o "reverendo"[48][49]. Hoje, porém, alguns grupos continuam a ordenar mulheres.

A cultura também contribuiu para a limitação do papel das mulheres nas igrejas pentecostais. A visão social das mulheres como os guardiões morais da sociedade começou a desvanecer-se como flappers na década de 1920 veio para a cena, provocando suspeitas sobre a moral das mulheres. Desde quando os pentecostais quiseram distanciar-se tanto quanto possível da modernidade, a "nova mulher" era uma imagem terrível. Assim, os pentecostais, se agarrarem na visão mais tradicional da mulher no lar e na sociedade.[31][50]

Movimento da Chuva Tardia



O Movimento da Chuva Tardia começou fora de uma escola bíblica independente em Saskatchewan, Canadá, E se espalhou entre os muitos grupos pentecostais em 1940. Os seus líderes ensinavam "um congregacionalismo extremado", onde a autoridade local era exercida por um restaurado ministério quíntuplo, liderada por apóstolos que através da imposição de mãos poderiam conceder dons espirituais.[51] Muitos grupos pentecostais tradicionais, como as Assembléias de Deus e a comunhão pentecostal da América do Norte, foram críticos desse movimento e condenaram muitas de suas práticas como sem base bíblica. Uma das razões para o conflito entre as denominações tradicionais e da "Nova Ordem", como o movimento também foi chamado, foi a tendência dos líderes da Chuva Tardia rotularem grupos existentes como "apostatas" e "a antiga Igreja apóstata da Inglaterra".[51] O Movimento da Chuva Tardia foi a controvérsia mais importante a afetar o pentecostalismo desde II Guerra Mundial.



Movimento Carismático



No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, os cristãos das igrejas tradicionais nos Estados Unidos, Europa, e outras partes do mundo começaram a aceitar a idéia pentecostal que o batismo no Espírito Santo está disponível aos cristãos de hoje, ainda mesmo se não aceitassem outros princípios do pentecostalismo formal. O Movimento carismático começou a crescer nas principais denominações. Emergiram carismáticos episcopais, luteranos, católicos, metodistas, batistas e durante esse período de tempo, carismático foi utilizado para se referir a movimentos semelhantes que existiam dentro das denominações. Pentecostais, por outro lado, usaram o termo para se referir àqueles que faziam parte das igrejas e denominações que cresceram a partir do início do avivamento da rua Azusa. Ao contrário dos pentecostais clássicos, que formaram estritamente congregações ou denominações pentecostais, carismáticos adotaram como seu lema, "floresce onde Deus plantou você."

Nas últimas décadas, muitas igrejas carismáticas independentes e ministérios formaram ou se desenvolveram suas próprias denominações, igrejas e associações, como o Movimento da Vinha. Na década de 1960 e ainda hoje, muitas igrejas pentecostais ainda são rigorosas com os códigos de vestimenta e proíbem determinadas formas de entretenimento, criando uma distinção cultural entre os carismáticos e pentecostais. Há uma grande sobreposição entre o agora e os movimentos carismáticos pentecostais, apesar de alguns pentecostais ainda manterem um entendimento estrito de "princípio de santidade de vida".

Movimento Neocarismático ou Neopentecostal



O Neopentecostalismo(pseudo-pentecostalismo) é uma vertente do evangelicalismo que congrega denominações oriundas do pentecostalismo clássico ou mesmo das igrejas cristãs tradicionais (batistas, metodistas, etc). Surgiram sessenta anos após o movimento pentecostal do início do século XX, em1906, na Rua Azuza), ambos nos Estados Unidos da América.

Em alguns lugares são chamados de carismáticos, tendo como exceção o Brasil, onde essa nomenclatura é reservada quase exclusivamente para um movimento dentro da Igreja Católica chamado Renovação Carismática Católica, mas aos poucos o termo vem sendo resgatado por pentecostais e neopentecostais no País, por exemplo, a "paróquia" Capela Carismática (Manaus), que faz parte da Igreja de Deus Pentecostal do Brasil.

