Texto: Judas 21 Mantenham-se no amor de Deus, enquanto esperam que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo os leve para a vida eterna.
Quando é permitido estudar sobre o amor de Deus, poder-se-ia afirmar que tal reflexão é mui prejudicada, pelo que é demonstrado no decorrer da vida cristã. O homem proporciona a si mesmo a visão de um Deus antropomórfico e antropopático, para haver melhor compreensão dEste. Deus o mesmo se expressa assim pelos seus profetas, no decorrer das Santas Escrituras: antropomórfico, forma humana (Exod. 15:3; Num.. 12:8) com os pés (Gen. 3:8; Exod. 24:10); mãos (Exod. 24:11; Josh. 4:24); boca (Num. 12:8; Jer. 7:13); e do coração (Os. 11:8). Antropopático, sentimento humano (Gn 6, 6) ciúmes, vingança, ira (Naum 1:2); amor (João 3:16; 1 João 4:8) etc.. Então para compreender é necessário entender a Deus como Espírito (Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. João 4:24), ou seja, buscar o entendimento pelo que Ele É; sendo assim, Ele é causa sui podemos dizer que ser causa de si equivale a ser eterno, isso implica em não poder “ser explicada pela duração ou pelo tempo, ainda que se conceba a duração sem começo e sem fim” (Espinosa). Destarte, Deus É (Disse Deus a Moisés: "Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês". Êxodo 3:14) antes do próprio princípio Deus é (Gên 1:1). Sendo assim, Deus é atemporal, “existe” antes do tempo, podendo então compreender que sendo sentimentos temporais, Deus não os possui. Então como ver o amor de Deus?
Primeiramente dever-se-ia ver o amor de Deus da maneira bíblica, contudo a Sagrada Escritura explica o amor de Deus em cinco facetas de expressão.
Prmeiro é o amor peculiar do Pai pelo Filho, e do Filho pelo Pai. Tal amor é expressivo no evangelho escrito pelo apóstolo João, este amor utiliza duas palavras gregas agapaõ e phileõ (João 3:35; 5:20). Este amor intra-Trinitariano é o exemplo de Deus para o Mundo, aponto deste se tornar uma ponte de compreensão de Deus, e de sua vontade (João 14:31).
O segundo Amor expresso nas Escrituras Sacras é o denominado providencial sobre tudo o que Ele fez. Em termos usual a Bíblia não usa a palavra amor para este tipo de amor, mas é muitíssimo fácil de identificá-lo, em Genesis 1 Deus anuncia que tudo que fez foi bom. Este é o produto de um Deus amoroso. O Senhor amoroso cuida de sua criação mesmo que aparentemente não aparenta ter valores (Mateus 6:26; 10:29). Este exemplo é para acalentar aos que padecem, pois o Senhor sempre cuida de sua criação.
O terceiro amor demonstrado nas Escrituras é a postura salvadora em relação ao mundo caído. O texto áureo da Bíblia (João 3:16) demonstra este grade amor. Deus em Cristo revelado a este Mundo caído trazendo o anúncio da Salvação a todos, desvendado o Mistério oculto em Deus na eternidade (Romanos 16:25-27). O que é muitíssimo importante, é que este amor tira os eleitos do Mundo como foi à exemplo com os Apóstolos (João 15:19). É certo que Deus se coloca como Juiz deste Mundo, mas é Ele também que oferece a única e última chance deste Mundo se arrepender (Ezequiel 33:11).
O quarto amor é aos eleitos, que é efetivo e seletivo de Deus. Este amor é balizado pela soberania do Senhor, de eleger em si e não nos méritos de outrem. Exemplo prático é o da eleição de Israel como uma nação que seria representante da glória de Deus neste Mundo (Deut. 7:7-8; 4:37; 10:14-15). Este amor é extremamente diferente dos exemplos supracitados, este é o amor peculiar dirigido unicamente aos eleitos (Mal. 1:1-3). Isto é semelhante ao amor de Cristo a igreja (Efésios 5:25).
O quinto amor é o condicional ou providencial, isto é, condicionado a obediência. Este amor tem haver com o crescimento de nosso conhecimento dEle, tendo em vista, o alerta de Judas 21, que alerta aos leitores de sua epístola à "conservar neles o amor prático de Deus ", está claro que este não é o amor providencial de Deus. Nem é este amor eterno e eletivo.
Jesus Cristo também fala sobre este assunto de maneira direta e franca em (João 15:9), os orientando a estarem neste amor. "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor" (João 15:10).
Permanecer neste amor é também orientação contida nos dez mandamentos "E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos" (Êxodo 20:6), ou seja, Deus deseja expressar seu amor, todavia, não de qualquer forma ou maneira, mas trazendo o direito pela obediência de seus eleitos (Efeitos 1:1-13).
Destarte, há compreensão deste amor fervoroso, convidativo e exigente, que é exibido de forma clara e enfática na Cruz, "Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Cor. 5:14-15). Assim, todos os salvos são devedores deste amor.
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