No Brasil, as igrejas mais representativas dessa corrente são a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça de Deus, a Igreja Renascer em Cristo, a Igreja Batista Nacinal, a Igreja Fonte da Vida de Adoração, a Igreja Mundial do Poder de Deus, a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, o Ministério Nova Jerusalém, a Comunidade da Graça, a Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo (de Valnice Milhomens) e o Ministério Internacional da Restauração - MIR. Fazem parte ou se aproximam do Protestantismo Apostólico, que aceitam apóstolos, bispos e pastores ou missionários presidentes que norteiam o rumo de suas igrejas no País e pelo mundo. Tem um evangelismo massivo (boa parte delas possuem ou se utilizam de TVs, rádios, jornais, editoras ou literaturas próprias e portais ou sites).

Doutrina



De acordo com o Dictionary Of Pentecostal And Charismatic Movements (Dicionário dos Movimentos Pentecostal e Carismático), "Confissão positiva é um título alternativo para a teologia da fórmula da fé , tambem conhecido como fé ou doutrina da prosperidade promulgada por televangelistas contemporâneos, sob a liderança e a inspiração de Essek William Kenyon. A expressão "confissão positiva" pode ser legitimamente interpretada de várias maneiras. O mais significativo de tudo é que a expressão "confissão positiva" se refere literalmente a trazer à existência o que declaramos com nossa boca, uma vez que a fé é uma confissão.

De acordo com Paulo Romeiro, em seu livro "Super Crentes, o Evangelho segundo Kenneth Hagin, Valnice Milhomens e os Profetas da Prosperidade ", é a corrente doutrinária que ensina que uma vida medíocre do cristão é um indício de falta de fé. Então um cristão deve ter a marca da plena fé, ser bem-sucedido,ter saúde plena física, emocional e espiritual, além de buscar a prosperidade material. A pobreza e a doença derivariam de maldições, fracassos, vida de pecado ou fé insuficiente e incredulidade.

Outros ensinamentos comuns em igrejas neopentecostais são a batalha espiritual (confronto espiritual direto com os demônios), maldições hereditárias, possessão de crentes (domínio demoníaco sobre as pessoas, resultando em doenças ou fracasso), etc. Justamente a ênfase que as denominações neopentecostais dão a esses ensinos que as levam a ser bastante criticadas pelas demais denominações protestantes. Segundo os críticos, o sucesso do movimento teria seu fundamento na pulverização teológica promovida por Mary Baker depois por Essek William Kenyon ao misturar o gnosticismo das religiões metafísicas com o cristianismo pentecosta

Pentecostais vs. Neopentecostais



Os neopentecostais formaram um grupo coexistente com os pentecostais, mas com uma identidade distinta. Possuem uma forma muito sobrenaturalista de encarar sua vida religiosa, com ênfase na busca de revelações diretas da parte de Deus, de curas milagrosas para doenças e uma intensa batalha espiritual entre forças espirituais do bem e do mal, que afirmam ter consequências diretas em sua vida cotidiana. São, em geral, mais flexíveis e modernas em questões de costumes em relação aos Pentecostais tradicionais.

São taxadas de liberais pelas igrejas históricas. Algumas são um misto de igrejas progressistas, mas com elementos de doutrinas e liturgias tradicionais, como as igrejas da Graça, a Universal e a Mundial. Já ministérios como o MIR se aproxima das igrejas retauracionistas pelas seu modo de doutrinamento e literaturas próprias, evangelismo e discipulado peculiares e visão de profetismo, apesar de não se autodenominar única igreja verdadeira, pelo contrário ela aglutina diversas denominações debaixo de sua cobertura espiritual, princípios doutrinários e modelo celular de evangelismo (M12).

Segundo Alan B. Pieratt, "Os ensinos da prosperidade não tiveram origem no pentecostalismo. Todavia, a tendência das denominações pentecostais de aceitarem as afirmações de autoridades proféticas criou um espaço teológico onde a doutrina da prosperidade pode afirmar-se e crescer... Nossa primeira conclusão histórica, é que o pentecostalismo foi o portador desta doutrina, mas ela necessariamente não faz parte das crenças pentecostais."

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